Continuando a série sobre as pedreiras, idealizada pelo Carlos Paiva, vemos fotos da Pedreira da Candelária.
A pedra extraída desta pedreira, no Morro da Nova Sintra, no bairro
do Catete, foi utilizada para a construção da igreja da Candelária. Foi aberta
no final do século XVIII, explorando as
encostas do Morro da Nova Cintra voltadas para a Rua Quintanilha (depois Rua
Pedreira da Candelária e atualmente denominada Rua Bento Lisboa).
A região da
Glória, próxima ao centro da cidade, também se destacava como área de
exploração. Nela localizava-se a antiga Rua da Pedreira da Glória (atual Pedro
Américo) e a Rua Pedreira da Candelária (atual Bento Lisboa).
Uma informação curiosa é que, devido à
denominação desta pedreira, bondes que circulavam no Largo do Machado, nos
primeiros anos do século XX, traziam a tabuleta “Candelária”, o que a muitos
intrigava, em função desta igreja estar distante de seu itinerário (não sei se esta informação consta no "site" do prezado Helio Ribeiro).
Foram muitas as reclamações dos vizinhos das ruas Bento Lisboa e Tavares Bastos contra os donos da Pedreira da Candelária. Em 1908, por exemplo, houve um acidente importante. Como se usava dinamite para explodir as rochas, naquela ocasião houve um desmoronamento causado pela explosão de uma mina que atingiu gravemente as instalações da Casa de Saúde São Sebastião, inclusive com vítimas fatais.
Os jornais fizeram muitas reportagens cobrando uma atitude das autoridades, mas poucos meses depois o caso se repetiu, desta vez atingindo uma estalagem na Rua Bento Lisboa.
Um dos donos da pedreira, Antonio Cid Loureiro, anunciava que "recebia encomendas dos seguintes materiaes: cantaria, parallelepipedos, alvenaria e macadam, por preços razoaveis".
Outro dono, Antonio Alves da Silva, era procurado pela Polícia após a explosão que atingiu a Casa de Saúde. O "Correio da Manhã" escreveu: “Ecoou dolorosamente por toda a cidade a noticia
do desabamento da Casa de Saúde São Sebastião. A funda magua que esse
acontecimento causou é fácil de imaginar, pela enorme affluencia de pessoas
hontem ao edifício em ruinas. Em todas as physionomias o horror da catástrophe.
Havia olhos humedecidos e vozes soluçantes. Os commentarios sobre o triste
acontecimento eram inteiramente desfavoráveis aos proprietários da pedreira,
cujo abuso em explodir as suas minas todos, indignados, profligavam”.
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Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirAo começar a ler o texto tive a clara impressão de que a pedreira ficava mesmo perto da igreja... Depois veio a explicação. A história do letreiro do bonde é surreal.
Gostei dos olhos humedecidos e vozes soluçantes...Estava evidente que iriam surgir os estragos das explosões e interessante era saber se houve punição ou se caiu no esquecimento..
ResponderExcluirFF:Ministério Publico e PM em nova ação ainda do caso Marielle.Será que o carro vai andar?
Bom dia a todos. As fotos são fantásticas e o noticiário da época nos mostra desde quando a falta de fiscalização dos órgãos públicos são a causa de tragédias na cidade. Na foto 2 vemos uma construção na própria pedreira, das duas uma, ou a construção não deveria estar ali, ou a pedreira não deveria estar em atividade.
ResponderExcluirFF. O atual nível de formação universitário do País com a proliferação de faculdades e universidades empresas, levou a grande parte dos alunos a procurarem cursos de pós graduação como os MBA, mestrados e doutorados, para tentar mostrar algum diferencial na busca de empregos, isso além de criar uma indústria de vendedores destes diplomas, sem que o aluno tenha realmente se qualificado, passou a desacreditar estes títulos de formação, porém nossos políticos, que quase todos são uns picaretas e incompetentes, adoram apresentá-los em seus currículos, querendo demonstrar sabedoria e competência que na verdade não as têm. Quando são descobertos viram piadas da sociedade. Como diria o Belletti um grande espanto.
