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terça-feira, 5 de outubro de 2021

AVENIDA ATLÂNTICA


Hoje temos fotogramas do Rio de meados da década de 50 garimpados pelo Nickolas. A região é a vizinha ao hotel Copacabana Palace e a Pedra do Inhangá, que nos primeiros tempos era a divisa entre Copacabana e Leme.

Nesta primeira foto destacam-se o anúncio da Coca-Cola (a Cr$ 1,50) e a própria pedra do Inhangá que ia até a Av. Atlântica. Além do “out-door” da Gordura de Côco vemos um automóvel Ford 1946/1947.


Nesta foto já temos uma visão maior do Copacabana Palace e, mais atrás, provavelmente a construção do prédio do Hotel Excelcior. A pedra, que já tinha sido demolida no seu trecho até a areia, nesta época sofreu mais uma grande demolição para a construção dos edifícios Chopin, Prelúdio, Balada e Barcarola, inaugurados em 1956.

Este terreno da Pedra do Inhangá foi duramente disputado por D. Mariazinha Guinle, proprietária do Copacabana Palace e o empresário polonês Henryk Alfred Spitzman Jordan, que pretendia construir quatro prédios no local. A briga foi feroz e o polonês levou a melhor. D. Mariazinha não se conformou e pretendia construir um muro na lateral do hotel para tirar a vista dos prédios. O empresário ameaçou colocar as cozinhas e áreas de serviço voltadas para o muro. Finalmente foi selada a paz e as partes chegaram a um acordo. Henryk construiu os prédios e foi morar na cobertura do Chopin, em companhia da sua mulher brasileira Josefina Jordan, definida por Ibraim Sued como a grande locomotiva da nossa Alta Sociedade.

A partir desta foto cabe ao prezado obiscoitomolhado identificar os automóveis. As duas mulheres, com maiôs comportados, andando aparentemente descalças, pela calçada. Não é hábito das cariocas caminharem de maiô no calçadão nos dias de hoje. Talvez porque os biquínis usados sejam tão pequenos que gerem constrangimentos. E, à esquerda, dois homens parecem tirar a roupa.

Mais moças caminhando de maiô pela calçada.

Estas sim estavam vestidas de acordo com a época. E uma delas recusou-se a ser filmada.


 Definitivamente a moda era andar de maiô e sem sapatos...

17 comentários:

  1. As mulheres quando transitavam nas cercanias da praia usavam a chamada "saída de praia", uma vestimenta curta semelhante a um robe. Nos anos 50 não havia biquínis e nos 60 surgiu o "maiô de duas peças", que na verdade era uma "grande calçola".

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  2. Olá, Dr. D'.

    Deixo Copacabana para os especialistas. Infelizmente, alguns sumidos há bastante tempo.

    A moça escondendo o rosto parecia "ter culpa no cartório", para usar uma expressão da época...

    Um pouco antes dessa época, era comum ver pessoas na praia de robe. Hoje é sunga, bermudas e biquínis, com ou sem "saída de praia". Na areia havia as esteiras de palha, substituídas pelas toalhas. Hoje tem o aluguel de barracas e guarda-sóis.

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  3. Na última foto, circulando pelo meio da avenida, visualmente embaixo do cartaz da Coca-Cola, parece um Nash. Ô, carrinho feio!!

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  4. Nunca tomei banho de mar em Copa. Fi-lo (?!) muito no Leme, quando criança, e em Ipanema, Arpoador e Leblon (neste, poucas vezes), já adulto.

    A visão dos ratos de praia patrulhando as areias me deixava tão irado que desisti de ir à praia desde 1975.

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    1. Os "ratos de praia" já eram um problema no final dos anos 60. A maioria carregava uma caixa de engraxate para disfarçar. A maioria era dos Morro do Cantagalo e do Pavão-pavãozinho. Ainda eram um "mal tolerável" e quando eram apanhados e presos "não havia maiores implicações", já que a repressão necessária era bem vinda. Após os anos 80 a incidência de "ratos de praia" cresceu em "quantidades industriais" e passaram a atuar em grandes hordas" oriundas de favelas da zona norte. Tais hordas foram jocosamente denominadas de "arrastões", fazendo alusão à pesca realizada no Posto Seis. O patrulhamento ideológico dado à essa atividade criminosa causa grandes problemas para Copacabana, já que a mídia capciosa, Ongs de direitos humanos, e políticos inescrupulosos, passaram a "glamourizar" esse crime, entendendo que trata-se de jovens pobres e excluídos que desejam "apenas se divertir" e acabam "cometendo excessos". As depredações ocorridas nos público e privado e também no transporte público já romperam os liames do tolerável.

