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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

METRÔ DO RIO


FOTO 1: As fotos de hoje são de obras para a construção do metrô do Rio. Acima vemos o projeto de 1971 desta linha tipo “linguiça”. É de lamentar esta situação já que o metrô é, há muito tempo, um excelente modo de transporte mundo afora.

A primeira linha foi inaugurada em Londres em 1863, mais de cem anos antes do Rio. Depois vieram Istambul (1875), Chicago (1892), Glasgow (1896), Budapeste (1896), Paris (1900), Berlim (1902), Nova York (1904). Aqui perto, o de Buenos Aires data de 1913. O excelente de Madri é de 1919. O de Moscou é de 1935 e o mais bonito do mundo, o de São Petersburgo, é de 1955.

Aqui, nem é bom falar. Basta lembrar que o “tatuzão” parado em algum lugar entre o Leblon e a Gávea tem um custo de manutenção mensal estimado em 3 milhões de reais...

FOTO 2: Vemos obra da construção do metrô perto da Central do Brasil. 

A primeira tentativa de se estabelecer o metrô no Rio de Janeiro foi a do engenheiro Alvaro José de Oliveira que, em abril de 1911, requereu junto ao Conselho Municipal e ao Ministério de Viação e Obras Públicas, a autorização para construir uma linha férrea subterrânea por onde trafegariam locomotivas elétricas, ligando a Avenida Central (Av. Rio Branco) a Cascadura, com pontos de parada em todas as estações dos subúrbios da Central do Brasil. O projeto foi rejeitado no Conselho e também pelo Clube de Engenharia. 


FOTO 3: Obra do metrô na Tijuca.

A Light, na década de 1920, propôs a construção de linha subterrânea de Botafogo até a Tijuca, denominada "transporte rápido", apresentada ao Prefeito Prado Junior, incluindo o projeto do "mergulho" dos bondes no Centro, visando ao descongestionamento daquela área.


FOTO 4: Aspecto da obra que devastou a região do Catete no final dos anos 70.

Em 1947 houve estudo para tráfego mútuo do metrô com trens suburbanos da Central, mas foi vetado por Mendes de Morais.

Em 1968 o Senado autorizou o Governador Negrão de Lima a contrair empréstimo de 10 milhões de marcos na Alemanha para a construção do metrô carioca.

Em 1969 foram iniciadas as obras da primeira linha do metrô, inaugurada em 05/03/1979, no trecho entre a Praça Onze e a Glória, oferecendo cinco estações ao público, na Linha 1. 



FOTO 5: Nesta foto de 1978 vemos as obras do metrô na que seria a Estação Uruguaiana. Foi uma época de caos no trânsito da Avenida Presidente Vargas, que teve parte de suas pistas interditadas. 

A área no entorno desta estação do metrô está, atualmente, tomada pelo Camelódromo, com todos os problemas já várias vezes citados por aqui. Observa-se, também, que nestes últimos 30 anos muitos arranha-céus tomaram o lugar destas construções baixas da Av. Presidente Vargas. No alto, à esquerda, a estação de trens da Central do Brasil.


FOTO 6: No Centro houve muita dificuldade por conta do terreno. Basta lembrar que quando da construção do Teatro Municipal, tendo em vista a desigualdade de resistência do terreno e a existência de um lençol d´água subterrâneo, foi adotado o sistema de estacada para as fundações do edifício do teatro. Foram fincadas 1180 estacas de madeira de lei, cujos comprimentos variavam entre 4 e 11 metros.


FOTO 7: Vemos, em foto de 1975, a obra do metrô se aproximando do Palácio Monroe. Houve uma grande polêmica na época sobre o trajeto, mas o metrô contornou o Monroe. De nada adiantou, pois no ano seguinte, por ordem da dupla Geisel/Golbery, o Palácio Monroe foi demolido.


51 comentários:

  1. O metrô do Rio demorou demais para ser construído. É bom para alguns trajetos mas é ruim por não de ramificar.
    Com referência à linha 1 falta muita coisa como a estação da Gávea que deveria ter conexão com a Tijuca.
    Estações nos aeroportos, rodoviária e barcas seriam fundamentais.
    Toda a Barra, Jacarepaguá e linhas para a zona norte seriam fundamentais.
    A opção pelos automóveis lá atrás foi um erro.

