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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

VELHOS TORCEDORES





Houve um tempo em havia muito menos violência e um futebol de melhor qualidade no Rio. As torcidas dos principais clubes da cidade eram comandadas por verdadeiros torcedores e não como estes de hoje, com interesses escusos e uma violência tremenda.

Tínhamos a famosa "Charanga do Jaime de Carvalho" (Flamengo), a torcida do Botafogo comandada pelo Tarzan, a do Vasco da Gama pela Dulce Rosalina e o Ramalho, com seu talo de mamão, além do folclórico Careca, com seu "pó de arroz" à frente da torcida do Fluminense.

Observe-se que naquela época, o símbolo do Flamengo ainda era o Popeye, o do Botafogo era o Pato Donald, o do Vasco, o tradicional almirante português, o do Fluminense, a figura de fraque e cartola, o do América, o diabo.

A “Charanga do Jaime” começou em 1942 com uma bandinha e a faixa “Avante, Flamengo”. Era proibido gritar ofensas e palavrões contra os jogadores – só valia torcer a favor. Esta charanga no “Samba Rubro-Negro”, de Wilson Batista, aquele que, depois de dizer “Flamengo joga amanhã, eu vou pra lá / Vai haver mais um baile no Maracanã”, também decretava: “Pode chover, pode o sol me queimar / Eu vou pra ver a Charanga do Jaime tocar”.

Otacílio Batista do Nascimento, o “Tarzan”, foi um chefe de torcida do Botafogo, do Rio de Janeiro, nos tempos gloriosos do clube da estrela solitária. Nasceu em Minas Gerais em 1927 e faleceu no Rio

Dulce Rosalina, que em 1956 tornou-se a primeira mulher a ser líder de uma torcida organizada no Brasil. Aos 22 anos, ela assumiu a presidência da "Torcida Organizada do Vasco", mais conhecida como TOV, e fez história. Na gerência da agremiação, introduziu a bateria e o papel picado nas festas nos estádios do país.

Guilhermino Destez Santos, funcionário público estadual e corretor de imóveis era o Careca, o "Careca do Talco", um personagem lendário da torcida tricolor.

21 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    A princípio ficarei acompanhando os comentários. Acho que o tema vai bombar mas não tenho muito com o que contribuir.

    Ontem comentei sobre a morte de "Tia Ruth" torcedora símbolo do América, clube infelizmente afundado em uma espiral descendente, pois nem consegue mais voltar para a primeira divisão estadual.

    Lembro de ter encontrado com ela uma vez em uma banca de jornais na rua do Matoso. Isso há mais de dez anos...

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  2. É um tempo que não volta mais. Apesar de ocasionais "escaramuças" que ocorriam no anel das arquibancadas, as charangas eram uma "marca registrada" do velho Maracanã. Hoje em dia fica impossível a entrada de grandes volumes (instrumentos) nas atuais cadeiras. FF: o Desembargador Paulo Rangel da terceira Câmara Cível do TJ anulou em decisão liminar o Decreto do Prefeito Eduardo Paes que instituiu o Passaporte Sanitário no RJ.

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  3. Bom Dia! Conheci a Dulce no tempo em que ia ver jogos nos estádios. Hoje não dá mais. FF. Estou saindo agora para a terceira dose. Estou apostando que logo vão inventar a quarta. Muita grana na parada.

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    1. A de gripe é uma por ano, mas a mutação também é anual. Já o covid-19 teve mutação muito mais rápida. Onde houver muita contaminação ele pode mudar para ser ainda mais eficiente.
      Acho que a vacina também tem que evoluir mais, para aumentar o prazo entre doses, porém já não há dúvidas de que sem os atuais imunizantes a situação continuaria trágica entre aqueles que desenvolvem a doença.

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    2. As vacinas, mesmo emergenciais e notáveis por terem sido feitas em tempo recorde, estão cumprindo muito bem seu papel. Certamente vão melhorar nos próximos meses. Não é caso de grana, mas de evolução da Ciência.

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  4. Quando o Botafogo perdia, meu pai tinha mania de irmos até onde estava o Tarzan para ouvir as lamúrias do chefe. Nas rodadas duplas de quartas feiras, quando o Botafogo fazia um dos jogos e o Fluminense o outro, o Careca dava show. Corria de um lado para o outro próximo as grades da arquibancada, todo "sujo" de talco, com uma faixa na cabeça e a bandeira do Flu amarrada no pescoço e caindo pelas costas como se fosse a capa do Super Homem. Uma figuraça!

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    1. Admiro o Tarzan. Conhecio-o no estádio da Gávea, num jogo de juvenis às 9h da manhã de domingo entre Fla e Botafogo. Havia umas cinquenta pessoas assistindo o jogo, isto no final da década de 50. Era o único botafoguense. Chegou cedo, arrumou seus morteiros de 3 tiros amarrando-os numa estrutura de ferro da arquibancada do Flamengo e acendeu-os quando o Botafogo entrou em campo. Um exemplo de abnegação. Carlinhos, o Violino, era o capitão do Flamengo.

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  5. Com referência ao comentário das 7:45, eu salvei alguns vídeos do You Tube que mostram grandes jogos no Maracanã, e em especial jogos do América e que mostram grandes vitórias sobre grandes do Rio e do Brasil e entre eles um "acachapante" 4x2 sobre o Grêmio. O grande divisor de águas na trajetória do América foi a criminosa e imoral criação do "Clube dos 13", onde "arranjos políticos e obscuros praticados por indivíduos deletérios, conhecidos e manjados rapinantes do futebol, alijaram o AFC da Série A, apesar de ter sido semifinalista do Campeonato Brasileiro de 1986, e proclamaram de forma tendenciosa o CRF "Campeão da Série" de 1987, prejudicando o Sport Club Recife, o verdadeiro campeão, cuja decisão definitiva foi "sacramentada" mais de 30 anos depois.

