Na
semana passada falamos sobre o Bar e Restaurante Alcazar, na Av. Atlântica,
esquina de Almirante Gonçalves. Tinha dois endereços: Rua Almirante Gonçalves nº4
ou Av. Atlântica nº3530. No final do
século passado o telefone era 255-1923.
Contamos que uma das reuniões do pessoal dos FRA – Fotologs do Rio Antigo, por insistência do Tumminelli e do Conde di Lido, foi ali realizada. A motivação principal, citada pelo Conde, foi uma promoção: todos os salgadinhos custavam R$ 1.
Éramos umas vinte pessoas, sendo a noite em que pela primeira vez compareceriam os comentaristas Evelyn e Derani. Em termos gastronômicos a noitada foi um desastre, mas valeu pela presença de todos. Como já contamos, até um ventilador de teto caiu sobre a mesa, quase atingindo a Evelyn ou o Rafael Netto, já não lembro bem.
Esta foto é do acervo de um dos garçons que por mais tempo
trabalhou neste restaurante: o Antonio Carlos, que desde 1956 servia os
clientes (ele aparece nesta foto ajeitando uma mesa).
Originalmente a varanda era muito menor do que a que existiu no final do século XX. Isto porque teve o espaço da calçada aumentado quando da duplicação da Avenida Atlântica no início da década de 70.
Nota-se com clareza como a pista de rolamento era próxima aos prédios, deixando
assim a calçada bem estreita. Na outra esquina temos o St. Tropez,
que ficava no Hotel Debret e que hoje não mais existe. Antes do St. Tropez funcionou ali a Boate
Marrocos, cuja entrada era pela Rua Almirante Gonçalves.
No tocante à Marrocos, o Antonio Carlos não tem boas lembranças, por conta das confusões criadas pelos frequentadores dela.
Por falar no St. Tropez, o Conde di Lido se recorda com carinho do Fernando, uma figura parecida com o Mike Tyson, que era porteiro do St. Tropez e depois foi para o Sachinha´s. Ele facilitava a entrada do Conde di Lido que, à época, ainda não tinha 21 anos de idade para poder frequentar boates.
Assim era a fachada do Alcazar, com luminoso de neon, moda da época.
Segundo o Conde di Lido, especialista no assunto, o Alcazar disputava
com o Bolero (entre a República do Peru e a Fernando Mendes) a preferência das
putas das décadas de 50 e 60. Mais tarde, ainda segundo ele, elas se dividiam entre
o Balcony (no Lido) e o Meia Pataca.
Entre os frequentadores mais notórios do Alcazar estava o grupo do Clube dos Cafajestes. Rapazes jovens, mulherengos, bons de copo, criativos, com estudo, como Carlinhos Niemeyer, Comandante Edu, Paulo Soledade, entre outros. Eram figuras assíduas nas colunas sociais.
Depois de que foram concluídas as obras de duplicação da Av. Atlântica tudo mudou. Os restaurantes ganharam espaço de sobra no calçadão para
colocar suas mesas. Com isso o perfil da clientela mudou, já que turistas,
somados aos cariocas, passaram a frequentar mais esses locais. Essas mudanças
estavam previstas no projeto de duplicação da orla, que incluía, além da
construção do Interceptor Oceânico e a duplicação das pistas, uma revitalização
do potencial turístico do bairro.
Esta foto é do "Jornal do Brasil", de outubro de 1990. A placa na parede tem a data de inauguração do estabelecimento em 1930, mas não consegui confirmar.
Naquela ocasião o Prefeito Marcelo Alencar chegou a cassar o alvará do Restaurante Alcazar por ter um “segurança” da casa matado um estudante no local. O motivo teria sido o fato do estudante ter se sentado numa mesa do Alcazar para comer um sanduíche comprado em outro estabelecimento. Houve a discussão e, a seguir, o assassinato.
A foto mostra um incauto que se sentou para tomar um chope após o Alcazar ter sido reaberto. Como havia um grupo de plantão para protestar contra o restaurante, o rapaz, hostilizado, logo desistiu e foi embora.
