Na quinta-feira passada nosso prezado GMA, ao comentar sobre o "post" da Praça Paris, fez o comentário abaixo:
A seguir, me mandou uma foto do Empire Hotel, que vemos abaixo.
O Empire Hotel ficava na Rua da Glória nº 46 e suas propaganda ressaltava que "fica a 5 minutos do Aeroporto Santos Dumont. São 88 apartamentos confortáveis, com saleta, banheiro, telefone, café da manhã completo e ar condicionado. À sua frente, os jardins do Aterro e a Baía de Guanabara. É o ponto ideal para quem não tem tempo a perder nas viagens profissionais e não quer ficar dentro do tumulto da metrópole."
Como uma coisa leva a outra, descobrimos que no terraço do Empire Hotel existia o restaurante de Maria Thereza Weiss, onde funcionou o "Clube dos Gastrônomos".
Maria Thereza Weiss, fez grande sucesso no Rio nas últimas décadas do século XX e foi uma das primeiras a escrever livros de culinária no Brasil. Ela teve por mais de 40 anos um excelente restaurante na Rua Visconde Silva nº 152, onde servia pratos típicos da cozinha brasileira e internacional. Este restaurante funcionou num palacete de 1915, onde depois se instalou o restaurante "À Mineira".
Esta imagem mostra um hábito muito curioso vigente nos anos 1970: o "Jornal do Brasil" publicava uma coluna onde listava os hóspedes de vários hotéis do Rio. Um total desrespeito à privacidade. Acima podemos ver que, em determinada semana, o cantor Vanderlei Cardoso se hospedou no Empire.
O Empire Hotel publicava frequentes anúncios no "Jornal do Brasil". Neste vemos o logotipo, criado pelo famoso designer Aloisio Magalhães, em 1961.
Aqui vemos um anúncio do almoço panorâmico, citado pelo ilustre advogado GMA, que ali se reunia com seus clientes.
A seguir descobrimos que o Empire Hotel se transformou no Motel Ebony.
Ao lembrar do Ebony (um passarinho me contou que na entrada se recebia uma caixa de fósforos com a figura de um diabo - talvez o prezado Lino, colecionador de chaveiros de motéis, tenha alguma memorabilia do Ebony), recordamos uma terrível tragédia que abalou a cidade em meados dos anos 80.
Certa manhã foram encontrados mortos um casal que na noite anterior alugara uma das suítes. Não vamos citar nomes, mas tratava-se de famoso radialista da Rádio Globo.
O caso repercutiu intensamente na Imprensa por mais de dois anos. Divulgado o desaparecimento do radialista, foi encontrado o carro dele numa rua atrás do motel. Um colega de rádio, talvez sabendo de suas aventuras, foi ao motel e conseguiu que abrissem a suíte, onde o casal foi encontrado morto, sem sinais aparentes de violência.
De início suspeitou-se de um homicídio seguido de suicídio. A moça tinha várias receitas médicas e um famoso médico que comentava em programas da Rádio Globo levantou a suspeita de envenenamento com os comprimidos. Os médicos que receitaram foram abordados e esclareceram que as receitas nada tinham a ver com o caso. Eram de consultas corriqueiras.
A seguir, após a necrópsia, suspeitou-se de vazamento de gás, embora não houvesse instalações de gás naquela suíte. Foram várias idas e vindas até que descobriu-se que após a venda do Empire para o Ebony haviam sido feitas obras, quando foram embutidas as antigas instalações de gás.
A venda envolveu a empresa Rent TV, que tinha muito dinheiro a receber por serviços anteriormente prestados de aluguel de TVs e ficou com ações do novo empreendimento. Foram indiciados por homicídio culposo esta empresa, o arquiteto das modificações e até cogitou-se de culpar o operário que não teria feito o fechamento correto do encanamento de gás ou outro que teria religado indevidamente o gás.
Enfim, um grande "imbroglio" que, pelo que pude ler, acabou com a condenação apenas do arquiteto, a uma pequena pena de prestação de serviços comunitários.
