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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

SANTA TERESA

Foto do século XIX provavelmente do Largo do Guimarães onde os únicos indícios de urbanização são a amurada que servia para suportar as tubulações que levavam água do Silvestre para a cidade, os bondes puxados a burro e os lampiões a gás. 


Vemos as obras de urbanização e pavimentação, já existem construções, mas a murada ainda guarda o formato primitivo, que em breve perderia. Ainda existem árvores no leito da rua que certamente estão com seus dias contados. Os bondes já são elétricos.


Vemos o bonde Silvestre no terminal do prédio da Ordem Terceira no Largo da Carioca em 11/12/1933. a propaganda é de "GUARAÍNA". Indicada para "dores, gripes e resfriados", "não ataca o coração". Esta linha fazia o seguinte trajeto: Largo da Carioca, Santo Antônio, Viaduto, Joaquim Murtinho, Rua Almirante Alexandrino até a estação Silvestre (EF Corcovado).

 

A foto mostra um dos antigos monoblocos curtos Mercedes-Benz e um bonde, já amarelo, no ponto do Largo do Guimarães. A região administrativa hoje reparte o prédio da antiga Casa Mauá - que foi o melhor armazém do bairro - com um cinema e um posto da PM. Acho que a antiga cor verde do bonde era mais elegante, Foto garimpada pelo Nickolas.


O bonde de Santa Teresa ainda nas cores da CTC-GB passa pelo Largo dos Guimarães em Santa Teresa, o local exato é a esquina da rua Almirante Alexandrino com rua Santa Cristina. Conta o Decourt que em relação ao mobiliário urbano há uma curiosidade, vemos na foto o processo da troca da iluminação pública, o velho poste de iluminação, no extremo esquerdo da foto, já tem preso o braço e o reator da luminária a vapor de mercúrio. Esse processo se repetiu por toda a cidade nos anos 70, onde a iluminação por lâmpadas incandescentes que ficavam em belos postes de ferro fundido foi substituída pela a vapor de mercúrio em impessoais postes tubulares. Quanto ao DKW me parece ser um com dois faróis e não quatro.


 Quase em frente do Bar do Arnaudo na Almirante Alexandrino. Não sei como esses bondes com reboque conseguiam fazer as curvas em Santa Teresa.

 Aquela marca à esquerda é do site do Allen Morrison?

 PS: postagem "with a little help from my friends" Decourt e Derani.

 

19 comentários:

  1. O terminal da Ordem Terceira "não é do meu tempo" mas seu funcionamento devia ser interessante. O que foi feito com o sistema de bondes foi criminoso. No início dos anos 60 o sistema operava com 35 bondes, a maior parte com reboques, e 3 ramais. Com a suspensão do tráfego devido ao temporal de Janeiro de 1966, o sistema voltou a funcionar com apenas 2 ramais e os reboques desapareceram. Atualmente o sistema funciona de uma forma reduzudissima,"quase artesanal", uma curiosidade. O bairro se degradou em razão da expansão das favelas da região, tornou-se um território perigosíssimo onde os assaltos, os roubos, e os furtos de energia elétrica e de água, fizeram de Santa Teresa um bairro "sem opções". Além disso "não há transporte", público e os motoristas de táxis e Ubers se recusam a subir suas ladeiras.

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    1. FF: A Polícia Federal tenta cumprir um mandado de prisão em desfavor de Roberto Jefferson, presidente do PTB. A ordem de prisão foi expedida pelo Ministro de STF Alexandre de Moraes.