Havia, na época, uma campanha para diminuir a violência
praticada pelos “seguranças”, uma nova praga que tomou de assalto o Rio. Assim como o Alcazar, o Restaurante Sagres, no
Baixo Gávea, também foi fechado temporariamente, devido ao assassinato de um
rapaz por outro “segurança’.
Três décadas depois podemos constatar que a "indústria da segurança" segue a pleno vapor na cidade, com todos os seus prós e contras.
Bom Dia! Como sempre, voltarei logo mais para ler os comentários.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirSobre o restaurante não tenho base para opinar. Mas os temas paralelos vão bombar. Só aguardar.
FF: rodada até agora perfeita para os clubes do Rio, com destaque para as vitórias ontem no estranho estado. Especialmente a do cada vez mais líder. A imprensa daquele local está em polvorosa com três times do Rio entre os cinco primeiros... Mas o que conta é a última rodada.
Hoje, na Ilha, com portões fechados, espera-se o começo da virada do CRVG.
Enquanto isso, no feminino, domínio acachapante do mesmo estado, provavelmente com semifinais só com clubes de lá, faltando apenas uma vaga a ser definida hoje.
ExcluirAugusto, você não gosta de falar o nome Botafogo? abs.
ExcluirNão tenho problema. Às vezes falo, outras vezes não. Quis destacar a liderança, só isso. No comentário citei só o Vasco, que joga hoje, mas não é o meu clube, apesar da admiração por sua bela história.
ExcluirViajando pelo mundo sentar num bar em mesas na calçada ou na varanda é um prazer. Já aqui, como na orla, é perigoso. Mais que ser importunado por pedintes o risco de ser assaltado faz desistir.
ResponderExcluirNossa cidade poderia ganhar muito com o turismo se fosse mais segura.
Seguranças e milícias, grades e alarmes, viver preso é a sensação que temos por aqui.
Como considerar normal ouvir tiros diariamente, saber do arsenal de armas de grosso calibre, ver a polícia ter que usar blindados?
Mas falando de coisas boas, essas reuniões dos comentaristas, se conhecendo pessoalmente, devem ter sido muito interessantes.
E pelo visto o Conde di Lido era assíduo na vida noturna do Rio.
Eu disse muitas vezes que a duplicação da Avenida Atlântica foi "um tiro no pé" por vários motivos, embora tais motivos não estejam necessariamente interligados. No fim do Governo Militar iniciou-se o período que alguns chamam de "redemocratização", e ele foi responsável por tirar das fossas mais fétidas elementos deletérios que infelizmente tiveram atuação marcante na vida pública. Um desses elementos foi Marcello Alencar, cuja "atuação" primeiro como Prefeito e mais tarde como Governador dispensam comentários. Com relação à necessidade da presença de seguranças no entorno dos bares e restaurants, essa foi uma das consequências naturais geradas pelos efeitos da "redemocratização".
ResponderExcluirÉ patético culpar a redemocratização. Aliás, por que nada melhorou quando da intervenção militar comandada pelo Braga Neto?
ExcluirFica difícil discutir política com indivíduos não identificados, já que: ou seus argumentos não tem "sustança" ou ele não tem coragem para expô-los abertamente, ou as duas coisas. Mas sua comparação é completamente equivocada, pois a Intervenção operada por Braga Neto foi "limitada apenas à segurança pública de um Estado" em uma realidade política bem diferente da que ocorreu durante o Governo Militar. Se a Intervenção habilmente coordenada por Braga Neto tivesse sido ampla e sem as amarras do "politicamente correto e limitada dos arranjos políticos", os resultados teriam sido infinitamente superiores.
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirO Alcazar frequentei muito pouco, mas ao Bolero, para o chope com os amigos, fui muito.
Durante um período, final de década de 60, início da década de 70, o cinema Rian tinha aos sábados a sessão da meia-noite, sempre com filmes inéditos.