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  5. FF: sobre o "apagão" de ontem, pessoal se superou nas teorias estapafúrdias.

    https://blogs.oglobo.globo.com/malu-gaspar/post/pane-do-whatsapp-provoca-panico-e-proliferacao-de-teorias-conspiratorias-nas-redes-bolsonaristas.html

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  6. Na primeira fotografia vemos um Ford 1946. No ano seguinte, as lanternas dianteiras perderam a graciosa localização mostrada na foto e foram deslocadas para debaixo dos farois; deixaram o formato retangular e assumiram o círculo, como se de jipe fossem. Melhor beber uma cocacola a um cruzeiro e cinquenta centavos.
    Na foto 3, um Ford Prefect de 1949, o preferido de Jason Vogel, voa baixo a uns 16 km/h (10 mph) enquanto um conversível dos anos 40 mostra a traseira grená para contrabalançar com as transeuntes. Para mim, a transeunte de maiô levará a melhor entre os três.
    Anos 40 com a variedade que nunca mais veremos, na foto 4. Um Pontiac de frente e, de traseira, um Chevrolet amarelo, um Ford branco e um Mopar preto. Todos entre 1942 e 1948 (tirando 3 anos de guerra mundial são quatro anos em que o estilo nada mudou).
    Na foto 5, um Morris Oxford 1949 verde enquanto os outros carros são sedans da General Motors de 46-48. Gostei das vestimentas...
    Finalmente, na foto 6, um Pontiac 1941 e um Nash 49. Ufa! quem achou que a escravidão acabou se enganou...


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    1. Nem tanto...olhem só o erro - é a transeunte de maiô preto - dada como falsa magra mais adiante; faltou a cor no comentário.

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  7. Ainda não havia visto essas fotos que me deixaram uma dúvida. Pela posição da denominada Pedra do Inhangá esse enorme bloco se situava ao lado do Hotel Copacabana Palace. Daí a dúvida: se foi totalmente eliminado porque ainda chamam de Pedra do Inhangá o grande bloco de granito (?), que abriga um pequeno bosque, situado no interior do quarteirão formado pelas ruas Fernando Mendes, Av. Atlântica, República do Perú e Nª Sra. de Copacabana? Na verdade seria o resultado de outra formação geológica?

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  8. Era tudo um bloco só. A Pedra do Inhangá ia desde a beira-mar até o interior do bairro.

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  9. A jovem de maiô amarelo estava dentro do padrão favorito dos brasileiros, mas a outra ao seu lado parece ter os atributos de "falsa magra". Se o cinegrafista não tropeçar em um dos bancos na calçada, poderemos aguardar para ver mais de perto.
    Do jeito que estamos indo até o velho Cr$ está virando motivo para saudosismo.
    Ainda mais agora depois de interesses suspeitos das autoridades da área econômica brasileira em relação às altas do dólar.
    Se não tiver como provar a ilegalidade, já podemos dar como certa a imoralidade.
    E a grande mídia, tão criticada pelo governo, ontem praticamente escondendo o escândalo dos homens do presidente, em textos genéricos e bem escondidos.

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    1. Paulo Roberto, a imprensa está jogando uma cortina de fumaça, em função da pressão do "establishment" financeiro, que teme que o Pedro Guimarães, atual presidente da Caixa, assuma o Ministério da Economia, caso o Guedes caia. O cara é um bolsonarista "raiz", simpático às maluquices do presidente. Ou seja, seria aquela história: ruim com o Guedes, pior sem ele. É nessas horas que constatamos quanta coisa se engole para se manter o "status quo" das elites financeiras. E o silêncio de cumplicidade de toda a imprensa, toda ela, é de uma calhordice sem medida...

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    2. O "broto" de maiô preto da foto 3 é um pitéu.

      Alguém lembra como foi "derrubada" essa pedra? Usou-se explosivos, ou foi na base das picaretas e talhadeiras mesmo?

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  10. Boa tarde. Além das fotografias inéditas, chama a atenção as propagandas do refrigerante Coca-Cola, que eram intensas na época. Tive um professor de Geografia na época de Vestibular, de esquerda e tão contrário as coisas dos USA, que afirmava que se não fosse a propaganda intensa da Coca-Cola, as crianças teriam que apanhar para beber o refrigerante e os adultos teriam que receber dinheiro em vez de pagar para beber Coca-Cola. E lá se vão mais de 1 século e a Indústria de Atlanta ainda é a maior empresa de refrigerante do mundo. Embora hoje não beba mais refrigerantes como antigamente, para mim ainda é o melhor refrigerante.

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  11. Boa Tarde! Sempre dei sorte com mulheres mais velhas que eu. Hoje com a idade que estou, fica difícil .

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