Imagem garimpada pelo Nickolas mostrando a entrada de Botafogo do Túnel do Pasmado, por volta de 1960. Os belos postes centrais desapareceram, bem como esta divisória entre as pistas.
À esquerda, o clube Guanabara, em cujo muro podemos ver o finalzinho do anúncio do relógio Mido Multifort.
No alto, parte da Favela do Pasmado, removida em 1964.
Nesta foto mais antiga, de 1936, vemos a área da Praia de Botafogo, junto ao morro do Pasmado. Foto de Franz Grasser.
Vemos, à direita, parte das cúpulas do Pavilhão Mourisco, a sede
do Botafogo de Regatas (com suas torres), o clube Guanabara com sua piscina de água salgada
(iniciada em 1933 e concluída em 1935).
Na encosta do morro vemos os anúncios da Gessy e do chapéus Cury e, pouco nítida, a Mansão Fonseca Costa.
Na foto ainda temos o prédio de pedra da City Improvements (CEDAE), o prédio da Policlínica de Botafogo, a Chaminé da Lauro Muller e, bem à esquerda, o Hospício Nacional dos Alienados, transferido para o Engenho de Dentro em 1938. No local dele funcionam, atualmente, instalações da UFRJ.
PS: o "Onde é?" será amanhã.
Quando vi a água escura da piscina do Guanabara eu fiquei com medo. Minha mãe iria fazer a matrícula para iniciar meu aprendizado no curso de natação, mas eu não entrei na piscina. Em razão disso acabei aprendendo a nadar do outro lado da pista na sede do BFR.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirMais um dia para acompanhar os comentários. Já ia perguntar sobre o "Onde É?". O "Fundo do Baú" ficou esporádico pelo jeito.
Não deixo de me espantar com as fotos de quase noventa anos do alemão.
Olhando a primeira foto, fico imaginando o risco desses barracos desabarem em cima da pista de rolamento, caso lá ainda estivessem, num desses atuais grandes temporais. Seria uma catástrofe.
ResponderExcluirMauro Marcello, "catástrofes" desse tipo acontecem diariamente "às grosas" e nem ninguém percebe. Ontem mesmo ocorreu uma na Rocinha, onde um "cidadão" morreu soterrado pelo desabamento de um prédio de cinco andares encravado em um "mar de barracos". O fato é que esse tipo de "chaga urbana só acontece em razão da leniência da sociedade, do poder público (leia-se prevaricação), e principalmente interesses impublicáveis de um "consórcio de entidades" do qual fazem parte agentes públicos e políticos. A boa e séria informação deve ser o norte do homem que pretende enxergar muito além do próprio nariz. Para se manter atualizado frente às demandas futuras dos novos tempos, o caminho a ser percorrido precisa ser claro e reto, ao contrário das "trilhas e picadas" oferecidas e que poderão a levar a destinos obscuros e sem retorno.
ExcluirDuas fotografias muito bonitas, mas a segunda é sensacional. É preciso aumentá-la para ver todos os detalhes descritos.
ResponderExcluirEste canto da praia de Botafogo antes da abertura do túnel era lindíssimo.
Lembro de uma postaqem que contava o início e o fim da favela. O grande erro sempre foi não cortar pela raiz o início da construção dos barracos.
Alguém sabe dizer a que se devia a chaminé da Lauro Müller?
ResponderExcluirHelio, mais tarde lhe respondo com calma. Estou na rua.
ExcluirPor volta dessa época, me lembro fazer parte de um clube de Escoteiros que se reunia em umas estruturas de madeira bem complicadas que pareciam uma especie de favela organizada - era localizada imediatamente à direita da saída to tunel do lado do Botafogo - mas não dá para ver na foto 1, seria do lado esquerdo...uma pena
ResponderExcluirO prédio do Hospício é ocupado há décadas pela FUJB - Fundação Universitária José Bonifácio, órgão de natureza privada de apoio às atividades da UFRJ.
ResponderExcluirAs grades originais, colocadas para impedir a saída de quem estivesse dentro e não o contrário, estão nas janelas até hoje.
HELIO, fiz um "post" em 2015 sobre esta chaminé, no "Saudades do Rio" quando estava no UOL. O texto era o seguinte:
ResponderExcluirTrata-se da chamine´da Companhia Assucareira, na Praia da Saudade nº 40-A (vizinhança da atual Avenida Pasteur). A empresa ocupava o espaço da atual Praça General Leandro (mais conhecida como a pracinha da Lauro Muller).
Assim o jornal "O Pharol" (que não era o do Derani) se referiu à Companhia Assucareira: "A nova dependencia da companhia representa um grande melhoramento para a industria assucareira, e sobretudo um louvavel exemplo de tenacidade por parte da administração da empreza, que, segundo as informações que obtivemos, tem luctado com vantagem contra numerosos obstaculos.
Fundada a 15 de novembro de 1883 com o nome de Companhia de Engenhos Centraes, na Parahyba do Norte e em Sergipe, e capital de 1500 contos, dos quaes apenas foram realizados cerca de 400, teve de reconstituir-se em 1891 como o nome de Companhia Industria e Construcção.
