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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

CAFÉ NICE


O Café Níce foi fundado em 1928 e sobreviveu na Av. Rio Branco até 1954. Reunia a boemia carioca e era ponto de encontro de músicos, jornalistas e personagens do mundo do futebol.

Por sua localização no centro da cidade e pela época em que funcionou era praticamente obrigatório o uso de terno por seus frequentadores. Ficava na esquina da Av. Rio Branco com Rua Bethencourt Silva, exatamente na Av. Rio Branco nº 174.

No Café Nice muita música era composta e vendida. Era comum encontrar ali Noel Rosa, Pixinguinha, Villa-Lobos, Orestes Barbosa, David Nasser, Jorge Veiga, Blecaute, Moreira da Silva, Sivuca, Araci de Almeida, Ataulfo Alves, Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Francisco Alves, Mário Lago. . Durante muitos anos manteve uma orquestra de moças, dirigida pela violinista Maria Luíza Goudron.

Mas a frequência do Café Nice também incluía bicheiros, bookmakers, até contrabandistas, segundo Danilo Gomes. Era um bom local para lavagem de dinheiro, comprando músicas para despistar a polícia. J. Piedade era conhecido como o maior vendedor de músicas do Café Nice.

 

23 comentários:

  1. Essa estória de "vender música" é antiga. "Havia rumores" de que algumas músicas de Noel Rosa também assinadas por um certo "Kid Pepe", um lutador de boxe, tiveram essa "parceria" obtida de forma suspeita, seja através da compra, seja através de ameaças. Compor música no passado era uma atividade que muitas vezes era plagiada por "espertos", já que muitas músicas não eram registradas. Um bizarro exemplo disso é a música "Meu limão meu limoeiro", música popular muito antiga e que foi registrada por Carlos Imperial, um dos maiores ícones da canalhice e do mau-caratismo. Quanto ao Café Nice, havia uma casa com esse nome nos anos 80 na Avenida Rio Branco na Cinelândia.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Essa numeração está certa? Salvo engano, essa rua Bettencourt Silva fica atualmente entre o Avenida Central e o prédio da Caixa, servindo de acesso à estação Carioca do metrô.

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  3. Em tempo: pela numeração e pelos frequentadores ficaria perto da Praça Mauá e da rádio Nacional, o que faria sentido... Posso ter mesmo confundido as ruas.

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  4. O primordial Café Nice (Av. Rio Branco, 174) ficou famoso pela quantidade de obras memorialistas que foram escritas sobre os episódios de encontros ali ocorridos entre seus peculiares e então famosos frequentadores, rendendo também uma composição musical. Existe até um livro incompleto, de autoria do compositor Wilson Batista. Todavia, houve quem afirmasse que sua posição privilegiada no centro da cidade, e proximidade com as sedes das Rádios e gravadoras, foi primordial para a regular frequência dessa fauna musical. Um desses observadores foi o radialista/redator/ animador Renato Murce, autor do livro "Bastidores do Rádio - fragmentos do rádio de ontem e de hoje" (Ed. Imago, 1976) que mencionou em sua obra a importância da Taberna da Glória nos equivalentes encontros dos compositores e intérpretes, que varavam a madrugada em total boemia. Outra importante obra sobre o tema que merece citação é "Memórias do Café Nice", de Nestor de Holanda.

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  5. Para mim, foto inédita. Uma beleza de Bar. Vendo no Google, o número 74 ficava na Av. Rio Branco, perto da esquina com a Rua da Alfândega. Conheci um Café Nice, nos anos 90, que ficava no subsolo na última quadra da Av. Rio Branco, na calçada da esquerda, logo após a esquina com a Rua Santa Luzia. Não devia ter relação alguma com esse.

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  6. Bom dia a todos. Não é do meu tempo, vamos acompanhar os comentários.

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  7. Linda postagem, não conhecia a história do Café Nice, pelo que li era Av. Rio Branco nº 174

    Li um pouco sobre, inclusive o café é citado na música 'Rio Antigo' de Chico Anysio e Nonato Buzar, no Youtube há uma gravação dos 2 cantando mas a da Alcione é melhor.

    Sinceramente, vale a pena escutar: https://www.youtube.com/watch?v=2q5zgzxqol8

    'Quero um bate-papo na esquina
    Eu quero o Rio antigo
    Com crianças na calçada
    Brincando sem perigo
    Sem metrô e sem frescão
    O ontem no amanhã
    Eu que pego o bonde 12 de Ipanema
    Pra ver o Oscarito e o Grande Otelo no cinema
    Domingo no Rian
    Me deixa eu querer mais, mais paz

    Um pregão de garrafeiro
    Zizinho no gramado
    Eu quero um samba sincopado
    Taioba, bagageiro
    E o desafinado que o Jobim sacou
    Quero o programa de calouros
    Com Ary Barroso
    O Lamartine me ensinando
    Um lá, lá, lá, lá, lá, gostoso
    Quero o Café Nice
    De onde o samba vem
    Quero a Cinelândia estreando "E o Vento Levou"
    Um velho samba do Ataulfo
    Que ninguém jamais gravou
    PRK 30 que valia 100
    Como nos velhos tempos

    Um carnaval com serpentinas
    Eu quero a Copa Roca de Brasil e Argentina
    Os Anjos do Inferno, 4 Ases e Um Coringa
    Eu quero, eu quero porque é bom
    É que pego no meu rádio uma novela
    Depois eu vou à Lapa, faço um lanche no Capela
    Mais tarde eu e ela, pros lados do Hotel Leblon