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  2. Meu tio trabalhou nas obras de construção do metrô, no trecho entre Cinelândia e Catete. Tem uns casos ocorridos nesse trecho que poderei relatar mais tarde. Hoje é dia de faxina aqui em casa.

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  3. O Metrô do Rio é uma piada, pois sua construção não atendeu às suas reais necessidades. A linha 2, que ocupa o traçado da E.F. Rio D'Ouro, que entrou em operação tardiamente, tem um fluxo de passageiros muito intenso que o da linha 1 e poderia ter sua extensão alongada e correr paralelamente à Via Light, mas "nada sai do papel". O polêmico e duvidoso BRT entre Alvorada e a Ilha do Governador foi construído utilizando o projeto de Metrô da Linha 6. O projeto linha 3 entre Niterói e São Gonçalo utilizaria basicamente o traçado da antiga E.F. Leopoldina e seria de grande valia para aquelas populações, mas os interesses inconfessáveis de políticos da região, das empresas de ônibus, e do "grande parceiro e maior empregador no RJ", o crime organizado, prevaleceram.

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  4. No local da foto 2 ficou um mafuá tão ou mais feio que o da Uruguaiana. Aliás, toda aquela região é muita feia, suja e decadente.
    Na minha memória, não muito confiável, o primeiro trecho em operação ia da Glória até a Praça Onze.
    O metrô do Rio tem suas oficinas no Centro da cidade, região valorizada que poderia ser utilizada para construir prédios residenciais e/ou escritórios.

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  5. Bom dia, Dr. D'.

    O tema é rico de detalhes. No acervo da Revista de Engenharia do DF, disponível, salvo engano, no AGCRJ, existem artigos dos anos 30 sobre o tema.

    Em minhas andanças pela feira da Praça XV adquiri uma série de fotos da década de 70 mostrando algumas frentes de obra do metrô. Cheguei a postar nos falecidos fotologs e no Facebook.

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  6. Acho que para economizar em desapropriações ou por falta de um "tatuzão" preferiram construir as estações de Copacabana nos sopés dos morros, obrigando o usuário a andar muito entre a plataforma e as saídas das estações.

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  7. O trecho do BRT entre Alvorada e Penha aproveitou boa parte do projeto de VLT dos anos 80, desenvolvido pelo Jaime Lerner, mas não executado. A diferença básica é o trecho do projeto original que passaria pela CDD, abandonado no projeto do BRT. O trecho entre a Penha e Galeão foi feito "nas coxas" e ficou aquela excrescência. O projeto da linha 6 do metrô é do tempo dos Garotinhos e previa a chegada até Caxias.

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    1. Existe já há algum tempo a especulação de transformar parte do BRT em VLT. Mas não no momento não é prudente tocar no assunto.

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  8. Bom dia Saudosistas. Acho que o Metrô é o melhor exemplo do que é o Brasil, mal planejamento, mal execução, interferências políticas indevidas, excesso de gastos, desvios de verbas, corrupção, pessoal incompetente na sua administração e por fim está sempre paralisado por algum problema de falta de prevenção e manutenção. É ou não é, o verdadeiro retrato do Brasil.
    Poderia ser o melhor meio de transporte e o mais eficiente, com integração com todos os bairros e demais meios de transportes, barcas e aeroportos.
    Desafogaria o transito nos principais bairros e reduziria o número de automóveis e ônibus da cidade.

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  9. Transformar o BRT em VLT é o ideal e desejável, mas vai contrariar interesses poderosos. Além disso um VLT circulando no Centro do Rio é uma coisa, mas circulando em um trajeto cercado de favelas perigosas onde a quantidade de criminosos é infinitamente maior do que é apregoada pela mídia, será uma realidade bem diferente. Se o Rio de Janeiro pretende utilizar e conviver com um transporte público de nível de primeiro mundo, é preciso que o Poder Público se conscientize que a sociedade precisa e deseja sair da realidade subsaariana na qual está chafurdada pra ingressar no "primeiro mundo", e isso não se faz com falácias, mas com ações moralmente compatíveis.

