O local é a rua Conde de Bonfim, esquina com Almirante Cochrane. O prédio colonial era na época uma
repartição do Departamento de Correios e Telégrafos, mas antes, já no século
XX, foi convento provisório tanto para as monjas da Ajuda como para os
Capuchinhos, ambos despejados pela avalanche de reformas no Centro (Cinelândia
para a Ajuda e Morro do Castelo para os Capuchinhos). Este prédio, na esquina oposta à Granado, foi
demolido pelo Metrô.
Ao lado vê-se parte do antigo Mercado
São Lucas.
A Casa Granado foi inaugurada aí há
quase 100 anos. Era uma farmácia nos moldes antigos, com aviamento de receitas
e comercialização de alguns produtos já preparados com marca própria. Até os
anos 80, continuou a funcionar desta mesma maneira. A Casa Granado entrou em
demorado processo de falência. Houve concordata. Hoje quem explora a marca são
outros, que não os descendentes de seus fundadores. O prédio continua no mesmo
local, mantendo suas características externas, alguns de seus balcões originais
e o piso. Na parte interna, não há mais nada dos apetrechos usados para aviamento
de receitas. Foi transformada em drogaria, como tantas outras.
No segundo pavimento do sobrado funcionou a
clínica de radiologia Alvaro e Silvio Cortes. Mas a farmácia continuou mantendo
um serviço que sempre prestou. Atende 24 horas, fornecendo medicamento pela
portinha lateral, que fica na Rua Almirante Cochrane. Presta esse serviço desde
sua fundação. Ao lado da Granado funcionava também a Perfumaria Carneiro, que
comercializava produtos de perfumaria de qualidade, revendendo a linha Kanitz,
perfumes e maquilagem importados. Depois, em seu lugar, abriu uma loja de bijuterias.
Esta foi mais uma das áreas da
cidade devastadas pelo Metrô. Na Tijuca, a construção cortou a região entre as
ruas Conde de Bonfim e Almirante Cochrane, estendendo a Heitor Beltrão, que
hoje é uma via árida e cercada de muros, praticamente sem construções.
A época da foto é primeira metade
da década de 1970.
Em outro ângulo vemos o prédio dos Correios e do Mercado. Uma pergunta para os conhecedores da Tijuca: não é aí que fica a UPA da Tijuca?
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirNão sou "especialista" em Tijuca mas passei algumas vezes pelo local a caminho do trabalho no 410. Acredito ser mesmo o local atual da UPA.
Junto ao Mercado S. Lucas havia uma loja de tintas. E no sobrado desta, uma gafieira. Destaco, na última foto. um "bolo de bacalhau" Carbrasa, da Viação Carioca, na linha 413 Muda-Copacabana, já extinta
ResponderExcluirConheci essa linha já como da Alpha. Há alguns anos a linha foi encurtada no centro e virou 213. Acho que não resistiu à queda do número de passageiros.
ExcluirSim. Esse terreno é onde funciona a UPA. Enviei duas fotos dessa área antes de sua construção
ResponderExcluirPelo menos os novos gestores da Casa Granado mantiveram o nome fantasia que remetia a sua tradição de bons serviços prestados a população. Após a Casa Granado, "entrando" pela Almirante Cochrane, o terceiro telhado era a casa de meu avô paterno, palco de animadas festas infantis de aniversário de meus primos e dos almoços no dia primeiro do ano. Lembro muito bem dessa construção na esquina, que nos anos 60/70 era a sede dos Correios. A casa foi vendida em 2011, juntamente com a que fazia esquina com a Rua Santo Afonso. Hoje no local, está o moderno edifício comercial Saens Pena Offices. A segunda foto mostra o confuso cruzamento de quem vinha da Praça Saens Pena para entrar na Almirante Cochrane, que era em mão dupla.
ResponderExcluirA casa de esquina era "de altos e baixos" e era no ponto em que a rua fazia uma curva para a direita. Ali foi aberta a ligação da Almirante Cochrane com a Antônio Basílio e por causa disso a casa acabou ficando ficando na esquina.
ExcluirEssa linha 413 Muda - Copacabana vigorou até 2017. Sobraram as linhas 415 Usina - Leblon, via Centro e Aterro e a 426 Muda - Jardim de Alah, via Túnel Santa Bárbara.
ResponderExcluirAugusto tem razão, em seus últimos tempos, a linha 413 não ia mais até Copacabana. Vinha da Muda até o Centro, fazendo o contorno na praça em frente a Candelária, retornando para a Muda.
ExcluirInfelizmente conheci muito pouco a Tijuca pré-metrô. Fui praticamente só no Cine Metro e mais um outro bem pequeno, que não lembro o nome, também na Praça Saenz Peña.
