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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

O CONCORDE NO RIO

Em 1976 chegou ao Rio o primeiro voo do Concorde, da companhia Air France. Veio de Paris, com escala em Dakar, no Senegal. Era uma grande novidade, completando o percurso em torno de 6 horas, em vez das 10 horas habituais.

O desenho moderno do avião, a sua rapidez, tudo chamava a atenção e muitos cariocas iam vê-lo no Galeão a cada viagem.

Nesta foto vemos o Concorde já no Galeão. Chama a atenção o entorno da igreja da Penha, ainda sem o grande complexo de favelas que ali existe agora.

A escalada do preço dos combustíveis começou a minar sua viabilidade econômica, até que, pouco mais de 24 anos após o primeiro pouso no Galeão, em 25 de julho de 2000 a fatídica queda do Concorde de matrícula F-BTSC em Paris, com 104 passageiros, selou de vez o final da trajetória do modelo. Como resultado, em 2003 o modelo deu seu adeus definitivo.


Vemos o Concorde sobrevoando Copacabana.  



Vemos uma tripulação do Concorde no pátio do Galeão.

Para quem teve oportunidade de entrar no Concorde, o comentário era que embora fosse fabuloso por fora, por dentro parece um ônibus de tão apertado.

Será que valia a pena pagar muito mais para viajar apertado e economizar cerca de 4 horas?

19 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Mal o sumido JBAN retorna, já leva facada. Ensanguentado ele pergunta "Aqui é o Voando para o Rio?".

    Tenho uma Manchete de 1982 mostrando o último voo do Concorde no Rio. A decolagem e aterrissagem eram programas que atraíam as pessoas ao aeroporto, que nessa época ganhou o "sobrenome" supersônico.

    Sobre pagar mais por uma economia de quatro horas de viagem, depende de quão grande era a saudade... Ou se não fizesse falta.

    Acho que depois de 1982 só voos esporádicos.

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  2. O Concorde teve um similar fabricado pela fábrica soviética Tupolev. O detalhe mencionado na segunda foto mostra a uma faceta da evolução da maior tragédia do Rio de Janeiro: a favelização. FF 1: Em operação ainda em andamento em Rio das Pedras, Muzema, e "adjacências", a Polícia Civil prendeu 13 integrantes da milícia da região, inclusive os donos da construtora que atua na região e foi responsável pelo desabamento em que 24 pessoas foram a óbito em 2019. FF 2: ainda em relação aos comentários de ontem sobre os "mercadores da fé", recebi um vídeo mostrando um culto evangélico onde aparece a "ressurreição de um defunto" onde o mesmo levanta do caixão e sai andando...

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  3. O Concorde foi projetado para os vôos no Hemisfério Norte. Entre Nova Iorque e Paris, ou Londres, a redução do tempo de viagem era de 50%, pois não havia escalas. Em outras palavras, voando no sentido Europa-América, você decolava às 8 da manhã e desembarcava em Nova Iorque às 8 da manhã. Aproximadamente.

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  4. Tão logo foi anunciado pela Air France que o Concorde passaria a integrar a linha Rio-Paris, contando com um vôo semanal, meu pai se empolgou com a novidade e comprou passagens para ele e minha mãe. Eles só viajavam ao exterior de 1a. classe e na volta relatou a aventura e meio que decepcionado, contou exatamente como diz o texto acima, que era mais apertado do que os tradicionais aviões da Boeing. Mas como o velho era vanguardista, contava a todos sua experiência de ter viajado no Concorde.

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  5. A tragédia do Concorde em Paris está muito bem explicada num episódio da série "Mayday - Desastres Aéreos", encontrável no You Tube.

    A propósito, o pedido internacional de ajuda na aviação, "mayday", dizem ser uma corruptela do francês "m'aidez", que se pronuncia "medê" e significa "ajudem-me".

    E o pedido de ajuda naval SOS, que alguns pretendem ser abreviação de "save our souls" (salvem nossas almas) ou "save our ship" (salvem nosso navio), parece não ser nada disso. É simplesmente um grupo de letras facilmente teclado nos manipuladores de telégrafo Morse, constituído de três toques curtos, três longos e três curtos.

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  6. Lembro ter visto uma reportagem (ou documentário) na TV mostrando o interior do Concorde. Era mesmo apertado. Acho que era até sobre o primeiro voo.

    Como só o Galeão recebia voos do Concorde, quem tinha por destino outras cidades provavelmente preferia chegar quatro horas mais cedo para fazer as conexões. Chute meu.

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  7. Além do preço do querosene de aviação, contribui também para inviabilizar a operação comercial a restrição imposta por diversos países de não romper a barreira do som sobre terra firme e sim somente sobre o oceano para minimizar o efeito do "estrondo sônico", o que aumentava o tempo de viagem e inviabilizava certas rotas e ainda não transportar carga - o que o que transferia todo o custo do voo aos passageiros.
    Avião belíssimo, o mais perto que já passei de um foi taxiando para decolar no aeroporto de Heathrow, aonde existe em exposição no pátio um Concorde remanescente da British Airways.