Fiscalização? Hahaha. ## Ainda continuo achando que uma formação escolar sólida se adquire desde o ensino fundamental. O gosto pelo estudo começa desde cedo. As escolas públicas atuais são um celeiro de analfabetos funcionais e de indivíduos "atrofiados intelectualmente". O ensino médio é reflexo do fundamental, e aí o cidadão está "preparado para a universidade". A quantidade de "faculdades" é assustadora e as faculdades públicas são (com raras exceções)"escolas de inúteis", desordeiros, maconheiros, e afins. Quanto ao comentário anterior do Belletti, digo que "o carro vai andar" quando o time do Madureira for campeão. Com as prisões de hoje chega-se ao total de 68 envolvidos no homicídio de Marielle, mas quanto ao mandante, a DH "ainda não descobriu uma autoria que há dois anos a mídia tem amplo conhecimento", mas a imunidade parlamentar, o foro privilegiado, e o "rabo preso" de muitas autoridades fazem com que o mandante desse crime, assim como o do marido da deputada Flordelis, continuem "fora do alcance dos braços da Lei".
ExcluirSe não me falha a memória o veteraníssimo comentarista do SDR, Professor Pintáfona, tem sua moradia nos arredores dessa pedreira.
ResponderExcluirRepetir um erro trágico, visando o lucro fácil, é literalmente capitalismo selvagem.
ResponderExcluirContam que utilização da dinamite para matar pessoas em confronto deixou o Nobel desgostoso, mas essa irresponsabilidade motivada pela ganância também é de causar depressão em qualquer inventor bem intencionado.
Essa história de Pedreiras no Rio, se for a fundo, é muito rica de detalhes. Uma cidade fundada entre o mar e a montanha, só poderia ter essas lembranças que foram infelizmente sepultadas pelo avanço das construções de novas moradias. O Rio é uma pedra só. Muito boa a série.
ResponderExcluirNa segunda foto, o quiosque que aparece fica defronte ao atual prédio da 9a Delegacia Policial?
ResponderExcluirHélio Ribeiro, a 9 DP foi inaugurada em 1906 e mantém até hoje a sua fachada original. Estive algumas vezes nela ainda no século passado, antes da reforma e havia até um pátio e cavalariças. O madeirame estava em mau estado por ocasião da reforma, que aconteceu por volta do ano 2000. A foto com o quiosque deve ser de 1902 ou 1903, época que houve um grande "asfaltamento" na região e no lugar da DP ainda aparece o quiosque e o terreno baldio.
ExcluirQuanto aos bondes do início do século XX conterem os dizeres "Candelária" no seu itinerário, nunca ouvi falar. Não é fácil obter fotos dos bondes dessa época. As poucas que eu tenho não possuem essa indicação.
ResponderExcluirSérie interessante!
ResponderExcluirE se continuar assim, com essa riqueza de fotos, será uma maravilha!
Uma pena que não terá nada da pedreira de Inhaúma!
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirA postagem de hoje me fez recordar da obra de Aluísio de Azevedo: O Cortiço.
Na história há da famosa pedreira adquirida por João Romão o personagem principal da história. Ficava no bairro de Botafogo atrás do cortiço. Não sei se existiu de verdade.
Não seria a da rua Assunção? Acho que ali havia uma pedreira.
ExcluirO Fluminense não quer voltar a jogar alegando saúde de seus atletas no que esta certo,mas precisa melhorar seu futebol pois domingo levou vareio do Volta Redonda. Flamengo está certo e a Globo se quiser TV tem que pagar o que estamos pedindo.Fora de contrato é nosso direito usar nossa imagem e vamos em frente.
ResponderExcluirO ex-futuro ministro pediu hoje o boné... Agora vai para o canto da sala e sentar virado para a parede.
ResponderExcluirEm 1954 passei as férias no apartamento de uma prima numa rua próxima à Rua Assunção e todas as tardes escutava os estampidos dessa pedreira
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