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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

FAVELA DA PRAIA DO PINTO / CONDOMÍNIO SELVA DE PEDRA

Vemos a Favela da Praia do Pinto, construída a partir de 1933 junto do terreno do campo do Flamengo. À época de sua remoção, em 1969, após um incêndio mal explicado, tinha mais de 15 mil moradores. Ficava num terreno muito valorizado, no Leblon, cobiçado por muitas construtoras. 

A construção da Belém-Brasília (trecho da Av. Borges de Medeiros entre o Flamengo e o Piraquê) já havia sido iniciado. Vemos também a Rua Mario Ribeiro já estendida até as margens da lagoa, separando o Flamengo do Jockey (anteriormente dividiam o mesmo muro).

Foto Correio da Manhã.


Uma vista aérea da região bem no início da década de 70. A área da favela era enorme, encravada num Leblon de casas e prédios baixos. À época os moradores foram removidos para Cordovil, Cidade de Deus, Cruzada São Sebastião ou para abrigos da Fundação Leão XIII. Negrão de Lima era o governador.

Foto Manchete.



Vemos um projeto para a área da favela, onde seria construído o Condomínio Selva de Pedra (homenagem à novela de Janete Clair). O terreno ficaria entre as ruas Humberto de Campos, Fadel Fadel, Gilberto Cardoso e Av. Afrânio de Melo Franco.

Na realidade, o projeto não foi seguido desta forma, sendo construídos mais de 40 prédios. 

Foto Correio da Manhã.


Os primeiros prédios foram construídos a partir de 1971. Várias empresas de engenharia trabalharam no terreno por vários anos, havendo prédios com idades diferentes. Os primeiros foram os vizinhos à Rua Gilberto Cardoso.

Entre estas empresas estavam a João Fortes, Charles Simon, Hindi, Carvalho Hosken, Oakim.

Foto do Grupo Amigos do Leblon.


Nos primeiros tempos havia este enorme terreno vazio que no início era utilizado para uma "pelada" dos operários entre 11h e 12h, no intervalo para o almoço. Mais tarde se transformou no "Areião", espaço utilizado pelos moradores para jogar volei e futebol.

Um dos últimos prédios a ser construído foi da Gomes de Almeida, acho que também vizinho à Rua Gilberto Cardoso.

Foto Grupo Amigos do Leblon.


Segundo amigos engenheiros que trabalharam aí no início dos anos 70, havia destaque para os três prédios construídos pela Hindi Engenharia, empresa paulista que trouxe um padrão diferente para o Rio. Os prédios dela tinham pilotis decorados (uma novidade na cidade), armários com portas (em vez de apenas a cavidade), persianas instaladas e não tinham "bonecas" (os pilares dentro do apartamento não eram aparentes). Para isto a Hindi comprava os lotes de acordo com seu projeto e assim edificava os prédios.

Foto da Internet.


Nesta foto de meados dos anos 70 já vemos os primeiros prédios da Selva de Pedra junto à Rua Gilberto Cardoso. A "Belém-Brasília" já está concluída e serviria para várias edições da Feira da Providência.

43 comentários:

  1. A erradicação da favela da Praia do Pinto foi necessária por diversos motivos. Não era mais possível que barracos "de pau a pique" sem qualquer saneamento se mantivessem em uma área urbanizada de alto padrão. O grande erro foi deixar que se instalasse e se agigantasse. As consequências sociais obviamente não foram satisfatórias para os moradores removidos, mas em casos como esse não existem soluções paliativas.

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  2. A falta de soluções sérias e adequadas em face de problemas sérios fizeram com que a vida no Rio de Janeiro se revestisse de risco constante. Copacabana, Botafogo, e demais bairros da zona sul, sofrem com o resultado de "soluções paliativas ou politicamente corretas".

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  3. Olá, Dr. D'.

    Dia de acompanhar os comentários. Sempre tivemos reurbanizações "na marra" de tempos em tempos.

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  4. Ótima postagem mostrando o antes e o depois desta região do Leblon. Obviamente está muito melhor agora apesar de alguns se referirem pejorativamente à Selva de Pedra. Eu tenho amigos que moram lá e se dizem muito contentes. Os prédios são bem administrados, há segurança, a maioria dos moradores é sócia de clubes vizinhos como a AABB, o Flamengo, o Jóquei, o Monte Líbano, o Paissandu. E o Piraquê e Caiçaras não ficam longe. Os shoppings Leblon e Rio Design, o supermercado Pão de Açúcar vizinho e a área da Lagoa têm tudo do que se precisa para viver bem.

