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sábado, 8 de outubro de 2022

SELEÇÕES DO READER´S DIGEST


Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E de lá sai um exemplar do álbum das "Grandes Operetas" das "Seleções do Reader´s Digest". O "velho" era fã deste tipo de música, o que era um desespero para meus ouvidos de criança. Junto com muitos discos de 78 rpm, as "Grandes Operetas" ficavam guardadas na parte de baixo do enorme móvel que abrigava a vitrola.

Lembro que o toca-discos era acessado levantando-se parte da tampa deste móvel. Se não me falha a memória havia também um rádio acoplado ao mesmo equipamento.

Quanto às "Seleções do Reader´s Digest" lembro que a revista era leitura comum nos lares do Rio nas décadas de 40 a 60. Além dos artigos variados, alguns bastante bons, e das seções do tipo "Rir é o melhor remédio", "Meu tipo inesquecível", "Piadas de caserna", e das piadas nos rodapés das páginas, havia ainda a apresentação de grandes sucessos literários em edição condensada. Mal ou bem, era uma forma de tomar contato com livros interessantes. Na biblioteca lá de casa tínhamos estes livros encadernados em grupo de três.

A revista tinha, também, o hábito de lançar coletâneas musicais, sempre com o melhor da música. Tradicionalmente, os álbuns reuniam orquestras ou corais exuberantes, excelentes arranjadores e repertórios irretocáveis que iam da canção popular às peças clássicas. Vinham em caixas com 9 LPs, em média, ou na forma de álbuns individuais, mas todos ótimos. Habitualmente traziam doze músicas, com seis delas de cada lado.



A revista tinha o índice das matérias na capa da frente. Nesta edição chamam a atenção:

"Roubados às garras da morte"

"Um chofer de táxi na estrada da Birmânia"

"Como o Brasil abateu um invasor"

"Um cão no tribunal".

PS: A revista "Seleções" era. no tempor da "Guerra Fria", um forte instrumento de propaganda da politica externa americana e do famoso "american way of life". Mas, de qualquer maneira, tinha matérias bastante interessantes numa época , que convém lembrar, o escopo de publicações disponiveis para leitura era reduzido.


28 comentários:

  1. Quem distribuía a revista era a Fernando Chinaglia. A revista tinha uma qualidade de impressão muito boa. O sucesso durou até o final dos anos 60 e depois foi perdendo espaço.

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  2. Meu pai tinha tinha essa coleção de discos. A embalagem que aparece continha vários discos cujas capas eram de papel pardo. A gravura mostra um oficial com uniforme prussiano em traje de gala acompanhado de uma bela dama. Isso faz lembrar "valsas vienense, a batalha de Balaclava, Sebastopol, a Guerra da Criméia, e "a carga da brigada ligeira". Uma visão poética de um mundo bem diferente do atual, cujos valores são bem menos nobres.

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  3. Olá, Dr. D'.

    Durante algum tempo meu pai comprava a revista. Não lembro se chegou a ter algum outro produto relacionado. Comprávamos na banca esporadicamente até os anos 80, em Madureira.

    Meu pai tinha um gosto eclético para música e também fazia coleção de discos e fascículos. Muita coisa ainda está aqui em casa.

    Lembro ainda em Madureira de ler exemplares da década de 40, falando do cerco a Dunquerque. Esses exemplares se perderam na mudança. Tenho alguns exemplares da década de 50, garimpados na feira da Praça XV.

    Gostava de ler as piadas, às vezes sem entender muito o contexto. Eram as Piadas da Caserna e Rir é o Melhor Remédio, se a minha memória não me trai.

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  4. Não sou muito fã de operetas mas não há como negar a categoria de Jeanette MacDonald e Nelson Eddy. Quanto à Seleções os livros condensados me serviram de incentivo a voos mais altos na literatura.

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    1. Anônimo, a Operetta é uma versão light da Ópera, que vem a ser uma versão musicada de uma dramatização teatral. Nelson Eddy, Jeanette MacDonald, Al Jolson, e outros, eram cantores Norte-americanos cujo repertório extraído do cancioneiro popular não pode ser classificado como "clássico".

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  5. Bom dia.
    Durante muito tempo recebíamos as revistas e também os livros condensados (3 ou 4 por volume, não tenho certeza).
    Meu pai tinha uma assinatura que renovava anualmente.
    Eu era um leitor voraz da revista e dos livros, li primeiro condensados alguns clássicos principalmente de autores americanos.
    Minha tia tinha uma grande coleção dos anos 40 e 50, no original, em inglês, que infelizmente se perdeu.
    As edições do tempo da segunda guerra eram muito interessantes, com a propaganda e a descrição do esforço de guerra dos aliados.
    A seção Rir é o melhor remédio era muito divertida, até hoje me lembro das piadas.
    Bela lembrança.

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  6. Bom Dia! Não com muita frequência lia Seleções. Pegando ao acaso um exemplar dos que ainda tenho, li alguma coisa que fala de psicopatia. Identifiquei vários personagens e as conclusões que tirei me assustaram.

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  7. Me lembrei de uma da seção "Rir é o melhor remédio", clássica:
    .. para os saudosistas, a vida é como uma grammar lesson: the past was "perfect" and the present, "tense".

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  8. "Seleções" era uma revista obrigatória na casa das pessoas. Outra revista era a "Grande Hotel" que aconselho o titular desse fotolog a pesquisar. Lembro da alegria da minha mãe quando saia uma nova edição dessa revista. As meninas que estão na nossa faixa etária iriam adorar a postagem.