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  10. Quanto aos pontos de obras nas fotos mostradas, vi todos eles diariamente desde o seu início até o seu final, passando por becos de piso de madeira, muros de madeiras onde se lia as escrituras do poeta Gentileza.

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  11. A melhor definição do metrô do Rio é a do Joel: uma piada.(de mau gosto)

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    1. Mario discordo, piada você ri, com o metrô e o transporte público no Rio você chora.

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  12. Na foto 5 ainda não haviam sido construídos os prédios do Banco Central e do DETRAN.

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  13. Não sei qual a estação mais bonita, pois todas são parecidas, mas a mais feias, não por si, mas pelas redondezas são Pavuna e Triagem, tendo esta última, uma das saídas na boca da favela. A Cardeal Arcoverde parece que não sobrou dinheiro para fazer o acabamento.

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  14. Não sejamos injustos: o governo federal "investiu" nos últimos vinte anos muitos milhões no Metrô, só que no de Caracas, capital da Venezuela...

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    1. Ô, Joel, é como dizia aquela famosa música do MPB4: "Amigo é pra essas coisas".

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  15. Ontem foi ao ar mais uma reportagem sobre a novela da estação Gávea. A última estação de metrô inaugurada no Rio está fazendo oito anos.

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Já contei isso aqui mas vale repetir:
    meus avós maternos passaram a lua de mel em Buenos Aires, em 1920.
    Minha avó contava sempre ter andado de metrô.
    A primeira linha do metrô de Buenos Aires foi inaugurada em 1913.
    O metrô do Rio foi inaugurado em 1979, só 66 anos depois.

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  18. Saindo de Búzios agora, de volta para o Rio.
    Só vão ficar os argentinos.

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  19. É, Mário, a Argentina sempre deu show na gente em todos os sentidos, até sua derrocada econômica.

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    1. Mauro Marcello, "em todos os sentidos elevados à décima potência"! Eu sempre afirmei isso, mas vou parar por aqui, pois se eu for mais adiante e mencionar algumas obviedades, "a grita vai ser geral" e o que vai ter de anônimos melindrados será um espanto.

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  20. Com relação ao metrô, o que eu mais sinto falta são estações dentro de terminais aéreos e rodoviários. Quando vou a São Paulo de ônibus, pego o metrô dentro da rodoviária e vou até Moema. Neste percurso utilizo a linha azul e depois a lilás, gastando em torno de 35/40 minutos.

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  21. Conforme prometi às 08:23h, vou narrar alguns fatos a respeito das obras do metrô, no trecho Cinelândia - Catete, onde trabalhou meu tio na época. São fatos ocorridos há uns 50 anos, por isso me desculpem se eu cometer alguma imprecisão técnica. Agradeço a quem os corrigir, se for o caso.

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  22. CASO 1 – um dia meu tio chegou ao canteiro de obras e estava tudo parado. Disseram que o chão estava dando choque em todo o mundo. A Light estava no local tentando descobrir a causa. Revisaram os transformadores da área e os do canteiro, e nada encontraram de errado. Já pelo meio da tarde descobriram o autor do feito: uma bomba sapo estava dando passagem de corrente para a água do lençol freático e daí para o solo acima. O dia estava chuvoso e úmido. Retiraram a bomba e o problema cessou.

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  23. CASO 2 – num dia chuvoso meu tio viu um sujeito debaixo de uma tenda de lona fazendo algo. Foi ver o que era e descobriu que o cara era um eletricista cobrindo de chatterton a mufla de um futuro transformador ou algo parecido, que iria ser usado na obra. Meu tio chamou a atenção dele dizendo que ele não podia fazer aquilo com tempo úmido porque quando a corrente aquecesse a mufla ela iria explodir. Por acaso passou na hora um engenheiro de nome Dimitri, que tinha bronca do meu tio, não sei o motivo. Dimitri era meio hippie, usava cabelos longos na altura dos ombros, e era muito arrogante. Então travou-se mais ou menos o seguinte diálogo entre o engenheiro e meu tio, que se chamava Adhemar:

    - “Seu” Adhemar, o senhor é eletricista?
    - Não, doutor, mas sei que não se pode fazer isso com tempo úmido.
    - Se o senhor não é eletricista, não dê palpite.