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  5. Bom Dia! A " Senzala " sempre da um jeito de se instalar perto da "Casa Grande". É bom para os dois lados.

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  6. Lembro do incêndio na favela da Praia do Pinto e, salvo engano, não me recordo do registro de vítimas fatais. Tínhamos medo dos garotos da comunidade, pois de vez em quando, em grupos, saíam tocando o terror pelas ruas do bairro. Estávamos jogando bola na rua e para nossa sorte, se alguém os via ao longe, logo dava o alerta. A pelada de rua parava imediatamente e saíamos correndo para nossas casas levando a bola, que era o principal alvo dos furtos. No carnaval, também saíam em bandos pelas ruas, vestidos de bate-bola e cometendo pequenos furtos em armazéns. Quando queríamos jogar futebol de salão na AABB, não podíamos ir pela Rua Humberto de Campos, pois sabíamos que nossa bola seria facilmente surrupiada e fazíamos um trajeto mais longo, caminhando pela Av. Ataulfo de Paiva, dobrando à esquerda na Afrânio de Melo Franco. Confesso que a erradicação da comunidade foi um alívio para todos, vez que trouxe mais segurança ao bairro de uma maneira geral. Caso não tivesse sido erradicada, certamente com o aumento galopante da pobreza em nosso país, seria mais um ponto de tráfico de drogas, os barracos outrora de madeira, hoje seriam de alvenaria e tentariam alguma expansão territorial, talvez ocupando calçadas e afins, aterrorizando a zona sul da cidade. Quanto a Selva de Pedra, muitos militares lá compraram apartamentos, incentivados por alguma facilidade de financiamento disponibilizado para a categoria.

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  7. É fantasiosa a narrativa dando conta de que "a Polícia chegou de surpresa, cercou a favela, e ateou fogo". Na verdade a favela já estava sendo removida e no incêndio ocorrido em 11 de Maio de 1969 não havia mais moradores. O mesmo foi feito em Janeiro de 1964 na Favela do Pasmado, onde o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara com a favela já desabitada.

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  8. Bom dia! Um dos acontecimentos no qual posso dizer ter sido testemunha ocular da história. Tinha 11 anos e passei pela Borges de Medeiros no carro dirigido pelo meu tio, um Simca Esplanada, no sentido Gávea/Copacabana. O trânsito estava lento e dava para ver os barracos queimados. A cena impressionava e meu tio passou mudo pelo local, não teceu um comentário que fosse. Em 1976, por ironia do destino, tive um "affair" com uma moradora de um dos prédios construídos no terreno. À época, parecia que muito tempo havia se passado desde o incêndio, hoje, percebo que sete anos são um intervalo muito curto. Dr. D', quando nos brindará com um livro impresso? O senhor tem muita história e um registro de suas memórias fora da rede se faz necessário, o meio digital é por demais frágil. Desejo a todos os leitores uma excelente quarta-feira!

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  9. Desculpem, esqueci de assinar o comentário. Abraços.

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  10. FF: peço licença ao gerente para anexar um link a respeito de uma iniciativa para resgatar memórias fotográficas de Niterói que será disponibilizada em breve, com o apoio da UFF.

    https://odia.ig.com.br/niteroi/2022/10/6499512-projeto-recupera-acervo-fotografico-e-audiovisual-de-imagens-ineditas.html

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  11. Isso chama-se especulação imóbilaria, tiraram a galera pois era Leblon, jogaram longe para não serem vistos mas agora o longe ficou perto, voltou a encomodar. Esqueceu de falar que a grande maioria dos novos proprietários eras oficiais das FFAA, afinal naquela época a mamata era com eles.
    Aqueles prédios dentro da favelas retangulares eram Vilas operárias, existiam na Gávea tb.
    Considero esse lugar muito feio, total anos 70, muito cimento. Ao menos não são os condomínios da Barra que além de horríveis, nem entrar vc pode, deixando a cidade urbanisticamente muito fria e desagradável.

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  12. O grande erro, como disse o Joel em seu primeiro comentário, é permitir a instalação e o crescimento das favelas.
    Este erro foi repetido tantas vezes quantas são as "comunidades" existentes no Rio.
    Os grandes complexos então, com a junção de 2 ou mais favelas, trouxeram à cidade uma situação virtualmente impossível de resolver ou sequer administrar.
    Pobre Rio.

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  13. O projeto executado teve mais prédios mas foram mais “pé no chão”. Parece que no projeto a área da Cobal estava incluído. Quanto ao número atual de moradores não deve ficar longe do número de moradores da Praia do Pinto.

