Detalhe do mapa "Rio de Janeiro: Central Monumental", de Carlos Aenishanslin, ano 1915, publicado pelo desaparecido Celso Serqueira.
Fronteiro ao Passeio Público, esquina com a atual
avenida Beira-Mar, funcionava o edifício Cais da Lapa, posteriormente denominado
de Syllogeo Brasileiro. Lá funcionavam a Academia Brasileira de Letras, a
Academia de Medicina, o Instituto dos Advogados do Brasil e o Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. O prédio foi demolido para dar lugar, em
1972, a um edifício de 13 andares onde apenas o IHGB permanece. A tempo: Silogeu
significa academia literária ou científica.
Construído entre 1902 e 1906, foi demolido em 1972 para a construção do atual IHGB e o alargamento da Rua Teixeira de Freitas.
Da esquerda para a direita: Aero-Willys (de 60 a 62), Chevrolet Fleetline
(49 ou 50) e ônibus Mercedes com carroceria Metropolitana.
Construído na gestão do prefeito Pereira Passos (1902-1906), o Silogeu, finalizado em 1905, ficava na esquina das Avenidas Augusto Severo e Teixeira de Freitas.
Com o avançar dos anos,
algumas das associações que ali se instalavam foram em busca de mais espaço e conquistaram novas sedes, como a ABL, que em 1923 se mudou para o Petit Trianon - sua sede até os dias de
hoje.
Já nos anos 1950, quando
apenas o IHGB ocupava o Silogeu, o governo do presidente Café Filho realizou a
desapropriação de parte do terreno para o alargamento da avenida Teixeira de
Freitas. Como compensação, o IHGB ganhou recursos suficientes para a construção
de um edifício no restante do terreno que abrigaria a sua nova sede. A
demolição ocorreu em partes, tendo se completado em 1972.
O Silogeu
Com colorização do Conde di Lido, vemos a região do Passeio Público, em 03/02/1950, e, em primeiro plano, um ônibus da linha 102 - Praça Saens Peña x Largo do Machado, modelo Twin Coach. Ao fundo e à esquerda, o prédio do Silogeu, na esquina das ruas Augusto Severo e Teixeira de Freitas.
Segundo um abalizado comentarista, o ônibus fazendo a curva é um TWIN COACH 41S 1948 e pertencia à Viação Relâmpago, empresa da Cometa. Sua garagem era na Rua Maxwell e a empresa funcionou até 1958. A Twin Coach foi fundada pelos irmãos Fageol, em 1927. Em 1953 a fabricação de ônibus foi vendida para a Flxible (não tem o "e"mesmo), que encerrou as atividade em 1996, por motivo de falência.
À direita,temos um Ford Prefect(Prefeito)1948, 1200cc, 6 volts, partida na manivela, modelo E93A, produzido em Dagenham - Inglaterra. Entre o Ford e o Coach temos um Chevrolet 1938. À direita do Ford, lá na frente, temos uma Dodge Coronet Station Wagon de 1950/53.Na frente da Station Wagon o automóvel tem todas as características de um Buick 1948 (a volta do paralamas traseiro invade metade da porta traseira).
A foto atual não está no mesmo lugar da antiga, porque para reproduzir o enquadramento seria preciso ficar bem no miolo do (vasto) cruzamento das duas ruas. E apesar de ser um domingo, o movimento no local era considerável.
Embora seja "meio fora de foco", mas de interesse ao blog, tive acesso a um documento onde constam as datas de inauguração de obras no Estado da Guanabara entre 1960 e 1969. Como na semana passado aqui foram levantadas algumas dúvidas sobre o trânsito nas rua Voluntários da Pátria, consta nesse documento que as ruas Voluntários da Pátria e São Clemente passaram a ter o trânsito funcionando em regime de mão única em Junho de 1963. Além disso a abertura da rua Mena Barreto ocorreu em Setembro de 1962 e a Professor Álvaro Rodrigues, sua continuação, em Setembro de 1965. Além disso a Avenida Rainha Elizabeth passou a ter a mão de direção no sentido Ipanema em Abril de 1962, e na mesma data foi criado na esquina da Rua Canning um ponto de lotação.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirEstive no prédio da Unisys algumas vezes nos anos 80 tentando estágio. O Silogeu já tinha virado história há muito tempo.