    Um som de fossa da Dolores
    Uma valsa do Orestes, zum-zum-zum dos Cafajestes
    Um bife lá no Lamas
    Cidade sem Aterro, como Deus criou
    Quero o chá dançante lá no clube
    Com Waldir Calmon
    Trio de Ouro com a Dalva
    Estrela Dalva do Brasil
    Quero o Sérgio Porto
    E o seu bom humor
    Eu quero ver o show do Walter Pinto
    Com mulheres mil
    O Rio aceso em lampiões
    E violões que quem não viu
    Não pode entender
    O que é paz e amor'

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    1. Que letra maravilhosa!! Retrata bem o Rio da época, o Rio de que sinto falta. Nunca ouvi essa musica. Há quase 1 mês baixei do You Tube 52 músicas brasileiras antigas e gravei dois CD's com elas. Tem Ivon Curi, Núbia Lafayette, João Dias, Wilma Bentivegna, Vanja Orico, Trio Nagô, Dalva de Oliveira, Sylvia Telles, Dalva de Andrade, Dóris Monteiro, Dorival Caymmi e outros.

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    2. A letra é genial e retrata o verdadeiro Rio. A melhor de todas as gravações é a de Alcione.## Nunca achei Ivon Curi um bom cantor. Era humorista, homem-show, mas nunca cantor. Era casado com uma portuguesa de nome Ivone e diziam que foi um casamento arranjado. Lafayette era bom no teclado, Dalva de Oliveira era uma das melhores vozes femininas (quando sóbria).

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    3. Prezado Hélio, deixei o link da música no comentário, escute, tenho certeza que vai gostar, a voz da Alcione jovem é sensacional!

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    4. Prezado Mário Fonseca ==> realmente, o Ivon Curi não era bom cantor. Baixei dele "Farinhada","Menino de Braçanã" e "João Bobo", a título de recordação. Quanto ao nome Lafayette que escrevi, não era o tecladista e sim a cantora Núbia Lafayette, cantando "Kalu".

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  8. ERRO DE DATILOGRAFIA: o número correto é 174, não saiu o 1 no texto. Já corrigi. Mas pela descrição da esquina com Bethancourt Silva já podia se ver que estava errado. Agradeço a atenção dos comentaristas que rapidamente notaram o engano.

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  9. O livro do Danilo Gomes, "Antigos Cafés do Rio de Janeiro", também é muito interessante.

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  10. Muito boa essa foto.
    Bela marquise, de muito estilo.
    Conforme comentei uma vez o Google Maps ignora a existência da Rua Bethancourt Silva.

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  11. Às vezes tenho dúvidas se certas músicas do Roberto e Erasmo Carlos são realmente de autoria deles.

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  12. Particularmente, acho que se trata de plágio os 20 segundos iniciais das músicas _Pele de Couro_, do Ruy Mauriti, e _Longer Boats_, do Cat Stevens.

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    1. Prezado Hélio, na condição de particularmente interessado nos aspectos da denominada propriedade imaterial, onde se enquadra o Direito Autoral, entendo que caberiam alguns esclarecimentos. A utilização do termo "plágio" é usual porém não tem amparo na legislação pertinente. A expressão correta é contrafação. Com relação aos aspectos de reprodução de trechos de obras intelectuais a legislação, e a correspondente jurisprudência, fala na reprodução ilícita "do todo ou em parte", sem mencionar o fator tempo ou o número de compassos, neste caso nas composições musicais. Assim, para confirmar, ou não, o conteúdo do pedido inicial da competente Ação Ordinária será necessária a designação de perito judicial pelo juízo, e dos assessores técnicos pelas partes, estes responsáveis pela formulação dos quesitos.

      Com relação às suas suspeitas da utilização de "plágios" nas composições da dupla Roberto e Erasmo Carlos isso ficou demonstrado quando da condenação a que foram sujeitos em processo movido em anos recentes. O mundo do "show business" está farto de conhecer os hábitos dessa dupla. Inclusive era comum ouvir que eles tinham o hábito de se autocopiarem. Mas não são e nunca serão os únicos. Atuei como perito informal em processo movido pela cantora evangélica Tita contra o maestro Tom Jobim com relação à música Anos Dourados (a composição, não a letra do Chico Buarque) e meu parecer foi confirmado em juízo, com a consequente condenação. O processo foi arquivado com a morte do compositor. Outro famoso caso foi do cantor/compositor brasileiro Morris Albert (Maurício Alberto) com a composição "Fellings". Faltaria espaço para citar apenas os mais conhecidos.

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  13. O Samba-canção Rio Antigo mostra tudo que Rio tinha e perdeu. Os autores estavam inspirados quando o compuseram. Não sei qual foi a proporção de cada um e a sensibilidade de Mário Lago foi muito além da panfletagem partidária.

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  14. Ao "Unknown" das 09:38h ==> escutei a música indicada e listada no seu comentário. As imagens que acompanham o desenrolar da canção constituem um belo caso à parte.

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  15. Boa noite. Passei para ler os comentários já que não conheci este Café Nice (o original), e encontro a letra da musica Rio Antigo, para mim uma das mais bonitas letras de música que falam do Rio. E aproveito a oportunidade para sugerir ao gerente do nossa bar, que o Dr. Luiz D' faça desta música o Hino ou a Canção Símbolo do Saudades do Rio.

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  16. Fiquei na dúvida quanta se a foto é mesma do Café Nice...me parece que já vi em algum grupo de Rio antigo com outro nome...

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