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quinta-feira, 9 de junho de 2022

ESCOLA BARTH


Vemos a Escola Barth, situada na Av. Oswaldo Cruz nº 124. Foto enviada pelo prezado Francisco Patricio. A história do prédio vem do começo do século XX, quando o comerciante suíço Alberto Barth, morto em  1907, como prova de gratidão ao país que o acolheu, deixou em testamento a doação de 150.00 francos suíços para a construção de uma escola no então Distrito Federal. Ela foi inaugurada na administração do Prefeito Souza Aguiar (1906/1909).

Em 1936, por um decreto do Presidente Getúlio Vargas, a escola foi transformada em Tribunal de Segurança Nacional, órgão da Justiça Militar, durante o período de 1937 a 1945, onde eram julgados os opositores do regime. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda da ditadura de Vargas, o prédio voltou a funcionar como escola.

De Paulo Renato Leite de Castro recebi um e-mail com o seguinte texto:

“Estou enviando duas imagens de um cartão postal da minha coleção que mostra uma aula na Escola Barth em 1914 ou 1915, já que a data do cartão é de 13 de maio de 1915. Espero que as pessoas que têm alguma relação pessoal com a escola gostem das imagens.”


Eis o o texto do cartão (de Ernestina para Carmem).


Construída no início do século XX a Escola Barth formava com a já demolida residência Martinelli, que lhe ficava a fronteira, um duplo balizamento do encontro da Av. Oswaldo Cruz com a Praia de Botafogo. Vários de seus detalhes e acabamentos são análogos aos presentes em outras escolas construídas na mesma época, tais como o relevo trilobado na sobreverga da janela. Por exemplo, esta escola é quase igual à Escola Deodoro, na Av.Augusto Severo, entre a Lapa e a Glória. Mesmo estilo normando, dentro das normas ecléticas da época.

Anteriormente a escola funcionou na Rua Marquês de Olinda. No saguão de entrada da escola existe uma foto do Alberto Barth.
O projeto, iniciado em 1906, é de Francisco Marcelino de Souza Aguiar. 

 A Escola Barth atualmente em imagem do Google Maps. 


12 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Lembro de ter passado algumas vezes por essa escola dentro do ônibus que passava pela praia do Flamengo. Outras escolas tiveram seu uso alterado por algum momento, mas não sei se para algo tão diferente. Acompanharei os comentários.

    Interessante o cartão postal. E o texto.

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  2. Na Zona Sul conheço mais duas escolas doadas como a Barth. A Cicero Penna na avenida Atlântica e a Cocio Barcelos na esquina de Barão de Ipanema com Copacabana. Por que no Brasil há tão poucos doadores se comparado com os Estados Unidos? Lá muitos hospitais e universidades são mantidos por doações.

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    1. Segundo um americano que mora aqui me disse isto se deve à falta de confiança dos empresários na coisa pública no Brasil. Disse ele que as empresas temem ver seus nomes associados a algo que começa bem, mas não se sabe como vai continuar. Por exemplo: adotam uma enfermaria hospitalar, montam tudo, uma beleza. Algum tempo depois tudo se deteriora por má administração dos recursos, vira algo ruim e lá está o nome da empresa associado.

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    2. O nome disso é "insegurança jurídica", pois tais iniciativas são objeto de contratos firmados entre as partes envolvidas, mas atualmente as leis votadas, sancionadas, e promulgada, estão sendo substituídas por "entendimentos e interpretações" que variam de acordo com quem as interpreta, ainda que a lei possa determinar o contrário.

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    3. As Escolas Públicas no Brasil e em especial no Rio de Janeiro chagaram a tal ponto atualmente que grande parte delas se transformou em "criadouros de inúteis" que as frequentam para "comer, beber, e planejar suas ações, muitas vezes criminosas". O fato ocorrido na semana passada envolvendo alunos de duas escolas públicas no Méier no qual "menores uniformizados" agrediram um Policial Militar e o feriram com um tijolo na cabeça. Quatro deles foram levados à Delegacia e ficou constatado que já possuíam "passagens" por fatos análogos a crimes diversos. É uma realidade que é tratada como "tabu" pela mídia e parte de uma sociedade alienada que ser recusa a enxergar uma situação "quase irreversível".

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  3. Com o fim da Guerra do Paraguai, queriam fazer um monumento em homenagem ao imperador, mas Dom Pedro II não quis e usaram a verba para construir uma escola.

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  4. Entre as escolas construídas nesse período pode-se destacar a Escola Municipal Prudente de Moraes, localizada na rua Enes de Souza na Tijuca e que foi inaugurada no início do Século XX. Em qualquer lugar do mundo civilizado e até em países "em desenvolvimento, as escolas sempre foram prioridade, pois sem uma educação adequada não há futuro. Durante a revolução mexicana em 1914, Doroteo Arango, mais conhecido como Pancho Villa, governou o Estado de Chihuahua por um breve período e nesse tempo entre outras coisas inaugurou 40 escolas. Apesar de ser semi-alfabetizado, seu sonho era que todas as crianças de seu Estado frequentassem escolas. No Brasil isso era uma "cláusula pétrea" até os dois últimos decênios do século passado. A partir daí não só as instalações físicas como o conteúdo didático dos programas educacionais decresceram de forma espantosa e as razões são diversas, mas que não cabem neste comentário.

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  5. Bom dia Saudosistas. Na fotografia 2 acima, o mapa do Brasil afixado na parede, era igualzinho ao que havia na minha sala do primário. Quanto aos problemas da Educação no País, me recuso a comentar, visto que não se faz educação de qualidade, misturando política e demagogia. Quanto a fazer doações pessoais para entidades públicas, é o mesmo que pedir ao ladrão para ser roubado. Na rua da Lapa tem ou tinha a escola Deodoro cuja a fachada é muito similar a da Escola Barth.

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  6. A foto 4 me lembra gostosamente de uma palestra sobre carros antigos, numa reunião em São Lourenço, sobre O Automóvel no Rio de Janeiro - do Barão à Internet. Preparei uma série de transparências, com fotos do quilate dessa 4 e, como fosse difícil identificar os modelos antediluvianos, eu sapequei um "Unkown 1903" e fui em frente.

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  7. Minha esposa estudou quando criança e trabalhou de 2012 a 2018 na secretaria da escola.

    Fiz um comentário no post do dia 07/06 - CENTRO.

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  8. Sobre a segunda imagem, duas impressões:
    - Só professoras, nenhum professor
    - Pouquíssimas alunas, maioria de meninos.

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  9. Estudei em tempos idos na Escola Estadual 1.3.5 José Pedro Varela na Rua Joaquim Palhares. Pesquisei e o Decourt-"Foi um Rio que Passou"- tem uma bela foto da fachada dessa escola que tem muita identidade arquitetônica com a Escola Barth.

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