Foto de Malta mostrando a Escola Normal Rivadávia Correa, em 1904.
A Escola foi inaugurada
em 14 de março de 1877 e construída com doações feitas por particulares a
partir da iniciativa do Ministério do Império.
Com o fim da Guerra do
Paraguai (1870) e a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai),
houve a retomada do sentimento patriótico entre os brasileiros. A euforia da
vitória fez com que alguns cidadãos ilustres da capital do Império, iniciassem
uma campanha para erigir uma estátua do Imperador D. Pedro II, o que foi
rapidamente recusado pelo mesmo e que sugeriu que os recursos fossem usados na
melhoria da educação pública.
Destinada inicialmente ao
ensino primário de meninas e de meninos, separados em espaços específicos como
era o costume na época, de 1888 a 1914, o prédio passou a ser ocupado pela Escola
Normal.
Em 1913, no prédio da
Escola José Bonifácio, na Rua da Harmonia, foi fundada a “Segunda Escola
Profissional Feminina”. Em 1915, esta Escola passou a se chamar Rivadávia
Corrêa, sendo transferida para o prédio da Praça da República, adaptado para o
funcionamento do ensino profissional feminino, onde se ensinavam corte e
costura, confecção de chapéus e flores, espartilhos, datilografia e culinária,
“preparando donas de casa e operárias sob uma orientação moderna e prática”
(texto sobre a Escola publicado na imprensa em 1916), mostrando a visão sobre o
papel da mulher naquele período.
Até a década de 1960, a
Escola recebeu várias denominações, quando passou a se chamar “Colégio Estadual
Rivadávia Corrêa”.
Em 30 de setembro de 1975, foi reconhecida
como de domínio do Município do Rio de Janeiro, recebendo o nome que mantém até
hoje: “Escola Municipal Rivadávia Corrêa”.
A Escola manteve-se no
casarão do século XIX até 1998, quando foi transferida para o prédio anexo,
construído no final da década de 1920. No prédio histórico, a partir de 18 de
outubro de 2002, passou a funcionar o Centro de Referência da Educação Pública
da Cidade do Rio de Janeiro.
Rivadávia Corrêa foi um
político brasileiro que se destacou como Deputado, eleito pelo Rio Grande do Sul,
no Congresso Constituinte em 1890. Além disso, ocupou os cargos de Ministro da
Justiça, no governo Hermes da Fonseca, Ministro da Fazenda, em 1913, e Prefeito
do Distrito Federal no período de 1914 a 1916.
Em primeiro plano vemos a
antiga Escola Normal, hoje Rivadávia Correa, que ainda existe, debruçada sobre
a Av. Pres. Vargas. O prédio contíguo é a antiga sede da Prefeitura, demolida com a abertura da
avenida.
Aqui podemos ver os
cursos profissionalizantes da Escola Rivadávia Correa no Centro do Rio. Cursos
esses que eram uma modernidade no ensino do Brasil Republicano já que a
incursão da mulher no mercado de trabalho estava começando.
Na foto do topo vemos a turma de trabalhos manuais e, na de baixo, a aula técnica de culinária.
As alunas da Rivadávia Correa: Dirce, Guida, Julia, Wanda e Ruth em outubro de 1938.
Vestimentas feitas pelas alunas em exposição.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirSem trocadilho, uma verdadeira aula. Passamos tantas vezes por um lugar e nem desconfiamos da história por trás dele.
Ficarei acompanhando o desenrolar dos comentários. Com certeza o tema vai gerar muita discussão.
A sexta foto não seria de uma aula de educação física?
ResponderExcluirExcelente postagem que mostra uma instituição de ensino bastante conhecida, cujas instalações mostradas mostram a excelência de um serviço que infelizmente não existe mais em 99% das instituições públicas. A decadência da educação pública no Brasil é um assunto bastante polêmico e que eu prefiro me abster de comentar, já que apesar de estar "no fundo do poço" e com resultados deploráveis, seu "patrono" possui admiradores nas mais altas esferas, e critica-lo se tornou "um tabu".
ResponderExcluirAugusto, havia público assistindo a exibição. Não devia ser uma simples aula.
ResponderExcluirEra um tempo em que a carreira de professor era valorizada, os alunos tinham disciplina e os pais apoiavam os mestres.
Era época em que muitas professoras primárias eram de bom nível e não optavam por carreiras universitárias.
Excelente comentário.
ExcluirA educação não à toa chamada fundamental é a que mais sofre, com as piores consequências; é (deveria ser) a responsável pela formação- em todos os sentidos- de nossas crianças futuros cidadãos/trabalhadores.
Realmente parece um evento com demonstração de ginástica na foto 6. Ou seria 5? Tem foto 2 em 1 acima.
ResponderExcluirInteressante o corte de cabelo padrão das meninas. Calculo final dis anos 1920, início dos anos 1930.
Todo candidato, de vereador a presidente promete que vai trabalhar pela melhoria da educação, além da saúde. Da extrema direita à extrema esquerda, passando por moderados e Centrão, raros são os que realmente têm interesse em aumentar a qualidade. Muitos acham que basta a quantidade de alunos em salas de aula.
