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sábado, 23 de janeiro de 2021

DO FUNDO DO BAÚ: Coisas antiga (I)



Hoje e amanhã o DO FUNDO DO BAÚ está a cargo do prezado Helio Ribeiro, a quem agradeço.

“Apresento o que há de mais antigo aqui em casa, além de mim. Na verdade, o mais antigo é meu jogo de botões, datado de 1960 e mostrado anteriormente num outro FUNDO DO BAÚ. Cronologicamente, a ele se seguem:

1) CURSO LINGUAPHONE DE ALEMÃO (1962)

Era um curso composto por 13 discos compactos de 45 rpm, com 2 lições de cada lado, além de uma introdução e uma lição de fonética, perfazendo 50 lições propriamente ditas. Acompanhavam quatro livros, cada um com finalidade específica. Na época da construção do Muro de Berlim, eu ficava curioso tentando saber o que estava escrito nas faixas e cartazes que os manifestantes alemães carregavam pelas ruas em protesto. Em 1961, pedi um dicionário de alemão - português. Em 1962, no meu aniversário de 15 anos, pedi de presente o curso Linguaphone acima mostrado.

2) COLEÇÃO DE NÚMEROS DE BONDE  e respectivo INVÓLUCRO (1962)

Embora do mesmo ano que o Linguaphone, esta é alguns meses mais recente que ele. Eu anotava o número de ordem de todos os bondes que via, fosse nas ruas ou nas garagens. A foto mostra apenas as anotações referentes à série 1700. As quadrículas com números em azul indicam que vi o bonde com aquele número; aquelas em branco (ex: 1742) indicam que nunca vi aquele bonde; as em vermelho (ex: 1766) indicam que não vi o bonde rodando e sim em fotos, décadas depois da extinção deles. As letras em vermelho, acima e à esquerda dos números, é a abreviação da seção de tráfego à qual o bonde estava alocado quando o vi. As letras em azul (ex: 1763) são um caso mais complicado, que deixarei de explicar .

A foto mostra também o invólucro dentro do qual guardo a coleção. Está escrita em vermelho a palavra "BONDE", no alfabeto venusiano. Na época, a corrida espacial estava no auge, e eu inventei dois alfabetos:  o venusiano e o marciano, misturando letras de vários alfabetos existentes.

3) BINÓCULO MILITAR (1966)


Este binóculo eu recebi das mãos do Ministro da Guerra da época, como prêmio por ter sido o primeiro colocado no Curso de Artilharia do CPOR. Foi a realização de um sonho, porque eu há muito tempo desejava ter um binóculo ou, melhor ainda, uma luneta.

25 comentários:

  1. Gostei muito deste "Do fundo do baú". Me levou aos velhos tempos.
    Não tive o Linguaphone, mas aprendi italiano como o curso audio-visual da Editora Globo. Impressiona o que se consegue com perseverança e obstinação. Funciona mesmo.
    Gostei muito da ideia dos alfabetos venusianos e marcianos. A minha distração era ralaf sadot sa sarvalap oa aoiràrtnoc. Adac odiod moc saus sainam... Durante toda a vida só consegui conversar assim com uma pessoa, o pai de um amigo que era diplomata e chegou a ser Ministro das Relações Exteriores. Discutíamos muito a questão do h mudo e a posição dos acentos...
    Também ganhei um binóculo, não num concurso, mas de uma madrinha. Era companheiro habitual na arquibancada do Maracanã.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Cada louco com sua mania... Até hoje guardo minha coleção de notas e moedas, apesar de não aumentá-la há alguns anos. As últimas aquisições foram durante a Rio-2016. Algum colega meu tinha um binóculo desses. Eu só tive de brinquedo, comprado em banca de jornal.

    Cursos de idiomas evoluíram de discos, para fitas K7, CDs, fitas de vídeo e DVDs, e agora basta baixar aplicativo na rede ou ir em sítios específicos.

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    1. Em tempo: meu ex-cunhado tinha uma luneta quando morava com a minha irmã, mas nunca a usei.

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  3. Bom Dia! Também tenho ou tive muitas coisas que acho interessantes e ao longo do tempo fui juntando. Fichas de telefone e de ônibus do Rio e das Cidades por onde passava,chaveiros,moedas,notas,maços de cigarro, caixas de fósforos,fotografias e documentos antigos de familiares, quase 200 miniaturas de ônibus antigos,que eu mesmo construí etc... Tudo isso minha atual Esposa classifica de "bagulhos velhos", muitas ferramentas. Felizmente um Neto aceitou quando lhe ofereci tudo. Saudades do Rio: oirámirp ed opmet uem on augnil ates ielaf mébmat. Falar esta língua com os colegas dentro do bonde era o maior sucessso .