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  8. Dois registros sobre o Concorde. As escalas dessa aeronave no Rio de Janeiro de início não constavam dos planos da Air France. Consta que o doublê de piloto (grande ás da França na 2ª Guerra) e político Pierre Closterman, nascido no Brasil, onde aprendeu a pilotar (aeródromo de Maguinhos), foi responsável por sugerir à referida empresa incluir o RJ em suas rotas.

    Entre as denúncias que envolveram a Agropecuária CAPEMI no escândalo administrativo/financeiro nas operações de comercialização da madeira oriunda do futuro vale do Tucuruí, no início dos anos '80, foram mencionadas as inúmeras viagens à França, por meio do Concorde, pelos militares denunciados. Nesse tempo, na condição de advogado de agente comercial da Air France, visando a recuperação dos créditos referentes aos bilhetes de passagens emitidos, acompanhei de perto as referidas denúncias e as tentativas de calote por determinado coronel responsável pelas contratações das sucessivas viagens.

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  9. Vi, e ouvi, algumas vezes passando relativamente perto, antes de pousar no Galeão. Naqueles anos 70 imaginava-se que os supersônicos da aviação comercial tomariam conta do céu na década seguinte.
    Sem dúvidas era, depois que deixou de ser novidade, só para quem tempo é muito dinheiro.

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  10. Bom dia a todos. Achava o design do Concorde uma obra de arte, embora suas acomodações fossem espartanas. Algumas curiosidades impressionantes sobre o Concorde.
    Em 1985 , Concorde realizou um feito memorável: um Concorde e um Boeing 747 (Jumbo) da Air France decolaram ao mesmo tempo, o Concorde partiu de Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou a Paris, ficou uma hora no solo e retornou a Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.
    Devido a grande altitude alcançada, as turbulências eram raras durante um voo no Concorde.
    Quando atingia a altitude máxima de 60mil pés, ou 18 quilômetros, era possível ver a curvatura da Terra.
    O Concorde consumia uma tonelada de combustível por passageiro para atravessar o Atlântico, o que fazia o seu custo operacional ser extremamente alto.
    Voava mais rápido que o movimento de rotação da Terra, que é aproximadamente 1670km/h.
    Talvez no futuro com o desenvolvimento de motores elétricos, possa ser desenvolvido um novo avião que desenvolva a velocidade do Concorde ou superior e seja viável economicamente.

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  11. Pelo menos para quem morava na região da Leopoldina, nessa época a Favela do Alemão não era chamada de "complexo", mas ninguém de fora arriscava a entrar sem ter um conhecido por lá e a Vila Cruzeiro já tinha deixado de ser uma simples vila de casas há muito tempo.

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  12. O Concorde proporcionou que um fato histórico, que foi a passagem do milênio, fosse comemorado duas vezes por 100 pessoas, a primeira em Paris e a segunda em Nova York.

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  13. Não sei se alguém aqui teve a oportunidade de entrar no Concorde. Eu tive essa chance na feira aeronáutica de Le Bourget em 1969, onde ele estava em exposição. Fiquei impressionado com o desconforto do avião, que só tinha uma classe. O teto era tão baixo que pessoas mais altas quase tinham que curvar a cabeça para andar pelo avião. As poltronas eram piores do que as poltronas da Azul na ponte aérea. Quem ia na janela, se fosse alto, acho que deveria inclinar a cabeça para não bater no teto. Com um preço de passagem astronômico em comparação à primeira classe dos voos normais, era uma relação custo/benefício altamente negativa. Ganhar 50% no tempo de voo não justificava, ao meu juízo, o investimento. Daí o fim da carreira do avião. Só servia para demostrar poderio econômico de quem nele voava.

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    1. Tem um que está como Museo ao lado de um porta aviões em NY, realmente corredor muito estreito e poltronas apertadas.
      Sobre aviões de todo tipo entres no YouTube no canal "aviões e música".

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  14. Talvez se essas viagens fossem subsidiadas uma porção maior de trabalhadores pudesse usufruir dessa comodidade.Depois de 2002 as passagens de avião baratearam muito e o trabalhador pode enfim viajar de avião com frequência.

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    1. Deixa o Paulo Guedes saber dessa sua sugestão... Ele vai ficar fulo de raiva. Lugar de trabalhador é na favela e transporte dele é trem.

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  15. O Concorde em voo era muito bonito. No chão, nem tanto. Com sua fuselagem muito acima do solo, parecia uma garça.

    Em termos de beleza, eu prefiro o Comet, o Caravelle, o DC-10 e seu sucessor MD-11, e o Boeing 757.

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  16. Hoje os comentários estão pródigos.

    Escândalo financeiro no início dos anos 80 e curvatura da Terra...

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  17. Boa noite!
    Arrematando: em 1971 o Concorde esteve aqui. Estudava no Fundão e fomos ver a decolagem no Galeão velho. Depois, em 74 ou 75, no momento em que eu passei de carro. Deu para ver até o "foguinho" das turbinas.

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