Pelas fotos, o prédio estava "fora de esquadro" em seus últimos anos. A demolição era mesmo uma questão de tempo. Os anos 70 foram terríveis para a arquitetura carioca.
Ainda sobre o comentário anterior, no documento citado constam datas como a da proibição da construção de "apartamentos conjugados" no Estado da Guanabara: 10 de dezembro de 1963.
ResponderExcluirTaí um prédio que na minha opinião não faz falta por suas características arquitetônicas.
ResponderExcluirE foi um grande negócio para o IHGB, pois o aluguel de salas do prédio atual rende um bom dinheiro, tal como acontece com o prédio ao lado da ABL.
Bom dia.
ResponderExcluirComo se diz aqui, dia de acompanhar os comentários.
Lembro pouco do antigo prédio. Atualmente é uma região de passagem.
ResponderExcluirJoel, vc se refere ao alargamento e não à abertura da Mena Barreto, não?
ResponderExcluirEla já existe desde muito antes dos anos 60 e há inclusive uma fotografia muito conhecida do Malta sobre ela.
A Mena Barreto é uma rua antiga, e essa "abertura" deve se referir ao "alargamento". No mesmo documento consta a "duplicação" da Conde de Bonfim em 1963, um outro erro, pois certamente a publicação se referiu ao "alargamento" que efetivamente ocorreu naquele. Mas datas são corretas.
ExcluirO Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro nasceu em 21/10/1838, destinado a coligir, coordenar, publicar e arquivar os documentos de interesse para a história e geografia do Brasil. Desde sua fundação o IHGB teve várias sedes, sendo transferido para o prédio que aparece na foto, na Rua Augusto Severo esquina com Rua Teixeira de Freitas em 1913. Por ocasião desta transferência buscou-se um nome de formação erudita para o prédio e o Barão de Ramiz Galvão propôs um vocábulo novo, de raiz grega, o "Silogeu", que passou a denominar o prédio e, também, passou a ser citado oficialmente em todos os dicionários da língua portuguesa como um neologismo brasileiro, significando "casa onde se reúnem associações literárias ou científicas".
ResponderExcluirFF: da série "Rouba-se de tudo no Rio de Janeiro", a polícia procura quem furtou o sino de uma igreja em Bonsucesso... Até porque o objeto já deve ter sido derretido, se não estiver em alguma "coleção particular"...
ResponderExcluirJoel, 07:34h ==> já comentei aqui várias vezes que trabalhei como topógrafo bissexto numa empresa de construção civil. A obra em que comecei era justamente a canalização do rio Berquó e a construção da linha de esgotos paralela à canalização. Começava tudo na rua Visconde Silva, descia ao longo da Mena Barreto e ia até a Praia de Botafogo, atravessando terrenos desapropriados pelo Estado entre a rua 19 de Fevereiro e a praia. Esse trajeto posteriormente veio a ser a Álvaro Rodrigues.
ResponderExcluirEntrei na tal firma em maio de 1964. A obra estava começando na esquina da 19 de Fevereiro com Mena Barreto e se desenvolvendo nos dois sentidos: praia e Visconde Silva. Ainda havia algumas desapropriações em curso. Conforme a obra avançava em direção à praia, a vala era aterrada e meio-fios eram assentados, formando aos poucos a Álvaro Rodrigues.
ResponderExcluirVou mandar te mandar toda a publicação em PDF. É bem abrangente.
ExcluirJoel, se puder me mande também. Obrigado
ExcluirBom dia Saudosistas. Lembro perfeitamente deste prédio ainda de pé, porém nada mais tenho a acrescentar, vou acompanhar os comentários.
ResponderExcluirJornal O Globo, junho de 2012:
ResponderExcluir"Tem rio até sob tumbas do cemitério. O Rio Berquó nasce no Humaitá e pode ser visto, com água límpida, na Rua Viúva Lacerda. Mas depois desaparece e, na escuridão, ruma ao Cemitério São João Batista, em Botafogo, que no século XIX abrigou a Chácara Berquó. Se alguém tiver alguma curiosidade de encontrá-lo num ambiente tão mórbido, é só consultar um funcionário do cemitério. Ao descer uma passagem entre os túmulos, lá está ele."