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  4. Tenho binóculo antigo. Objeto essencial. No Maracanã , em epoca que não tinha replay nem supercameras era o máximo.colecionei selos.

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  5. Bom dia a todos. Fundo do baú de hoje é bem fundo. Incrível saber como começou a paixão pelos bondes do mestre Hélio Ribeiro, bem como sua determinação para criar toda a documentação sobre o assunto. Coleções todas as pessoas normais as tiveram quando crianças e adolescentes, porém os tempos evoluem e muitas coisas que atraiam as crianças e eram colecionáveis, hoje quase não existem mais ou não despertam a atenção das crianças. Sobre times de botões, depois que um colega trouxe o seu time de botões feito todo ele de botões de roupa de mulher, todos passaram a fazer igual. Comprava-se os botões na Casa Artur no Lgo. S. Francisco e depois era só fazer a bainha em torno da circunferência de acordo com a posição, defesa, meio campo e ataque, depois era ir no seu Antônio da Relojoaria e pedir para deixar polir a bainha, ir na papelaria e comprar um decalque com o emblema do nosso time. Com isso fazíamos times com as cores do nosso time e dos times que eram a sensação do futebol brasileiro na época, Santos, Botafogo (meu time), Cruzeiro, Palmeiras e Seleção Brasileira. Para guardar o time, pegávamos uma flanela, dobrávamos duas abas nas laterais pouco maior do que o diâmetro do botões e depois era ir na confecção de uniformes do Sr. Orlando e pedir as costureiras para costurar as divisões, eram oito divisões de cada lado, dava para guardar a palheta, o goleiro e um pedaço de vela para passar no fundo do botão. Quando criança fiz várias coleções, tais como: Chaveiros (cheguei a ter mais de 5.000), ainda tem muitos aqui em casa que agora não sei onde estão, caixas de fósforos, separadas as embalagens de madeira, e as de papelão que eram dadas como cortesia, principalmente em hotéis e motéis, moedas, selos, embalagem de maços de cigarros, plásticos de propaganda, tive milhares deles e garrafas de Coca Cola estrangeiras, essa eu vendi (40 garrafas) para o Sr. Gilberto, por quinhentos cruzeiros. Bons tempos que coisas simples despertavam a atenção de uma criança.

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  6. Tenho até hoje minha coleção de selos...muitos de antes de 1900.Helio,uma pergunta:Um terreno no caju,foi usado como destino final para muitos bondes...sabe se foi nesse terreno uns anos depois, por volta de 1972,para onde levaram os carros velhos dos depósitos da rua da Lapa e dos arcos??Foi lá que se iniciou o tão temido depósito do Detran GB do caju....

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    1. Erick, ao que eu me lembre aquele terreno onde foram colocados os bondes da Zona Sul era da antiga DLU (atual Comlurb), mas posso estar enganado. Eu estive lá por duas vezes, para anotar os números dos bondes ali escorraçados. Da primeira vez correu tudo bem, mas da segunda um vigia me viu, achou que eu era ladrão e me botou para fora. Seria difícil explicar a ele o que eu estava fazendo ali. Nem tentei, porque ele provavelmente não acreditaria.

      Não sei dizer se era o mesmo terreno posteriormente usado para os carros velhos. Provavelmente, sim.

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    2. Respondendo ao prezado Lino Coelho e esclarecendo a todos os leitores: a foto mostra o que hoje se chama "núcleo duro", ou "hardcore", da minha coleção de número de bondes. Na época, eu também anotava vários detalhes de cada bonde: tipo de proteção lateral, tipo de letreiro, número do relógio registrador das passagens e até mesmo o valor do contador acumulado de passagens registradas naquele relógio. Essas anotações complementares eram feitas em grandes folhas de cartolina, acho que de uso em contabilidade ou controle de estoque.

      Quando os bondes foram extintos, guardei-as em cima de uma grande prateleira existente lá em casa. E ali ficaram por anos. Em 1972, estávamos de mudança e fizemos uma limpa no que não seria levado para a nova casa. Aí constatei que as traças tinham feito estrago nas ditas folhas. Infelizmente joguei-as fora, embora muitas anotações estivessem em perfeito estado. Hoje me arrependo de tê-lo feito.