Inclusive, depois de eleitos, os neo-liberais têm como missão tentar o fim do ensino público.
Vc tem toda a razão. Aí vem os "novos" só no nome.
ExcluirSempre fomos um país muito atrasado na educação. O resultado vemos todo dia.
Exatamente, às vezes dá a impressão que procura-se a destruição da escola pública para se promover as escolas particulares, cuja consequência é aumentar mais ainda o abismo entre ricos e pobres.
ExcluirJosé Rodrigo de Alencar, sou eleitor do partido NOVO, concordo com toda a sua diretriz partidária, discordando somente nas diretrizes do programa de educação e saúde. Na minha opinião tanto a educação, quanto a saúde deveriam ter um programa único com diretriz e programa nacional gerido pelo governo federal, com adaptação a cada região do Brasil, assim como a estados e municípios. Escolas, professores, material didático, programa de atividades esportivas e sociais gerido e pago pelo governo federal, bem como a saúde, hospitais, prontos socorros, ambulatórios, médicos, remédios programas de saúde infantil e da família, tudo gerido pelo governo federal, somente desta maneira teremos uma melhoria ou um desastre total da educação e da saúde. Quem trabalhou na iniciativa privada sabe muito bem, qualquer programa ou atividade, onde mais de uma pessoa seja responsável por ela, está fadada a não sair do papel ou a dar errada, assim é com a educação e a saúde no Brasil, onde o Município, Estado e Gov. Federal fazem a gestão dessas atividades.
ExcluirEstou (muito) longe de ser socialista, mas educação fundamental e saúde são obrigação e área de atuação por excelência do estado; todo o resto, desde que existam os mecanismos básicos de controle e regulação, não.
ResponderExcluirAtualmente as escolas públicas tem sido palco de lamentáveis acontecimentos que resultam em tragédias. Tentem conversar com alunos de escolas públicas e percebam a extensão do desastre. Muitos desconhecem a tabuada e as "quatro operações", sem contar que utilizam um linguajar "tosco e cantado" à moda do dialeto utilizado nas favelas. Além disso o ambiente escolar é "tenso e insalubre", onde o tráfico e o consumo de drogas "não são incomuns", bem como a exibição de condutas homossexuais são constantes. Com um quadro "pintado nesses tons", qualquer "método pedagógico pode ser apontado como solução" pelos oportunistas. Usando um termo empregado pelo Hélio, aqueles que por um momento se dispuserem a sair "da bolha" podem constatar o que eu afirmo "palavra por palavra" parando por dez minutos no portão de una escola pública. Vejam a aparência e ouçam as conversas dos alunos e demais integrantes do quadro formado e cheguem às próprias conclusões.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Conheço bem esta escola, muitos amigos de infância estudaram nesta escola, muitos deles contemporâneos do Zico (galinho de Quintino) estudaram na mesma turma.
ResponderExcluirA política de ensino no Brasil, se não é uma piada e no mínimo uma brincadeira de mal gosto. Ficaram mais de uma década para fazer a reforma do ensino médio que não atava e nem desatava, foi aprovada uma reforma as pressas no governo Temer, com prazo de 2 anos para ser implementada com as devidas adequações das escolas e de professores, aí vem o ministro do novo governo e diz que vai refazer tudo de novo. Na minha opinião o ensino deve estar adaptado as necessidades do mercado, com disciplinas básicas voltadas a capacitar o aluno a essa necessidade, que na minha opinião deveriam fazer parte do currículo desde a alfabetização, Português, Matemática com ênfase em lógica, Inglês e Robótica e no 2º grau a divisão dos alunos pelas áreas de afinidade, biomédica, tecnológica e ciências humanas.
O comentário das 10:35 é perfeito: vejam o que aconteceu também com a saúde pública. Destruíram o sistema de saúde pública para que o vácuo fosse preenchido pelos planos de saúde, quase todos ligados a políticos.
ResponderExcluirA inversão de valores é enorme, principalmente quando se refere aos salários de professores e educadores, em especial de escolas públicas. Existe uma ferramenta na Internet e que está disponível para todos é o "Portal da Transparência". Nele estão disponíveis as remunerações de todos os servidores públicos das esferas federal, estadual, e municipal. Sugiro que façam essa pesquisa na esfera estadual. Comparem as remunerações de um professor de um colégio estadual e de um membro do Ministério Público Estadual. Por maior que possa ser imaginação de vocês, ela não chegará aos pés da indignação que tomará conta de cada um ao conferirem o resultado. Confiram, é fácil. Essa inversão de valores é uma das principais causas da falência da educação brasileira.
ResponderExcluirEssa tragédia brasileira, o que envolve também a educação, não é fruto de incompetência, má vontade, falta de verba ou de vontade política. Pelo contrário: é um processo muito bem bolado, de longo prazo e consequências permanentes, fruto de muita competência, extrema boa vontade, desvio de verbas e muita vontade política. Mas não no sentido de melhorar as coisas, e sim no de sucatear tudo, em prol de interesses econômicos particulares.