Funcciona hoje com o nome de Companhia Assucareira e durante todo esse periodo da sua longa existencia, deve o seu progresso e constantes melhoramentos ao sr. Manoel de Mendonça Guimarães".
Grande anúncio, também n´O Pharol, dizia "Grande Refinaria da Companhia Assucareira, movida à electricidade da Companhia Assucareira". Depósito Geral no Largo da Lapa nº 5. À venda nas importantes casas Barbosa Albuquerda, Rua do Rosário nº 55, e Teixeira Borges, Rua do Rosário nº 66.
Únicos depositários em Juiz de Fora: Christovam de Andrade & Comp, Rua Direita nº 155.
Já “O GLOBO” de 19/Janeiro/1966 - “A cerca de quarenta metros do sopé do morro da Babilônia, numa pequena planície entre as ruas Xavier Sigaud e Lauro Müller, na Praia Vermelha, existe uma antiga chaminé, que pertenceu a um engenho açucareiro que deixou de funcionar em fins do século passado.
Do velho edifício não existem vestígios. Há uma pequena base de pedra, e o corpo da chaminé é de tijolos refratários e tem 20 metros de altura. Por dentro existe uma escada de ferro pela qual se pode subir até o topo. Para baixo, há uma entrada que dá para um túnel misterioso, que se bifurca depois de percorridos 10 metros. Há pequenos aposentos, onde ainda são encontradas algumas correntes e vestígios de caixas de dinamite. Ali eram guardados os explosivos usados para a dinamitação do Morro da Babilônia, por uma companhia de pedra britada que teve instalações no local. Os misteriosos túneis continuam e não se sabe até onde chegam.”
Obrigado pela informação. Quando estive pela primeira vez na Lauro Müller, em 9 de setembro de 1964, vi essa chaminé mas nunca soube a que se referia.
ExcluirTambém em 09 de Setembro de 1964 circularam pela última vez as linhas de bonde 66 e 68.
ExcluirNão me deixe triste, Joel. Então essa data foi duplamente trágica para mim. Eu pegava o 68 para ir às aulas no Pedro II da rua Larga.
ExcluirHá tempos eu enviei para você a matéria de O Globo de 11.11.64 que mostrava as consequências dessa extinção.## Quase todos os dias estaciono meu carro na José Vicente para ir ao mercado, e fico imaginando que aquela rua estreita era a passagem obrigatória do 68 e dos bondes oriundos da Tijuca em direção à região do Méier. Imagino os Bataclans passando junto ao meio-dia e rente às calçadas, algo inimaginável hoje em dia. Além disso a rua é atualmente arborizada e seria inviável a passagem dos bondes, pois as árvores impediriam a colocação dos cabos de energia.
ExcluirMercado perto da José Vicente? Deve ser o Prix.
ExcluirSim, é o Supermercado Prix. Anteriormente era um antigo cinema. Foi destruído por um incêndio em 1954, foi reconstruído, e funcionou salvo engano até os anos 70. A partir da esquina da Barão de Mesquita, os trilhos entravam à direita em linha singela na José Vicente. Uma foto postada há tempos no "Onde é" do SDR e que mostra a Teodoro da Silva no seu final, mostra de forma inédita (pelo menos para mim) parte do caminho do 68. A partir dali os trilhos ainda em linha singela saiam da José Vicente viravam à esquerda na Teodoro da Silva e em seguida entravam à direita na Alexandre Calaza continuando em linha singela até a esquina da Ângelo Bitencourt, quando passavam a seguir novamente em linha dupla. O local já não é mais o mesmo...
ExcluirÀs vezes um nome nos leva a conclusões erradas. Eu achava que a rua da Passagem devia seu nome ao fato de ser o caminho para contornar o morro do Pasmado, antes da abertura do túnel.
ResponderExcluirA Rua da Passagem, antiga Rua ou Caminho do Pasmado, é outra homenagem à Passagem do Humaitá (Guerra do Paraguai, 19/02/1868), empreendida por seis encouraçados brasileiros, sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra Delfim Carlos de Carvalho, depois Barão da Passagem.
ExcluirA denominação antiga de Caminho ou Rua do Pasmado refere-se ao Morro do Pasmado, que ela atravessa.
Paulo Berger conta ainda que a Rua da Passagem, durante certo tempo, chamou-se Rua da Copacabana, pois era um dos caminhos para se atingir a Praia de Copacabana.
Outro fato interessante é que na ladeira do Leme residia um velhinho que dava consultas, não sei se de Umbanda ou jogo de búzios ou cartas. Era conhecido como "o velho do Leme": minha família foi várias vezes lá, mas eu ainda não tinha nascido ou era muito pequeno. Só o conheci de ouvir falar pelos meus familiares.
ResponderExcluirA chaminé expelia os gases gerados pela queima da lenha no processo de cozimento do caldo nas caldeiras.
ResponderExcluirO caldo cozido virava melaço que era derramado em formas de pão de açúcar no formato de sino (daí o nome: sugar loaf)) e após a drenagem natural ocorria o processo de branqueamento seguido da secagem ao sol.
Depois era desenformar, separar a parte branca da escura (açúcar mascavo) e encaixotar.