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quinta-feira, 17 de novembro de 2022

LAGOA


Neste postal vemos o trecho de Ipanema da Lagoa Rodrigo de Freitas. O hidroavião que aparece na foto pertencia ao capitão-aviador da Letônia, Herbert Çukurs.

Depois da rendição alemã em 1945, ele conseguiu emigrar para o Brasil, através da França, e abriu alguns anos depois esta empresa de voos panorâmicos no Rio.


Nesta foto vemos os pedalinhos, outra inovação de Çukurs. Ficavam na altura da Rua Anibal de Mendonça, perto do Clube dos Caiçaras.

Çukurs, segundo o “Correio da Manhã”, era “Sturmbannführer” dos SS nazistas da Letônia. Mesmo procurado pela Justiça Internacional, conseguiu das autoridades brasileiras a permissão de emigrar para o Brasil.

Conta ainda o jornal que, em 1950, havia “nazistas impenitentes no Brasil”. A revista “Die Brücke”, de Santa Catarina, foi alvo de reportagem e, por isto, se mudou para São Paulo, de onde continuou a escrever artigos violentos contra os aliados, os judeus e o “Correio da Manhã”. Reclamou o jornal, na época, dos “benefícios da nazofilia de certas repartições brasileiras”.

A partir da denúncia em 1950, durante toda a década, houve muita pressão da colônia israelita, de muitos políticos e do próprio jornal, para que fossem tomadas providências para a punição de Çukurs. A licença para exploração do negócio na Lagoa foi cassada e Çukurs foi morar em Niterói.

O “Correio da Manhã” de 04/08/1951 lista os crimes atribuídos a Çukurs: “Liquidação do gueto de Riga; assassínio de 30 mil judeus nas noites de 29/12/1941 a 07/12/1941; profanação do cemitério judeu de Riga; múltiplos assassinatos; entre outros.”

Durante muitos anos transitou pela Justiça o pedido de naturalização feito por Çukurs, havendo pressões pró e contra. Ele chegou a morar no bairro de Interlagos, em São Paulo, nos anos 60. Somente em outubro de 1960 o pedido de naturalização foi indeferido, através de decreto do Presidente JK.

Supostamente ele foi executado, durante uma viagem de negócios a Montevidéu, por agentes israelenses do Mossad. Foi morto com dois tiros na cabeça, em 23 de fevereiro de 1965.

Em outra reportagem o “Correio da Manhã” considera que a morte teria sido devido à resistência da vítima e que o plano inicial era retirá-lo do Uruguai, vivo, dentro de um baú.

Em 11/03/1965 o jornal relata que a Interpol não tinha pistas dos suspeitos.

A última informação que consegui no Correio da Manhã dava conta que o filho de Çukurs iria processar a Enciclopédia Britânica por divulgar que o pai era criminoso de guerra, pois “não figurou nos juízos de Nuremberg”. 

Também alegava que Simon Wiesenthal absolvera o pai dele, o que Wiesenthal desmentiu, segundo a reportagem de 15/06/1967: “Nunca absolvi Herbert Çukurs de nada. Acrescentou que em princípios de 1947, informou o professor Victor Feigl, chefe da União de Comunidades Judias no Brasil, sobre as provas que o centro de sua direção reunira contra Çukurs.”

Vi na Internet que o historiador Bruno Leal Pastor de Carvalho lançou um livro pela FGV contando esta história. O título é "O homem dos pedalinhos - Herbert Çukurs: a história de um alegado criminoso nazista no Brasil do pós-guerra".


32 comentários:

  1. Todo o texto foi baseado em reportagens do Correio da Manhã.
    O Ruy Castro fez um artigo sobre este tema cujo título é “Justiça Implacável”.

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  2. O primeiro comentário é meu.Há que ter atenção para não sair “Anônimo”.