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    3. Quanto ao método Linguaphone, tinha suas limitações, pelo menos em relação ao idioma alemão. Além dos discos compactos, o material incluía um livro texto com as lições, um outro com a tradução das palavras novas de cada uma delas, e um livreto de gramática, muito rudimentar.

      Eu considero muito simples a gramática alemã, mas se ninguém explicar as suas regras, você fica mais perdido que político honesto no Congresso Nacional. E o Linguaphone era muito deficiente nisso. O alemão possui declinações para os substantivos, adjetivos e pronomes. Por exemplo: o possessivo "meu", masculino singular, pode assumir as formas "mein, meiner, meines, meinen e meinem", dependendo da função sintática dele na frase. E o Linguaphone não explicava isso de maneira clara.

      O resultado é que eu não conseguia entender por que se devia empregar uma ou outra forma das palavras. Aí, na lição 13 eu desisti. Mas até hoje sei algumas lições de cor e salteado.

      Em 1967 ganhei o livro "Deutsche Sprachlehre für Ausländer", que ensinava de maneira maravilhosa, clara e com centenas de exercícios as regras da gramática alemã. Aí, foi mel na sopa. Em 1970 eu destruía em Análise Sintática, por conta de um curso preparatório que havia feito. Assim, em 1970/71 fiz TODAS as lições desse livro, e TODOS os exercícios.

      Para não perder a prática, passei a comprar revistas importadas alemãs, à venda nas bancas de jornais, como "Der Spiegel", "Bunte Illustrierte" e "Quick", e conseguia entender praticamente tudo o que estava escrito.

      Resumo: a pronúncia das palavras, aprendi com o Linguaphone; a gramática, com esse livro.

      E foi com esse conhecimento que na década de 1980 fiz três viagens a países germanofônicos, entendendo-me com os habitantes locais e com as placas de sinalização, produtos de supermercado, etc.

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    4. Lendo os comentários, vejo que praticamente todos possuíam coleções no passado. Talvez fosse uma boa ideia aqueles que ainda têm remanescentes delas postarem-nas nessa seção FUNDO DO BAÚ, obviamente se o Luiz assim achar conveniente.

      Todos sabemos da dificuldade que o Luiz tem para arranjar material a ser postado. Qualquer ajuda e contribuição imagino que seja de grande valia.

      Vamos lá, pessoal!! Deixem a timidez de lado!!

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    5. Pois é, Helio. Quanto ao italiano comecei com o curso com fitas K7 e apostilas da Editora Globo. Achava as fitas ótimas pois se podia parar e retroceder até o ponto desejado com facilidade. Passei a assistir aos noticiários e alguns programas da RAI, Depois de dois anos contratei uma professora particular. Ela disse que nunca teve um aluno iniciante com o vocabulário que eu sabia. Daí a começar ter fluência foi rápido. Passei três férias na Itália na casa de um amigo italiano. Aí foi mel na sopa, como você diz. Na primeira visita comprei muitos livros em italiano, de ficção (por serem mais fáceis de ler) e despachei para cá por via marítima. Litodos e aumentei o conhecimento da língua. Voltei lá, em Perugia, e fui acolhido pelos amigos dele e fiz muitas amizades. Como pouquíssimos falavam inglês a conversa era sempre em italiano. Me senti em casa e eles ficaram espantados com minha fluência. Perguntaram se no meu colégio havia aulas de italiano. Disse que não, mas que achava a língua italiana muito bonita e aí contei a história do meu aprendizado.

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  7. Lembro de coleções de plásticos de propaganda e chaveiros lá em casa, não sei se do meus pai ou do meu irmão. Já moedas eram com certeza do meu pai e atualmente estão guardadas comigo, assim como um binóculo bem fraquinho que também levávamos ao Maracanã.
    Ele tinha notas também, do início da adoção do cruzeiro e uma ou outra anterior a isso, mas, entre outros objetos, um ladrão levou em dias de casa vazia no carnaval de 1982. Não deve ter visto as moedas. Também carregou minha pequena coleção de maços fechados de cigarros estrangeiros. Nunca fui fumante mas parentes e amigos me presenteavam.

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    1. fotografa esses maços de cigarros. Adoraria ver.

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    2. desculpa. agora entendi que ele foram levados...é a idade...

