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terça-feira, 5 de maio de 2020

HOTEL DA LIGHT










 
A LIGHT construiu nos anos 20 do século passado um hotel para instalar funcionários solteiros. Era conhecido como Hotel dos Conductores e Motorneiros.
Ficava na Rua do Bispo nº 27, numeração da época, tendo sido inaugurado em 17/07/1927.
Suas instalações foram construídas em platôs acompanhando a elevação do morro situado na parte de trás do terreno (Morro do Turano).
Ele possuía, além dos dormitórios, banheiros e vestiários, refeitório, tinturaria, alfaiataria, oficina mecânica e elétrica, barbearia, enfermaria, etc. Os preços eram cobrados em função do posto do hóspede. O preço mais barato era para aprendizes.
Fotos da Revista da Light entre os anos de 1928 e 1932.
Texto e fotos de pesquisa feita pelo prezado José Alberto C. Maia, que gentilmente autorizou a publicação.
PS1: este hotel seria onde hoje em dia está instalada a Faculdade Estácio de Sá.
PS2: O “Correio da Manhã”, em 1929, noticiava que “Joaquim Vieira Pinto, de cor branca, 23 annos de edade, solteiro, portuguez, conductor da Light, de nº 1.534, residente no Hotel da Light, á Rua do Bispo, quando fazia a cobrança no carro em que viajava, no Largo do Pedregulho, caiu, recebendo ferida contusa no ante braço direito. A Assistencia soccorreu-o, tendo a victima, depois de medicada, se retirado para sua residencia.”

19 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Havia visto a postagem original mas não tinha conseguido me localizar. É mais impressionante porque a Rua do Bispo foi meu caminho para o trabalho por mais de dez anos e nem poderia imaginar algo desse tipo. Pensei que poderia até ser o hospital que existe naquela rua mas errei.

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  2. Show.Mais uma para botar na conta.Jamais saberia deste "hotel".Gostei muito da "edade" e de saber que o trauma foi de pequena monta.Pelo visto uma pequena sutura...
    FF: Na quarentena estou relendo Gigantes do Futebol Brasileiro e a cada dia fico mais espantado com as mudanças no ramo da bola.De fato,hoje é tudo um "grande negócio".

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  3. Confesso que na grafia do antigo português, nunca tinha prestado atenção na palavra "edade".
    Parece que é a primeira postagem sobre este Hotel. A iniciativa da Light em abrigar seus funcionários solteiros foi louvável!

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  4. Nunca ouvi falar. Era um tempo em que as empresas ajudavam os funcionários, sem consequências trabalhistas. Acho que nos governos Vargas isso foi acabando.

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  5. Bom dia a todos. Conhecia a Cidade da Light onde existia toda a área de manutenção e fabricação de bondes da Light, porém jamais tinha ouvido falar neste Hotel da Light, e nem da sua finalidade. Impressionante como antigamente havia muito mais atenção das grandes empresas para com os seus funcionários. As fotos dos locais, mostra que os serviços oferecidos eram de boa qualidade, talvez o dormitório deixasse a desejar no sentido de privacidade, porém como era para solteiros e para solteiros quando se trata de dormir, até uma cadeira e uma corda esticada serve, como nas antigas Hospedarias para homens.

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  6. Bom dia a todos.
    Nunca ouvi falar sobre esse hotel.
    Será que era para quem era de fora do Rio e vinha para cá tentar da sorte e conseguia algum trabalho na LIGHT???
    Interessante que antigamente as Empresas investiam em seus funcionários com a construção de vilas operárias, hospitais, dentre outras coisas. Muito diferente do que se acontece hoje.

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    1. Penso que a relação entre patrões e empregados começou a mudar muito depois do crescimento dos chamados sindicatos..Passou a ser olho por olho....Aliás conheço gente que a vida inteira está acasalado em sindicatos.A boca deve ser interessante...

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    2. Belletti. Você está correto. Sindicato infelizmente virou trampolim político há muito tempo.

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  7. "Eram outros tempos" e provavelmente uma exceção, muito louvável. Hoje, parte da empresas só quer "tirar o couro" dos empregados, vide Supermercados Guanabara, Havan e Ricardo Eletro. Mas, como escreveu o Biscoito, foi antes da reforma trabalhista que deve ter desestimulado a Light a continuar com o benefício.

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  8. Construção de casas para operários continuou pelo menos com a FNM em Xerém e a CSN em Volta Redonda, inclusive com melhoria nos projetos implantada pelo mesmo arquiteto de Goiânia, o Attilio Corrêa Lima, que morreu num acidente de avião no Santos Dumont, em 1943.
    A partir dele não construíram mais aquelas vilas de casas grudadas e alguns de seus projetos ele mesmo não chegou a ver a conclusão.
    Por muito tempo ainda construíram bairros operários para usinas hidrelétricas e a nuclear em Angra dos Reis.
    Quando não fica extremamente isolada, as empresas agora preferem o fretamento de ônibus para as cidades mais próximas, onde a prioridade é recrutar os moradores desses locais. Tem casos de até 100km de distância, com viajem todos os dias.
    Consta que a refinaria de Caxias usou muito o ônibus "Papa-Filas".

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  9. Em tempo: os conjuntos habitacionais construídos pelos institutos de previdência de antanho eram uma opção diferente, mas não menos importante.
    Depois veio o BNH.