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  9. O "anônimo" de 08:31 e 09:18 sou eu (Mário); não sei porque o nome não saiu.
    As vezes acontece.

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  10. Conde, a coleção de Grande Hotel não é sua?

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    1. Maldade .. mas também depois daquele comentário do nobre sobre ralar joelhos e cotovelos no colchão, sei não...

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    2. lamentavelmente não. era uma revista muito dirigida ao público feminino apezar de, na última capa, trazia grandes desgraças que haviam acontecido no mundo. Vale a pena uma pesquisa.

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    3. Corretor Ortográfico8 de outubro de 2022 às 13:10

      1) A frase de se iniciar por maiúscula.
      2) ApeZar?
      3) Trazia?

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  11. As "Seleções" eram uma publicação de boa qualidade e voltada para um público seleto e de "bom gosto". Além disso por não ser um revista popular, seu preço era "compatível com o padrão financeiro do público". Era uma época em que a mulher era voltada para os mistérios do lar, para a educação dos filhos, e "não trabalhava fora", bem diferente da realidade atual. Em uma época onde a televisão era uma curiosidade nos lares, passava as tardes lendo as Seleções. FF: Quando a decadência é "ladeira abaixo" o limite é infinito. A Rede Globo anuncia como "atração" neste Sábado em seu horário vespertino a final da "Taça das favelas" reunindo em campo a "fina flor" dos valores futebolísticos das comunidades no estádio de Moça Bonita. Fico imaginando o que está por trás do patrocínio desse evento...

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    1. Talvez dar visibilidade a jovens da classe baixa de serem vistos por algum olheiro e terem a chance de ir para um time de primeira linha. Acho que é uma ótima iniciativa.

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  12. Alguém se lembra do Livro da Juventude editado pelas Seleções?

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  13. Um dos melhores álbuns lançados pela Seleções foi o que tinha dobrados e músicad marciais compostas por John Philip Sousa.

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  14. Algumas coleções muito interessantes lançadas pelas Seleções eram "Músicas dos Grandes Mestres" e "Os Grandes Clássicos da Música Universal", bem como alguns das coleções "Grandes Operetas" e "Festival de Música Popular".

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  15. Certa vez o Rafa Netto, desaparecido daqui, mas assíduo no Facebook comentou que tinha várias dessas coleções como:
    Festival de Música Popular (discos temáticos, com peças clássicas, temas de filmes, "música para almoçar", "música para dançar" - valsas, foxtrot, ritmos latinos e um disco brasileiro, o único que tem vozes)
    - Festival de Música Clássica Ligeira
    - Música dos Grandes Mestres
    - As 9 sinfonias de Beethoven
    - 6 gênios da música popular (Irving Berlin, Cole Porter, Gershwin e outros, um disco para cada) ,
    Acho que a Giseli Loira proibiu o Rafa de comentar aqui. Ciúmes...

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  16. Mudou (ou sumiu) o público do Teatro Municipal e o das livrarias. As novidades não estão impressas em suportes físicos, vêm pela internet. Até quadros e esculturas são incorpóreo. E as cirurgias com participação de robôs. Mudanças radicais.


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  17. O nobre Conde, das 12:06h, disse tudo. Aliás, sobre desgraças acontecidas mundo a fora, constantes na última capa da "Grande Hotel", lembro o caso de uma pedra de gelo gigante que caiu sobre a capota de um carro, nos EUA, e que constava de um desses exemplares da revista.

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  18. Eu lia avidamente qualquer exemplar das Seleções que caísse nas minhas mãos. Nos anos de 1961 e 1962 minha mãe me deu uma assinatura da revista, que infelizmente não pode manter dali em diante. Foi através de propaganda na revista que pedi e ganhei de presente em 1962 o curso Linguaphone de alemão.

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  19. Uma seção de que eu não gostava, embora também a lesse, era a "Pontos a Ponderar", que normalmente tratava de política.

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  20. Corretor Ortográfico8 de outubro de 2022 às 13:51

    Conde,
    1) A frase deve se iniciar por maiúscula. 2) ApeZar? 3) Trazia?

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  21. Até hoje lembro alguns artigos que li nas Seleções, como "O uivo do furacão" e "Desastre na torre número quatro". Na Seção de Livros, li "A história de Elza", "Ishi em dois mundos", "A bomba de Hiroshima", entre outros.

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  22. Apesar de ser fã das Seleções e ler os exemplares de cabo a rabo, nunca fez minha cabeça o martelamento do american way of life e da política americana. Pelo contrário: vendo tantas críticas à URSS, eu simpatizava justamente com esta.

    Da mesma forma, durante minha passagem pelo CPOR, em 1966, o coronel-comandante toda sexta-feira lia uma catilinária contra o comunismo. No meu caso, entrava por um ouvido e saía pelo outro.

    Na verdade, nunca simpatizei com os EUA (e nem com a língua inglesa). E ao longo do tempo deixei de simpatizar com a URSS e passei a ter por ela sentimentos opostos. Minha admiração por ela se restringe às suas ações contra o nazismo na II Guerra Mundial, apesar dos pesares. Os russos não eram santos. Nem os alemães. Como sempre digo, o Mal só se combate com o Mal. De um lado, tínhamos Hitler; do outro, Stalin. Duas encarnações do Mal em estado puro.

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  23. Cada vez mais que os temas do blog se aprofundam, a participação de alguns comentaristas diminui proporcionalmente até desaparecer.

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