Fundado em 05 de abril de 1932, o Clube dos Marimbás deve seu nome à uma espécie de peixe, o Marimbá (Diplodus argenteus), muito comum à época nas águas em frente à sua sede localizada à beira da praia, no Posto Seis, em Copacabana. Para conseguir o terreno teve a ajuda do Presidente Getúlio Vargas, que passou a ser seu Comodoro de Honra, por título concedido em outubro de 1941.
Foi um dos primeiros projetos
de visibilidade de um jovem arquiteto chamado Lúcio Costa, que usou o art-decô
antes de virar modernista. Na primeira foto de hoje publicamos o
"ante-projecto para o Club dos
Marimbás", de "Warchavchik e Lucio Costa, Architectos".
Warchavchik foi a
coqueluche das décadas 30/40. Trata-se de um ucraniano que emigrou para o
Brasil e lançou o que chamou a "Casa Modernista". Ipanema contava com
vários exemplos de seus projetos. Em Copacabana, bem perto do Colégio Sacré-Coeur
existe uma um tanto ou quanto mexida.
A filosofia do projeto é
contar com materiais já existentes no mercado a preços bons. As característicss
visuais são linhas simples, ausência de adornos e um telhado (sem telhas), que
em caso de necessidade poderia ser adaptado para captação de águas pluviais.
Também janelas em basculante. Para "temperar" as linhas retas, uma
janela circular. Em lugar de grades em parapeitos, canos conectados uns aos
outros.
Nesse projeto dos Marimbás, podemos notar os
canos no parapeito da varanda. O clube fincado nas areias da praia de
Copacabana, junto a antiga colônia de pescadores foi construído em um local
onde no séc. XIX havia casas de pescadores e hospedarias para romeiros, mas
construído após a regularização da orla pelo PA da Av. Atlântica tem cara de
ser mais uma daquelas seções de área pública, feitas na primeira metade do Sec.
XX, pelas quais 90% dos clubes da cidade conquistaram seu pouso, com a
precariedade fundiária se esvaindo pelo passar das décadas. Na realidade há o
registro de doação do terreno por Pedro Ernesto por volta de 1933, proezas do
tenentismo visto que estamos em plena área de Marinha.
Um dos criadores do clube
foi o jornalista Roberto Marinho, que, além de eminência parda do Brasil por décadas,
era nos anos 30 um adepto do estilo “sportsman” pilotando carros de corrida,
lanchas velozes, disputando provas de hipismo e praticando a novíssima caça
submarina, aliás função primal do clube visto sua excelente localização. E a
escolha de Lúcio Costa era muito natural visto que o arquiteto projetava uma
casa para o jornalista no Cosme Velho.
O estilo náutico do
prédio pode ser visto em outros elementos internos, do então pequeno prédio,
como a escada em caracol que ligava os pavimentos, parecia ter sido retirada de
um iate, fora os externos como a sequência de escotilhas que ventilavam os toaletes
e a primeira cozinha.
Não sabia que marimbás era uma espécie de peixe. O Brasil é riquíssimo em nomes de pescados; mas, a despeito das 200 milhas Atlântico a dentro, não possui águas tão piscosas quanto à costa do Pacífico da América do Sul. Chile e Peru nos dão banho em produção de pescado.
ResponderExcluirQuer dizer que o Roberto Marinho era um "sportsman"... Fez escola...
Lembro-me que antigamente se falava muito do efeito da maresia nas mobílias e esquadrias nas construções à beira-mar. Hoje, quase não se fala nisso...
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirSempre achei que a palavra fosse paroxítona, por causa da pedra amarrada na linha...
Tenho uma foto, já postada nos antigos fotologs, garimpada na Praça XV, mostrando um grupo de pessoas no clube. Os detalhes da foto me escapam no momento.
Nada como ser amigo do rei, no caso do presidente Vargas. Se não me engano foi ele também que deu o terreno onde está o Iate Clube para o Fluminense fazer o Fluminense Iate Clube. Tudo uma grande mamata, Bem como os seguidos administradores que deixaram o Caiçaras e o Piraquê aumentarem muito de tamanho às custas do aterro da lagoa. Como sempre diziam por aqui puxadinho de rico pode?
ResponderExcluirSempre mesma história, os tempos mudam mas os que se aproveitam só poder continuam. Agora nas ilhas de Angra, casas de jogadores e tudo que sabemos.
ExcluirEsse restaurante é caro e o serviço e os preços são altos.É frequentado pela burguesia e entre seus frequentadores estão políticos,juízes,empresários,e dondocas da alta sociedade.As dizem que esse clube deve milhões em impostos que não são cobrados.Esse dinheiro poderia alimentar muitos poderes e mendigos de Copacabana.
ResponderExcluirA maioria dos países são terrenos aos clubes a diferença que devem existir contrapartidas. Não só dinheiro. O clube de golfe de Montevideu fds tem que liberar as quadras de tênis para não sócio grátis e existe aula para uma escola pública. Coisas desse tipo seriam bem vindas. Mas sabemos que João "guias" não gostam de se misturar.
ResponderExcluirConcordo com a idéia.Seria uma oportunidade de ser integração.Clubes como Marimbás,Caicaras,e Piraquê,poderiam oferecer aulas de tênis e equitação para moradores das comunidades da zona sul como Cantagalo,Rocinha,e Cruzada São Sebastião,e até oportunidade de emprego para esses jovens.
ExcluirQuem são João guias?
ExcluirBoa tarde a todos. A localização não poderia ser melhor, as instalações internas eu não conheço. Clubes Sociais sem exploração de atividade que lhe proporcione arrecadação (futebol), devem ser isentos de impostos dando em contra partida 2 dias na semana, para que suas instalações sejam utilizadas, para uso pelas escolas públicas do bairro no horário de 8:00 as 17:00h, Nestes dias as escolas que não disponham de quadras esportivas, poderiam ministrar aulas de educação física e treinamento de suas equipes de esportes conforme as instalações disponíveis no Clube.
ResponderExcluirApesar de já ter morado em Copacabana por quase 25 anos, só entrei no clube uma vez, por ocasião de um almoço de aniversário (90 anos) da mãe de uma amiga.
ResponderExcluirA impressão foi boa, tudo bem cuidado e aparentemente pouca gente frequentando(foi um domingo de sol).
Eu nunca fui muito de frequentar clube, por duas razões: o número de sócios geralmente se torna com o tempo maior do que o recomendável - gerando superlotação nas piscinas, restaurantes, etc - e a figura do "dono do clube" (são vários, na verdade),que se metem em tudo, criam regras próprias e azedam a convivência.
Clube social é coisa do passado, está em desuso, e sua tendência é acabar. O Marimbás não é diferente. A falta de privacidade e a promiscuidade são inibidores naturais e podem causar sérios transtornos. A vida mudou e os hábitos sociais também. Nunca gostei de praia e as piscinas eram uma alternativa. Em dias de verão ser obrigado a compartilhar a mesma piscina com pessoas de pouca higiene me fizeram abandonar essa atividade. Obs. Não sou o Anônimo das 10.15 nem o das 13.47.
ResponderExcluir...de Anônimo não tem nada, estilo inconfundível ...
ResponderExcluirA foto citada no meu comentário mais cedo é de dezembro de 1945 e mostra quatro jovens "em frente à nova pensão".
ResponderExcluirNão conheço o clube Marimbas mas é um clube para gente de dinheiro.
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