A foto é do Bar Divino,
situado no trecho da Rua Haddock Lobo, entre Barão de Ubá e Matoso.
Local de encontro da
turma Roqueiros da Tijuca, de onde saiu a Jovem Guarda, era frequentado pelo
Erasmo, Wanderlea, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Renato dos Blue Caps,
Simonal, Jorge Ben, Tim Maia e Roberto Carlos.
Era um tempo das calças
Lee, casacos de couro, motos e lambretas.
O Bar Divino ficava ao
lado do Cine Madri. O letreiro de acrílico tinha uma coroa no centro das
letras. O forte do bar eram as pizzas, milk-shakes, tortas da Gerbô e chope.
Tinha também um braseiro para servir churrasco.
Figura frequente neste
bar era o Menezes: nos idos dos anos 60 era comum encontrá-lo aí tomando um “sundae”,
sentado nas altas cadeiras almofadadas e de aço Inox, esperando a Regina chegar
(que o “Comando” não leia estas linhas).
O balcão em formato
sinuoso e máquinas de bater Milk e torradeiras americanas para pão eram
emolduradas pelos imensos espelhos, dando um ar americanizado dos anos dourados
e da juventude transviada.
No lado de fora cadeiras
com mesas eram ficavam cheias com o pessoal que chegava de Lambretta.
O Divino concorria com o
bar Eden, na Praça Saens Peña, como point dos jovens rebeldes da época. Mas
eram turmas diferentes. O Divino reunia a ala mais intelectualizada,
onde despontavam músicos e cantores.
A foto, de 1973, é do Cine
Madrid, fechado para obras por conta de um incêndio. Nunca reabriu. Situado na Rua
Haddock Lobo nº 170, da Empresa Cinemas São Luiz Ltda., tinha 1827 lugares e
funcionou de 26/04/1954 a 17/05/1970. Ficava entre as ruas do Matoso e Barão de
Ubá.
O cinema era dito ser na
Tijuca, mas aí já não é Rio Comprido?
Esta foto do "Correio da Manhã", Arquivo Nacional, foi enviada
pelo Helio Ribeiro e foi publicada originalmente em 05/10/2010, como parte do 1º
Concurso Sherlock Holmes, do “Saudades do Rio”.
Eu me lembro muito bem do Madrid e do Divino, mas nunca sequer adentrei o bar. Ao Madrid fui com meu pai duas ou três vezes em matinês. Entretanto fui muitas vezes ao "Comodoro", que ficava em frente. Quanto ao local ser na Tijuca ou no Rio Comprido, a segunda opção é a correta. Parte da Rua do Matoso pode ser condiderada Praça da Bandeira e parte dela fica no Rio Comprido. A verdade é que por uma questão de "marketing imobiliário", os bairros tiveram sua real localização "deformada".
ResponderExcluirMeu domínio.
ResponderExcluirEstou desenvolvendo um roteiro e esse é um dos pontos de parada. Falo sobre o Tião Marmiteiro, o rapaz de porte atlético que encantava a todos com seu violão que sempre carregava nas costas, sendo um ótimo jogador e claro dos reis do iê iê iê.
Ouso dizer que essa é uma das esquinas mais importantes do Brasil, culturalmente falando. Aquela Ipiranga com Av. de esquina de São João não chega nem perto. 😁
Local de muitas histórias e vários cinemas.
Acho q já comentei aqui, li em algum local q o primeiro cinema da região foi na Haddock Lobo, 10 ou 20, não lembro o número agora.
Ahhhh, vejam a música do Tião Marmiteiro sobre o local.
https://youtu.be/ojRP_LGVEd4
Exceto por umas raras idas à casa de primos na Tijuca mal frequentei essa região nos velhos tempos.
ResponderExcluirLembro que era uma viagem chegar lá antes da abertura dos túneis. Era via Lapa e Presidente Vargas.
Nos anos 60 havia uma grande rivalidade musical entre essa turma do iê-iê-iê e o pessoal da bossa nova.
Na TV o programa do Roberto Carlos rivalizava com o da Elis Regina.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirPassei por muito tempo pela rua do Matoso indo para o trabalho no Rio Comprido até atravessando a Haddock Lobo. Nunca reparei no bar, se é que ainda estava funcionando. O cinema já era história há muito tempo.
Hoje não era dia de "Onde é?"?
Está difícil encontrar novas fotos interessantes para esta seção.
ExcluirVou providenciar fotos antigas "sem qualquer registro de propriedade".
ExcluirEspero que goste.
ExcluirSerá um prazer publicá-las se forem inéditas.
