Hoje
temos uma foto colorida remasterizada pelo Nickolas e uma foto de Aurelino
Gonçalves, mostrando a Praia de Ipanema, com a estrutura do "pier", que
ficava entre as ruas Farme de Amoedo e Teixeira de Melo, em Ipanema, durante a
construção do emissário submarino.
Os
tubulões ocupavam largo espaço na areia (nossa rede de volei ficou desativada
quase dois anos). Era a tradicional rede “Lagosta”, que teve que se mudar para
um espaço entre a Farme e a Montenegro. Era uma rede formada por um pessoal do então
BNDE (Celso Lacerda, Nilo Domingues, Álvaro Café) e muitos amigos como Carlos,
Aldyr, J. Ghazi, Arnizaut, Ivo, Getulio Lacerda, Gonzaga, Diana, Beth,
Adalberto, Alvaro, M. Jourdan, Paulo, Luiz, Dot, Sergio, Ana Maria, Fred,
Flavio, Adolfo (AAA), Augusto, Renato, Bee, Verinha, M. Montera, Carmen, Luiz
Augusto, Eduardo, Antonio, Teresa, Vera, Carmen, Carlinhos, Flavinho, Walter,
Antenor, os dois Osvaldos, Joaquim, Gabriel Capistrano, João Batista, Joaquim,
os Tebyriçá, Virginia, Regina, Asmie, Arafat, Laranja (que irradia os jogos
mesmo jogando), Julio, Serginho, Michel, Minhoca, André, Antonio Maria, os
coronéis Barroso e Guido, Serafim, “seu” Américo, Sandra, Gaúcho, Luís,
Dominguinhos, o pessoal do 212 da VP e do 34 da Visconde, Gui, Zé Augusto, Edinho,
Cesar, Luiz Carlos, Jorge, Otacílio, Berardo, de quase uma centena de outros jogadores
que, num tempo ou outro, por mais de 40 anos, jogamos ali todos os fins de
semana (alguns por décadas).
Naqueles
anos o espaço em torno do "pier" tornou-se o ponto de encontro da
vanguarda carioca, transformando-se no novo "point", desbancando o
Castelinho e o trecho em frente à Rua Montenegro (hoje Rua Vinicius de Morais).
As
dunas que se formaram na praia por conta da obra, abrigaram uma fauna variada,
principalmente "hippies". Eram as "dunas da Gal" ou
"dunas do barato": tudo ali era permitido (o curioso é que, numa
época de grande repressão, a Ditadura não se envolveu com esta manifestação).
Por
esta época, por motivos provavelmente de $$$$, começou a descaracterização da
Praia de Ipanema, antes com o gabarito dos prédios limitado a quatro andares.
Foram liberados os arranha-céus, que geraram muito dinheiro para alguns e praticamente
transformaram Ipanema em Copacabana, com seu paredão à beira-mar.
Na
foto P&B vemos o Panorama Palace Hotel, sobre o morro, com vista
deslumbrante para a Lagoa e para a Praia de Ipanema. O hotel nunca foi
concluído. No final dos anos 60 e início dos anos 70, funcionaram em suas
instalações o bar Berro D´Água e a boate “On the rocks”, que fizeram muito
sucesso e onde o Conde di Lido levava suas “BR”. Era um terraço enorme,
debruçado sobre a Lagoa, onde se bebia e dançava. Com a construção do hotel
falida, suas instalações parcialmente construídas foram cedidas para a TV Rio,
quando esta saiu do Cassino Atlântico no Posto 6. Com o fim, também, da TV Rio,
a estrutura foi adaptada para o funcionamento de um CIEP, idealizado por Leonel
Brizola.
No
morro vê-se, também, a até então razoavelmente tranquila favela do Cantagalo.
Da esquerda para a direita: ao lado do edifício alto construiu-se, no lugar da
casa de esquina, outro grande prédio. A casa do outro lado da Rua Farme de
Amoedo está preservada, embora totalmente descaracterizada. Nos anos 70 era
habitada por duas senhoras bem idosas, que cediam quartos para os salva-vidas
do Posto 8 ali morarem, entre eles o famoso Bocaiúva.
Funcionou
nesta esquina, após a morte das senhoras, o restaurante Alberico´s e, acho,
também o Espaço Lundgren (casa de moda
feminina de alto luxo). Ao lado fica a casa onde hoje funciona o restaurante
Eleven (sucessor do restaurante Vieira Souto), na casa da Dra. Silvinha. No
trecho entre as ruas Farme de Amoedo e Teixeira de Melo, houve pouca
modificação (ali ficava o apartamento de JK), e na casa mais escura, quase na
esquina da Teixeira de Melo funciona a Casa de Cultura Laura Alvim. Na esquina
da Teixeira de Melo, a casa de esquina foi substituída por um prédio de
apartamentos.