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  14. Segunto Licia do Prado Valladares, 1978:
    “A Praia do Pinto era uma favela que contava com cerca de 15.000 habitantes em 1969. Os preparativos de sua remoção tiveram início algumas semanas após a operação da Ilha das Dragas. Ao se iniciarem os preparativos da remoção veio o "aviso" de que não se toleraria qualquer mobilização: um incêndio, cuja origem nunca foi devidamente esclarecida, tomou de surpresa os próprios favelados, deixando perto de 5.000 ao desabrigo e destruindo 1.000 barracos de famílias que ainda esperavam a data da remoção. Esta teve que se antecipar, não seguindo o plano previsto, e as famílias foram removidas para vários conjuntos (em particular, Cidade Alta e Cidade de Deus) e, em caráter provisório, para os vários abrigos
    Fonte(s): VALLADARES, Licia do Prado. Passa-se uma casa: fanálise do programa de remoção de favelas do Rio de Janeiro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980. 142 p.
    Segundo Mário Sergio Ignácio Brum, 2012:
    "A cobertura da imprensa fala que não houve mortos no incêndio, apenas 32 feridos. Moradores removidos entrevistados durante a pesquisa apontam que teria havido mortos sim, mas nunca este número foi quantificado e nem possíveis vítimas (ou seus parentes) identificadas.
    Teria o incêndio sido proposital? Na opinião dos moradores entrevistados na pesquisa, isto surge de maneira praticamente unânime. De qualquer maneira, o próprio Governo da Guanabara admite que serviu aos propósitos remocionistas, tendo sido um "problema imprevisto e grave, mas sem alterar os planos originais, promoveu o Governo apenas a aceleração da mudança.
    O incêndio da Praia do Pinto, cuja remoção foi apresentada como sinal do ímpeto remocionista das autoridades estaduais e federais do período, funcionou, paralelamente, como aviso para as outras favelas da cidade, particularmente as da orla da Lagoa, do grau de tolerância que haveria, a partir de então, com os reticentes à remoção, marcando, de maneira traumática, as relações que a cidade do Rio estabelecia com a parte de sua população que habitava as favelas.”

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    1. A questão da Ilha das Drogas foi mais rápida. O terreno era da Marinha e os representantes dos moradores foram convidados para uma reunião com os militares. Na primeira e na segunda data marcada eles não compareceram. Não houve uma terceira data, pois os representantes desapareceram, e a favela foi removida.

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  15. Hoje o Alencar tem razão pois o Montepio da Família Militar criado por oficiais do Exército financiou muitos apartamentos da Selva de Pedra.

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  16. Cadê o Rapa? A cidade foi tomada por camelôs em todos cantos. Assim como vagabundos dormindo na rua, não tem lei contra isso?

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  17. O Montepio da Família Militar financiou muitos apartamentos neste e em outros condomínios e prédios da cidade.
    Os financiamentos foram efetuados dentro das condições vigentes de mercado da época e pagos normalmente.

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    1. Não estamos falando de legalidade, falo do geral.
      Um Gov. faz a remoção e entrega a construtora que fazem apartamentos facilitados para as FFAA. A operação em si foi assim. Que foram pagos eu sei.

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    2. 1 - Os apartamentos não devem ter sido "facilitados", provavelmente as construtoras receberam os valores de mercado.
      2 - FFAA = FA x 2 ???

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  18. O comentário do Mauro Marcello é bastante pertinente e eu acrescento: sempre existiram "pivetes e trombadinha" nas favelas. A diferença atualmente é que esses criminosos eles "evoluíram no crime" e tem a proteção de grande parte do legislativo, do judiciário, das Defensorias, da OAB, e é claro de políticos de esquerda. No passado as coisas eram diferentes porque literalmente "o pau cantava em casa de noca".

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    1. Eram um País exemplar álias "o pau cantava em casa de noca" foi tão bem sucedido que os resultados estão ai, sem duvida formula de sucesso.
      Proteção da Policia tb não esqueça afinal o "arrego" tem que ser Pago em dia ou o pau canta...

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    2. Alencar, só responderei qualquer comentário seu quando você se mostrar como realmente é. Sabemos que você usa os pseudônimos de "José Rodrigo de Alencar" e "Colaborador Anônimo", mas embora comente há "trocentos anos neste sítio" com um outro apelido, aliás bem conhecido, seu verdadeiro nome não é conhecido. Mas sabemos que que reside em "uma ilha tombada pelo Patrimônio Público em plena zona sul.