Aí, era comprar o ingresso vendido a partir das 9 ou 10 da noite, não me lembro mais, e ir para o Bolero "fazer hora" tomando uns chopes.
Programa ótimo e relativamente barato, em um outro Rio que dá muita saudade.
Muitas obras do período podiam ter sido alvo de irregularidades, mas ai de quem ousasse levantar a mínima suspeita...
ResponderExcluirFalavam com muita convicção, mas sem provas, do Andreazza, ministro dos transportes do Costa e Silva e do Médici.
ExcluirUma Ponte Rio-Niterói que custou o preço de duas e a Transamazônica são os principais exemplos.
Mas teve também em outras áreas: Itaipu, Usina de Angra, Plano de Expansão Siderúrgica, principalmente o da CSN e a construção da Açominas entre outros casos
Também foram destaque no período o Shigeaki Ueki na Petrobrás e no Ministério da Energia, Abi-Ackel na Justiça.
A crise econômica iniciada em 1978, depois desses "milagres" do final dos anos 60 e início dos 70 obrigou os muitos migrantes das obras paralisadas por falta de verba a "optar" pelas favelas da Região Sudeste.
Mas só uns 40, 50 anos depois convicção passou a valer para se condenar suspeitos.
Em tempo: se o Andreazza vencesse o Maluf dentro do PDS (ex-Arena) ganharia do Tancredo e seria o sucessor do Figueiredo.
Que opções tinha o antigo partido da "Redentora" e que chegou a se considerar o "maior partido do Ocidente".
As provas não podiam ser exibidas com os jornais, rádios e TVs sob violenta censura.
ExcluirMeu xará, como que você vem falar de censura? E o que Xandão está fazendo é o que?
ExcluirUm amigo meu coronel reformado do EB disse-me que o "marrentão" do Antônio Pires Gonçalves na caserna tinha a alcunha de "10%"
ExcluirE o Andreazza, hein?
ResponderExcluirO nobre CEO da Calango Air compareceu ao local dos ventiladores de teto que não resistiam à lei da gravidade? Com certeza "pegou no pé" do Conde pela indicação.
ResponderExcluirSobre as obras da duplicação, revitalização do potencial turístico atrai muito mais do que turistas. Tem o efeito colateral com muitos em busca do dinheiro alheio, de maneira legal ou não.
Cultura inútil: Alcazar significa "Castelo" ou "Fortaleza", em árabe. Tem a variante "Alcácer". Donde a famosa batalha de Alcácer-Quibir significa Fortaleza Grande. E daí puxa o nome do rio espanhol Guadalquivir, corruptela de Uadi al-Kebir, "Rio Grande".
ResponderExcluirEm virtude de não haver correspondência exata entre os sons árabes e portugueses, aliado ao fato de que o árabe possui muitas variantes, resulta que ALCAZAR e ALCÁCER, KEBIR e QUIBIR, UADI e WADI, JEBEL e DJEBEL e muitas outras palavras ligeiramente diferentes têm o mesmo significado.
ResponderExcluirMais uma do DI LIDO que eu não sabia. Por que motivo o porteiro estava "facilitando" a entrada do CONDE? Tem mistério aí e o Dr.D deve saber o que era.
ResponderExcluirAgora esse Clube dos Cafajestes para mim era uma "ruma" de conquistadores que não deram certo. Só tinha homem....enquanto eles se agrupavam para conversar não sei o que qual era então a finalidade do Clube?
Menezes, “paparam” as melhores mulheres do Rio daquela época.
ResponderExcluirAnônimo, todos eles eram "Gastosos", não?
ExcluirBoa tarde Saudosistas. Não conheci os bares e restaurantes da postagem de hoje, porém o que de melhor existiu na Almirante Gonçalves, foi o bar BIP BIP do Alfredinho, este deixou saudades, principalmente o seu mal humor. Bares e Restaurantes com mesas na calçada só é bom em Países onde não existe tanta miséria e desocupados como no Brasil. Não existe nada mais desagradável você estar sentado a uma mesa, de repente você é abordado por um pedinte ou pior ainda uma criança inocente te pedindo dinheiro e ao longe a mãe observando e explorando a filha em interesse próprio. Não existe troço mais absurdo, que no sinal um homem ou mulher, com uma placa te pedindo dinheiro e com um cartaz na mão dizendo que aceita PIX.