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  10. Observador Trabalhista5 de maio de 2020 às 12:39

    As leis trabalhistas, saudáveis ao proteger o trabalhador, às vezes exageram. Como, por exemplo, contar como tempo trabalhado o tempo que o funcionário passa dentro do ônibus fretado pela empresa para ir e voltar à fábrica.

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  11. A CLT foi uma grande conquista para o trabalhador brasileiro mas faltou adequação ao longo do tempo. O "excesso de garantias" e o sindicalismo exacerbado são prejudiciais. Malfadada Constituição Federal de 88 trouxe ainda retrocessos como a multa de 40% sobre o FGTS. Mas há algumas coisas a considerar. As previdência pública e privada eram equilibrada saté o JK iniciar seu desmonte para cobrir o "rombo" causado pela construção de Brasília. Até então os Institutos Previdenciários eram estáveis e davam lucro. A Previdência Pública apesar de conter alguns absurdos como privilegiar filhas solteiras de militares por gerações, não dava sinais de desequilíbrio. No específico do Hotel da Light, eram normais esses benefícios não só em diversas grandes empresa como também no serviço público federal, do DF, e dos estados. Dirão os contestadores: "Mas o país cresceu muito, é muita gente!". Ora, quanto mais gente contribuindo maior será a contribuição e obviamente isso não é uma desculpa plausível. O que ninguém quer mencionar seja por desconhecimento, ignorância, ou por posicionamento político, é que o desvio de receitas da previdência é "normal" para políticos e governantes que pagam regiamente a mídia formadora de opinião para convencer a população do contrário.Nunca se viu qualquer restrição para o corte de aposentadorias de juízes e desembargadores que somam por muitas vezes Duzentos Mil Reais mensais, apesar de o "limite constitucional ser de Trinta e nove mil. Havia um motorneiro que usava um bigode que "dava voltas" e que fazia a linha da Freguesia que vivia muito bem com a aposentadoria e como ele muitos outros. Mas como o assunto é por demais extenso, vamos ao hotel: Existem vários casarões no "Complexo da Estácio", mas meados dos anos 70 a Faculdade Estácio de Sá funcionava em um prédio modesto na Rua Haddock Lobo quase esquina de Paulo de Frontin. Curiosamente as faculdades particulares se tornaram um negócio fantasticamente lucrativo enquanto as universidades públicas se tornassem antros de agitação esquerdista, onde as drogas, a pederastia, o lesbianismo, "a afirmação das minorias", e muito mais e onde a formação acadêmica é quase inexistente.

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    1. Joel. Sinto muito em lhe informar, mas as Faculdades privadas deram certo em SP como
      essas Anhanguera e outras que você pode até estudar a distância. No Rio de Janeiro teve o Oba Oba na época do FHC onde abriram faculdade até dentro de cemitério e depois foi uma quebradeira só. Veja o caso da Nuno Lisboa, Sonley, Gama Filho, dentre outras, em algo que merecia uma boa de uma investigação se o Brasil fosse um país sério.

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    2. Wolfgang, existem boas Universidades particulares, no Rio de Janeiro temos a PUC, mesmo com todos os problemas citados pelo Joel, as Universidades Públicas Federais ainda são as que oferecem o melhor ensino tanto de Graduação, quanto de Pós Graduação. Porém o que vem acontecendo nos últimos anos, estas Universidades não estão conseguindo manter os melhores alunos da graduação e pós graduação nos seus quadros de pesquisa. Os alunos com os melhores CD, se quer ficam no País, estão todos indo trabalhar ou fazem mestrado, doutorado fora do Brasil.

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    3. Eu me formei em Direito em 1983 por uma Faculdade particular excelente, a Cândido Mendes. A Estácio é de excelente nível, mas atualmente "tá complicado". As faculdades "do governo" são "caso de polícia". FHC foi um dos fundadores do Foro de São Paulo, e isso explica tudo, desde a ascensão do Brasil como o grande facilitador do tráfico de drogas, passando pela idiotizaça6da juventude, pela falência da saúde pública, até o aparelhamento criminoso dos tribunais superiores.

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  12. A "boca de fumo da subida do 117" situada na Rua do Bispo no número citado, mostra que o lugar "já deu". O Complexo da Estácio" mostra a magnitude do que um dia foi o Hotel dos motorneiros. Duvido que no passado tivesse esse tipo "de vizinhança". Grandes propriedades nas ruas Citiso, Sampaio Viana, Aureliano Portugal, e Rua do Bispo tiveram seus valores aviltados e reduzidos drasticamente em razão da existência dessas favelas. Meu avô morou na "Rua da Luz", atual Paulo de Frontin, e estudou no Colégio Diocesano, também situado na mesma rua e ao lado da igreja de São Pedro em 1909/1915, e contava da beleza do lugar. As mansões ainda de pé na região são uma prova disso. Em 1984/85 e por razões profissionais, eu fui diversas vezes naquele morro e a criminalidade era pífia. Hoje em dia é temerário transitar na Rua do Bispo. A Casa de Saúde Portugal que fica em frente já foi diversas vezes alvo de disparos de arma de fogo.

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  13. Mais um tentáculo do polvo canadense...

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  14. O acesso a Igreja pela Teodoro da Silva, se dá por um portão entre dois prédios.

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