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  3. Na primeira foto aparece "a praia do Garrincha", um local onde ele "supostamente" pescava cocorocas, mas que em verdade servia de refúgio para "esvaziar" as garrafas de cachaça que furtivamente escondia no local. ## As Shutzstafell alemãs costumavam recrutar quadros em territórios ocupados como Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, etc, e esse "cidadão" é um é um exemplo disso. Com o fim da guerra muitos desses criminosos imigraram para a América do Sul, bem como muitos judeus. Após a criação do Estado de Israel, o Mossad dedicou grande parte de seu tempo para localizar e prender criminosos de guerra espalhados pelo mundo. Por outro lado milhares de judeus se radicaram no Brasil após fugirem dos horrores do nazismo. Quando eu morei no Largo da Segunda-feira a partir dos anos 60, ouvi muitas histórias de famílias judaicas que moravam no mesmo prédio que eu. Um desses vizinhos era evadido de um campo de extermínio e sofreu horrores. Apesar de tudo que passou, era bem humorado e se estava vivo era devido à sua persistência. Segundo suas próprias palavras, dizia: "Tenho que ficar alerta, pois judeu é tão perseguido que apanha até depois de morrer".

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  4. Olá, Dr. D'.

    Dia de acompanhar os comentários. Hoje os hidroaviões deram lugar aos helicópteros na Lagoa.

    A comunidade judaica sempre foi muito organizada e mexer com ela geralmente é sinônimo de dor de cabeça. O irônico é que recentemente uma facção criminosa começou a espalhar pela cidade bandeiras de Israel, fazendo alusão ao seu "poderio". Poderemos chegar ao dia no qual a polícia vai retirar esses símbolos e ser chamada de "antissemita".

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  5. Em tempo, já vi ambulante vendendo no mesmo local bandeiras de clubes do Rio e bandeiras de Israel...

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  6. O tal "complexo de Israel" citado pelo nosso "comentarista olímpico", é um exemplo típico do que eu citei em meu comentário ontem. A maioria das pessoas não dá conta da gravidade da situação. Grandes complexos de favelas dominadas por criminosos como a Maré e o Alemão possuem jornais, emissoras de rádio, e até "supostos representantes", aos quais é dado espaço na mídia. Possuem bandeira, leis proprias, e "inexplicávelmente tudo acontece sob a égide do poder público".

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  7. Vi um documentário no Discovery dizendo que a idéia era mesmo levá-lo para ser julgado em Israel, como fizeram com Eichmann, mas ele era muito forte, entrou em luta com os agentes israelenses e acabou sendo morto.

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  8. Nos anos 60 ocorreu o "boom" da caça aos criminosos nazistas. Os "caçadores de nazistas" como Simon Wiesenthal possuíam "jurisdição infinita" para isso. Atualmente existem "protocolos internacionais" para esse tipo de ação. Mas no passado esse tipo de "operação" era feita muitas vezes sem o conhecimento da nação onde seria realizada, algo do tipo "a culhão".

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  9. da Lagoa, apenas tenho a lembrança do Berro d'agua, um bar com piscina que ocupava o rooftop do projetado Panorama Palace Hotel. Era o local ideal para convidar as BR (baixa renda) para uma noitada. A vista era tão linda que as BRs ficavam com a impressão de que a gente jogava dinheiro pela janela. Ledo engano. Não era tão caro assim. Depois do choque visual do qual elas não estavam habituadas, ficavam "facinhas" KKK!!!!! Jamais me aproveitei disso. SQN!!! Que fim levou o PPH? acho que virou um CIEP...

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    1. Na Tijuca e na zona norte as moças que você chama de BR (baixa renda) tinham outro nome. Eram "fáceis até a página dois" e eram "figuras fáceis" no "samba" que rolava aos Sábados no Clube Renascença no Andaraí ou no Clube Maxwell. Para quem tivesse carro os hotéis Vila Verde, Bariloche, Pareto, e a Floresta da Tijuca, eram pedida certa.

