Relembramos hoje fotos do
húngaro Gyorgy Szendrodi que, em 1970/1971, documentou o Centro e a Zona Sul do
Rio de Janeiro de maneira extraordinária.
Nessa foto vemos o trecho
da Avenida Epitácio Pessoa entre a atual Rua Vinicius de Morais (antiga Rua
Montenegro) e a Rua Gastão Bahiana. Este grupo de prédios de 12 andares foi
construído entre 1950 e 1960. O restante do trecho era praticamente todo de
simpáticas casas que atualmente desapareceram. A avenida havia acabado de ser
duplicada na ocasião.
As últimas casas deste
trecho resistiram apenas até o final da década de 60.
Vemos o Panorama Palace
Hotel, construído na década de 60 ali na fronteira do Morro do Cantagalo com o
Morro do Pavão, com vista deslumbrante para a Lagoa e para a Praia de Ipanema,
mas que nunca chegou a funcionar como hotel.
Entretanto, suas
instalações inconclusas abrigaram o Berro d´Água e a boate “On the rocks”, que
fizeram muito sucesso. Era um terraço enorme, elegante, debruçado sobre a
Lagoa, com música e um animado bar. Quantos e quantos namoros não aconteceram
naquele local maravilhoso cujo acesso era pelo final da Rua Alberto de Campos,
em Ipanema? Subia-se por um elevador até o platô onde ficava o prédio,
cruzava-se um longo espaço inacabado, ainda em concreto, passando pela boate para
chegar até à varanda onde funcionava o Berro d´Água. Com a construção do hotel
falida, suas instalações parcialmente construídas foram cedidas para a TV Rio,
quando esta saiu do prédio do antigo Cassino Atlântico no Posto 6. Com o fim,
também, da TV Rio, a estrutura foi adaptada para o funcionamento de um CIEP,
idealizado por Leonel Brizola. Muitos perderam dinheiro comprando cotas deste
empreendimento.
Vemos, à direita, o Bar
Lagoa, fundado em 1934 como Bar Berlim. Durante a 2ª Guerra Mundial, devido aos
ânimos acirrados e às ameaças aos bares com nome alemães, mudou de nome para
Shangri-lá, tal como aconteceu com o Rhenania que mudou o nome para Bar
Jangadeiro. Com a morte do proprietário alemão, em 1948 mudou de nome para Bar
Lagoa. Até hoje funciona no mesmo prédio art-decó, servindo ótimos chopes e seu
carro chefe, o salsichão com salada de batatas.
Nesta foto vemos o restaurante Castelo da Lagoa, do Chico Recarey, onde funcionava também um anexo com o
Chico´s Bar, local de bons shows de música. A casa da esquina da Rua Joana
Angélica, que na época da foto tinha mão da lagoa para a praia, ao contrário de
atualmente, ainda permanece lá, mas o terreno do demolido Castelo da Lagoa permanece vazio há alguns anos. Certamente um “imbróglio” familiar. Salvo
engano pertencia ao empresário Benjamin Rangel.
Na primeira foto, a casa que aparece a direita era o Colégio Portocarrero.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirAcervos familiares escondem tesouros, alguns de estrangeiros.
Acompanharei os comentários. Área fora da minha jurisdição.
A lagoa Rodrigo de Freitas é um local super agradável. Sempre um bom passeio em dia de sol.
ResponderExcluirEssa boate “On the rocks” devia ser o máximo. Música, visual deslumbrante, mulheres bonitas...devia fazer muito sucesso mesmo.
Eu tinha a página de fotos do Sr Gyorgy Szendrodi salva nos favoritos, mas acho que acabou e tiraram as fotos da rede.
Dia de sol? Já me esqueci o que é isso!
ExcluirPassei muitas noites e madrugadas tomando tequila no Lagoa Charlie, naquele tempo não verificavam a idade, muito papos filosóficos, bons tempos de alto astral.
Esses prédios da Lagoa construídos nos anos 50 e 60 ainda tinham o estilo "muralha", como Copacabana.
ResponderExcluirVia internet descobrimos que o ex-futuro Panorama Palace, que foi CIEP, agora tem o nome de Centro de Referência da Juventude, de atividades culturais, incluíndo o Museu da Favela cujo site trás informações sobre o prédio.
O interessante é que no Maps o endereço da instituição é Estrada do Cantagalo, ou seja, via favela, podendo entrar pela Saint Roman, mas o Museu indica o acesso original da Alberto de Campos.
A primeira quadra da R nascimento Silva (que começa na R Farme de Amoedo) é um trecho sem saída. O acesso ao Panorama Palace fica (ficava) no princípio desta quadra.
ResponderExcluirO acesso era pela Rua Alberto de Campos. Há uma passagem lá no final para a Nascimento Silva, mas a entrada para o Panorama Palace era pela Alberto de Campos. Estacionávamos sobre a calçada da Alberto de Campos logo após a Farme de Amoedo até o morro. Os prédios deste trecho, do lado esquerdo, estavam em construção.
ResponderExcluirUm bom trecho da Rua Nascimento Silva foi "privatizada" pelos moradores, conforme as fotos do "Visto da Rua".
ExcluirBoa tarde a todos. Um local que não cheguei a conhecer, mas que deveria ser muito bom em todos os sentidos.
ResponderExcluirO Rio nesta época era bem mais provinciano, cada um no seu quintal.
ResponderExcluirGrato pela correção do meu comentário das 14:21h.
ResponderExcluirNas duas últimas fotografias aparece à esquerda da pista blocos de "gelo baiano" (e com espaçamento entre blocos irregular na última).
ResponderExcluirUm perigo para motoristas distraídos.
De péssimo gosto a denominação da gelo baiano para esses blocos de concreto.Pura discriminação e preconceito.
ResponderExcluirTudo é preconceito. Jesus...
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