ResponderExcluirO que escrevi acima é de conhecimento de qualquer um que tenha QI acima de protozoário debilóide.
Todos nos lembramos do governo do Bozo, que prometeu acabar com o que ele chamava de "mamadeira de piroca", com a politização do ensino, e disse que iria construir em cada UF duas escolas cívico-militares, o que daria um total de 54 escolas. Terminado seu catastrófico mandato, não fez nada disso. E quanto às escolas cívico-militares, só construiu 2.
ResponderExcluirEm quatro anos, teve cinco ministros da Educação, cada um dos quais deu sua nula contribuição ao aperfeiçoamento de sua área. Ricardo Vélez ficou no cargo apenas durante quatro meses e nada fez; Abraham Weintraub ficou durante 14 meses, fez o dobro do que o Vélez e terminou fugindo na calada da madrugada para os EUA, após "corajosamente" desafiar os congressistas e ministros do STF. Felizmente ainda havia vaga no vôo, senão ele iria dependurado no trem de aterrissagem, mesmo.
Seguiu-se Decotelli, que falsificou suas credenciais e títulos e reinou durante zero dias.
Finalmente chegou-se ao Milton Ribeiro, que fez o triplo do que o Vélez e acabou envolvido em corrupção. Era pastor evangélico. Coincidência?
Os últimos nove meses do desgoverno Bozo foram ocupados pelo secretário-executivo do Ministério da Educação. Ou o Bozo não teve coragem de nomear mais um patife para o ministério, ou os que foram sondados sabiamente se recusaram a participar da farsa.
Eis em poucas palavras um resumo do nada que foi a administração da Educação na tragédia bolsonarista.
E para encerrar minha participação hoje, já que não tenho mais nada a declarar além do que fiz acima e em muitas postagens anteriores sobre o assunto, devo lembrar ao Joel, que tem uma forte fixação sexual pelo Paulo Freire, que no Brasil nunca foi adotado o método preconizado por ele. Assim, se a Educação é o esgoto que conhecemos, a culpa não é dele.
ResponderExcluirHélio, às vezes discordo pela forma com que vc extravasa algum parecer, mas parabéns pelos seus dois comentários (13:51 e 13:56 h). Perfeitos.
ExcluirEm 1982 Darcy Ribeiro já dizia que se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios.
ResponderExcluirA par dos problemas eu achava a construção dos CIEPs uma grande ideia a fim de manter as crianças o dia todo na escola, com estudo, esporte e comida.
Muita gente torceu o nariz e fez campanha contra porque "era do Brizola"...
ExcluirA concepção e implantação dos CIEP's foi um grande acerto daquela administração, muito provavelmente o único ( o Sambódromo, talvez outro ?)
ExcluirO Brizola não valia o ar que respirava e foi mais um governante a infelicitar o Rio.
Enquanto tiver político dono de rede de escola ou "centro social", a educação ou a saúde pública não vai para a frente, sendo sabotada ao máximo.
ResponderExcluirGostaria de ver um blog sobre o Colégio Andrews.
ResponderExcluirÉ uma ideia para a próxima semana.
ExcluirO comentário das 16:38 é perfeito e segue a mesma lógica dos "interessados ou sócios dos planos de saúde" na questão da saúde pública: jamais haverá professores bem remunerados e um sistema educacional eficiente enquanto donos de colégios e universidades tiverem assento nas "casas legislativas do país".
ResponderExcluirQuem não concordaria com o comentário do "Anônimo" das 17:24? A concepção dos CIEPS é perfeita, mas sem professores bem remunerados, sem cursos profissionalizantes, e sem refrigeração, o projeto naufragou. O que agravou ainda mais a situação foram os locais escolhidos para a instalação dos CIEPS, pois a maioria está "encravada" em regiões de favela (leia-se currais narco-eleitorais).
ResponderExcluirEngraçado. Iam construir CIEP onde, na Vieira Souto ou Delfim Moreira? Onde o déficit da educação era (e ainda é) mais pronunciado? Há quarenta anos a cidade era muito menos favelizada do que hoje. Nem existe termo de comparação.
ResponderExcluirO Collor, longe de ser considerado comunista, mas outra figura nefasta, tentou adaptar o projeto do CIEP para a esfera federal e construiu um CIAC, onde? Na Maré. O prédio está lá até hoje, mas com outra finalidade.
Outro CIAC começou a ser construído em Jacarepaguá, em área militar, mas o impeachment chegou antes. A obra ficou no esqueleto por anos e depois demolida.
A maior crítica quanto à localização dos CIEP's era que ficavam na beira de estradas, servindo de "outdoor". Mais ou menos o que fez um de seus pupilos, Cesar Maia, ao construir o atual estádio Nilton Santos, priorizando o lado voltado para a Linha Amarela.
ResponderExcluirBom Dia !
ResponderExcluir