Total de visualizações de página

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

RUA BOLIVAR


FOTO 1: O escritório Freire e Sodré construiu mais de uma centena de casas no Rio na primeira metade do século XX. Algumas fotos delas já foram publicadas aqui no “Saudades do Rio”, tendo Marina Hermanny Freire, neta de Mario Freire, proprietário da empresa, autorizado, gentilmente, a publicação neste espaço.

Recentemente Conceição Araújo descobriu que o acervo da família foi doado ao IMS. As fotos de hoje têm origem neste acervo.

Vemos o projeto de atualização do escritório Freire & Sodré Engenheiros de casa na Rua Bolívar nº 23, por volta de 1935.

Na placa grande está escrito: Freire & Sodré - Engenheiros - Ouvidor, 87-A 5° TEL

De acordo com a planta publicada pela Secretaria de Viação, Trabalho e Obras Públicas da Prefeitura do Distrito Federal (PDF) no início da década de 1930, a casa ficava na esquina com a Rua Aires Saldanha, com entrada pela Bolivar.

Por volta de 1960 a casa foi demolida.


FOTO 2: Aspecto da varandinha na entrada da casa. Era uma época em que a "art-déco" estava em alta.

Como a reforma foi feita em 1935, poucos anos depois, a partir de 1938, os moradores teriam à disposição o cinema Roxy, a poucos metros de casa.


FOTO 3: A porta de entrada e a escada para o 2º andar da casa.


FOTO 4: A porta da esquerda seria uma entrada de serviço? A porta principal, à dieita, é uma beleza.

FOTO 5: Outra visão da  sala.


FOTO 6: Como era habitual na época, o banheiro único deveria ficar no 2º andar. 


FOTO 7:  Sempre achei curioso o "desalinhamento" das ruas Domingos Ferreira e Aires Saldanha, justamente onde ficava a casa mostrada hoje.

Paulo Berger conta que a Domingos Ferreira, que começa na Siqueira Campos e termina na Bolivar, é de 1917, mas que em 1925 cedeu o trecho final para a Rua Aires Saldanha.

A Domingos Ferreira já teve os nomes de Rua Custódio de Melo e Rua Doutor Domingos Ferreira. Foi uma das ruas abertas pelo 2º Barão de Ipanema e José Luís Guimarães Caipora e aceita em 1894.

Começava na Rua Bolivar e ia até a Rua Constante Ramos. Em 1912, houve a assinatura de um termo de cessão dos terrenos necessários ao seu prolongamento, entre Constante Ramos e a antiga Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correa). Toda a rua, da Bolivar à Siqueira Campos, foi aceita em 1914.

Já a Rua Aires Saldanha, antigo trecho da Rua Domingos Ferreira, começa na Bolivar e termina na Rua Almirante Gonçalves.

Este "desalinhamento", segundo o Decourt, se deve a terem sido abertas em terrenos de pessoas diferentes e a Aires Saldanha não constava nos planos originais de arruamento do bairro.

A Domingos Ferreira foi aberta pelos Gardone Constante Ramos  e a Aires Saldanha pelo Guimarães Caipora. No século XIX  toda a área do Guimarães Caipora ainda não era arruada.

43 comentários:

  1. Bom Dia! Como sempre vou acompanhar os comentários.

    ResponderExcluir
  2. Bom dia, Dr. D'.

    Como a área fica fora da minha jurisdição, vou acompanhar os comentários. Daqui a pouco sairei e só volto mais tarde. Dia de programa cultural no CCBB com a minha irmã e almoço.

    ResponderExcluir
  3. Bonita casa em art-deco, muros baixos, bonitos trabalhos em ferro, piso aparentemente de tacos, ótima localização. Se foi demolida nos anos 60 seus moradores ainda pegaram o Bob’s e a ótima pizzaria Caravelle inaugurados nos anos 50.
    A Caravelle ainda está lá na Domingos Ferreira.

    ResponderExcluir
  4. Não me agrada este estilo de casa art-déco com muitos vidros basculantes, o que torna a limpeza deles muito complicada. Mas a pia do banheiro é linda!

    ResponderExcluir
  5. Observador de observadores22 de janeiro de 2024 às 08:04

    Tô na área.

