Segundo publicação do Sindegtur, em março de 1895 Domingos Fernandes assinou contrato com a Intendência Municipal objetivando construir um cais ligando a Praia da Saudade à Fortaleza de São João. A ponte Domingos Fernandes Pinto (que liga Avenida Marechal Cantuária à Avenida Pasteur é resultado deste primeiro momento de obras).
Em agosto de 1901 foi criada a firma Domingos Fernandes Pinto & Cia a fim de continuar as obras de 1895. O sonho de Domingos Fernandes de criação de um bairro foi embargado pelo Exército que temia que esta obra viesse a tornar a Fortaleza de São João vulnerável.
Mas a criação do cais foi de utilidade para a Fortaleza facilitando a ligação da Praia da Saudade com uma trilha na encosta do morro que acessava à fortaleza. Esa trilha foi o embrião da atual Av. São Sebastião.
Em 1921 o Engenheiro Oscar de Almeida Gama criou a Sociedade Anônima Empresa da Urca objetivando a construção de cais ligando a Praia da Saudade à Fortaleza. Neste período governava a cidade o prefeito Carlos Sampaio, que incentivou a obra realizada. A Sociedade foi responsável pela construção do ancoradouro de barcos junto à ponte (o ancoradouro foi criado para servir como piscina para competições, possuindo fundo azulejado e arquibancadas), do cais que corre pela atual Avenida João Luís Alves e Avenida Portugal e do Hotel Balneário (que funcionou como Cassino da Urca de 1934 a 1946 e TV Tupi, de 1951 a 1980). Em setembro de 1922 a Avenida Portugal foi oficialmente inaugurada.
O cais é uma das partes mais
antigas do agradável bairro da Urca, construído para a Expo de 1908, com a finalidade
de os barcos que partiam do Centro e da Praia de Botafogo, atracassem conduzindo
assim parte do público.
Após o término da exposição o cais continuou sendo usado para a atracagem de barcos, bem como sendo usado como acesso à pedreira que se localizava para dentro do bairro.
Cartaz da Panair, em francês, garimpado pelo JBAN, promovendo o Brasil - O país do futuro.
O
belo desenho mostra o quadrado da Urca, a garagem dos barcos do Iate Clube, a ponte e o
Corcovado com o Cristo Redentor.
Ao final despede-se: "A soberana do Atlântico Sul".
Parece que a
estratégia da época era se anunciar como a maior dentre a concorrência.
Segundo o Candeias, esta ponte era chamada de "Ponte Barriguda" pela garotada da Urca, no começo dos anos 50.
Postagem com a colaboração da tia Milu, JBAN, Derani, Richard, Decourt, Rafael Netto, membros do FRA-Fotologs do Rio Antigo.
Bom Dia !
ResponderExcluirDesde sempre “país do futuro”.
ResponderExcluirUm futuro que nunca chega.
A Urca, um bairro planejado, quase deu certo, mas hoje enfrenta muitos problemas.
Considero a vista a partir da Urca uma das mais bonitas do Rio.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirUma aula com vários "professores". A Urca foi, por muito tempo, o sonho de consumo da minha irmã. Hoje, ela se contentaria com Botafogo. Aliás, a virose dela continua e agora foi diagnosticada uma amigdalite. Está "de molho" em casa.
Sempre lembro da série de fotos que postei nos falecidos fotologs com o Luiz Alberto ("Betinho ") crescendo nas ruas da Urca ao longo dos anos 40.
AUGUSTO, você não tem fotos do seu fotolog para colocarmos aqui? Estou resgatando postagens que se perderam no TERRA e que não estão mais disponíveis para os apreciadores do Rio Antigo.
ExcluirUm bairro "cobiçado" cujo preço dos imóveis é alto, mas que possui problemas insolúveis. A falta de um bom comércio e de vagas para veículos faz com que qualquer ida à Urca seja objeto de preocupação, sem contar que a grande maioria dos imóveis não possui vaga de garagem. Com relação ao fato do Brasil ser "o país do futuro", eu discordo: esse futuro já chegou.
ResponderExcluirHoje é dia de cozinhar aqui em casa. Por isso e por nada saber sobre a Urca, não comentarei nada. Apenas gostaria de manifestar ligeira discordância com a opinião do nobre Joel: o futuro ainda não chegou ao Brasil. O que estamos vivendo é apenas uma avant-première do que virá. O país está irremediavelmente doente: fisica, etica e moralmente. No leito de morte. Em breve alguém lhe dará a extrema-unção e dirá a famosa frase "Requiescat in pacem".