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    2. O terminal da Ordem Terceira - nunca tinha ouvido falar assim, para mim, era a Estação e só - era mesmo interessante. Tinha uma loja delicatessen, pipoca e, provavelmente, muito mais coisas, eu é que não lembro. Era conhecido como prédio da Seda Moderna, uma loja que dava frente para o Largo da Carioca; junto à calçada vi inúmeras rifas de automóveis do final dos anos 50 - claro que lembro de marcas e anos, mas não conto aqui, nem sob tortura do Moraes.
      O desembarque dos passageiros era do lado de fora, sob sol e chuva e o embarque era nesse local, com números de latão de 1 a 8 chumbados no chão, correspondentes às filas dos bancos, para o carro motor e para o reboque. Em 60, ou 61, houve a mudança da estação para a Avenida Chile, mais ou menos onde hoje é o prédio da Petrobras (EDISE) e os números de latão foram ali recolocados. Esta estação chamou-se Brasília, fosse pelo estilo de pilotis, ou pela aridez do ambiente. Para quem ia tomar outro bonde no Largo de S. Francisco ficou muito pior, porque não tinha sombra alguma. Ao contrário, havia poeira ou lama pelo caminho de bloquetes sextavados, mas a estação era funcional e a delicatessen foi também preservada. Eu bebia Sustincau, conforme houvesse sobra de mesada.
      Com a construção do prédio, a estação foi mais uma vez mudada, para o teto do estacionamento da Petrobras e ainda está no local. Os números do reboque não estão mais lá (devem estar numerando as vigas da Perimetral), visto que não há mais reboques.
      Antes dessa estação, houve um terminal entre o Chafariz e o prédio da Imprensa Nacional. Ja vi fotografia onde aparece a escadaria de acesso e a ponta do terminal, em estilo de chalé, com telhado inclinado. Não havia retorno e o bonde devia voltar de ré e trocar a posição do reboque no primeiro desvio. Nunca vi nada mais detalhado além da menção em uma planta da cidade.
      O pessimismo do Joel em relação ao bairro tem razão de ser, mas os táxis já sobem sem reclamar e dão desconto em vez de cobrar a tabela 2... deve ser a crise.

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    3. Uma atitude muito interessante era a de dar passagem ao passageiro que estivesse atrás do que não fosse usar aquele destino. As pessoas perguntavam: -Vai nesse? e havendo negativa, se posicionavam de maneira ordeira. Para cada fila era feita uma sub-fila de 4 passageiros e nunca vi sequer uma discussão, ou furada de fila.
      Havia um relógio e um placar, ambos pendurados no teto da estação. Ali ficava iluminado o destino da próxima composição e então essa organização da sub-fila acontecia.

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    4. Dieckmann, em 1959 a estação de bondes não era em uma nesga do morro de Santo Antônio próxima à garagem que existia ali e que ficava na altura da Senador Dantas? Desse terminal poderia se ver os prédios da Senador Dantas abaixo e isso pode ser comprovado nas cenas do filme Orfeu Negro.

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    5. Vou rever o filme. Quando houve a mudança para "Brasília" pode ter havido algo provisório. Mas não confundir com as duas casas de administração que ficavam perto da oficina que você mencionou.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Vou acompanhar os comentários. Não tenho muito com que colaborar em relação ao tema, além de ter visto os bondes passarem no centro.

    Ontem, por curiosidade, dei uma passada no site do Decourt, sem atualizações há dois anos. O último comentário foi feito em abril passado.

    Hoje é o dia do canhoto.

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  3. Creio que , na postagem, algumas fotografias ficaram com a posição trocada em relação ao texto.
    A fotografia 1 é na área do Silvestre, ou Dois Irmãos. O texto que vem em seguida a ela trata da fotografia 2, que trata da urbanização do Largo do Guimarães. Esta foto 2 é muito interessante, pois o ângulo é quase o mesmo das fotografias 4 e 6 (esta com um ângulo menos aberto).
    A fotografia 3 traz o texto correto (à exceção de uma simples vírgula, para separar as palavras Viaduto de Rua Joaquim Murtinho) e no lugar da postagem em que se espera.
    Na fotografia 5, o bonde da CTC está em frente ao Bar do Arnaudo, quase na esquina da Rua Santa Cristina; o bonde e o DKW (de dois farois) já deixaram o Largo do Guimarães há 100 metros).
    Na foto 6, o bonde com reboque está no Largo do Guimarães. O segredo da capacidade de curva está na curta distância entre eixos, tanto do carro-motor, quanto do reboque. O engate entre ambos até permitiria curvas mais acentuadas.
    Todas as fotografias mostram bondes das linhas na direção do Silvestre; embora eu morasse no ramal Paula Mattos, que vai até o Largo das Neves, eu usava mais as linhas do Silvestre devido à maior frequencia e saltava neste ponto onde está o reboque. Ainda hoje faço o mesmo, pois o ramal Silvestre é servido por 3 linhas de ônibus - Carioca, Central e Largo do Machado - enquanto que a linha para o Paula Mattos faz apenas a conexão com o Largo da Carioca.

