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quarta-feira, 4 de julho de 2018

ESCOLA NORMAL IGNACIO AZEVEDO AMARAL


 
A primeira foto mostra o prédio do Ginásio Ignacio Azevedo Amaral. Aí funcionava em parte do tempo a Escola Normal e na outra parte do tempo o Colégio de Aplicação, na Lagoa, perto do Clube Naval – Piraquê.
A ENIAA, Escola Normal Inagcio Azevedo Amral, funcionou no prédio do Colégio Aplicação até o final do primeiro semestre de 1965. Naquele ano mudou-se para uma escola recém-construída, na Rua Pacheco Leão, que funcionava, no turno da manhã, como Escola Normal e, no turno da tarde, como Colégio Estadual Camilo Castelo Branco. Ao lado deste prédio ficava a Escola Primária Capistrano de Abreu, onde as normalistas da ENIAA faziam estágio, com aulas de prática de ensino.
Mais tarde a Escola passou a funcionar na Rua Jardim Botânico, passando a ser Colégio Ignacio Azevedo Amaral, como profissionalizante, quando as Escolas Normais deixaram de existir.
A ENIAA era uma das seis escolas oficiais que formavam os professores primários do ensino público do Rio de Janeiro, assim como o Instituto de Educação (Tijuca), a Escola Normal Julia Kubitschek (Centro), a Escola Normal Heitor Lira (Penha), a Escola Normal Carmela Dutra (Madureira) e a Escola Normal Sara Kubitschek (Campo Grande).
Naquele tempo, em que os professores eram valorizados, centenas de jovens (muito mais moças que rapazes), inclusive da classe média e da classe alta, enfrentavam verdadeira "guerra" para cursarem estes estabelecimentos de ensino, que eram de primeira linha. Eram cerca de 2000 vagas por ano para cerca de 12000 candidatos. Quem conseguisse ingressar numa dessas escolas tinha uma carreira garantida pela frente, respeito da sociedade e um salário digno (já hoje em dia...).
A segunda fotografia mostra três alunas da ENIAA num intervalo das aulas, em 1964, em frente à escola, num parquinho onde hoje é o estacionamento do Piraquê.
Tenho a maior admiração por essas moças, responsáveis pela educação de gerações nas escolas públicas do Rio. Naquele tempo era famoso o "trem das professoras" que saía de manhã bem cedo da Central do Brasil levando dezenas delas, moradoras da Zona Sul, do Centro, da Tijuca, para as escolas públicas do subúrbio.
Foi um tempo em que o padrão de ensino era bem diferente do de hoje, quando vemos estatísticas que revelam haver alto percentual de alunos analfabetos funcionais nas escolas e professores mal preparados.

18 comentários:

  1. Inúmeras amigas fizeram Escola Normal e deram aula no subúrbio. O nível de preparo delas era muito superior a de boa parte dos atuais professores primários de escolas públicas. Pelo menos pelas barbaridades que os jornais noticiam de vez em quando. Professores semianalfabetos.
    Mas a Educação não interessa aos governantes e assim o Brasil vai ficando cada vez mais para trás.

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  2. Bom dia.

    Algumas colegas de turma no primeiro grau foram fazer o normal no Carmela Dutra. Às vezes as reencontrava com os característicos uniformes. Na maioria das vezes de saia, mas já começando a aparecer as calças.

    Em Marechal Hermes, perto do Visconde de Mauá, também havia uma escola normal, onde também de encontrei ex-colegas. Acho que era a Oscar Tenório. Quem puder confirmar (ou não), agradeço.

    Com a mudança de critério para a formação de professores, os obrigando a fazer nível superior, as escolas normais ficaram esvaziadas, sendo absorvidas pelo sistema comum. Acho que algumas até passaram para a Faetec.

    Falando em ensino superior, a "reforma educacional" está prestes a completar 50 anos.