    ResponderExcluir
  6. O traçado do Domingos Ferreira é praticamente quase todo linear e acaba dando de frente para um prédio na Bolivar, tendo que dar uma quebradinha para a direita e entrar logo a esquerda para acessar a Ayres Saldanha. Incrível como essa casa durou poucos anos. Na Domingos Ferreira também tem o bom e velho restaurante de culinária árabe, o Stambul ( sem I mesmo), colado na Pizzaria Caravelle

    ResponderExcluir
  7. Onde era o Bob´s na Domingos Ferreira, agora tem um China In Box. Por falar em Bob´s, estive no Centro na última quinta feira e o Bob´s da Uruguaiana, esquina com Rua do Rosário fechou. Acho que a rede está passando por dificuldades, como tantos outros.

    ResponderExcluir
  8. Esse Observador de observadores é um debochado que está fazendo bullyng de algum comentarista do blog.

    ResponderExcluir
  9. Bem em frente à casa da foto, também nos anos 60, foi inaugurado um excelente restaurante, que deixou muitas saudades. Era o Nino, na Domingos Ferreira nº 242, bem na esquina da Bolivar.
    Foi resultado de uma parceria de Manuel Águeda Filho com o "maitre" Nino, que depois deixou o restaurante, embora tenha continuado como sócio.
    O Nino era frequentado por personagens importantes como o Marechal Castelo Branco (que adorava uma buchada de bode), Nelson Rodrigues (que se contentava com arroz, feijão, carne moída e purê de batatas), Negrão de Lima, os presidentes do Flamengo Fadel Fadel e Veiga Brito, artistas, escritores, etc.
    O Nino deu filhotes mais adiante, como o inesquecível Antonino, na Lagoa, onde no térreo brilhava o piano do Zé Maria no bar, sendo o salão de refeições no segundo andar. O Nino chegou a ter uma filial no Barramares, na Barra.
    No lugar do Nino atualmente há um Belmonte. Não se compara com o Nino.

    ResponderExcluir
  10. Bom dia.
    Que luxo era morar nos anos 30/40 nesta casa, a 100 metros da praia, em uma Copacabana ainda bem tranquila.
    A Domingos Ferreira tem um pouco de tudo, restaurantes, hotéis (Windsor, Toledo), prédios residenciais muitos bons, um famoso "cabeça de porco" no número 125, que rendeu um ótimo documentário do Eduardo Coutinho em 2002, "Edifício Master", com depoimentos surpreendentes de moradores; recomendo assistir. (O prédio tem 12 andares e mais de 20 apartamentos conjugados por andar.)
    Falar do Bob´s e do Caravelle é chover no molhado, China in Box nem passo pela porta, Belmonte deixo para os paulistas ...
    A churrascaria Rincão do Tchê, esquina da Barão de Ipanema, na época pré-rodízio era muito boa e foi lembrada aqui em uma postagem do final do ano passado sobre Copacabana. (acho que ainda está lá)
    Ao Nino nunca fui, certamente não cabia no meu orçamento da época.
    Na Aires Saldanha, quase esquina com Djalma Ulrich, morava um colega de Guido, bastante amigo, com seus dois irmãos e uma irmã, que foi minha primeira namorada "séria"; nos fins de semana de praia ia e voltava do posto 2 até a Djalma, torrando ao sol, ninguém tinha ouvido falar em filtro solar.
    Copacabana já foi uma beleza ...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Por falar em protetor solar, em 1972, quando comecei a jogar vôlei na praia com 15 anos, era um martírio se proteger dos efeitos nocivos do sol. A gente passava no rosto pasta de lassar ou pasta d'água, ambas brancas, que faziam até um certo efeito mas que, ao chegar em casa e remover no banho, ficávamos com uma marca branca no rosto, tipo de máscara do Zorro. Para proteção dos lábios, que é o meu caso, passava Noscot, que não adiantava grandes coisas. As pessoas só pensavam em se bronzear com o argentino Rayto de Sol e os bronzeadores bregas, avermelhados vendidos pelos ambulantes, acondicionados dentro de um tubinho de plástico transparente, tipo pingo de leite. Aí sim, no início dos anos 80 chegaram os protetores solares.

      Excluir
    2. Eu cheguei a usar o Noskote no rosto, protegia bem, mas era um tubinho pequeno que custava caríssimo; era só muito de vez em quando.

      Excluir
  11. Os pequenos detalhes internos da Art Déco quase sempre são mais interessantes que o lado externo das edificações nesse estilo.
    Luminárias, corrimão e decoração de paredes são exemplos.
    Acredito que ainda deve ter hall de prédios com excelentes nesse arte.

    ResponderExcluir
  12. A varanda coberta e aberta no último andar, além de uma ótima área de convivência, proporcionava proteção do sol ao segundo andar, fundamental para o conforto em uma época ainda sem utilização de ar condicionado residencial.

