Seguindo com a série sobre as pedreiras, idealizada pelo Carlos Paiva,
vemos hoje a pedreira da Urca.
A primeira foto, de Holland, mostra um aspecto da Urca no início do século
XX. Após a Expo de 1908 os pavilhões desapareceram deixando um descampado arenoso,
continuando-se com uma grande pedreira que era explorada por uma família de
origem portuguesa, dispondo de uma velha concessão municipal para erguer um
bairro residencial em suas terras.
Cerca de dez anos após a Expo de 1908, o Comendador Oscar Gama, apoiado
pelo Prefeito Carlos Sampaio, fundou com alguns amigos a Sociedade Anônima
Empresa Urca, dando forma ao que o "Voluntário da Pátria " Domingos
Fernandes Pinto imaginara no século anterior, com a construção da Avenida
Portugal e a sua Igreja de N. S. do Brasil, as ruas próximas e as muralhas ao
longo de suas praias dando base para a Urca moderna, tendo até em uma de suas
praias mais agradáveis um hotel balneário, mais tarde transformado em Cassino
da Urca e, posteriormente sede da TV Tupi. Hoje abriga o IED (que estava para
sair de lá).
A segunda foto, um cartão postal, mostra a construção que servia para
receber as barcas (atracadouro) construída junto à ponte da Urca,
para os visitantes que chegavam pelo mar para a Exposição de 1908 na
Praia Vermelha, além de 2 construções pertencentes à pedreira situada
junto à encosta do morro da Urca. As pedras eram utilizadas como
enrocamento (muro de pedra) para contenção do futuro aterro (areia
dragada do fundo da baía) que seria a Urca. As pedras da pedreira da Urca foram
também usadas para construir o prédio da antiga Caixa de Amortização, até hoje
na esquina da Av. Rio Branco com Rua Visconde de Inhaúma.
M.R. Cantarino conta que trabalhou nesta pedreira: “Era um trabalho
exaustivo, de 8 horas diárias. Até que um dia determinei um gado de bancada,
extenso, cousa brutal, e foi todo preparado, mas no momento de provocar a
explosão, o encarregado declarou que não assumiria a responsabilidade. Não tive
dúvidas: fiz-me de forte, mandei dar o sinal convencionado, fiz evacuar os barracões
das oficinas, com máquinas custosas, fiz as ligações dos fios magnéticos que
ligavam as minas e um fio mais grosso e o liguei à chave do relógio de
eletricidade. Ao lado estava o compressor, máquina de ar comprimido que acionava
muitos marteletes (chamados de motocicletas de português) e que me serviria de
abrigo. Liguei a chave e fui para baixo da peça enorme. Foi uma cousa
espetacular, uma saraivada tremenda, mas sem dano, e com aplausos gerais pelo
volume de pedra deslocado. Mas o certo é que nunca mais repeti a façanha.
Em 1932, como podemos ver na manchete do “Correio da Manhã”, um grande
desabamento ocorreu atingindo a Rua Marechal Cantuária.
Esta pedreira era da Prefeitura, mas em 1925 foi dada “de mão beijada”
para a firma Penna, Parizou&Comp, segundo a edição 12/12/1925 do “Correio
da Manhã”.
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Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirCom esta série vamos conhecendo pedreiras em locais, pelo menos para mim, inusitados.
Já que estamos falando em pedreiras, um pequeno texto dos tipos de rochas. Inclusive, caso não esteja enganado, os morros do Rio são na maioria de Gnaisse.
ResponderExcluir" ROCHAS METAMÓRFICAS
As rochas metamórficas são formadas pela transformação de outras rochas em condições específicas de temperatura e pressão.
As rochas metamórficas são formadas a partir da transformação de outras rochas já existentes. Essa rocha original é chamada de protólito, que é a denominação dada na Geologia à rocha a partir da qual, por processos geológicos variados (incluindo o metamorfismo), formou-se uma nova rocha.
Os protólitos podem ser rochas ígneas, rochas sedimentares e até mesmo metamórficas. Por causa de alterações de temperatura e pressão resultantes dos movimentos da crosta terrestre, no decorrer do tempo geológico, as rochas podem modificar-se, tanto em sua composição química quanto em seu aspecto visual e textura, mantendo ainda a sua forma sólida.
Os principais exemplos de rochas metamórficas são:
Gnaisse: é uma rocha metamórfica muito utilizada na construção civil e na pavimentação. Ela é originada a partir do granito. O Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, é uma formação rochosa em gnaisse.
Ardósia: formada a partir do xisto, que é também uma rocha metamórfica, a ardósia é outra rocha muito utilizada na construção civil. É comum nos pisos em bordas de piscinas, em fachadas e muros.
Mármore: tipo de rocha metamórfica originada do calcário exposto à alta temperatura e pressão. É muito utilizado na produção de pias, bancadas, fachadas, pisos e na construção em várias aplicações.
Esses tipos de rochas têm muita importância econômica em virtude de sua ampla utilização na construção civil e na fabricação de objetos ornamentais, pois são materiais de revestimento muito duráveis, além de conferirem solidez e nobreza aos produtos.
Por Amarolina Ribeiro
Graduada em Geografia"
Diz a lenda que o Pão de Açúcar só foi tombado como patrimônio natural depois que disseram que ele continha urânio, minério que despertava a cobiça de gente poderosa na época.
ExcluirAs embarcações do cartão postal lembram as jangadas de Maceió. E deveria ser um passeio interessante chegar à Expo pela baía...
ResponderExcluirBoa tarde a todos. Pelo visto o Pão de Açucar salvou-se por pouco. As pedreiras hoje em atividade no Rio estão todas na zona norte, uma delas bem pouco tempo atrás apareceu no noticiário, pois os moradores da região a transformaram numa piscina.
ResponderExcluirFF: o "paciente 5" está com sintomas da "gripezinha". Pode ter pego na festinha de sábado na casa do embaixador americano.
ResponderExcluirFalando nele, tem uma empresa que pode faturar horrores com uma ideia bem apropriada... https://odia.ig.com.br/brasil/2020/07/5945525-marca-cria-saco-para-coletar-coco-de-cachorro-com-a-rosto-de-bolsonaro.html#foto=1
Se for em lugares onde há prosperidade e esclarecimento suficientes não há problema algum, já que ao mesmo tempo promove Bolsonaro e ajuda a limpar a cidade. Mas não se deve utilizar essa prática em qualquer local, principalmente onde o Presidente tem muitos "amigos fiéis". Se for então na zona oeste, Jacarepaguá, Curicica, e Região Olímpica, pode ser um "mau negócio".
ExcluirInteressante comentar sem ler a reportagem... Mas só se preocupa em disseminar "fake news" de procedência no mínimo duvidosa ou de robôs.
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