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  3. Bom dia a todos. Tempos em que ser professora ou professor era uma profissão respeitada por toda sociedade, com salário digno e a responsabilidade de educar novas gerações. A minha esposa foi uma normalista do Instituto de Educação, fez o concurso de 1969/70 e passou em primeiro lugar para esta instituição, na época ela foi manchete nos jornais nas páginas de educação. Porém não exerceu a profissão, pois ao terminar o normal fez vestibular para Administração e passou para UFRJ na Urca e posteriormente fez carreira numa instituição pública federal.

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  4. Minha mãe e minha tia estudaram no Instituto de Educação e se formaram professoras nos anos 50. A qualidade do ensino era excepcional e os professores era realmente catedráticos. Ao se formar, minha mãe foi "obrigada" a escolher uma escola situada além do "Largo do Monteiro" em Campo Grande. Saía de casa em Vila Isabel às 5:00, tomava o "trem das professoras", e em seguida uma espécie de "van em Campo Grande. Entretanto, o salário de uma professora do antigo D.F era de mais ou menos o equivalente a cerca de doze salários mínimos atuais. Mais tarde ela lecionou em Jacarepaguá, São Cristóvão, para em 1963 ir para o Instituto de Educação. Mais tarde, ela passou a exercer cargos no serviço público da Guanabara e em seguida no Rio de Janeiro, onde se aposentou. Mas ela fala até hoje que o nível das professoras primárias caiu bastante. Na minha opinião escola primária em bairros pobres é atualmente é comandada pelo tráfico de drogas através de seus diretores, sempre indicados pelos políticos que "comandam o movimento", com direito a "doutrinação comunista", ideologia de gênero, etc. Eu tenho um vídeo do Facebook gravado em uma escola humilde do Paraná no qual uma humilde mãe se queixa que a professora desqualifica as igrejas católica e evangélica e diz textualmente que se Bolsonaro se eleger, "enviará todos os negros para a senzala" e vai instituir a "lei do estupro", onde as mulheres poderão ser estupradas livremente na rua. O que espanta é como a polícia e o ministério Público ainda não agiram eficazmente. Isso certamente acontece no Brasil inteiro, principalmente no Rio de Janeiro, com "excrescências políticas" como os Freixos, os Wyllis, as Marielles, os Tarcísios, as "beneditas", e muito mais.

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  5. Não havia uma música chamada A Normalista?
    Neste trem das professoras iam também os militares para Deodoro e adjacências. Havia muito namoro e casamentos entre as professoras e estes militares. Casados iam morar na Tijuca ou no Grajaú.

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  6. Bom dia!
       Nestas décadas poucas pessoas estudavam, apenas os mais abonados e as escolas de excelência existem na forma do Pedro II, colégio de aplicação, Cefet e etc.
      Claro que com a universalização do ensino o nível cairia. Temos o QI médio baixo, não há massa humana suficiente. Nunca sairemos da condição de fornecedores de commodities.
      

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    1. Pela sua teoria, EUA, China, Canadá, Rússia, e outros países extensos, seriam tão deficientes como Brasil e nessas nações a quantidade de analfabetos é menor do que 2%. A razão dessa discrepância existente no Brasil é a de que "analfabetos votam mas não pensam". Esse viés perverso é oriundo da colonização portuguesa. Não esqueçamos que até a abolição os negros não podiam ser alfabetizados ou mesmo calçar sapatos. E com que objetivo? Quem instituiu essas normas odiosas? Os portugueses obviamente. O brasileiro ainda foi "muito bonzinho" em comparação com outras ex-colonias portuguesas, pois após a independência, as chacinas, decapitações, e as pilhagens, eram frequentes, já que o ódio dos "ex-coloniais" aos portugueses era figadal. No Brasil, se a maioria tiver acessos às informações, o ódio às "classes dominantes" fará com que o país afunde por muito tempo em sangue.