ExcluirO Editor hoje pegou pesado nas minhas lembranças de juventude nesta região da Tijuca. O Bar Divino tem uma importante passagem na minha vida já que era meu ponto de encontro com os amigos, e de algumas paqueras em andamento. Um bar que ainda está na minha lembrança, primeiro pela arquitetura interna do tipo Americano com balcões sinuosos e cadeiras altas de aço cromado com almofada vermelha. Os detalhes dos copos dos sorvetes sundae em vidro bordados com borda sinuosas, copos altos de Milk, e bombas para retirada de caldas de morangos completavam o aspecto do Bar. Meus tios quando vinham do Ceará me visitar sempre me levavam lá para o cobiçado sorvete. Ao lado, o Cine Madrid com seu ar condicionado gelado e poltronas estofadas eram ponto de encontros com as namoradas nas matinês. O encontro dos expoentes da jovem guarda da época eram animados. Erasmo Carlos era o frequentador dos mais assíduo do pedaço. No Cine Madrid, ainda está na minha memória o filme April Love com Pat Boone ídolo da juventude Americana nos anos 50 que eu queria imitar no meu sonho de jovem e que assisti pelo menos 4 vezes sendo uma delas com a Neusa...ah a Neusa... Eita tempo lindo...Da Neusa, uma Normalista linda falei muitas vezes no SDR, mas o Pastor Belleti não acreditava nas minhas palavras. Saudades do Pastor.
ResponderExcluirAo lado do local da primeira foto, bem na esquina com a Barão de Ubá, hoje tem o Bar Divino, mas acredito que não tenha nada a ver com a história do famoso bar da jovem guarda.
ResponderExcluirA rigor e tomando por base parâmetros reais, pode-se dizer que Tijuca começaria na altura da Basílica de São Sebastião, mas no passado esses limites eram mais exíguos. Não custa lembrar que a Igreja de São Francisco Xavier tem o nome de "Paróquia de São Francisco Xavier do Engenho Velho".
ResponderExcluirJoel, você como grande conhecedor da região, não concorda que é um tema muito polêmico cravar os limites entre os Bairros da Tijuca e do Rio Comprido?. Em minha avaliação, indo na mão
ResponderExcluirda Haddock Lobo até a Rua do Matoso, seria Tijuca e de lá para a frente Rio Comprido, sendo que, continuando logo após o elevado, já é considerado Estácio. Em contra partida, indo por dentro, via Barão de Itapagipe, rua paralela à Haddock Lobo, o limite entre os dois bairros seria a Rua do Bispo.
O Rio Comprido foi ligeiramente desviado (poucos metros) e canalizado em 1919 por Paulo de Frontin, e portanto já em época remota não poderia ser considerado "Estácio". Não se pode traçar uma linha precisa dividindo a região, mas eu diria que a rua Professor Quintino do Vale poderia ser esse marco. Meu avô morou na "Rua da Luz" em 1915/1916 antes da canalização e sempre se referiu à Aristides Lobo e ao "Largo do Rio Comprido como "Rio Comprido.
ExcluirBom dia Saudosistas. O Bar Divino é até hoje o bar mais famoso da "Tijuca" justamente por este passado descrito acima, porém nos dias de hoje já não mantenha as mesmas características nem os serviços oferecidos de outrora, chegou a ficar fechado algum tempo a anos passados. Tornou a reabrir porém hoje só mantém o nome famoso. O que o mestre Menezes não mencionou foi o ótimo chope tirado pelo copeiro que agora me foge o nome.
ResponderExcluirMestre Lino, naquele tempo eu gostava de Cuba Libre. Chope não era minha praia. Quanto ao Copeiro, infelizmente não me lembro do nome dele. É do seu tempo?
ExcluirNos anos 70 teve uma época que frequentava o Divino aos sábados a tarde com uns amigos. Meu pai aos sábados parava por lá, quando voltava do trabalho, eu e os amigos ficávamos esperando ele embromando tomando um chope, quando ele chegava ele vinha falar comigo e depois ia para uma ponta do balcão conversar com o dono, tomava um ou dois chopes e depois ia embora pra casa. Depois o garçon vinha até nós e dizia, seu pai deixou uma dúzia de chopes pagos para vocês, aí começava a festa. rs, rs, rs, rs,
ExcluirFui algumas vezes ao Madri e ao Comodoro, que como diz o Joel ficava em frente a ele. No Comodoro lembro de ter visto a ópera-rock "Tommy".
ResponderExcluirSempre que vejo referência a sundae lembro uma sacanagem de alguém do Pasquim, que traduzia o nome do famoso filme "Sunday, bloody Sunday", como "Sorvete, sangrento sorvete".
ResponderExcluirMenezes, 07:46h => "April Love" é uma canção famosa, gravada por muitos intérpretes, Não é das minhas preferidas. Quanto ao Pat Boone, gostava muito de várias músicas cantadas por ele, como "Speedy Gonzales", "Bernardine" e "Moody River".
ResponderExcluirNão conheci esse trecho nos bons tempos.
ResponderExcluirParece que o cinema não virou igreja neopentecostal. Ninguém abriu concorrência à Universal do outro lado da rua, onde era o Comodoro.