ResponderExcluirE lembro que tinha algumas residências que considerava verdadeiras mansões.
Quanto à Granado das antigas só me recordo mesmo da original da Primeiro de Março. Pelos preços que vi no site dela há pouco tempo, voltar a entrar lá só se for como visitante, no máximo um sabonete como lembrancinha da visita.
Eu achava muito bonito essa casa do antigo DCT, porque admiro o estilo colonial. Senti muito quando foi demolido, mas na época eu já não morava mais na Tijuca. Também me lembro do mercadinho São Lucas, embora nunca tivesse entrado nele.
ResponderExcluirQuanto à linha 413 - Muda x Copacabana, era a que eu usava para ir à praia no Arpoador. Era uma linha muito antiga, assim como a 415 - Usina x Leblon, anteriormente operada por lotações.
Realmente, os preços da Granado hoje são estratosféricos.
Quanto à clínica radiológica Sílvio Cortes, cheguei a fazer exames lá. Era num sobrado. Depois se mudou para uma espécie de vila numa espécie da largo na confluência das ruas Padre Elias Goraieb, Camaragibe e uma outra cujo nome esqueci. É pertinho da Praça Saens Peña. Acho que ainda está lá até hoje.
O prédio dos Correios que abrigou as Freiras Carmelitas após a demolição do Convento da Ajuda em 1911, é mais antigo, mas não sei precisar a data de sua construção. O prédio passou a abrigar também os frades Capuchinhos em 1921, um ano antes da demolição do Morro do Castelo até a inauguração da Basílica de São Sebastião em 1931. A ligação com Rua Visconde de Figueiredo que no passado terminava na São Francisco Xavier, tomou o nome de Almirante Cochrane e foi inaugurada em 1922. O prédio que aparece ao lado do Mercado São Lucas ficava na esquina da Rua Pareto do lado esquerdo e também foi demolido no final dos anos 70. O restaurante Cantinho Baiano que atualmente fica na esquina da Rua Pareto com a Avenida Heitor Beltrão, na época ficava num beco nos fundos do Mercado São Lucas. Ali no beco havia também o "Chão de Estrelas", um espaço onde cantores se apresentavam. Tudo foi demolido no final dos anos 70. Em 2003 foi inaugurada a Avenida Gabriela Prado Maia ligando a General Roca com a Rua Pareto, terminando quase em frente à UPA. Em 1969 foi aberta a ligação da Almirante Cochrane com a Antônio Basílio cortando a Major Ávila e a General Roca. Mas os engarrafamentos naquela região são "endêmicos".
ResponderExcluirJoel, na esquina da Pareto com Heitor Beltrão fica a churrascaria O Laçador. Acho que o Cantinho Baiano não existe mais.
ExcluirÉ verdade, mudou o nome mas o imóvel é o mesmo. O pessoal mais antigo tem o Cantinho Baiano como uma referência. É como a a Avenida Automóvel Club que mudou de nome mas continua como referência ou como a Praça Castilhos de França, mais conhecida como Praça Afonso Pena. É a "força do hábito".
ExcluirO prédio a direita na primeira foto é o mesmo da última.
ResponderExcluirToda vez que vou a Seans Pena sempre procuro fazer um pit-stop na Farmácia Venâncio onde antigamente ficava o Café Palheta de boa memória. Ficou sendo apenas um "remendo" do foi no passado pois eu ainda jovem frequentava o Palheta via de regra para tomar um Sundae ou Ice Cream Soda. Mas no interior da loja estão as fantásticas fotografias da Praça nos anos 20/30/60. Minha infância foi por ali. Saudades...
ResponderExcluirQuanto as fotos de hoje, vivi a era de ouro da Farmácia Granado.
A terceira foto mostra o quanto foi desfigurada essa região. A pista por onde era o fluxo de trânsito que vinha da Usina era exatamente onde estão as árvores junto ao casario junto à curva. Ali ficava a Mademoselle modas. Na pista de Heitor Beltrão quase chegando na rua Pareto funciona atualmente o Recom, uma unidade da Polícia Militar, em um terreno antes ocioso que foi doado na Prefeitura.
ResponderExcluirCom minhas escusas aos tijucanos "da gema"... por que ninguém se referiu ao "camelódromo" que existiu (ou existe, não vou à Praça há tempos) no local do prédio focalizado na primeira foto ?
ResponderExcluirBom dia. O camelódromo ainda existe. Fica na esquina da Almirante Cochrane com a Heitor Beltrão, Na última foto ele fica do lado do ônibus azul da Tijuquinha. Muitas
Excluirdas lojas estão fechadas e os camelôs espalhados pela Conde de Bonfim.