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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

BURRO SEM RABO

 
 
Do prezado Hélio Ribeiro recebi a foto e o texto de hoje:
 
BURRO SEM RABO ==> esse nome era dado àqueles carrinhos de madeira puxados por um homem (normalmente português) e que faziam pequenas mudanças e transportavam pequenas cargas.
 
Qual a origem desse nome? É a seguinte: em meados da década de 1860 surgiram no Rio de Janeiro os primeiros bondes puxados a burro.  A bitola mais usada por esses bondes era a de 82 cm. O calçamento das ruas não era de asfalto e sim de paralelepípedo ou pedra de mão.
 
Para aqueles puxadores dos carrinhos, era um sacrifício, porque havia muitos trancos e solavancos. Então alguém teve a ideia de fazer a bitola dos carrinhos também de 82 cm, de modo que eles pudessem rodar em cima dos trilhos dos bondes, quando o transporte era para ser feito em ruas onde havia bondes.
 
Ora, os bondes eram puxados a burro; os carrinhos, por um homem. Mas ambos usavam os mesmos trilhos. Daí surgiu o nome "burro sem rabo", atribuído ao puxador e posteriormente estendido ao próprio carrinho.
 
Para provar que isto é verdade, veja a foto acima, tirada na rua Primeiro de Março por volta de 1890, em que aparecem claramente dois carrinhos desses sendo puxados em cima dos trilhos dos bondes.

17 comentários:

  1. Ótima contribuição do Hélio!

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  2. Bom dia, Dr. D'.

    Sempre aprendendo. O trabalho maior deveria ser desviar dos bondes, saindo do trilho e depois voltando. Deveria ser impraticável em certos horários.

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  3. Até os anos 60, até mesmo os motoristas de automóveis, dada a má qualidade do calçamento, preferiam conduzir seus veículos colocando as rodas sobre os trilhos dos bondes. Chamavam a isto " Chapinhar". O rodar era muito mais silencioso e macio...embora perigoso, pois a qualquer momento uma rebarba do trilho rasgava os pneus ( Brasil ou Kelly, lembram-se ?)

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  4. A razão do nome eu suspeitava corretamente, mas a história da bitolas é inédita. Obrigado!

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  5. Vivendo e aprendendo.Boa....

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  6. Informação precisa e útil para os que visitam pela primeira vez o blog. Ainda hoje, sem a questão da bitola, esse tipo de prancha é usada em pequenas mudanças e por lojas de material de construção, em especial em bairros da zona sul. Os ditos "burros sem rabo" hoje são, em sua maioria, oriundos do norte/nordeste do país.

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  7. Bom dia a todos. Já conhecia a origem do nome dado aos puxadores de carrinho. Impressionante como era a vida antigamente, conheci dois senhores na minha infância, que faziam este tipo de serviço e ambos vivam com muitas dificuldades, porém com uma dignidade do mesmo tamanho, construíram suas famílias, seus filhos estudaram e chegaram a Universidade, este era o maior orgulho destes senhores, ambos já morreram a bastante tempo. Nesta época trabalhar com afinco no mais humilde dos serviços, permitia que se vivesse com dignidade e sustentasse sua família. Já nos dias de hoje, alguns tipos de trabalhos mais humildes envergonha quem o pratica e até mesmo quem o contrata, tal como empregada doméstica, comumente hoje chamadas de "Secretárias do Lar". Faxineiro "Auxiliar de Limpeza", etc... Agora o que mais me incomoda, é que as pessoas tem vergonha de executar uma função humilde, porém não se envergonham de pedir esmolas pela rua, ou o pior dos casos, furtando e assaltando. Isso é o verdadeiro retrato da miséria no Brasil, grande parte da população prefere, viver de ajuda do governo, de pedir esmola ou de roubar, do que trabalhar duro mesmo numa das atividades mais humildes e buscar progredir com seu próprio esforço e sacrifício.

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    1. Lino, verdade. Outro dia mesmo estava conversando sobre isso com um amigo, a situação atual não é lá essas coisas, mas o que tem de vagabundos não está no gibi.

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    2. Quando criança, no Rio de Janeiro, cheguei a ver muitos burros sem rabo pelas ruas do centro da cidade, e as rodas ainda eram metálicas, creio que de bronze, que eram caprichosamente lustradas e brilhavam como ouro...

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  8. Se a adoção do veículo de tração animal sobre trilhos foi um grande alívio para a dupla Lulu & Dudu, essa criativa adaptação de bitola para os "burros sem rabo" foi uma mão na roda, ou melhor, foram duas mãos nas rodas desse suado transporte de cargas do Rio.

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  9. Boa tarde!
      De forma parecida a medidas do quadril do cavalo, passando pela bitola dos trilhos do trem, chegou aos ônibus espaciais que eram transportados via linha férrea.

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  10. É verdade que a bitola dos ônibus espaciais segue a medida das antigas carruagens romanas?

    Por incrível que pareça, existe, sim, uma relação entre o diâmetro dos grandes foguetes externos do Space Shuttle, da Nasa (que ajudam a nave a ganhar velocidade no momento da partida e depois são descartados), e as carruagens do Império Romano. A causa está na bitola – distância padrão entre os trilhos – das ferrovias americanas: 4 pés e 8,5 polegadas, ou 142,2 centímetros na escala decimal. Essa medida foi simplesmente emprestada da rede ferroviária inglesa, que, por sua vez, aproveitara a rede de estradas de pedra construída por Júlio César, 2 000 anos atrás. Essas vias eram feitas com ranhuras para as rodas das carruagens de guerra, e a distância entre elas também era de cerca de 4 pés e 8,5 polegadas. Como os foguetes do ônibus espacial eram transportados por trem até sua base de lançamento e tinham de passar por túneis com a largura dessa bitola ferroviária, adotou-se a mesma medida.

    Essa história curiosa passou a circular na internet depois de publicada no livro The Gordian Knot (O Nó Górdio), de 1999, escrito por Richard Solomon, especialista em teoria da comunicação da Universidade da Pensilvânia, que estuda a história das ferrovias como hobby. O texto, veiculado na rede mundial de computadores, diz também que a bitola das carruagens de César foi determinada pela largura das ancas dos cavalos romanos, mas isso ninguém pôde ainda comprovar.

    fonte: revista Superinteressante.

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    1. Bonita estória essa relação com a bitola das ferrovias amercanas mas é um pouco imprecisa. A "bitola padrão" das ferrovias estadunidenses é de 1,60 metros.

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    2. O burro sem rabo é o nosso ônibus espacial.

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  11. E os garrafeiros, de boina, camiseta e puxando carro do tipo acima ?!

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  12. Na fábrica do meu pai ainda tem um carrinho desse e emplacado no ano de 1929. Eu gostaria de saber o qto poderia pedir num desse. É antigo mas ainda inteiro.

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