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  7. Durante 2 anos do meu curso primário estudei em um colégio que estava encrustado dentro de uma Escola Normal.Muito bom ver de perto e de certa forma conviver com aquelas moças de azul e branco.Na época era um verdadeiro vestibular para entrar em uma "Escola Normal" e as professoras eram de fato muito bem formadas.A madame fez o curso normal e lembro bem da sua formatura em meados dos anos 70.Outros tempos.
    Hoje, vez por outra, atendo professoras na minha igreja.Geralmente não estão nada bem,com baixos salários,carga de trabalho acentuada e o pior convivendo com alunos que ainda pequenos já mandam na escola.São os filhos dos donos dos bairros.Um grande espanto!!!

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  8. Boa tarde a todos,
    Sou professor da disciplina de Bioquímica para cursos da área da Saúde na Universidade Federal do Piauí. Aproveitando que o tema em discussão hoje é Educação, vou apresentar aqui alguns dados de um artigo que publiquei em 2017, sobre as dificuldades de aprendizado em Bioquímica. Foram avaliados 622 estudantes dos cursos de Odontologia, Medicina, Educação Física, Biologia, Química, Nutrição, Medicina Veterinária, Farmácia, Enfermagem e Agronomia, durante três semestres consecutivos. Desse total de alunos avaliados, a maioria (58,4%) cursou o ensino médio em escolas da rede privada, enquanto 37,3% eram provenientes de escolas públicas e apenas 4,2% havia cursado o ensino médio em ambas as redes de ensino.
    Constatamos que 86,5% dos alunos pesquisados apresentaram um grau de dificuldade de aprendizado em Bioquímica de médio a alto. Além disso, 62,8% dos alunos relataram ter dificuldades de aprendizado em outras disciplinas em seus cursos de graduação. Associado a esses dados, 81,03% dos estudantes reconheceram ter passado por dificuldades de aprendizado no ensino médio, sendo que as disciplinas mais mencionadas foram matemática (44,73%) e química (38,98%). Como consequência desse problema, 21,4% do total dos discentes pesquisados eram repetentes na disciplina de Bioquímica, o que representa um grupo significativo de alunos com grandes dificuldades de aprendizado. Verificamos que as dificuldades de aprendizado em Bioquímica possuem múltiplas causas, sendo que provavelmente a mais importante é a deficiência na formação dos alunos vindos dos ensinos fundamental e médio. (CONTINUA)

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  9. CONTINUAÇÃO:
    Nossos resultados são compatíveis com os dados divulgados no relatório de 2015 do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), realizado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que avaliou 23.141 estudantes brasileiros de 841 escolas, nas idades de 15 e 16 anos. O relatório mostrou que o desempenho dos alunos no Brasil está muito abaixo da média dos alunos de países da OCDE em ciências (obtivemos 401 pontos, comparados à média de 493 pontos dos países da OCDE), em leitura (407 pontos, comparados à média de 493 pontos) e em matemática (377 pontos, comparados à média de 490 pontos). O Brasil também vem caindo no ranking mundial: dentre 70 países avaliados, o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. A partir destas constatações, não se pode esperar um bom desempenho em uma disciplina complexa como a Bioquímica quando os alunos ingressam no nível superior com deficiências em ciências e em conceitos científicos em geral. Para piorar, muitos alunos sequer dominam a leitura e/ou possuem aversão a mesma, sendo que esse padrão parece não sofrer modificação desde 2006, segundo o PISA. Ou seja, o ensino no Brasil está atualmente estagnado e encontra-se entre os piores do mundo.
    Segundo o relatório PISA, em matemática, 70,3% dos alunos brasileiros ficaram abaixo do nível 2 – que é o patamar mínimo na OCDE considerado como necessário para que o estudante exerça plenamente a sua cidadania. Os nossos estudantes não conseguem responder às questões da disciplina de matemática com clareza e nem identificar ou executar procedimentos rotineiros de acordo com instruções diretas. Quando se avaliaram as habilidades de investigação científica, o Brasil chegou a 401 pontos, bem abaixo da média da OCDE (493 pontos) e em queda desde 2012. Observou-se que 56,5% dos nossos estudantes tiveram um desempenho abaixo do nível 2, ou seja, não são capazes de identificar uma explicação científica, interpretar dados e identificar a questão abordada em um projeto experimental simples de complexidade mediana. Quanto à leitura, metade dos alunos brasileiros avaliados continua com dificuldades de interpretação, sendo que 51% dos estudantes não possuem o nível que a OCED estabelece como necessário para que se possa exercer plenamente a cidadania (não ultrapassam o nível 2), tendo dificuldades de trabalhar textos e documentos oficiais, tais como notas públicas e notícias, e ainda possuem problemas em interpretar informações e integrar textos.
    Não será possível obter grandes avanços na educação superior brasileira como um todo sem uma mudança radical de qualidade nos nossos ensinos fundamental e médio, que estão estagnados em patamares muito baixos.
    Há braços e peço desculpas pelas postagens longas!