ResponderExcluirPronto, falei. E como dizia Ibrahim Sued. "À demain, que vou em frente".
E logo uma voz "progressista" irá alegar que você está "politizando"...
ExcluirE ainda irão dizer que o Brasil está "quase maduro"...
ExcluirEm um passado não tão remoto a Urca era o destino de milhares de banhistas. As filas nos pontos finais das linhas Lins-Urca e Estrada de Ferro-Urca eram imensas. Muitos levavam "bóias de pneu", patinhos, e outros acessórios. Meus tios ainda adolescentes e morando em Vila Isabel faziam parte desses grupos. Sob o meu ponto de vista era um típico "programa de índio", pois Copacabana era "ali ao lado". Mas havia destinos bem menos atrativos. A quase inexistente Praia do Flamengo era um deles. Meu avô paterno nos idos de 1928 costumava frequentar aquela praia. Já naquele tempo a poluição era grande e era comum naquelas águas a presença de "toletões" na superfície.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. A URCA é um bairro para mim muito simpático, gosto muito de ir caminhar na pista Claudio Coutinho ou mesmo pela orla quando não encontro vaga para estacionar na Praia Vermelha, porém acredito que o bairro irá sofrer uma transformação nos próximos anos, com muitas das casas sendo demolidas e a construção de edifícios, alguns problemas atuais levarão a isso, tais como: os proprietários dessas casas estão envelhecendo e filhos tomando outro destino, a dificuldade e os custos crescentes dia à dia para manutenção destes imóveis e o outro grande problema que passou a assolar também este bairro, a crescente violência na cidade (antigamente isso não existia). Espero que pelo menos não sejam criados espigões como os que hoje imperam na Barra da Tijuca.
ResponderExcluirLino, a legislação sobre construções na Urca é severa. Limita o gabarito na maior parte do bairro. Mas, é verdade, com os políticos que temos...
ExcluirAs limitações de gabarito para a Urca em parte são determinadas pela Aeronáutica; fica na reta da cabeceira de decolagem do SDU.
ExcluirO Biscoito agradece a menção honrosa e acrescenta observação recebida de Jason Vogel, este sim, um senhor consultor (seria um consultor sênior?) que encontrou no livro das placas de 1944, o motivo do Buick 1941 estar na ponte barriguda...
ResponderExcluirO Buick pertencia ao Sr. Eduardo Grillet, que morava na Avenida São Sebastião, 117, portanto, o Eduardo estava indo trabalhar.
Mas o mesmo carro em 1948 já morava no Grajaú e era do Sr. Barroso. Com sua perspicácia infinita, o Jason descobriu na mesma página, apenas duas linhas abaixo, que Dora Viváqua, a nossa Luz del Fuego, tinha um Hudson, de placa 64-73. Quem diria..?
Em tempo, e em outro tempo, quando o biscoito não passava ainda de massinha fermentada, ele ia com mães e coleguinhas à praia da Urca, com a desaprovação do pai, que já sabia da poluição da Urca, aí por volta de 57-58...
No primeiro domingo de cada mês meu tio Joaquim Antonio (adivinhem a nacionalidade do pai dele...) nos levava ao Metro Passeio para assistirmos à Sessão Tom & Jerry. A garotada se espremia no seu Hilman Mirx 1950 e ele pisava fundo na hora de passar pela Ponte Barriguda. Uma vez o Augusto Ceará estava distraído na hora de passar pela ponte, brincando com um carrinho no banco da frente. Foi o dia em que ele passou mais rápido, a ponto de o carrinho escapulir das mãos dele e ir parar no colo do meu irmão Wilson, no banco de trás. Bons tempos!
ResponderExcluirEsta ponte, antes das obras dos anos 50, tinha umas "calosidades" que faziam os automóveis darem "pulinhos".
ExcluirTrabalho em conjunto rende ótimas postagens.
ResponderExcluirCom certeza nunca passei nessa ponte. E tem mais de 30 anos que não vou para os lados da Praia da Urca, onde nunca entrei na água.
Já no lado Praia Vermelha fui o ano passado.
Nunca gostei da Urca, comércio zero. Para quem não conhece primeiro lugar a ficar sem água quando falta, e último a voltar. Metade é militar que recebeu uma camaradagem para comprar entre 64 e 85.
ResponderExcluirO mais engraçado sobre o quadrado da Urca e que em um bairro rico temos uma colônia de pescadores enorme.