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sexta-feira, 17 de julho de 2020

CARROS PELA CATACUMBA


Foto enviada pelo GMA. Vemos a Favela da Catacumba provavelmente nos anos 60. À direita vemos o Posto Policial e, ao lado, a construção onde funcionava um templo.


Foto de 1969, de O Globo. Como curiosidade vemos o tráfego em mão-dupla na pista oposta à Lagoa quando, na época, este era um dos únicos trechos em que havia mão única. Suponho que a pista mais perto da água estivesse interrompida por conta das obras da duplicação da Avenida Epitácio Pessoa no seu trecho entre a Favela da Catacumba e o Jardim de Alá. Podemos ver somente carros nacionais.

A maioria dos barracos desta favela era de madeira, mesmo em seus últimos tempos de existência. A construção parecendo uma chaminé era o local do incinerador de lixo (lembram-se que quase todos os edifícios tinham o seu próprio incinerador e contribuíam enormemente para a poluição ambiental?). Na calçada, esperando condução, alunos com o antigo uniforme das Escolas Públicas e diversos trabalhadores. Já estão instaladas as novas lâmpadas de iluminação pública
 


Esta fotografia do Arquivo Nacional mostra um trecho da Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, em frente à favela da Catacumba, por volta de 1960. Vemos as precaríssimas condições de habitação neste local. Na época não havia maiores riscos à segurança ao se passar por aí. Diariamente, quando eu ia para o colégio, os ônibus paravam aí, em dois pontos, e nunca tive problemas. Da mesma forma quando, frequentemente, passava de bicicleta. O carro de frente é um Nash 1946. O rabo-de-peixe  é um Plymouth Fury Sedan 1959. 


Esta foto, do Arquivo Nacional, da Coleção do Correio da Manhã, mostra um aspecto da Favela da Catacumba, em 1964. O carro à esquerda seria um Ford 1953. Atrás, um caminhão F-350 (1958-1961).

Do lado esquerdo, fora da foto, às margens da Lagoa tínhamos dois campos de futebol onde nos finais de semana se disputavam animadas partidas dos times “Sete de Setembro” e “Brasil Novo”. Durante a semana serviam para as lavadeiras estenderem lençóis dos "bacanas" para secar ao sol. As pistas não tinham ainda sido duplicadas, o que só ocorreria uns 6 anos depois.  

O letreiro SOMAC seria da Sociedade de Moradores e Amigos da Catacumba?

Naquela casa grande ao fundo, na curva, aconteciam cultos religiosos. À direita vemos um ponto de ônibus, onde parava o "157"- Estrada de Ferro e, dois postes depois, a parada do ônibus elétrico, o "16 - Largo do Machado-Ipanema". 

14 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Acompanharei os comentários que, com certeza, serão acalorados. Afinal, o tema sempre é polêmico.

    Hoje o prato está cheio para o biscoito. Tirando, claro, os fuscas e a kombi.

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  2. PS: o gerente já identificou a maioria dos carros. É o que dá comentar antes de ler o texto...

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  3. Se bobear o Biscoito perde o jabá...O aspecto local não era nada interessante,mas ao que consta ainda reinava tranquilidade.Hoje nem tanto...
    Sete de Setembro X Brasil Novo seria uma clássico que iria agradar aquela galera de Brasilia...Grande espanto!!!
    Aquele rabo de peixe deveria ser um candidato a frequentar o AA.

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  4. Achei razoável que o SDR me desse trabalho, depois de me apagar ontem, aliás, tão incompetentemente, que estou aqui, aceso.
    Na primeira fotografia, um inequívoco Lincoln Continental, 42-48, com seu lindo e traumático motor V-12. Aquele estepe na traseira virou moda e até hoje se vende o "kit Continental" para equipar os carros dos neo-colecionadores....
    A segunda mostra um Gordini Teimoso e uma Vemaguet, entre Fuscas.
    Na terceira, um Nash 46-47 escondido e um Plymouth Belvedere 1959, exuberante com o segundo maior rabo-de-peixe da história. E elegante, enquanto o campeão ostenta outro título, desabonador.
    E na última fotografia, tudo certo.