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  8. O Helio deve ter um quarto somente para guardar essas coisas...
    Quanto ao binóculo, eu frequentava a social da gávea e tinha um amigo, rico pacas, que apareceu um dia com um binóculo Zeiss. Eu fiquei tão empolgado que ele viajou e trouxe um igual para mim. Não era presente. Disse que, se eu quisesse, deveria dar a ele uma soma, se em termos de hoje, seria por volta de 5 mil reais, na época. As vacas minhas eram magras e tive que dizer que agradecia, porém já tinha encomendado um para um amigo que ia para a Alemanha. Mentira... não tinha a grana mesmo. Durante algum tempo ele me perguntou sobre o binóculo e eu sempre dizia que meu amigo ainda não tinha voltado da Alemanha. Nesse interim ele morreu... não precisei dar mais desculpas...

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  9. Não cheguei a ser colecionador de nada, mas "juntei" um monte de chaveiros, selos e tampinhas de garrafas em geral. Mas colocava dentro de sacos plásticos, sem o cuidado necessário para conservar os selos, principalmente.
    O que mais tive foram as tampinhas, pois um amigo do meu pai era dono de bar, e ele me trazia toda semana dezenas de tampinhas. Devo ter tido mais de 1000 dessas tampinhas. Não sei onde foi parar minha "coleção".

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  10. É incrível como todos colecionamos coisas no passado. Eu também tive várias das coleções mencionadas pelos comentaristas, porém só restaram algumas: a de número de bondes, a de moedas, a de chapinhas de cerveja (ou de qualquer outro produto engarrafado), a de bolachas de chopp (poucas, a maioria estrangeiras) e a que eu chamo de coleção de placas de carro (seria longo explicar o que ela é). Do ano 2007 para cá, passei a colecionar fotos de bondes da Light.

    Atualmente, só a de placas de carro e a de fotos de bondes estão ativas e me dedico com afinco a elas. As outras estão paradas, mas ainda tenho guardado seus exemplares.

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  11. Luiz, minha ascendência por parte materna é italiana, da Calábria, sobrenome Morelli. Mas não cheguei a ver esses italianos, pois morreram bem antes de eu nascer.

    Embora nunca tenha tido curiosidade em aprender o italiano, eu aprecio muito as músicas, principalmente as napolitanas. Isso desde tenra idade, por meu tio possuir varios discos de 78 rpm com tais músicas.

    Em 2013 gravei quatro CD's com um total de 88 músicas italianas, e fiz um caderno com as letras originais e respectivas traduções, obtidas num site.

    Acho belíssimas as canções "Il Marenariello", "Santa Lucia Luntane", "Vieni sul Mar", "Cuore 'Ngrato" e várias outras, e muito engraçada a letra e o ritmo de "Comme facette mammeta".

    A mais antiga que gravei é "La biondina in gondoeta", de 1788.

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    1. Helio, vc tem como mandar por email esta gravação? Se tiver, manda para eduardobertoni53@gmail.com. Grato!

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  12. Eu admiro pessoas como você, que se interessa em aprender idiomas por hobby ou curiosidade. Nem sempre isso é fácil. Eu gostaria de ser fluente em vários idiomas.

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  13. As contribuições dos inventores de alfabetos deveriam ser colocadas em quarentena.

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  14. Bom esqueci de mencionar as mais de 1.500 placas de carros,somente do Brasil...

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  15. Vendo os comentários, lembrei de outras coleções. Algumas já se foram, como a de latas de bebidas de alumínio (nacionais e importadas). Tenho em algum lugar perdido algumas fichas de telefone separadas por operadora (TELERJ, CETEL, TELESP, TELEMIG, CRT, etc), fichas de ônibus (poucas) e chaveiros. Cheguei a colecionar boxes ou maços de cigarros desmontados e até os selos de fiscalização com os preços impressos (ou um código quando a inflação era grande).

    Tenho também até hoje uma coleção de mini-Cokes (a outra se perdeu) e de ioiôs, também da Coca.

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  16. Tenho um binóculo militar desses que pertenceu ao meu sogro, oficial da Aeronáutica. E meu tio Clovis tinha um Linguaphone em Alemão e outro em Inglês, mas acho que ainda em disco de 78 rpm.
    Quando trabalhava na Cidade costumava passar em frente a uma livraria na Rua São José na hora do almoço e sempre escutava os Linguaphone tocando em Inglês, "My name is George. I live in America" ou em Francês. Um dia passei por ali às quatro da tarde e escutei em Japonês, horário menos badalado.

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