ResponderExcluirEmbora o comentário seja "aparentemente fora de foco", vai aqui um adendo. As ações praticadas por uma grande parcela de homens no passado e que ainda são motivo de regozijo, merecem uma reflexão. Hoje em dia diante da evolução (ou involução) da sociedade moderna e da promulgação de leis especiais ou mesmo da reforma de algumas atuais, tais ações praticadas atualmente dariam uma grande "dor de cabeça" ou algo bem pior. Aquele tipo de paquera de passar a mão nos cabelos da mulher, passar o braço em torno dos ombros, beijar "de surpresa", usar termos grosseiros como "papar", "comer", e alardear essas condutas, farão com que seus autores "quebrem a cara", sem contar que também responderão criminalmente por isso. A mulher moderna e sensível abomina esse tipo de conduta. Quem em um baile de carnaval nunca se aproximou de uma mulher, acariciou-lhe os cabelos, ou pegaram na sua mão ou no seu braço? Pois é, façam isso hoje em dia e vejam o que acontece...
ResponderExcluirO Brasil é um país corrupto desde sempre, isso é uma verdade irretorquível, e pelo jeito vai continuar assim por longo tempo. Mas o que chama atenção é a afasia cognitiva e/ou desfaçatez (leia-se cara de pau) de alguns que apontam personagens "a, b, ou c", que em épocas diferentes foram apontados como autores de desvios de dinheiro público e de corrupção, mas silenciam quando não mencionam o maior "assalto à nação" ocorrido em todos os tempos e que praticamente "quebrou o Brasil", e cujo autor foi preso e condenado em quinze processos nas três instâncias, mas que através de "expedientes pouco compreensíveis" (para não dizer outra coisa) passou a ter sua "ficha limpa". Mas o que realmente estaria por trás desse "silêncio sepulcral" dos comentaristas tão operosos quando se trata de "defender o indefensável"? "Perderam a língua?"
ResponderExcluirVejo que ultimamente a carapuça tem caído muito; e as narrativas falaciosas de sempre são os recursos para defender tiranos do passado e, a reboque, o candidato caricato e covarde do presente.
ResponderExcluirEles sonham vivem falando em "carapuças", mas estão enterrados até o pescoço no universo das mentiras alimentadas pelo dinheiro auferido no "brilho" dos complexos de favelas", da inversão de valores morais, e dos "homens de saia". E não adianta tentar desconstruir (como sempre) alegando que o comentário partiu de um "terraplanista" porque provas não faltam...
ResponderExcluirTendo em vista o comentário das 15:23, vejo que "o gato comeu a língua de muita gente".
ResponderExcluirJoel, vc tem um blog em que defende suas ideias ou só as expõe aqui?
ResponderExcluirEsta sua pregação diária caberia melhor num site dedicado à política partidária.
Como eu disse, não discuto com anônimos. Ou então se identifique...
ExcluirComo se faz para marcar X na resposta certa sobre o maior período de corrupção, com muita convicção, se em um qualquer notícia sobre o assunto foi censurada, o outro, da Privataria Tucana, totalmente blindado pela grande imprensa e o terceiro, ao contrário, amplamente divulgada até com tubulões jorrando muita grana durante todo o noticiário, justamente da rede de TV, que acabou estrategicamente criticada pelos que se beneficiaram desse bombardeio tão convicto.
ResponderExcluirA sugestão é deixar em branco, se cair no Enem, e pedir para anular a questão. Por não ter como provar.
Paulo Roberto, para a turma delirante que vive chamando a emissora de TV de "globolixo" naquela época devia considera-la a "globoluxo"...kkk
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