Na foto 5 aparece um ônibus da linha 102 - Saens Peña x Largo do Machado. Essa linha era muito conhecida. Lembro que o ponto final dela era na esquina das ruas General Roca e Desembargador Isidro, mesmo local onde atualmente fica o ponto final da 638 - Saens Peña x Marechal Hermes. Por sinal, esta última é uma das mais antigas linhas de ônibus da área da Tijuca.
ResponderExcluirA colorização está muito forçada, o que é compreensível pela dificuldade de fazê-la. As cores do ônibus eram azul marinho e creme. Não sei como o Conde descobriu quais eram as cores da linha, já que as fotos da época eram em preto e branco. Palmas para ele.
Os ônibus dessa linha eram prateados com lista vermelha.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirO S-76, antecessor do 638, também fazia ponto na General Roca no mesmo local onde atualmente funciona um drogaria.
ExcluirEm novembro de 1971 minha turma da faculdade, então se formando, fez uma visita às instalações da Burroughs na Lapa. Se não me engano, era um outro prédio, mais baixo, e não o mostrado na foto ao lado do IHGB. Pela época, este devia estar em fins de construção. Mas não me chamou a atenção. De março a maio de 1972 fiz um curso na Burroughs, mas nunca saí em direção à Beira-Mar, por isso me passou completamente despercebido o prédio do IHGB, se é que estava pronto.
ResponderExcluirNa foto 3, o carro do centro me parece um Studebaker. O da direita é um Mopar. Com a palavra obiscoitomolhado.
ResponderExcluirCorreto hélio!!!
ExcluirGostei da foto em dia chuvoso. A pista molhada é um detalhe que dá brilho à paisagem, literalmente.
ResponderExcluirConfesso que não conheço esse lado sul do Passeio.
A construção antiga era interessante. Uma planta diferente.
Por ser da década anterior ao surgimento do Street View do Goolgle, o acervo de fotos do Rio Hoje do Rafael Netto deve mostrar alguns detalhes que já foram modificados nos últimos 15 anos.
Certamente. Foi uma pena não termos salvado todos os fotologs do Terra. Muita coisa se perdeu.
ExcluirNa foto 1, a rua do Ladário parece ser a atual rua das Marrecas, cujo nome deriva de um chafariz existente na esquina dela com a Evaristo da Veiga. Embora os pássaros que adornavam o chafariz não fossem marrecas, a rua pegou esse nome.
ResponderExcluirOriginalmente se chamava rua das Belas Noites, belíssimo nome. Mas durante breve período se chamou Juan Pablo Duarte.
Por que essa tara de mudar nomes antigos de ruas?
Ora, ora, ora, com que então a primeira foto vem do "Mapas" do Celsão. O titular da Demolidora Serqueira aparentemente desapareceu. Inimigo figadal do Monroe, amicíssimo do general Geisel, um dos comentaristas que mais tinha pseudônimos, era famoso pelas polêmicas. De testemunha privilegiada de um dos sequestros de criança mais falados na imprensa a companheiro do Conde di Lido na observação de discos voadores em Cambuquira, de porteiro de boate a ator em Goiânia, de figura antiga da Ilha do Governador a estudioso do Rio, Celsão teve passagem única pelos fotologs.
ResponderExcluirFF: Luiz, eu perdi o contato do Ronaldo, o "Irajá". Se você puder me enviar eu agradeço, pois preciso esclarecer algumas dúvidas.
ResponderExcluirJoel, 12:14h ==> ônibus prateados com faixa vermelha eram os da Auto Viação Nacional, que faziam as linhas 109 - Malvino Reis x Ipanema e 110, que teve vários nomes diferentes ao longo do tempo.
ResponderExcluirO motorista do ônibus Twin Coach era meio barbeiro, aparentemente está passando as rodas traseiras por cima do canteiro central ...
ResponderExcluirA empresa Única, que antigamente fazia a linha Rio x Petrópolis, usava um modelo de ônibus da Flxible que tinha uma corcunda na traseira. Acho que era entrada de ar para o motor, provavelmente traseiro.
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