    ResponderExcluir
  13. As férias de verão sempre começavam complicadas por conta do sol. Bolhas nos ombros, que descavam a pele, e crostas que se formavam no nariz e que eram arrancadas. Nós não sabíamos o mal que o sol fazia. É curioso que estar bronzeado é sinal de saúde. Nada mais enganoso.
    Quanto ao Nino ia lá comer o paillard com fettuccine que era o melhor do Rio.

    ResponderExcluir
  14. Falando em arte, saí agora da exposição de arte inca do Peru, no CCBB. Muito boa. Tem outra exposição de "arte digital", muito "abstrata" para o meu gosto...

    ResponderExcluir
  15. Bom dia! Minha área. Frequentei alguns dos lugares. Nunca pude ir ao Nino por conta da idade e, ainda que fosse possível, por conta do orçamento. O negócio era o Hot Fudge com marshmallow e castanhas do Bob´s. Por sinal o da Av. Antônio Carlos também fechou. Na Atlântica tinha o Cabral 1500(?). Por ali ainda tinha, na NS Copacabana a casa Gaio Marti, a Peixaria Bolívar e uma lojinha, em cima de uma entrada de garagem, com os melhores petit fours da cidade. Fim de semana na areia tinha futebol de praia e a proximidade do Rian enchia o Bob´s pós sessões. Ao lado do Nino loja de pescaria, onde comprava caniço, anzóis e chumbinho para pescar na Lagoa. Mais pro lado na Aires Saldanha, nunca entrei , pela idade, o famoso Flag, bar que deve ter sido dos bons, da velha boemia. Era outra Copacabana. Sem falar do Cinema Roxy, da casa de fotos Ravaglia e mais recentemente a loja Quinta Avenida. Ainda está lá a loja Otto. Na Av. N S Copacabana a Torrre Eiffel, chic de dar nojo, ao lado da Kopenhagen e os bombons gianduia. Por ora a meória registra essas.
    Quanto ao vôlei, fui parceiro do Mauro Marcello, com prova documental.

    ResponderExcluir
  16. Apresenta a documentação, Gustavo....rsrsrs

    ResponderExcluir
  17. Outra loja que já já encerra as atividades é a Leader Magazine. Semana passada entrei na unidade próxima à Praça Saenz Pena e quase não tem mais roupas expostas, com grandes espaços vazios sem arandelas. Verifiquei a mesma situação na da Rua Uruguaiana.

    ResponderExcluir
  18. As vendas por Internet explodiram na época da pandemia. As grandes magazines vendem muito mais on line do que fisicamente. A tendência é o fechamento de algumas lojas.

    ResponderExcluir
  19. Durante um bom período que morei em Copacabana, o meu dentista, o otorrino (ia ao final das férias de verão fazer uma limpeza nos ouvidos, a praia todo dia durante quase 3 meses deixava sequelas ..) e o meu clínico geral, os três tinham consultório no Edifício IKE, na Av. Copacabana, logo depois da Cócio Barcellos.
    Para mim, durante muito tempo, o prédio foi sinônimo de chateação ...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também em Copacabana, o prédio sinônimo de minha chateação na infância e adolescência chama-se Sir Alexander Fleming, onde era sediado o consultório dentário do Dr. Magalhães Santeiro, Av. Copacabana, 1.052, próximo a esquina com a Rua Miguel Lemos. Só de lembrar daquele motor lento de antigamente me dá arrepios. Como evoluiu em a odontologia em equipamentos nos últimos 30, 40 anos!

      Excluir
    2. Evoluiu muito, nas áreas de tratamento de canal e implantes (acho que implante como entendemos hoje não existia) o salto foi enorme.

      Excluir
    3. Meu avô paterno era viúvo quando quando se casou com minha avó, mas manteve boas relações de amizade com a família da antiga esposa. Seu antigo cunhado era dentista e mantinha consultório no Edifício da Seda Moderna, e quando eu era muito criança cheguei a ir umas três vezes ao seu consultório levado pelas mãos de meu avô, que era seu paciente. Era um consultório típico do Século XIX, com equipamentos jurássicos em um prédio cujas portas pantográficas eram de acionamento manual, mas o Dr. Luiz Costavelho, mais conhecido como "Luizito", devia ser um bom profissional, tanto é que meu avô era seu paciente. Aliás meu avô era dentista do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, mas abandonou a profissão e a patente de Oficial por ficar enojado com o estado bucal de praças, graduados, e até de Oficiais da garbosa corporação.