    E virando-se para o eletricista.

    - Pode continuar com o trabalho.

    Meu tio foi embora. No dia seguinte, ao chegar ao canteiro estava tudo parado. Perguntando o que houve, disseram que o transformador (ou algo parecido) que o tal eletricista estava fazendo havia explodido e não havia eletricidade na obra.

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  24. O caso que narrarei a seguir não ocorreu durante as obras do metrô e sim na época da elevatória de Ipanema do interceptor oceânico.

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  25. Durante as obras do interceptor oceânico de Ipanema, havia um ponto em que o esgoto era elevado para poder ser jogado no emissário submarino. Essa elevação era feita por um parafuso sem fim, muito pesado, que era colocado inclinado dentro de uma estrutura que não sei descrever. O dia de colocação desse parafuso era a coroação de uma etapa da obra e havia engenheiros da firma construtora e também da SURSAN acompanhando os trabalhos. O parafuso seria erguido por uma escavadeira, amarrado nas duas extremidades por cabos de aço. Acontece que ele tinha de ser descido de maneira que encaixasse perfeitamente nos pontos em que seria fixado. Os engenheiros então começaram a calcular o comprimento dos cabos de aço de forma que o ângulo do parafuso fosse o exato para ser descido e encaixar nos pontos adequados.

    Meu tio estava justamente encarregado de fazer os ajustes nos cabos de aço, conforme indicado pelos engenheiros.

    Feitos os cálculos, os cabos de aço foram ajustados para os comprimentos indicados. O parafuso desceu e não estava no ângulo correto para o encaixe. Novos cálculos, seno para lá, tangente para cá, cosseno para acolá, e nova decepção. E assim várias vezes.

    Então meu tio pediu autorização para tentar. Já desiludidos, os engenheiros aceitaram a oferta. Meu tio deu um jeito que não sei qual foi e o parafuso desceu direitinho. Alegria geral.

    Então o fiscal da SURSAN resolveu comemorar o fato com uma rodada de champanhe e chamou meu tio para participar. O tal engenheiro Dimitri, que citei num comentário anterior, ao ver meu tio com a taça de champanhe na mão resolveu se meter:

    - “Seu” Adhemar, o senhor está bebendo durante o expediente e sabe que isso dá demissão.

    O fiscal da SURSAN, ao ouvir isso, interveio:

    - Fui eu que o convidei, porque ficamos aqui tentando várias vezes descer o parafuso e não conseguimos, e ele conseguiu. Se você não o deixar comemorar, vou considerar como ofensa pessoal.

    O Dimitri meteu a viola no saco e meu tio pode beber seu champanhe em paz.

    Aliás, isso foi antes dos casos do metrô narrados por mim. Talvez tenha sido esta a razão de o Dimitri ter ficado com bronca do meu tio.

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  26. Para encerrar os casos, narrarei um último, ocorrido durante as obras de construção da BR-116, no trecho entre Divisa Alegre (MG) e Nova Conquista (BA), mais ou menos em 1962. Meu tio trabalhava então na CAVO (Companhia Auxiliar de Viação e Obras), que tinha pegado um trecho de 100km para construção da estrada. A sede da CAVO era na rua Frei Caneca, com acesso pela lateral do então presídio ali existente. A comunicação do canteiro de obras na Bahia com a sede da empresa era feita por rádio amador.

    Um dia o rádio pifou. O motivo foi um defeito na bobina osciladora que gerava o sinal na frequência adequada para transmissão das mensagens. Acontece que meu tio sabia enrolar bobina mas não sabia calcular a quantidade de espiras necessárias para gerar a frequência correta. Havia um outro funcionário que sabia exatamente o contrário: calcular a quantidade de espiras mas não sabia enrolar.

    Juntaram o conhecimento dos dois e enrolaram a nova bobina. Tentaram comunicação com a sede da empresa no Rio, mas o sinal foi captado por um rádio-amador do Uruguai. Aí perguntaram a ele em que frequência o sinal estava chegando. Com base na resposta, o funcionário recalculou a quantidade de espiras e o sinal chegou à sede da CAVO.

