O “post” de hoje é de autoria do Andre
Decourt. As fotos em P&B foram enviadas pelo Carlos Paiva, grande
colaborador também do “Saudades do Rio”. A foto colorida é do Google Maps.
As fotos de hoje mostram flagrantes documentados por Malta, quando da construção da Escola Municipal Pedro Ernesto na Fonte da Saudade.
Construída dentro do projeto de educação de Anísio Teixeira, que pretendia dar ao sistema de escolas da antiga Prefeitura do Distrito Federal melhores condições operacionais, como troca dos prédios alugados e mal adaptados para sedes próprias, além da construção de mais escolas visando eliminar o déficit de salas de aula, que aumentava desde o último grande programa de construção de escolas no governo Passos.
Além dos novos prédios havia também a aplicação de novos métodos de ensino, calcados na Escola Progressiva, que pretendia dar a todos uma educação fundamental gratuita, sem paternalismo ou filantropia.
Para isso uma nova leva de colégios foi construída, todos em estilo moderno (na realidade art-déco), projetadas dentro do “programa planificado do espaço escolar” desenvolvido pelo arquiteto Eneas Silva, que propunha 4 tipos de escolas: a mínima, a nuclear, a platoon (12, 16, 25 salas) e a playground.
Possivelmente o prédio da Pedro Ernesto é de autoria do próprio Eneas Silva (há uma placa na segunda foto com o nome do arquiteto), diante da sua semelhança com o projeto da escola mínima desenvolvido por ele, de fortíssima influência déco.
As escolas desenvolvidas por esta equipe visavam o racionalismo e o dispêndio mínimo de divisas, para se construir dentro do orçamento disponível o maior número possível de prédios. Por isso entraram logo em choque com a escola dominante a época, o neocolonial que vinha dominando a construção de prédios públicos até então, bem como o abandono do novíssimo estilo missões que fora realizado em importantes colégios construídos na administração de Prado Júnior.
Mas o racionalismo não abandonava as boas condições para o ensino, luminosidade, arejamento e praticidade eram elementos primais nos prédios construídos por este programa, que podem ser considerados os primeiros prédios públicos construídos em linguagem moderna no Brasil, no período da primeira metade dos anos 30.
As duas primeiras fotos, com exatos cinco meses e um dia de diferença, mostram a velocidade da construção de um prédio de alvenaria convencional, ainda mais à época, com materiais bem menos modernos que temos hoje em dia.
Como podemos perceber o prédio subia num dos pedaços destinados a um grande jardim projetados nos anos 20, depois realizado pela mão de Azevedo Neto, com o nome de Praça da Piaçava.
Na primeira foto ainda vemos um funcionário da Light fazendo manutenção no poste de iluminação pública defronte ao canteiro de obras da escola e, ao fundo, o Morro dos Cabritos.
Nesta imagem do Google Maps vemos que a escola continua lá, na Fonte da Saudade, entre a igreja de Santa Margarida Maria e a Rua Humaitá.
E agora adiciono esta fotografia, de 1957, tirada na Escola Pedro Ernesto. Podemos ver o antigo uniforme dos alunos (calça azul-marinho, camisa branca com o escudo EP sobre o bolso). No alto, na parede, uma flâmula da escola (naquela década quase não havia casa que não tivesse flâmulas nas paredes). Sobre a mesa, a bandeira do Brasil e, aparentemente, um tinteiro. No flanelógrafo, o nome da Escola, a data e, imagino, o nome do professor da turma: Professor Sylo.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirContinuo acompanhando os comentários. E fora da minha área de jurisdição.
Aproveito para parabenizar o gerente pela marca de 1,5 milhão de visualizações da página. Rumo aos 2 milhões.
Bom dia Conferentes. Educação fundamental, um tema bastante polêmico e sem programa de melhoria de qualidade no Brasil de hoje, principalmente comparando com o que estou vendo aqui na Itália, nas escolas dos meus netos. Se não houver uma mudança drástica na atual política de educação fundamental, o Brasil estará fadado no futuro a ter uma educação comparável aos Países mais pobres do mundo e se eternizará como um País subdesenvolvido.
ResponderExcluirÉ verdade Lino, basta ver a grande quantidade de jovens culturalmente alienados cujos valores morais tornam seu futuro seja bastante duvidoso. Desconhecem a realidade em que vivem em razão de uma "desqualificação cultural" a que são submetidos há décadas. São resultado de uma doutrinação e de um patrulhamento sócio-cultural vigente em escolas e universidades, onde "as verdades são relativas e de acordo com alguns interesses".
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirO muro - que "polui" a composição - ainda não tinha sido construído quando da segunda fotografia.
Será que fazia parte do projeto original?
Ótimo texto do André Decourt. O Anisio Teixeira foi um dos grandes educadores brasileiros.