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  19. Bom dia Saudosistas. Continuo acompanhando os comentários, se nossa cidade está muito ruim hoje, sem essas remoções estaria muito pior. Acho que a cidade seria ou estaria melhor se não houvesse os privilégios para políticos, o judiciário, grupos empresariais e a hipocrisia da sociedade de alta renda.

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  20. Na época da construção da Selva de Pedra houve uma maracutaia para aumentar a altura dos edifícios que deveriam ter respeitado o gabarito do Leblon, que era mais baixo. O terreno da favela não era resultado de aterro como o de vários clubes vizinhos. Já constava da primeira planta do Leblon feita por volta de 1910. Mas não se conhecia o dono do terreno. Também desconheço de quem as construtoras compraram os lotes mas deve ter corrido muito dinheiro.

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  21. A quarta foto têm, além dos fuscas de sempre, Corcel, Puma, TL... eu acho.
    Cadê o Biscoito?

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  22. Tendo em vista a quantidade de Anônimos, todos eles publicando comentários bastante coerentes, acabei tendo a sorte de identificar um deles: o das 08:32.

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  23. tenho 2 amigos que moram na Selva de Pedra, ou melhor, 2 casais. em um, o síndico é uma merda e nada funciona. No outro, cuja síndica , que aparece por aqui bixestamente, as coisas funcionam muito bem, inclusive o Pub que é uma delícia. Ela leva o condomínio com mão de ferro e o resultado é um prédio muito bem administrado. Tudo funciona.

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    1. Corretor Ortográfico5 de outubro de 2022 às 12:15

      Bissextamente, Conde, bissextamente.

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    2. tem razão. a falta de ter um fotolog faz-me cometer erros na hora de respeitar o português. 2 anos sem escrever fazem uma tremenda falta

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    3. Corretor Ortográfico II5 de outubro de 2022 às 13:12

      Começar uma frase com letra minúscula, Conde? Me poupe!

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  24. E eu pensando que Selva de Pedra era um apelido pejorativo para esse conjunto de prédios. Não vi a novela, mas acho que o assunto nela foi construções altas, igual às grandes árvores das selvas, que provocam excesso de desequilíbrio no meio ambiente.
    Lembro de muitas fotos de treinos do Fla com os prédios em construção ao fundo.

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    1. O enredo da novela Selva de Pedra não teve qualquer relação com "prédios altos". Trata-se de um conjunto de dramas pessoais e familiares cujo foco central é um homem que mata um desafeto em Campos dos Goytacazes e se refugia no Rio de Janeiro. O título tem sentido metafórico e a estréia da novela foi há exatamente 50 anos, época em que a construção do prédio era recente.

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  25. Do blog (hoje infelizmente inativo) https://rioquepassou.com.br/2008/04/04/favelas-do-leblon-anos-30/, transcrito como no original.

    "Nesse fragmento de uma panorâmica de foto pertencente ao acervo de Benjamim Aguiar de Medeiros vemos, um pedaço do Leblon, em 1936.
    Em meio a um bairro praticamente vazio se destacam as duas enormes favelas, surgidas em menos de 7 anos, pois em fotos de 1929 nenhuma das duas aparecem, estando seus terrenos vazios.
    Na esquerda da imagem podemos identificar claramente dois marcos geográficos, um pedaço da pista do Jockey na extrema esquerda superior e acompanhado a parte esquerda inferior temos o canal da Av. Visconde de Albuquerque.
    No meio desses dois marcos podemos ver o Largo da Memória, largo criado no leito da velha Rua do Sapé, um dos primitivos acessos a Praia da Gávea, hoje Leblon. Margeando o largo e indo em direção ao canal vemos o amontoado de barracos, que galgavam a pequena elevação que existe no local, era a Favela da Memória, que existia nos terrenos onde hoje está o 23º BPM.
    Junto às margens da lagoa, à direita do campo do Flamengo podemos ver a maior favela que o Leblon já teve, a praia do Pinto, ainda sem os aterros posteriores, que provocaram a invasão e favelização das duas finas ilhas localizadas mais à frente a do Guarda e a das Dragas. A Ilha do Guarda é hoje onde está o litoral da Lagoa neste trecho, mais à direita temos a Ilha Caiçaras ainda pequenina sem os posteriores aterros, e o bico do arrocamento da Av. Epitácio Pessoa.
    Margeando os barracos da Praia do Pinto vemos também o primitivo traçado da Av. Afrânio de Melo Franco, que se juntava com a hoje desaparecida Av. Rodrigo de Freitas, que tem um pequeno trecho hoje ainda presente na Rua Adalberto de Campos.
    A foto também nos mostra com destaque, bem no extremo direito da imagem o gasômetro do Leblon, hoje desativado, no quarteirão entre as Av. Ataulfo de Paiva e Afrânio de melo Franco e as Ruas Alm. Guilhem e Humberto de Campos. Por causa dos bondes as ruas mais marcadas no tecido urbano são a Av. Ataulfo de Paiva e a Rua Dias ferreira, antiga Rua do Pau, continuação da Rua do Sapé e a primitiva via de acesso ao bairro.
    A Favela da memória foi removida na época do primeiro governo Vargas, pondo por terra a idéia que quem só removia favelas era Lacerda, o governo Vargas removeu várias favelas, criando inúmeros parques proletários pela cidade, que hoje se misturam aos bairros. Mas no Leblon a situação ficou complicada, pois os favelados não só da Memória como a da Praia do Pinto deveriam ir para o Parque Proletário da Gávea, para isso eles foram alojados em barracões, junto ao canteiro de obras o Parque proletário e em outros na Praia do Pinto. Curiosamente os do Parque Proletário assim ficaram até os anos 60 quando as famílias se mudaram para a única parte que foi concluída, o Minhocão da Gávea. Já os barracões erguidos na Praia do Pinto em poucos anos se mesclaram na favela, praticamente não podendo ser mais identificados em imagens dos anos 60, quando a favela atingiu seu auge de tamanho, sendo uma das maiores da Zona Sul, e removida no governo Negrão de Lima.
    É interessante nessa imagem a velocidade do crescimento da ocupação irregular em comparação com a cidade formal que surgia no Bairro do Leblon."