Ipanema,
na década de 1970, viveu seus últimos anos da época dourada.
|
Até a década de 70 Ipanema ainda era um bairro pacato sem grande destaque, o que começou a mudar em 1967 com a abertura do túnel Rebouças. As fotos são de 1972, ano da morte de Leila Diniz, uma das principais responsáveis pela "explosão midiática" do bairro. A população era infinitamente mais educada e politizada e apesar da proximidade de favelas, ainda se vivia um tempo em que "todos conheciam seus lugares". O pier de Ipanema era um notório reduto de maconheiros e consumidores de drogas em geral. Ea vigente nessa época a lei 5276/71 que punia o consumo e o tráfico de drogas e cuja pena para o usuário era duríssima, já que as penas "mais brandas" para o usuário chegavam a cinco anos de prisão. O governo militar não interferia em questões desse tipo pois não afetava a "segurança nacional" e as práticas da polícia nesse campo eram "à moda antiga". Era comum os policiais obrigarem o viciado a engolir a droga, ato muitas vezes acompanhado de um forte tapa nas costas para "ajudar a digestão". Essa "Meca do consumo" foi o inicio da rotina de muitos maconhheiros dos suburbios criarem habito de frequentar a região. Era a época das "festinhas de adolescente" onde o consumo de drogas era liberado. Num universo como esse ocorreram eventos como a morte de Claudia Lessin Rodrigues em 1977.
ResponderExcluirLuiz, que coincidência. Salvo engano cheguei a jogar umas poucas vezes nesta rede levado pelo Adolfo AAA. Eu também era amigo na época do "Barata" que você não citou mas deve conhecer pois sempre jogava ali. Ele era cunhado do Nelson.
ResponderExcluirFico apenas observando. Nunca frequentei Ipanema por várias razões e a distancia era a principal. Copacabana para mim possui melhores atrativos e tem tudo que um homem bem sucedido e de hábitos refinados necessita para viver.
ResponderExcluirE fumace...tem alguém queimando coisa..
ResponderExcluirE aí também viviam alguns intelectuais que mais tarde viraram "lulistas"...
Bons tempos de uma cidade tranquila, Ipanema passou a ser o bairro de destaque da cidade devido justamente aos artistas que neste bairro moravam e eram figurinhas fáceis de serem encontradas nesta praia. Para os que eram jovens nesta época, o píer será sempre de grandes recordações, principalmente pelas ondas a esquerda que se tornou o melhor ponto da praia para surfar ou mesmo jacaré.
ResponderExcluirTem sim, Belletti. Tenho um vídeo que foi gravado na semana passada onde nesse trecho focado, um delegado de polícia de primeira classe e da ativa e que é militante do Psol, está pregando a liberação das drogas e está sendo aplaudido. Para a maioria como eu, é inaceitável que as coisas tenham chegado a esse estado e o pior é a leniência ou mesmo indiferença com que a população encara a situação. Essa "farra" de ilícitos é comum nos subúrbios, zona oeste, e especialmente na região do B R.T, onde a cultura e o poder do tráfico prevalece, mas em Ipanema é o "O"!. Tenho um compromisso Sábado na região da Taquara e provavelmente não irei por tais razões.
ResponderExcluirE vendo a postagem de hoje,lembrei do verão de 87,quando algumas latas recheadas da maldita erva chegaram até as praias do Rio.Era um carregamento que vinha da Austrália no navio Solana Star.Tripulantes jogaram a carga no mar e ela acabou nas areias das praias,inclusive em Ipanema.Foi o verão da lata.Muita gente entendeu que era parte nova de "frutos do mar" e mandou ver.Um espanto!!!
ResponderExcluirRecebi um telefonema do Claudio reclamando que esqueci de citar o Alberto, o Afonso, o Norton, o Renato, a Wandinha, o Rogério, o Marcos, a Helô, a Flávia, o Tachinha, o Alex, a Mariana. o Dr. Rui, o Nico. A lista é enorme. Afinal foram 40 anos.
ResponderExcluirTem comentarista "neste sítio" que não gosta que se fale de futebol por aqui mas eu tenho que cornetar e estes que mudem de endereço pois o administrador também gosta de futebol e não bate a censura.Agora tenho que dar uma buzinada no Tite que não chamou Luan para a Copa do Mundo.O jogador está melhor que muitos outros.
ResponderExcluirBoa noite.
ResponderExcluirOs militares não reprimiam o barato por ter algum frequentador com "costas quentes"? O famoso "Sabe com quem está falando?" que se multiplicava. Um célebre frequentador das areias (ou dunas?) de Ipanema quase foi eleito em 2014, conhece muito do assunto e passa longe de ser do PSOL...
Eu sempre suspeitei que o Partido Socialista Liberdade possuísse um "representante neste sítio". Faz sentido. A política tem meandros que fazem com que idéias de todas as ideologias sejam veiculadas, sejam elas boas ou más. O problema é que muitas vezes elas são apresentadas por confusos representantes que mal sabem definir a própria ideologia profesada. Não é sem razão que partidos políticos possuem tantos quadros dedicados e fanáticos...
ResponderExcluirprofessada
ResponderExcluir