ResponderExcluirEste local é daqueles que têm endereço impreciso. Às vezes é Lagoa, Fonte da Saudade, Humaitá, O Google diz que o endereço da escola é rua Abelardo Lobo.
Essa pintura azul é horrível. Prédio público ou e mal cuidado ou quando reformado deixam feio. Basta ver os Fóruns regionais com aquela azulejo azul.
ResponderExcluirSe acharem um mapa da época da construção, com certeza nele está indicando Fonte da Saudade, como dito nos rodapés das fotos e como se fosse um bairro. Ou Botafogo. Menos provável seria Jd. Botânico para esse trecho, mas nunca Lagoa ou Humaitá, subdivisões de bairros, que surgiram bem depois.
ResponderExcluirEm quase 6 anos nesse endereço o Saudades do Rio chega a uma média aproximada de 694 visitas por dia.
ResponderExcluirNão tenho ideia de como estão outros blogs e similares, Rio Antigo ou não, mas me parece um ibope mais que suficiente para manter o programa no ar, se o ilustre apresentador assim desejar.
Parabéns ao Luiz, o administrador conhecido.
Concordo plenamente com o comentário das 08:23 no que se refere à Anísio Teixeira. Um grande conhecedor de seu mister, um "cientista educacional". Infelizmente morreu em circunstâncias confusas. Ao contrário de "outros", um grande mestre. FF: Embora seja de conhecimento geral a "catástrofe ambulante" chamada BRT onde os ônibus "caindo aos pedaços" circulam de portas abertas, nada é tão ruim que não possa piorar. Um jovem de 16 anos morreu após cair de um desses ônibus que circulava de portas abertas. Apesar da gravidade do fato, a empresa Moby que detém a concessão alegou que "a culpa foi da vítima". Em "terras de Dudu" não poderia ser de outra forma.
ResponderExcluirNão sei porque, mas eu gosto de ver essas construções art deco.
ResponderExcluirDivisões de bairros no Rio vai mais ao sabor das imobiliárias do que da divisão oficial da prefeitura. Com isso muitos incautos compradores só vão saber exatamente onde o imóvel está oficialmente localizado quando chega o primeiro carnê do IPTU...
Anísio Teixeira foi “sumido” pela ditadura e desovado no poço de um elevador.
ResponderExcluirÉ o que acontece com os que divergem de regimes autoritários.
Com certeza. O filho da modista Zuzu Angel também morreu assassinado pela ditadura.
ExcluirMuitos jovens foram assassinados nos porões da ditadura. E tem que defende.
ExcluirJá foi alvo de comentário tempos atrás a circunstância da morte de Anísio Teixeira, mostrada em uma série de episódios do canal History, descartada qualquer possibilidade de assassinato, sendo mais plausível a hipótese de acidente com a queda no fosso do elevador por distração. A confusão foi gerada pela chegada de um outro corpo no mesmo dia. Os detalhes agora não me lembro. Mas não tenho porque duvidar da conclusão.
ExcluirHá controvérsias em vários sites no Google.
ExcluirNo Século XXI o "sistema" costuma ser mais sutil: acidentes aéreos não deixam vestígios. Afinal tudo evolui...
ExcluirMais uma foto adicionada ao "post" de hoje.
ResponderExcluirAntiga Praia da Piaçava . Rua Abelardo lobo antes era a rua , cujo nome me esqueço , do fundador da ferro carris do JB. Tudo mudado pela saída do Rebouças. Passei hj em frente ao predinho. Simpático. Anisio grande educador
ResponderExcluirVale Wikipedia?A Botanical Garden Railroad Ltd.
ExcluirTambém sem os necessários recursos para investimento, os direitos da Companhia do Jardim Botânico foram adquiridos por Charles B. Greenough, ex-engenheiro-chefe e gerente-geral da Bleecker Street & Fulton Ferry Rail Road, de Nova York, o qual fundou, naquela cidade estadunidense, a "Botanical Garden Railroad Ltd." (21 de novembro de 1866). Sousa continuou como associado nos primeiros tempos, e o seu nome consta na documentação da empresa, ora como representante, juntamente com Greenough, ora como fiador da Botanical Garden, que teve autorização para funcionar no Brasil apenas em abril de 1868.
Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai comprar um prédio no valor de 150 milhões, deve faltar espaço para nomear ruas e dar medalhas. Isso com nossa grana...
ResponderExcluirEsse prédio é "só" o Serrador, de recente aventura do "Mr. X".
ExcluirInteressante essa nova foto adicionada. Abrindo em uma nova guia, alguns detalhes aparecem melhor, como o nome do aluno (Paulo), apesar de ainda não ter decifrado o sobrenome. O número à esquerda do nome da escola deve ser para controle do estúdio fotográfico.
ResponderExcluirMinhas fotos são de mais de vinte anos depois, mas ainda estão comigo. Claro que de outra escola e de outro modelo de uniforme.
A foto posada do aluno é em tudo e por tudo semelhante à que apareceu na minha postagem sobre a escola Soares Pereira. Pelo visto, era um padrão.