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  27. Alguns engenheiros da CAVO resolveram sair da empresa e fundar uma outra, que batizaram de CINCO (Comércio, Indústria e Construções Ltda). Isso por volta de 1963. A CINCO ficou no nome do doutor José Colagrossi, um ricaço paulista, que se elegeu deputado em 1966 e foi logo cassaco pelo regime militar. A esposa dele, Fernanda Colagrossi, é socialite em Petrópolis, envolvida com questões ambientais ou ecológicas até hoje, se não me engano.

    Meu tio foi convidado a ir para a CINCO e aceitou. Em maio de 1964 ele conseguiu uma vaga para mim na empresa, na qualidade de topógrafo (verdade?), aos 17 anos de idade, ainda com carteira de menor. Trabalhei ali até 28/02/1970, quando a empresa faliu.

    Foi o tipo de trabalho que mais gostei de fazer, não só por ser ao ar livre como por me sentir útil para as pessoas que usufruíam das melhorias que as obras lhes proporcionavam.

    Depois entrei para a Informática. Não considero ser um trabalho útil e sim facilitador (muitas das vezes é um complicador).

    Lembro que por volta de 1965 pegamos uma obra na rua Vieira do Couto, em Rocha Miranda. Colocação de rede de esgotos, águas pluviais, meios-fios, calçadas e calçamento com paralelepípedos. Os moradores ficaram tão felizes que todo dia, por volta das 10 horas da manhã e 3 da tarde, vários deles apareciam no portão de suas casas com garrafas térmicas de café e com pães franceses com manteiga (acho que não havia margarina na época), para distribuir aos peões. Muito gratificante e comovedor. Eu não estava lotado ali e sim em Acari, mas ia de vez em quando lá dar ponto de topografia.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Apaguei o comentário anterior porque estava com erro. O Jorge Colagrossi foi deputado em várias legislaturas e também secretário de transporte do primeiro governo Brizola. Também teve cargo no governo Moreira. Salvo engano meu também foi candidato a algum cargo majoritário (prefeito ou governador) com jingle que dizia "Esse cola vai colar". Um José Colagrossi Neto foi diretor do Corinthians até o ano passado. Possivelmente filho dele.

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    3. De novo... chamei José de Jorge. Mas, desta vez, não vou apagar...

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  28. Graças a esse trabalho pude conhecer muitos bairros: Botafogo, Copacabana, Flamengo, Maria da Graça, Thomaz Coelho, Engenheiro Leal, Cavalcante, Terra Nova, Acari, Rocha Miranda, Taquara, Largo do Tanque, Freguesia, Praça Seca, ilha do Fundão, Higienópolis.

    Além conhecer Recife (bairros de Casa Amarela, Casa Forte e Dois Irmãos) e Belém, onde trabalhei durante quase 11 meses.

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  29. Em Belém ocorreu um fato comovedor para mim: eu estava traçando o alinhamento da linha de esgotos que passava no meio de muitas casas em palafita, no bairro de Perpétuo Socorro (no Google Maps ele existe com o nome de Telégrafo), indo em direção ao centro da cidade, via rua do Trilho, cruzando o igarapé das Armas. Estava chafurdando na lama, aproveitando a maré baixa da baía de Guajará. Aí cheguei a uma casa, tão pobre quanto todas as outras, de madeira. Os moradores eram um casal de velhinhos, já passados dos 70 anos, ou mais. A senhora me perguntou o que era aquilo e disse em linhas gerais o objetivo. Ela perguntou se a casa deles ia ser demolida. Falei que sim. Mesmo com essa resposta, ela foi lá dentro e trouxa para mim e para meu ajudante uma cuia com um tipo de caldo, para nós comermos. Foi comovente.

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  30. Vou me ausentar agora. Talvez retorne mais tarde.

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  31. Várias cidades têm malhas de transporte. No caso do metrô, o Rio tem um "Y". No caso do trem, é um pouco "menos pior" por causa de várias ramificações, mas o trecho final (ou inicial, dependendo do referencial) é comum a todos os ramais. Isso se deve à peculiar geografia da cidade, onde o "centro" fica no extremo leste...

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  32. Mal ou bem, só recentemente a cidade ganhou malhas de transporte propriamente ditas, no VLT e BRT. Não tenho idade para comentar acerca da malha de trilhos de bondes que havia até 60 anos atrás.