Cada bairro tinha o point da rapaziada da época. O Eden era famoso, mas a frequência acho que era de mauricinhos. Outro que reunia pessoal era o Nova Orleans, na esquina das ruas Uruguai e Conde de Bonfim. Os habitués eram de menor poder aquisitivo que os do Eden e mais de moradores locais.
ResponderExcluirVocê esqueceu do Palheta...
ExcluirHavia também o bar do ROQUINHA quase na esquina da Gen. Roca c/ Barão de Mesquita, o SALETE na R. Afonso Pena quase na esquina de Mariz e Barros, na esquina da Haddock Lobo c/ Afonso Pena, o COLUMBIA E COLUMBINHA que funcionam até hoje.
ExcluirO "Roquinha" era um "pé sujo" e galera que o frequentava o fazia para "tomar um capilé", mas como nunca fui chegado à bebida alcoólica, eu preferia o "17", a Pizzaria que ficava a dez metros do Roquinha na Soriano de Souza 17, ou então no "Sheik, onde atualmente funciona a "Belíssima".
ExcluirFrequentei muito pouco a Tijuca ao longo do tempo, quase não tenho referências.
ResponderExcluirFui sim várias vezes a lojas de acessórios de automóveis; aliás me impressionava a grande quantidade de lojas/oficinas dedicadas a automóveis no bairro, não sei se ainda é assim.
Outra referência que tenho do bairro é que nas turmas de meu filho no Colégio de São Bento, a grande maioria dos alunos morava na Tijuca e adjacências; coincidência ou o viés conservador do bairro tinha sua influência na escolha do colégio?
Vai saber ...
Uma curiosidade é que eu sempre falei o nome da rua “Hadack Lobo”, com a, ao invés de com o. Alguém mais fala assim ou só eu?
ResponderExcluirAntigamente a Tijuca era um bairro bem conservador. Eu diria que a família típica era de um militar casado com uma professora. Há tempos muitos tijucanos rumaram para a Barra.
ResponderExcluirO Miguel Falabella tinha uma peça, que foi exibida num teatro do Shopping da Gávea, que retratava muito bem o universo tijucano.
A mim sempre impressionou a quantidade de clubes da Tijuca. Fui a muitos bailes em alguns deles.
Esquematicamente:
ExcluirColégio Militar e Instituto de Educação = futuros militar e professora.
Sem praia: clubes com piscina.
Nova Ipanema + Novo Leblon = Nova Tijuca
Nos idos de 57 quando cheguei do Ceará, fui morar na Usina da Tijuca e um ano depois fui para a rua Zamenhof no Estácio que ficava perto de 4 cinemas. O primeiro era o Cine Colombo que ficava na sugestiva rua Pinto de Azevedo, rua da Zona(baixo meretrício) , o Segundo era o Cine Hadock Lobo onde hoje é um Hospital da Policia Civil, o terceiro o Cine Avenida que ficava na esquina da Hadock Lobo com Paulo de Frontin e por ultimo o Cine Madri ao lado do Restaurante Divino. Mas minhas idas frequente e geralmente de Bonde( 66 - Tijuca) me conduzia até a Seans Pena onde ficavam meus points favoritos: O Palheta, Cine Carioca, Metro-Tijuca e nas noitadas o Bar do Edem para jogar bilhar. Mas tudo isso dito, hoje o local já não tem mais vestígios desse passado encantador, pois tudo mudou a começar pelo Viaduto Paulo de Frontin que para mim foi o começo da derrocada daquela pedaço da Tijuca.
ResponderExcluirO Éden ficava na esquina da General Roca com a Conde de Bonfim, e todo o trecho entre entre a Conde de Bonfim e a Barão de Mesquita foi destruído ou descaracterizado, a começar pelo prédio do Café Éden, onde também havia uma barbearia. Apenas dois ou três prédios antigos ainda resistem, inclusive o que faz esquina com o trecho original da Santo Afonso e onde existe uma loja da Otto. Até mesmo para os "conhecedores da região" fica às vezes complicado.
ExcluirMeio fora de foco, mas nao há como não associar o Divino com a historia da Jovem Guarda .
ResponderExcluirHa um filme que vez por outra passa no Canal Brasil, que conta com muitos detalhes toda a história da mesma, trata-se de um documentario bastante detalhado, com muitas curiosidades, incluindo a própria origem da expressão jovem guarda. Para aqueles quw se interessarem, esta mo YouTube
no link a seguir: https://youtu.be/3kbfUX4EpLM
Na última vez que fui na Tijuca, num salão de festas próximo da Praça Saens Pena, ouvi muitos tiros de fuzil oriundos dos morros à volta. Senti-me como estivesse na Penha ou qualquer outro bairro no entorno do Complexo do Alemão, Maré, etc.
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