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  5. A favela da Catacumba assim como as favelas do passado, eram toscas e frágeis e onde o "risco real" era levar um tombo, tropeçar, ou escorregar naquele dédalo de vielas. Em 1948 uma Lei promulgada pela Prefeitura
    do D.Federal proibia construções de alvenaria nas favelas e determinava sua imediata demolição caso fossem erguidas. O motivo era óbvio: facilitar uma rápida remoção. As remoções para conjuntos habitacionais eram uma solução coerente, oferecendo casas de alvenaria em locais salubres e mais adequados. Muitos desses conjuntos foram construídos no início dos anos 60 com recursos do governo dos EUA são bem conhecidos. Naquele tempo as favelas não eram moeda eleitoral nem utilizadas como redutos narco-eleitorais nem seus moradores eram "cortina social" para atividades criminosas. Quando isso se tornou uma realidade, acabou selando a sorte do Rio de Janeiro.

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  6. Os moradores morro acima eram defumados e empesteados pelo incinerador abaixo deles.
    Com raras exceções, alvenaria só nas construções à beira do asfalto.

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  7. Lembro ainda criança passando de carro com meu pai por este trecho.
    Se não fosse o Lacerda, esta comunidade teria expandido sei espaço para as áreas laterais que ainda não tinham prédios construídos, além de ter tráfico de drogas e bandidos.

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  8. Bom dia a todos. O problema não são as favelas, são os favelados, eles podem até sair das favelas, porém as favelas não saem deles. Essa mudança não se faz só com a mudança do habitat, precisa ser acompanhada de outras mudanças, como a educacional, melhoria das condições econômicas, controle de natalidade e legislação que iniba a formação e expansão deste tipo de moradia.

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  9. Naquela época o Rio ainda tinha uma chance, era só ter planejamento de urbanismo e erradicação das favelas. Tráfico e violência incipientes. Agora 1/3 do Rio é favela, tráfico ,milícia e tudo mais. Sem contar agora a câmara de vereadores quepque quer liberar todas as construções irregulares.
    Ajudando milícias e grileiros , liberando da cota 100, enfim permitindo tudo que e construção.

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  10. Muitas famílias foram removidas para o Conjunto do Quitungo, aqui perto onde moro. Uma distância considerável para aqueles que trabalhavam próximo à Catacumba.

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    1. Todos tem vontade de "morar na Vieira Souto", pouquíssimos possuem condições para tal. Entretanto ninguém vai lá invadir uma apartamento para morar, e se o fizer a resposta do proprietário e do Estado será pronta e imediata. A população deve morar de acordo com as suas posses, ainda que em locais insalubres e "ponto final". Cabe ao poder público em seus três níveis diminuir esse déficit habitacional, seja através de financiamento habitacional com reajuste pelo IPC, construindo habitações populares, e fomentando um imenso programa educacional, sem contar em implantar um rigoroso controle de natalidade. Esse problema remonta ao Século XVI e difilmente se resolverá em menos de trazentos anos. Nunca será resolvido "de dentro para fora" se essas medidas citadas não forem implementadas "de fora para dentro". Simples assim.

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    2. O problema de habitação vem ocorrendo desde o Século XVI e só tende a se agravar. Não sou esquerdista, mas a acintosa e imoral desigualdade brasileira é a principal responsável. O poder público nunca se fez em época alguma nada que minorasse o problema. No passado os Institutos de previdência financiavam imóveis para seus filiados pela tabela Price sem fins lucrativos ou eleitoreiros cujos imóveis estão aí, mais sólidos do que nunca, e todos tem mais de 60 anos. J.K, o maior corrupto de todos os tempos depois de Lula, ao desviar fundos da Previdência, deu início à "agonia habitacional do povo brasileiro. Mais tarde a unificação dos Institutos de Previdência
      foi o golpe de misericórdia. A desigualdade brasileira é talvez a maior do mundo e não se resolverá sem fortíssimo investimento do Estado em educação e outros incentivos, uma espécie de "Plano Marshall" brasileiro. É bem mais digno do que incentivar a invasão de propriedade alheia o construir "conjuntos do tipo" minha casa minha morte".## Mas voltando ao post, por duas vezes eu fui ao Tobogã que havia na Catacumba com minha mãe e meus primos. Mas não tive coragem de descer. Cheguei a subir a escadaria mas "medrei".

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  11. Torcida já crucifixa Jesus e quer transformá-lo em Judas...

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  12. Na década de 60, a favela foi removida e os moradores na maioria alocados no complexo habitacional Cidade de Deus, que se tranformou numa das maiores favelas da america do sul.

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