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  33. Particularmente, entendo que um dos motivos de os governos terem demorado tanto a implantar uma rede metroviária, foi a excelente rede de bondes que a cidade tinha, inclusive já li em algum lugar que o Rio tinha a maior malha de bondes entre as cidades.

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  34. Plagiando o gerente: Ah, as histórias do Helio… O Sr. Helio é o Forrest Gump tunipiquim!

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  35. Pelo menos no Centro e Zona Sul acredito que o solo também contribuiu para não se adotar o metrô. Quase tudo aterro, necessitando de muito escoramento para fazer os túneis e naquela época não havia tecnologia que facilitasse esta obra.

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  36. Falando em obras, o caso a seguir assisti em torno de 1986/1987 durante a construção do prédio da BR na rua General Canabarro.
    Esse prédio (e todo o enorme terreno) mudou de dono 3 vezes: começou como destinado ao SERPRO, que comprou o terreno - o anteprojeto foi todo executado para o SERPRO - aí o Banco Nacional comprou o terreno através de sua companhia de seguros, então o projeto e 99% da obra foi todo executado para a Nacional Companhia de Seguros e com a obra praticamente pronta a Petrobrás através da PETROS comprou terreno e prédio, aí o comissionamento das instalações e a fase de projeto posterior à obra, o "as built", foram executados para a PETROS)
    A empresa em que eu trabalhava tinha feito todo o anteprojeto e o projeto das instalações de Condicionamento de Ar e Exaustão Mecânica e fomos contratados em seguida pela construtora (a Real Engenharia) para o acompanhamento, fiscalização e comissionamento destas instalações. A empresa gerenciadora da obra era a Morrison–Knudsen.
    Uma bela manhã, na laje de piso do enorme restaurante ao nível do segundo andar, que se projetava para a esquerda da torre principal com os pavimentos tipo, dezenas de funcionários trabalhando, eu caminhava junto com um engenheiro da Real quando vimos um funcionário que demolia um trecho de uma pequena mureta.
    O peão estava com a marreta na mão e trabalhava com uma vontade e em um ritmo tal que o século 21 chegaria e um bom trecho de mureta estaria ainda no lugar, intocada.
    O engenheiro da Real, aproxima-se do peão e grita: " pô, enfia essa marreta com vontade, quebra esta m... logo.
    O peão, um cara grande e forte, encara o engenheiro - que estava ao alcance dele - e levantando a marreta, pergunta: " é para enfiar a marreta mesmo ?"
    Sabe aquele silêncio em que se ouve a mosca voar? Pois é...
    O engenheiro depois de uns 3 segundos - impassível - exclamou: " é sim !"
    Bom , a marreta desceu com muita vontade na mureta, nos afastamos calados, algum tempo depois virei-me para ele e disse:
    - Cara, que coisa ..."
    Ao que ele me respondeu: "quase me borrei , mas se eu vacilo ali "perdia" a peãozada, não ia mais ser respeitado."

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  37. Quando trabalhei em Belém havia lotado fixo na obra um engenheiro de BH, de sobrenome Lutfala. Uma pessoa boníssima, muito simples, com jeito de alemão. Algum tempo depois chegou um outro engenheiro, o doutor Paulo, não se de onde, se do Rio ou de São Paulo. Os dois ficavam dentro do grande barracão de madeira do canteiro de obras em Perpétuo Socorro (Telégrafo para o Google Maps).

    Eu ora estava no trecho da obra em Perpétuo Socorro, ora no Igarapé das Armas, ora no centro da cidade, embora neste local raramente. Uma das minhas características é não dar bola para autoridades, por isso cagava e andava para os engenheiros. Fazia meu trabalho sem supervisão, e fim de papo. Havia um fiscal da empresa Byington, de nome Reinaldo, que confiava tanto em mim que jamais checou o que eu fazia. E o encarregado-geral era o Quinino, um cearense de Nova Russas que morava aqui no Rio, no bairro de Quintino. Um cara muito experiente e competente, embora relativamente novo, com trinta e poucos anos.