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  10. O tema de hoje tem potencial exclusivo. O nazismo e os defensores das ideias da KKK estão em alta no mundo inteiro, inclusive no Brasil de uns tempos para cá. Segunda Guerra Mundial é o meu tema favorito de leitura desde o início da década de 1970. Tenho várias dezenas de livros sobre o assunto e dessa leitura gerei minhas opiniões próprias e implacáveis a respeito. Assim sendo, prefiro me manter fora da discussão de hoje.

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    1. É verdade, o tema tem potencial explosiva. E por quais motivos? A História e mais recentemente a mídia, sempre se pautaram pela máxima "assim é se me parece". Na prática isso significa que a "verdade" apesar de ter "vários lados" acaba prevalecendo "o lado oficial", que em muitos casos passa longe da verdade. Ao analisar uma situação histórica, é de máxima necessidade se ater às diversas vertentes do mesmo fato. O "flirt" de Getúlio Vargas com o fascismo é uma verdade irretorquível, e isso só foi mudado por diversos fatores que não cabem aqui. No livro "Olga", de autoria de Fernando Morais, são mencionados fatos mostrando agentes da Gestapo participando de diligências da Polícia do DF comandada por Filinto Muller, inclusive ensinando aos policiais técnicas de tortura. Entretanto em 1942 o Brasil declarou guerra às nações do "Eixo" e o resto da história todos conhecem. Filinto Muller era um torturador? Sim, e daí? Foi incensado, e após o fim do Estado Novo ele acabou abraçando a carreira política com sucesso, e o "Senador da República Filinto Muller" teve um fim trágico em 1973 em um acidente aéreo na França. Será que a "verdade histórica" é conhecida? O brasileiro comum costuma se deixar levar por "relatos e narrativas" que infelizmente dominam a mídia oficial mas grande parte é desprovida de veracidade que ninguém procura averiguar. Afinal "assim é se me parece'.

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  11. Pois é, depois do caso Eichmann, o Çakurs deve ter partido para o tudo ou nada. E como o Mossad não brinca em serviço...
    Com ou sem a ajuda do Estado de Israel, parece que o monitoramento de radicais em Sta. Catarina já está rendendo. Até extremista de outro país foi "recolhido" em evento por lá.

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  12. sem contar que, à época, eu tinha voltado de 2 anos morando na Europa e, nas leis vigentes, tinha direito de trazer um automóvel sem pagar impostos. Trouxe uma Alfa Romeo 1750 GT que, apesar de ser uma merda de carro, impressionava as BRs, pp pela cor, amarelo Ferrari. Aí as coisas ficavam muito mais fáceis. Dou todo apoio às feministas, mas isso é a expressão da verdade...

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    1. Operador do Vernáculo.17 de novembro de 2022 às 12:24

      Na qualidade de primo do Corretor Ortográfico e devido à sua ausência, e com a permissão do Luiz, tomo a liberdade de atuar. Sr. Conde, embora seja correto iniciar uma frase com uma preposição (da), é uma regra pétrea iniciar uma frase com letra maiúscula. Sendo assim recomendo a máxima atenção a fim de não recalcitrar.

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  13. O gerente não deveria publicar essas memórias do Conde.

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  14. O conjunto habitacional de Cordovil / Cidade Alta é o único complexo que ostenta a bandeira do Estado de Israel ou tem favelas fazendo o mesmo?
    Como consta que alguns chefes do tráfico adotaram religião neo-pentecostal ou, talvez, só pentecostal, eu imagino que utilizam a bandeira para mostrar a preferência religiosa, como muitos evangélicos passaram a fazer, para deixar claro a valorização do Velho Testamento. Nunca vi se o povo judeu se manifesta a respeito, mas no mínimo devem se sentir bem incomodados com esse uso da Estrela de David, dentro ou fora de complexos.
    Em tempo: dizem que é proibido se vestir todo de branco em território dos Comandos, para não lembrar nada que seja ligado às religiões afros.

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  15. sorry, anônimo. O Gerente publica o que acha interessante. S

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  16. Pq não? o Gerente publica o que acha que deve. Ele tem o direito de fazer isso. Roa-se de inveja....