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    1. Mestre Zierer, o grande problema é que os atuais governos tem preocupação em colocar pessoas nas Universidades, sem que as mesmas estejam aptas para tal. A grande decepção destas pessoas ocorre quando estão formadas, pois não conseguem emprego nas suas especializações, o mercado de trabalho é cruel, ele seleciona os melhores e quem não está devidamente qualificado não é absorvido pelo mercado de trabalho. A lógica destes governos é muito simples, é muito mais barato fazer programas demagógicos para entupir as Universidades de pessoas não aptas a um curso superior, do que investir em ensino de base para tornar aptas todos os alunos a cursar um nível técnico de qualidade, quanto uma Universidade. Uma nação se desenvolve pela quantidade de técnicos especializados nas suas respectivas áreas de atuação, pois são estes que tocam indústrias, hospitais e as áreas de serviços. Hoje o que se vê em grande número de industrias, são pessoas de nível universitário executando funções que antes eram destinadas ao corpo técnico, e lógico que estas pessoas recebem salários compatíveis com a função que exercem, por outro lado faz com que o nível salarial destas profissões sejam nivelados para baixo.

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  10. Relato claro mostrando a gravidade do problema. Mas quantos estão interessados em resolvê-lo?
    Ainda agora estava pensando como nos últimos anos o hábito da leitura está diminuindo. Não falo nem nos clássicos, mas em qualquer tipo de leitura. Como escrever corretamente se não há leitura?
    E ainda agravado pelo novo hábito de escrever em "internetês". Há maior absurdo do que legendar filmes para TV nesta "linguagem"?
    Se compararmos com o que ocorreu na Coreia do Sul, por exemplo, é de sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho.

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  11. Pelo que vejo, "a ficha da maioria está caindo". Sugiro para alguns que procure conhecer um pouco a obra de Charles Darwin.

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  12. Essa foto me lembrou muito a Neusa. Ah...Neusa. Normalista, linda, olhos azuis, cabelos louros mas que não passou de um amor secreto. O jovem cearense aqui não era correspondido. Por isso é que ficou como um amor puro como diria do Dr.Freud.Nunca se consumou.

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    1. Sei não,acho que Neusa era na verdade...deixa prá lá!!!

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  13. Excrecências políticas maiores que bolsonaros, malafaias e afins não existem.

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    1. Existem sim, por incrível que pareça. Assisti a um vídeo de "MC Carol", candidata de um desses partidos de esquerda que infestam as universidades de quinta categoria. As "excrescências" citadas pelo ilustre comentarista ao menos sabem falar, bem diferentes dos "grunhidos de baixo calão" emitidos pela moça. Mas tem lógica, já que a linguagem dela é adequada aos fins à que se propõe...

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  14. Em minha opinião todos os políticos citados e outros tantos do PT,PSDB,PTB e tanto outros partidos se igualam em gênero numero e grau.Todos farinha do mesmo saco,procurando tirar proveito sempre e sempre...

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