    E assim a obra ia andando. O doutor Paulo não gostava de mim de jeito nenhum, provavelmente porque eu não dava bola para ele. Nem para o doutor Lutfala, porém este era muito gente boa. Um dia até convidou a mim, ao Reinaldo e ao Quinino para almoçarmos na casa da irmã dele, onde ele estava residindo. Foi lá que ao ver meu interesse por um livro de ensino de alemão, de nome "Deutsche Sprachlehre für Ausländer", que estava na estante de livros, ele mo deu de presente.

    Até o fim do tempo em que trabalhei lá o doutor Paulo tinha bronca de mim.

    Mas durante a vida toda sempre agi assim: sem dar confiança a chefes. Nunca me dei mal por isso.

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  38. Outro dia resolvi passear por Belém via Google Maps. Não foi bom. Recordações vieram, relembrei momentos alegres, refresquei minha memória com nomes de ruas que eu já havia esquecido. Tentei ver a casa onde morei, na Travessa Estrela, no bairro da Pedreira, quase esquina com a avenida Pedro de Miranda, a principal do bairro, muito larga e extensa. Não consegui identificar a casa, pois estava tudo completamente mudado.

    Em novembro de 2003, quando lá estive, também não identifiquei a casa, embora tivesse desconfiança de qual ela era. Mas havia sido desfigurada por obras e não tive certeza.

    Belém é cheia de travessas. Ao contrário do Rio, onde uma travessa é uma via estreita e curta ligando duas ruas maiores, em Belém as travessas são longuíssimas, com vários quilômetros de extensão e de largura equivalente a quase duas ruas normais.

    No bairro da Pedreira, onde residi, há uma série de travessas referentes à Guerra do Paraguai, como Barão do Triunfo, Curuzu, Lomas Valentinas, Chaco, Mauriti, Humaitá, Vileta, Angustura.

    Foi um ótimo período da minha vida, um dos melhores se não o melhor, tal como o ano anterior, quando servi no CPOR.

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  39. Quanto ao doutor José Colagrossi, lembro que ele possuía uma mansão em Teresópolis. Um dia meu tio me chamou para ir até lá, na Kombi da companhia. A sala principal tinha uma parede de vidro até o chão, com vista para uma grande piscina. Meu tio estava transportando material para um banquete que haveria ali nos próximos dias.

    Na época eu estava no canteiro de obras de Higienópolis, onde estava sendo construído um conjunto habitacional e a CINCO pegara o contrato para feitura das calçadas, meios-fios e redes de esgoto e águas pluviais. Alguns peões eram da própria CINCO e outros era de sub-empreiteiros, um dos quais se chamava Zé Bento, um paraibano já de certa idade, gente boa.

    Um dia o doutor Luizinho, que tocava a obra, chegou dizendo que no sábado não haveria pagamento para os peões. Não falou o motivo, mas fiquei sabendo que foi porque o doutor José limpara o caixa da empresa para fazer o tal banquete.

    O Zé Bento ficou desesperado: como explicar à peãozada que eles não receberiam nada? Pediu ao doutor Luizinho para dar a notícia, mas ele tirou o corpo fora. Foi quase um motim.

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  40. Quanto ao assunto de hoje, andei muito no metrô, trecho Uruguaiana - Saens Peña, para ir e vir ao trabalho, em dois períodos diferentes: 1997 - 1999 e 2012 - 2016. Já no trecho da linha 2 andei pouco.

    Fora do Brasil só peguei metrô em Paris, Atenas, Munique e Madri. Sendo que em Madri peguei uma linha em que as composições eram trens elétricos subterrâneos, com pantógrafo e tudo, e lâmpadas incandescentes. Em Paris na época havia os vagões de primeira e de segunda classe, ou assim entendi: uns eram azul claro e os outros eram creme.

    Sei que as estações do metrô de Moscou são verdadeiros salões com magníficas obras de arte. Mas nunca me interessei em ir à Rússia. Aliás, esse meu desinteresse quanto a países europeus se estende à Grã-Bretanha, Islândia, Irlanda, Países Baixos e Bulgária. Pouco interesse na Polônia e nos países bálticos.

    Gostaria de ter ido à Romênia, fixação minha desde tenra idade. Amaria conhecer Timisoara, Suceava, Constança, Sighisoara, Botosani.

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