      Excluir
    4. Atualmente o "boom" é das próteses sobre implantes. São próteses que são fixadas sobre cinco ou seis pinos de titânio. São fixas e não custam barato, mas grande parte de artistas televisivos as ostentam "às escâncaras".

      Excluir
    5. Eu não sou artista, muito menos televisivo, mas não tive opção.
      Com perda óssea acentuada nos maxilares (em grande parte por fator hereditário) a solução foi partir para próteses fixas sobre implantes, como você descreveu.
      Fiz primeiro a inferior, em agosto e em seguida a superior, no final de novembro.
      Ainda estou me adaptando, não chama prótese à toa ... mas, problema resolvido.

      Excluir
  20. Falar em Bolivar e futebol de praia é lembrar do Pracinha, grande campeão dos anos 60. O ataque era formado por três irmãos (talvez Manoel, Ivan e Nando).

    ResponderExcluir
  21. E o técnico de um dos times de futebol de praia era o figuraça Tião Macalé, "Nojento, Tchan!!!!!".

    ResponderExcluir
  22. Dizem as más línguas que a "faca" do Tião Macalé cortava ao contrário.

    ResponderExcluir
  23. Guilherme, os grande magazines vendem muito mais on line, até concordo, mas no caso da Leader, não dá para comprar roupas e/ou calçados sem provar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mauro, minha esposa compra on line e existe a opção da "troca do produto" mesmo sendo roupas e calçados. Ela costuma comprar tênis, sandália e até roupas sem ter problemas. Mas, óbvio que in loco é mais garantido. A diferença de preços on line costuma ser 30 a 40% a menos, dependendo do momento promocional da Rede. É tipo promoção de passagens aéreas, penso eu, com descontos atrativos. Eu não entendo muito, mas ela sim!

      Excluir
    2. É verdade, já reparei que compras on line saem mais em conta. Na semana passada comprei um novo celular e na loja física custava quase trezentos reais a mais do que no site. O grande problema, a meu juízo, é quando o produto tiver que ser trocado por diferença de numeração e/ou tamanho. Já tive que efetuar a devolução de uma pulseira que comprei via internet e deu a maior mão de obra. Tive que ir numa agência dos Correios e preencher um formulário, coisa chata.

      Excluir
  24. Falando da adequação do projeto arquitetônico da casa ao nosso clima, além da já comentada proteção do segundo andar da insolação pelo teto proporcionada pela varanda aberta, a se notar também o pé direito alto dos pavimentos, a proteção externa das esquadrias, seja através das persianas externas no segundo andar, seja pelo sombreamento provocado pelo balanço da laje de teto na fachada principal do térreo, mais a ventilação cruzada criada pelas amplas janelas laterais basculantes da sala, além da excelente iluminação natural que estes elementos combinados com a porta, janelão principal e janelas tipo escotilha proporcionavam.
    Tudo harmônico e funcional, pensando em quem habitava a casa, sem renunciar a um projeto simples e agradável à vista. Uma antítese do que viria depois.

    ResponderExcluir
  25. Como já comentei mais cedo, depois de muito tempo, fui ao centro. Depois da exposição de arte inca no CCBB fui almoçar com a minha irmã, para comemorar o 5.2, e tomei dois sustos. Um com a quantidade de estabelecimentos fechados, incluindo algumas das nossas opções, entre elas o rodízio de massas que tinha perto da Cinelândia. O outro susto foi com o preço dos rodízios que estavam abertos, de carnes ou de massa. Quase fui de rodízio de pizza, mas deu chabu logo hoje na Parmê do centro.

    No fim, escolhi um prato "quase" self-service, quando escolhi as opções pré-determinadas a um preço considerado bem razoável. Mas quem pagou a "cortesia" foi a minha irmã.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parabéns pelo aniversário, Augusto. Deve ser um dos caçulinhas dos FRA's.

      Excluir
    2. Parabéns, Augusto!!
      Felicidades sempre!!!

      Excluir
  26. Várias lojas tradicionais de varejo fechadas, como a do Ponto Frio no começo da rua da Carioca e acho que a Tele Rio da Senador Dantas. Desolador passar pela Sete de Setembro e Uruguaiana, entre outras ruas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E já deu uma melhorada; quando fui ao centro em março de 2021, o cenário nesses pontos era quase de ficção científica, tipo "os poucos sobreviventes vagam pelas ruas vazias".

      Excluir