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  26. O projeto que vemos em uma das fotos apresenta, apesar da consciência de que colocariam milhares de pessoas espremidas aí dentro, alguns dados bastante inovadores. Por exemplo, prédios cilíndricos (que não foram construídos), um certo afastamento entre as torres e o corte ao meio de uma das “ilhas” da lagoa, certamente visando dar continuidade ao canal do Jardim de Alá.

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  27. Como seria possível não se deixar criar e evitar o crescimento das favelas em meio a um quadro de extrema pobreza e, pior, desigualdade?
    O erro foi achar que, tal como uma gota de azeite no vinagre, se poderia viver eternamente num "principado". Esqueceram que mais cedo ou mais tarde a convulsão estouraria.

    Quanto ao incêndio, há muita "passada de pano". Foi um ato criminoso mesmo e ponto.

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    1. Você está certo. Essa desigualdade precisa ser reduzida. A taxação de grandes empresários e um imposto sobre as grandes fortunas são medidas cujo efeito seria sentido imediatamente. A questão de terras ociosas deveria ter uma solução imediata. Além disso há muito desperdício com bens de consumo. O dinheiro gasto nessas futilidades resolveria parte da insegurança alimentar. Ainda bem que há uma luz no fim do túnel.

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    2. Caro anônimo das 14:53, não consegui chegar a um conclusão a respeito de seu comentário: bricadeira/provocação ou a sério mesmo?
      ... as terras ociosas e o desperdício com bens de consumo responsáveis por parte da insegurança alimentar ...
      Essa luz no fim do túnel vai apagar já já.

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    3. Meu caro Mário, apesar de Anônimo eu comungo com a vossa opinião.

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  28. Wagner, poderia ter sido evitado sim.
    As favelas, ao invés de problema, se tornaram solução de moradia barata e próxima a local de trabalho de seus moradores, tudo sob as vistas cúmplices do Poder Público, que desta maneira pode se eximir de tratar do problema habitacional e de infraestrutura decorrente.
    Além de, como sempre lembrado pelo Joel, ter sido criados os currais eleitorais urbanos.
    O processo de criação e aumento desenfreado das "comunidades" se desenrola há quase 100 anos (!), sob as barbas de todos.
    Pobreza e desigualdade claro que existiram e existem, mas não são justificativas únicas suficientes para a barbaridade que se verifica em nossa cidade.
    Pobre Rio.

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    1. O comentário acima saiu como anônimo por engano, é meu.

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  29. Por algum erro meu desapareceu o comentário sobre o "Colaborador Anônimo". Peço desculpas. Reitero o que disse: não pode ser confundido com os inúmeros "Anônimos". O "Colaborador Anônimo" é um antigo comentarista desde os tempos do provedor Terra, é profundo conhecedor do Rio, posta comentários sempre educados, é médico e seu primeiro nome, salvo engano, é Nilton.

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