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    1. Esta história do campeonato de 87 é radicalizada.
      O Flamengo foi campeão da primeira divisão, jogando contra Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo, Vasco, Coritiba, Goiás e Santa Cruz. Por que jogar contra o Sport?

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  6. E a origem do pó-de-arroz associado ao Fluminense? Uns dizem que era para branquear negros; outros dizem que era uma alusão ao elitismo do clube.

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    1. Acho que era por branquear jogadores negros.

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    2. A questão do pó de arroz era pessoal. O jogador Carlos Alberto já fazia uso do mesmo desde os tempos do América. Quando veio jogar pelo Fluminense, continuou a usar.
      Num jogo do Fluminense contra o América, a torcida do América começou a chamá-lo de pó de arroz para provocar, mas a torcida do Fluminense tomou partido e o resto é lenda.
      E o Fluminense já tinha jogador negro em 1910. Há fotos que comprovam isso na internet, basta pesquisar.

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  7. Pessoal ainda não se atentou que, como a da gripe H1N1, a vacina da Covid entrará no calendário anual de vacinação.

    Sobre o FF de 07:58 só posso lamentar o negacionismo em todos os níveis hierárquicos.

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    1. O direito de um acaba quando pode prejudicar a maioria.

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    2. Dr. Darcy, assim pensamos quase todos, inclusive o STF, conforme decisão desta tarde: "O ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal aceitou o pedido da prefeitura do Rio e reestabeleceu, na tarde desta quinta-feira, a "eficácia plena" do decreto municipal que estabelece o passaporte da vacina na cidade."
      Ainda bem !!

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  8. Bom dia a todos. Atualmente as torcidas organizadas são verdadeiras facções criminosas, responsáveis por levar a violência e as drogas para os estádios. Hoje raramente vou assistir um jogo no estádio, primeiro pela baixa qualidade do futebol, depois pela insegurança para chegar e sair do estádio. Conheci o Tarzan, que tinha uma banca de jornal na Av. Rio Branco, que depois passou para o Tolito, também outro grande botafoguense, era ponto de encontro dos torcedores, para comentar os jogos do time, na grande fase da década de 60.

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  9. Desde os tempos menos agitados, eu, meu pai, minha mãe e meu irmão, sentávamos no trecho neutro da arquibancada, de frente para as cabines de rádio e TV. Era um território de bom convívio entre os torcedores de times diferentes.
    Quando enchia demais aconteciam brigas isoladas, principalmente quando um resolvia assediar mulher acompanhada por outro.
    Torcedor que levantava na hora errada também sofria. E no momento de um gol tinha que levantar mesmo não querendo, para não correr risco de pisão.
    Fora isso teve um caso com cunhados da minha mãe, que o que era vascaíno resolveu peitar um outro torcedor também do Vasco, porque este xingou o goleiro (o que tinha apelido de Mazzaropi), o outro cunhado que era flamenguista tranquilão é que entrou para a "turma do deixa disso", ficando entre os dois cruzmaltinos.

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  10. Esses tempos que o Luiz relembra não voltam mais. Época romântica que ficou no tempo.
    O futebol, hoje, se transformou num misto de de política e violência.
    Ir ao Maracanã, hoje, é um ato de bravura. Nem tanto pela COVID e mais pelos perigos extra futebolísticos que uma ida dessas pode ocorrer.
    As torcidas organizadas se transformaram em plataformas de política e violência. Aliás, o futebol, como um todo, principalmente no eixo Rio-São Paulo, virou mais uma disputa de rua do que de campo gramado.
    Isso, certamente, contribui para o declínio do Brasil em termos esportivos e explica, além do ganho financeiro, o êxodo dos nossos craques para o exterior.
    Vejam que apenas os clubes que têm fortes patrocínios se sustentam com uma equipe possível de encarar, em condições bem desaforáveis, os melhores times do mundo.
    Uma pena, visto que, os melhores jogadores do mundo, nunca são nativos dos times dos países aos quais pertencem.

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    1. Futebol virou um grande negócio onde interesses espúrios são atendidos e a qualidade do futebol é item de somenos importância. Vivemos um tempo em que "craques de quinta categoria" são grandes mecenas que possuem aeronaves, mansões, são tratados como divindades, e muitos não possuem qualquer estofo moral, bem diferente do que ocorria no passado. Além disso algumas torcidas, principalmente as que "são populares", patrocinam de forma velada grupos ligados a facções criminosas. Para ao Maracanã é preciso dispor de dinheiro em razão dos valores extorsivos dos ingressos e ter coragem para se expor aos perigos existentes no entorno.## Quanto à suspensão passaporte sanitário, a decisão do Desembargador se baseou no fato de haver cerceamento do direito de ir e vir, além do que a alegação de que "o interesse coletivo não pode se sobrepor ao direito individual não é consistente nesse caso específico, sem contar a incompetência das Prefeituras para legislar sobre matéria de competência da União". É um tema polêmico, e que a discussão "neste sítio" não levará a lugar algum, já que o direito de opinião é um clássico exemplo do exercício da Democracia.

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  11. A questão do Fluminense era mesmo racismo. Apenas o Vasco admitia negros em seu time de futebol. O pó de arroz era para disfarçar. Uma novela da Globo, Lado a Lado, de 2013, abordou esse problema.

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    1. O time do Bangu não era chamado de "mulatinhos rosados" à toa.

      Da mesma forma que havia partidas de futebol na fábrica Bangu antes do tal Charles Müller voltar da Inglaterra.

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