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    1. Obrigado pelas correções. O Decourt já foi confiável. Mais um ídolo que cai...

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  4. O Allen Mkrrison costumava colocar nas fotos dele os dizeres "Coleção Allen Morrison".

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  5. Em matéria de bondes, sou como um marido fidelíssimo: só tenho olhos para os da Light/Jardim Botânico. Por isso meu site só trata deles. Faço questão absoluta de ignorar todos os demais.

    Assim sendo, não tenho nada a acrescentar sobre os bondes nem sobre os locais das fotos de hoje.

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    1. Depois de tantos anos após o falecimento do bonde da Light e nem uma saidinha com um de Sta. Teresa?
      Uma olhadinha nos detalhes, mesmo que numa escala menor, fazem lembrar do falecido, não?

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    2. Em 2009 levamos um paulista para andar no Santa Teresa. O motorneiro teve de parar o bonde duas vezes, ao abrigo de prédios, por causa de cerrado tiroteio que ninguém sabia de onde partia. Os passageiros, apavorados, tentavam se abaixar dentro do bonde quase lotado. Em vão.

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  6. O ramal da Francisco Muratori que teve sua circulação suspensa após o temporal ocorrido em 10 de Janeiro de 1966, nunca utilizou reboques e se conectava ao ramal Paula Mattos. Por mais de 30 anos nunca foi reativado e em 1998 o Governador Marcello Alencar decidiu reativa-lo e para isso foi retificado o traçado (era originalmente sinuoso), foram trocados trilhos e dormentes e a reinauguração seria em 1998, mas apesar dos testes realizados com sucesso a reativação acabou não acontecendo. Sem ter como "bater o martelo", acredita-se que o "poder dissuassório" da Fetranspor prevaleceu. Cogitou-se às vésperas dos jogos olímpicos de 2016 mais uma vez a reativação do ramal, mas ficou "o dito pelo não dito".

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  7. Ontem já estavam boas, mas hoje a sequência de fotos está melhor.
    Santa Teresa ainda parece um bairro diferenciado e a sobrevivência do bonde por lá colabora muito para isso.



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  8. Esses ônibus prateados da CTC eram muito bonitos. Em 1966, quando morava na casa de meu avô, próximo a Usina, pegava um destes todos os dias Usina-Leme.

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  9. O ramal da Muratori tinha bondes sem reboque e bagageiros com destino ao Paula Mattos e Lagoinha, ou França. Não lembro de ir até o Silvestre, mas usei muito pouco e posso estar enganado.
    A reforma a que o Joel se refere suprimiu um desvio e a operação ficou grotesca, com o bonde descendo "de costas" quase até os Arcos e lá retomando o desvio para refazer a subida. Foi refeita de novo na gestão anterior do Ciclovia Paes, mas, de novo, foi suprimida, sob o absurdo argumento de que o bonde estragaria o piso - certamente defendido pela Engenharia da Prefeitura para quem os paralelepípedos e buracos não têm solução. Eu conheço pelo menos um engenheiro de lá capaz de proferir uma asneira deste quilate.
    Como se as nossas ruas asfaltadas e no plano fossem exemplares...

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  10. Sobre o comentário de 08:59, RJ já fez a parada na PF e partiu para Benfica, onde talvez fique, se não for depois para Bangu fazer companhia a Cabral... Conseguiu mais um brilhareco.

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  11. Com relação ao comentário do Dieckmann das 11:30, acrescento que frequento a página do FB "Amigos de Santa Teresa" e tenho a oportunidade de ter acesso ao seu conteúdo. Em razão disso percebo que pelo tipo de diálogos, comentários, classificados, opiniões, etc, mais de 60% de seus membros são oriundos de "comunidades". Os anúncios de ofertas de imóveis são de "quitinetes", e as fotos mostram locais exiguos e degradados onde em 99% consta que "não paga água nem luz". As ofertas de produtos e serviços são de "arrepiar" e a maioria ali "vende o almoço para comer a janta". E são essas pessoas de origem humilde e de hábitos simples que reclamam da falta de transporte e de segurança.

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