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  17. O Conde estragou tudo entregando os métodos que meus seguidores, como ele, usam para suas conquistas amorosas.

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  18. Investigador de armarios17 de novembro de 2022 às 13:21

    Os lamentáveis comentários do ex-Conde di Lido (agora rebaixado a Barão) mostram que além dos armários onde se escondiam os supremacistas brancos também há os que escondem os supremacistas sociais. Triste e indelével nódoa na imagem do novel Barão.

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  19. Morte é pouco para o Herbert Çukurs, depois ficou escondido na Represa de Guarapiranga em SP, velejava nela nos anos 90, dava para ver o avião do filho que fazia voos panorâmicos.

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  20. Boa noite Saudosistas. Tema bastante polêmico, não vou comentar sobre, porém vou fazer uma revelação. Vocês não sabem, mas o nosso nobre Conde de Lido era conhecido como o Dom Juan das Empregadas Domésticas de Copacabana e Ipanema.

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    1. Em um passado não tão recente quase todos os lares dispunham de empregadas doméstica, muitas delas verdadeiros pitéus. Quem disser aqui que nunca teve doces momentos com uma doméstica estará mentindo descaradamente. Havia uma casa de dois andares em um bairro da zona norte, casa essa hoje demolida e de propriedade de duas senhoras septuagenárias, na qual trabalhavam duas jovens domésticas. Uma delas vivia momentos ardentes na varanda dessa casa com um jovem, na época quase um adolescente e hoje sexagenário, que é atualmente frequentador desse blog. Eu fui testemunha dessa aventura porque participava dela com a outra doméstica. Juca Pirama costumava dizer: Meninos eu vi!

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    2. "Quase todos os lares dispunham de empregadas domésticas..."? Que lares? Segundo esse tipo de estatística, podemos afirmar que "quase todos os brasileiros são bandidos".

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  21. Subia-se de elevador da rua Alberto de Campos até um platô, andava-se um trecho grande, inacabado, em concreto aparente, até o grande terraço onde ficava o bar/restaurante Berro d'água.(não me lembro mais se havia um segundo trecho de elevador antes do terraço).
    E havia também a boate, chamada "On the Rocks", a que nunca fui.
    Lugar mais do que agradável, vista deslumbrante e preços convidativos.
    Muito bons tempos !

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  22. Em breve uma reedição dos "posts" do Panorama Palace Hotel.

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  23. Como dizia meu querido avô, pajé dos Menezes lá no sertão do Seridó: "Nenhum mortal é imortal se não tiver um passado de vida vivida". O nobre DI LIDO é a prova viva de um passado intensamente vivido. Ele apenas cita pequenos trechos do livro "Biografia não autorizada de um indomável sedutor" já em fase de edição final. Muita coisa a ser revelada com depoimentos de amigos e desafetos. Já viu o quem vem por ai, né? Aqui mesmo nesse blog temos conhecedores desse passado. Pena que só estou conhecendo agora essa nobre figura e não tenho a acrescentar. Com a palavra o titular do blog que pode acrescentar mais algum detalhe a biografia.

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  24. Gosto muito também de ler sobre as Grandes Guerras!

    O gerente passou batido, mas ontem foi aniversário do Gustavo Lemos.

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    1. Verdade. Falei diretamente com ele, mas não registrei aqui.
      PS: semana que vem será aniversário do Conde. Espero não esquecer. Ele se magoa facilmente.

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  25. Primmeiro ao Menezes. Vc sabe da minha história e, apesar dos incrédulos, a verdade há de ser exibida (joão 23 /120)
    Depois aos outros : o título de Conde foi-me auferido pelo Imperador Luiz D' XII , não a mim diretamente, mas a um dos meus ancestrais. Tenho profundo orgulho deste título. A quem critica, respondo: vão à puta que os pariu, inclusive os corredores ortográficos e seus seguidores. Saudações Monarquistas!!!

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