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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

AVENIDAS PARA O RIO (1)

Foram muitos os planos de modificações criados para o Rio de Janeiro em meados do século passado. Há anos o assunto foi abordado em vários FRA – Fotologs do Rio Antigo. Esta semana mostraremos como o tema apareceu numa reportagem da Revista Manchete, do ano de 1952.

No início dos anos 50 o Rio planejava muitas obras para melhorar a circulação do tráfego. A construção do Túnel Catumbi-Laranjeiras teria a função principal de aliviar o tráfego em parte da Zona Portuária, deixando de passar na zona comercial, estabelecendo ligação entre as zonas Norte e Sul da cidade. 

Pretendia-se construir a Avenida Copacabana – Cais do Porto, começando na Av. Pereira Reis, no Cais do Porto, entre os armazéns 13 e 14, contornando a praça da igreja de Santo Cristo, entrando na Rua América, atravessando em viaduto a Rua Nabuco de Freitas, as linhas férreas da Central do Brasil e a Av. Presidente Vargas, seguindo pela Rua Marquês do Sapucaí. Passaria sob o viaduto a ser construído na Av. Salvador de Sá, rumando ao Túnel Catumbi-Laranjeiras. 

A seguir atravessaria e viaduto a Rua das Laranjeiras, indo pela Rua Pinheiro Machado e o Corte Guanabara (Farani). Chegaria à Praia de Botafogo após atravessar em viaduto a projetada Av. Radial-Sul indo através dos túneis do Pasmado e do Leme até Copacabana.

O projeto para a Av. Perimetral estabelecia uma ligação transversal à zona central da cidade. Ligaria a Zona Sul à Zona Norte, indo do Aeroporto Santos Dumont e da Esplanada do Castelo à Praça XV, Zona Bancária, Av. Presidente Vargas, Arsenal de Marinha e Praça Mauá, entrando em conexão com a Av. Rodrigues Alves e a projetada Avenida Portuária. 


A Perimetral teria início na Av. Marechal Câmara, cortaria dependências da Santa Casa de Misericórdia, sem atingir a parte central do edifício, formaria uma nova praça em frente à estação das Barcas, com alargamento da Rua Clapp. 

Sairia desta praça e atingiria a Rua Borja Castro, que seria alargada entre o Entreposto da Pesca e o Edifício da Bolsa. Ao chegar à Rua do Rosário cortaria o Edifício do Lóide Brasileiro para entrar em conexão com a Av. Presidente Vargas. Daí seguiria para a Praça Mauá, contornando o Morro de São Bento do lado do mar, fazendo ligação com a rua Dom Gerardo, que seria alargada.

Não foi assim que aconteceu.

PS: o Elevado da Perimetral, cujo início de construção foi nos anos 50, inaugurou seu primeiro trecho, entre o Aeroporto Santos Dumont e a Candelária em 1960. Depois, em 1968, após muitas discussões sobre os terrenos militares, iniciou-se o trecho sobre a Rodrigues Alves, concluído 10 anos depois. Finalmente, a partir de 2013 iniciou-se sua demolição.

10 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Projetos viários sempre estiveram na pauta do dia da cidade, especialmente na época de capital federal. A Perimetral saiu, com alterações, acarretando na demolição do Mercado Municipal. Outros projetos foram afetados pela mudança de capital.

    De lá para cá, poucos projetos saíram do papel, total ou parcialmente. Linhas Vermelha e Amarela e, mais recentemente, as intervenções para a copa e olimpíada.

    Enquanto isso, projetos de mobilidade vão sendo feitos a conta gotas.

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  2. Planos e mais planos para um Rio aprisionado entre o mar e a montanha. Muitos deles foram delírios de seus autores como aquele viaduto do Leblon ao Centro pela orla ou o de aterrar a Lagoa. Outros mais úteis não foram executados totalmente e se arrastam por anos. O mais importante não foi feito que era terem começado o metrô há cem anos com várias linhas.

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  3. Bom dia Saudosistas. Hoje é dia de acompanhar os comentários.

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  4. Esse e um dos motivos dos recuos de prédios no Rio serem essa loucura. Cada gestão muda tudo. Enfim, se todos tivessem sido efetuados muitas construções históricas não existiriam.

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  5. Olhando-se o Rio do alto pode-se entender perfeitamente a importância das avenidas e, sobretudo, dos túneis para a cidade. Imagina a imensa volta para se ir do Catumbi a Laranjeiras entes do túnel Santa Barbara. E ainda caberiam várias novas vias interessantes, que seriam muito úteis.

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    1. Wagner outra ideia de como as vias sem os tuneis e alguns dos viadutos da cidade, basta entrar no Metro na estação da Tijuca e ir para a Barra da Tijuca, o que poderia ser encurtado se o mesmo atravessasse direto da Tijuca para o Jardim Botânico.

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  6. Li recentemente sobre a criação do campo de golfe da barra. Para o cidadão construir o campo o gabarito dos prédios no entorno do local foi elevado de 6 para 22 andares. Não sei se houve ganho e de quem, mas assim fica difícil.
    Planos são vários. tem outras fotos que concebem soluções mirabolantes.Tunel Copacabana Lagoa, saindo peto da casa do Luiz, viaduto contornando a URVA e túnel saindo no Leme, e por aí. Acho que a estrada de santa teresa, silvestre, das paineiras, gavea pequena , etc. podia ser melhor (bem) explorada. Alternativa aérea como vi em Bogotá.

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    1. Golfe é um esporte para ricos. Construir campo de golfe numa cidade repleta de necessidades básicas, sem transporte, moradia, e onde metade da população sofre de insegurança alimentar, é uma insanidade. Há necessidades mais urgentes. No Brasil quarenta milhões de brasileiros passam fome.

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  7. Como bem disse o César 07:53, sem um Metrô decente em extensão fica muito difícil.
    Soma-se a isso o abandono dos trens, o vale tudo das empresas de ônibus, o número de carros transportando normalmente uma só pessoa e o resultado é o absurdo que se repete diariamente.
    Como bem observou o Augusto 07:37, nós últimos 50 anos, linhas vermelha e amarela e algumas intervenções pontuais, mais nada.
    Nesse período, a frota de carros e ônibus quanto aumentou?
    Não tinha como dar certo.
    P.S. sem falar no transporte de barcas para Niterói, parado nos anos 50.
    Pobre cidade!


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  8. Acho que a última grande via que foi feita o túnel Marcelo Alencar, que é um espetáculo! Infelizmente o acesso ao túnel não é tão bom, no mês passado peguei uma pessoa na rodoviária (na porta de embarque) e queria dar um tour, voltando a Zona Sul pelo Aterro, mas não deu de pegar o túnel, não tem acesso. Acabei tendo que ir pela Gamboa e peguei um baita congestionamento no Centro - suspiro…

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