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terça-feira, 10 de novembro de 2020

LAGOA POR GYORGY SZENDRODI

Relembramos hoje fotos do húngaro Gyorgy Szendrodi que, em 1970/1971, documentou o Centro e a Zona Sul do Rio de Janeiro de maneira extraordinária.

Nessa foto vemos o trecho da Avenida Epitácio Pessoa entre a atual Rua Vinicius de Morais (antiga Rua Montenegro) e a Rua Gastão Bahiana. Este grupo de prédios de 12 andares foi construído entre 1950 e 1960. O restante do trecho era praticamente todo de simpáticas casas que atualmente desapareceram. A avenida havia acabado de ser duplicada na ocasião.

                    As últimas casas deste trecho resistiram apenas até o final da década de 60. 

Vemos o Panorama Palace Hotel, construído na década de 60 ali na fronteira do Morro do Cantagalo com o Morro do Pavão, com vista deslumbrante para a Lagoa e para a Praia de Ipanema, mas que nunca chegou a funcionar como hotel.

Entretanto, suas instalações inconclusas abrigaram o Berro d´Água e a boate “On the rocks”, que fizeram muito sucesso. Era um terraço enorme, elegante, debruçado sobre a Lagoa, com música e um animado bar. Quantos e quantos namoros não aconteceram naquele local maravilhoso cujo acesso era pelo final da Rua Alberto de Campos, em Ipanema? Subia-se por um elevador até o platô onde ficava o prédio, cruzava-se um longo espaço inacabado, ainda em concreto, passando pela boate para chegar até à varanda onde funcionava o Berro d´Água. Com a construção do hotel falida, suas instalações parcialmente construídas foram cedidas para a TV Rio, quando esta saiu do prédio do antigo Cassino Atlântico no Posto 6. Com o fim, também, da TV Rio, a estrutura foi adaptada para o funcionamento de um CIEP, idealizado por Leonel Brizola. Muitos perderam dinheiro comprando cotas deste empreendimento. 

Vemos, à direita, o Bar Lagoa, fundado em 1934 como Bar Berlim. Durante a 2ª Guerra Mundial, devido aos ânimos acirrados e às ameaças aos bares com nome alemães, mudou de nome para Shangri-lá, tal como aconteceu com o Rhenania que mudou o nome para Bar Jangadeiro. Com a morte do proprietário alemão, em 1948 mudou de nome para Bar Lagoa. Até hoje funciona no mesmo prédio art-decó, servindo ótimos chopes e seu carro chefe, o salsichão com salada de batatas.

Nesta foto vemos o restaurante Castelo da Lagoa, do Chico Recarey, onde funcionava também um anexo com o Chico´s Bar, local de bons shows de música. A casa da esquina da Rua Joana Angélica, que na época da foto tinha mão da lagoa para a praia, ao contrário de atualmente, ainda permanece lá, mas o terreno do demolido Castelo da Lagoa permanece vazio há alguns anos. Certamente um “imbróglio” familiar. Salvo engano pertencia ao empresário Benjamin Rangel.

 

14 comentários:

  1. Na primeira foto, a casa que aparece a direita era o Colégio Portocarrero.

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  2. Bom dia, Dr. D'.

    Acervos familiares escondem tesouros, alguns de estrangeiros.

    Acompanharei os comentários. Área fora da minha jurisdição.

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  3. A lagoa Rodrigo de Freitas é um local super agradável. Sempre um bom passeio em dia de sol.

    Essa boate “On the rocks” devia ser o máximo. Música, visual deslumbrante, mulheres bonitas...devia fazer muito sucesso mesmo.

    Eu tinha a página de fotos do Sr Gyorgy Szendrodi salva nos favoritos, mas acho que acabou e tiraram as fotos da rede.

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    1. Dia de sol? Já me esqueci o que é isso!

      Passei muitas noites e madrugadas tomando tequila no Lagoa Charlie, naquele tempo não verificavam a idade, muito papos filosóficos, bons tempos de alto astral.

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  4. Esses prédios da Lagoa construídos nos anos 50 e 60 ainda tinham o estilo "muralha", como Copacabana.
    Via internet descobrimos que o ex-futuro Panorama Palace, que foi CIEP, agora tem o nome de Centro de Referência da Juventude, de atividades culturais, incluíndo o Museu da Favela cujo site trás informações sobre o prédio.
    O interessante é que no Maps o endereço da instituição é Estrada do Cantagalo, ou seja, via favela, podendo entrar pela Saint Roman, mas o Museu indica o acesso original da Alberto de Campos.

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  5. A primeira quadra da R nascimento Silva (que começa na R Farme de Amoedo) é um trecho sem saída. O acesso ao Panorama Palace fica (ficava) no princípio desta quadra.

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  6. O acesso era pela Rua Alberto de Campos. Há uma passagem lá no final para a Nascimento Silva, mas a entrada para o Panorama Palace era pela Alberto de Campos. Estacionávamos sobre a calçada da Alberto de Campos logo após a Farme de Amoedo até o morro. Os prédios deste trecho, do lado esquerdo, estavam em construção.

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    1. Um bom trecho da Rua Nascimento Silva foi "privatizada" pelos moradores, conforme as fotos do "Visto da Rua".

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  7. Boa tarde a todos. Um local que não cheguei a conhecer, mas que deveria ser muito bom em todos os sentidos.

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  8. O Rio nesta época era bem mais provinciano, cada um no seu quintal.

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  9. Grato pela correção do meu comentário das 14:21h.

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  10. Nas duas últimas fotografias aparece à esquerda da pista blocos de "gelo baiano" (e com espaçamento entre blocos irregular na última).
    Um perigo para motoristas distraídos.

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  11. De péssimo gosto a denominação da gelo baiano para esses blocos de concreto.Pura discriminação e preconceito.

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