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terça-feira, 24 de agosto de 2021

IPANEMA - RUA GOMES CARNEIRO

Esta foto da fronteira entre Ipanema e Copacabana já intrigou muita gente, dada a extensa duna que aparece. O Decourt deu uma aula sobre o assunto: “A foto de hoje explica a razão da elevação do terreno no encontro de Copacabana com Ipanema, na altura da rua Francisco Sá e Gomes Carneiro.

A elevação bem acentuada que hoje notamos e que muitos pensam que é acarretada pela proximidade no Morro do Pavão é na realidade uma enorme duna que existia no local e que se estendia até praticamente o Arpoador, na Rua Francisco Otaviano. Há muitos vestígios que podem ser notados até num grande condomínio na esquina das ruas Bulhões de Carvalho e Francisco Otaviano, o conjunto foi construído numa das partes finais da duna e é significativamente mais alto que a pista e a calçada da rua.

A grande duna retardou a urbanização de boa parte do Posto 6 e acredito ser a responsável pela volta que o ramal de bondes de Ipanema dava, pois o ramal contornava a duna pelo Arpoador e orla de Ipanema, sendo mais barato ir pela Rua Francisco Sá, como aliás ocorreu a partir de 1934.

A foto nos mostra a duna já parcialmente domada, a Rua Rainha Elizabete já está aberta, mas vemos que as ruas Joaquim Nabuco e Júlio de Castilhos ainda têm seu traçado encoberto pela areia, parecendo que a última é completamente intransitável.

A duna também absorve longos trechos das Ruas Bulhões de Carvalho, Conselheiro Lafayette, Gomes Carneiro e até mesmo um pedaço da Av. Visconde de Pirajá.

É interessante notar que algumas ruas ainda não tinham sido abertas, como a Canning, toda dentro da duna e o trecho da Bulhões de Carvalho que margeia o morro do Pavão até a Rua Sá Ferreira.

A foto ainda nos mostra no topo a primeira urbanização da Praça Gal. Osório, com jardins retangulares e duas aléias que se encontravam no Chafariz das Saracuras. Na parte inferior direita temos a elevatória do 4º Distrito da City Improvements, onde hoje temos a moderna elevatória André de Azevedo e o Parque Peter Pan, sendo o velho prédio em estilo inglês da elevatória antiga sendo usado como escola pública, embora sua fachada, em virtude do alargamento da Rua Raul Pompéia seja de estilo modernista.

Na parte esquerda superior vemos as areias da Praia de Ipanema.”

 

Foto de Malta, enviada pelo ilustre Fidelino Leitão de Menezes. Vemos a Rua Gomes Carneiro, em Ipanema. Antiga Rua Goulart, começa na Av. Vieira Souto e termina na Rua Bulhões de Carvalho. Tem o nome atual em homenagem ao General Gomes Carneiro, participante da Guerra do Paraguai. Vemos claramente que essa região ficava em cima da grande duna mostrada na foto anterior. A rua é de areia e fofa, sem dúvida nenhuma sendo intransitável para qualquer veículo sobre rodas da época.  A rua, hoje repleta de edifícios, tinha casas com muros baixos, estilo que resistiu até o final da década de 50 aproximadamente.


Foto do acervo da Ana, amiga do Tumminelli. Vemos a tranquila rua Gomes Carneiro, em 1959. É impressionante que mesmo às portas da década de 60 várias casas ainda existiam no bairro. Na imagem acima a foto foi tirada para a praia. à esquerda notamos que não existia ainda a pequena Rua Apolo XI (aualmente Rua Teresa Aragão), que liga as ruas Rainha Elizabeth e Gomes Carneiro.  À direita, no alto, a Praça General Osório.


9 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Dia de curtir mais uma aula do Decourt e acompanhar os comentários.

    Só tenho uma dúvida. Hoje, essa retirada das dunas ou, em outro ponto do bairro, da pedra do Inhangá, seria alvo de protestos de ecologistas ou de defensores do patrimônio natural?

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  2. Bom dia a todos. Não sei a altura desta duna, porém pela área vista essa areia seria consumida em menos de 6 meses pelas industrias vidreiras, nos dias de hoje com as fábricas produzindo com 100% das máquinas em operação. Já quanto a urbanização do bairro mal consigo identificar as ruas na fotografia mostrada, visto que não é a minha jurisdição.

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  3. O dia de hoje exige comentários do sumido Capitão CAT, o homônimo. Morador desde o século passado, e bem passado, na região, ele terá certamente muito a acrescentar.
    Enquanto farináceo afogado, tentarei com entorpecidos recursos bíblicos identificar os automóveis da última foto. Em puro chute rubro-negro, achei um Chevrolet 52 na calçada, seguido por uma picape Chevrolet de 48 a 52; no meiofio, um sedã americano dos anos 50 quase esconde um Triumph Mayflower de 1950.
    Na rua, apenas o lotação Mercedes-Benz 312 e estacionados, um desafiante Sunbeam (desafiante ao bom senso, pois Sunbeam era muito raro aqui), depois uma camionete DKW (estamos em 59, nada de chamá-la de Vemaguet) e, bem mais atrás, um Citroën Traction Avant. Ufa! haja lente...

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    1. Você não tem uma lente, e sim um microscópio! Vá identificar carros com esses detalhes assim lá na .... no .... deixa pra lá!

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  4. Sobre Copacabana encontrei um filme no youtube Cuidado Madame de 1970 que merecia ser colocado alguns pedaços em forma de fotos aqui no Saudades do Rio.

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  5. Rapaz, duas coisas que eu desconhecia: essa tal duna e automóveis da marca Sunbeam.
    Vendo o comentário do biscoito, aos quais eu sempre aprendendo algo sobre automóveis, pesquisei no "tio Google" sobre essa marca britânica. Até que os carrinhos eram bem bacaninhas...

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  6. Na foto de 1959 pode-se perceber à esquerda o casario que "veio abaixo" nos anos 70 para a construção da ligação entre a Rainha Elisabeth e a Gomes Carneiro.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Minha mãe era adolescente e residia junto com o restante da família num apartamento no prédio que foi desapropriado para abrir espaço para a Rua Teresa Aragão. Salvo engano isso ocorreu em 1968 ou 1969. Eles foram pegos totalmente de surpresa. Era um apartamento ótimo que tinha vista parcial para o mar.

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