ResponderExcluirA última foto foi enviada por Paulo Cesar Rodrigues.
ResponderExcluirBingo! Paulo C. Rodrigues... Estava em dúvida entre Rodrigo e Rodrigues.
ExcluirNessa história de BRT, vale o ditado: "em casa em que não tem pão, todos gritam e ninguém tem razão". De um lado, o mau estado de conservação dos ônibus; de outro, as depredações e incêndios nas estações, e os passageiros que embarcam sem pagar passagem, provocando evasão de receita das empresas. Num caos tipicamente brasileiro desses, em que reina a anomia, a impunidade, a corrupção e outras dezenas de mazelas, a solução seria jogar uma boa quantidade de bombas de nêutrons no território todo, dizimando a população e começando do zero.
ResponderExcluirFF: sobre o "FF de 12:11", não tenho motivos para defender o prefeito, muito pelo contrário, por inúmeros motivos, mas a situação é muito complexa e não pode ser generalizada. As portas são arrombadas pelos próprios usuários por deficiência do ar condicionado (erro de projeto) e por vandalismo mesmo. Não há santos nessa história. Hoje mesmo presenciei mais cedo um "passageiro" pendurado literalmente na porta traseira, mesmo com o ônibus articulado relativamente vazio... Aí cai e a "culpa é do Dudu", como a Record adora frisar. Como se não houvesse problemas na época do bispo...
ResponderExcluirO Eduardo Paes, contudo de muitas coisas faladas sobre ele, é o melhor prefeito que a cidade teve há muitos anos. Na área da saúde, então, não tem comparação. As críticas, que se prendem mais ao BRT, soam cantinela do império record/universal.
ResponderExcluirEstão fazendo agora algo que deveria ter sido feito há mais de dez anos, colocar piso de concreto na Transoeste, entre Barra (Alvorada) e Guaratiba (não sei se o concreto chegará até Santa Cruz).
ExcluirE ainda fazem propaganda da "Nova" Transoeste nas redes sociais...
O Augusto tem razão, já que tem "conhecimento de causa". Cheguei a andar no BRT em 2014, e na época era excelente. Muitos fatores contribuem para esse caos. Todo o sistema precisa ser "policiado por policiais" e não pela GM, já que não possuem armas. Para policiar qualquer ponto no RJ, ainda que seja batizado ou aniversário de criança", é preciso estar "armado até os dentes", e o público usuário do BRT não prima pela educação. São calotes, depredações, e diversos crimes que acontecem. É só acompanhar a mídia e perceber. Com Crivella ou com Dudu, a situação não muda muito, a não ser pelo "método de lucrar"...
ResponderExcluirNessa Copa pode assisitir jogo dentro do campo?
ResponderExcluirPelo menos no primeiro tempo Lewandowski vendo sua Polônia só se defendendo da Argentina e não só não pagou nada para assistir como até recebe uma boa grana.
Isso não e culpa do prefeito, nossa educação cívica é lamentável, geral quer se dar bem. Assim estamos.
ResponderExcluirTenho pelo menos umas 3 fotografias como a última postada, era tradicional fotos nas escolas primárias de antigamente.
ResponderExcluirHoje em dia também são tiradas fotos normalmente de toda a turma e individual de cada aluno, principalmente nas escolas e creches particulares. Cheguei a visitar a Escola Anísio Teixeira em Santa Tereza quando meu filho era criança ainda na pre alfabetização, mas acabei desistindo devido a metodologia da escola ser progressista e dar muitas liberdades ao aluno, embora na época fosse muito badalada, optei por o matricular no Colégio Cruzeiro. Nossa ideia era que ele estudasse numa boa escola do maternal até o término do 2º grau, o que verificamos ter sido a melhor escolha.
Segundo as notícias de hoje a PM é ótima para policiar bingos.
ResponderExcluirInfelizmente a PM é uma instituição marcada pela corrupção. "Policiar bingos é o menor dos males". Fazer o quê?
ExcluirPolicia civil não fica atrás.
ExcluirFora de foco, mas nem tanto.
ResponderExcluirA maneira totalmente covarde como a Polônia jogou contra a Argentina hoje não tem justificativa.
Não quiseram nem tentar jogar.
Lamentável.
Não merecia se classificar. Time só com goleiro e o Lewa
ExcluirPor pouco a Polônia não se classificou pelo critério de número de cartões amarelos. Isso até sair o gol da Arábia Saudita. O México xinga até agora o pênalti perdido pelo Messi.
ExcluirA Polônia corre um sério risco de ser massacrada pela França nas oitavas. Já a Argentina pega a Austrália.
Postei lá em cima. A Rua Abelardo Lobo se chamava "Greenhough", fundador e diretor da Ferro Carris Jardim Botânico.
ResponderExcluirE viva os 1,5 M do SdR! Guiness!
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