PS: como o carioca não perde a chance de uma brincadeira, mesmo que de mau gosto, em certa ocasião as meninas do Castelinho resolveram eleger o homem mais interessante do pedaço. O prêmio para o vencedor seria uma noite no Motel Ebony (não se sabe se ele poderia escolher a companhia entre as votantes). Mas sugeriram um título para a noitada. Dois ficaram entre os finalistas: "Uma noite a todo gás" e "Não respire, meu amor...".
Há pouco mais de dez anos o Ebony fechou, foi vendido e voltou a ser um hotel: é o atual Hotel Diamond.
E tudo começou com o comentário do GMA...
No Brasil como sempre, "tudo dá em nada". O programa comandado por Valdir Vieira era lider de audiência nas camadas populares. Não havia portaria de edifício, botequim, e "casa de família" que não tivesse o rádio ligado naquele programa. A morte é inevitável, mas a forma como acontece pode fazer a diferença.
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse Empire Hotel, mas do Ebony todo o Rio ouviu falar.
ResponderExcluirFoi uma comoção na cidade pois o radialista tinha uma multidão de fãs e esses envenenamentos por gás são muito chocantes.
Os jornais fizeram uma cobertura enorme do caso. Imagino o sofrimento das famílias do casal pois além da perda tiveram que conviver com a exposição e os julgamentos públicos, mesmo não havendo as nocivas redes sociais atuais.
É preciso mesmo muito cuidado com as instalações de
Conheci o restaurante da Maria Thereza Weiss no Humaitá e era mesmo muito bom.
Completando a frase: … muito cuidado com as instalações de gás.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirAlguém me contou que o Ebony era dotado de um elevador garagem para levar carros ao pequeno estacionamento disponível, as paredes e até a roupa de cama dos quartos eram de fato pretas para fazer juz ao nome, em cima do frigobar havia uma pequena coleção de "sex toys", era oferecido a quem quisesse um capuz tipo KKK para privacidade durante a circulação nos elevadores e corredores e que, durante a semana na hora do almoço, havia quem usasse o capuz e esquecesse de tirar o crachá funcional, com foto e nome ...
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirO caso do radialista (identificado no primeiro comentário) foi muito divulgado, com a versão do vazamento de gás e de que a companheira de infortúnio era uma parente, salvo engano. Só não lembrava (ou até mesmo sabia) do local do fato. Bem perto mesmo da rua do Russel.
O nome Maria Teresa Weiss era referência na gastronomia, mas nunca tive a sorte de experimentar os seus pratos.
Em tempo, a rua do Russel também era sede, nos anos 80, do grupo Bloch, incluindo a recém inaugurada TV Manchete.
ResponderExcluirÉ muito azar levar a amante para o motel e morrer lá. Ou é castigo divino?
ResponderExcluirHá um livro interessante sobre a explosão do fenômeno dos motéis chamado “Os motéis e o Poder: da perseguição pelos agentes de segurança ao patrocínio pela ditadura militar”.
ResponderExcluirFala da presença de um general na inauguração de um motel na Barra, de um coronel do SNI que vendia proteção contra achaques de policiais e fiscais, de um padre pedófilo que levava fiéis para a frente de motéis para protestar contra aquela “chaga da sociedade”, etc
Durante o governo Médici recursos públicos foram usados para financiar a construção de motéis.
Os autores constroem um amplo painel da evolução de costumes do Brasil.
Os motéis no Rio tinham uma grande presença de espanhóis como donos.
ExcluirFamosos eram aqueles perto do Oswaldo na barrinha. Embebedar a moça com batida de coco e partir pra alegria.
Última vez que foi lá o preço do litro era o de um Red Label de 750 ml.
Bom dia Saudosistas. Teria que procurar se tenho chaveiro ou caixa de fósforos do Ebony, de memória não me recordo, mais tarde vou procurar no que restou da coleção de chaveiros e caixas de fósforos.
ResponderExcluirQuanto ao Hotel Ebony nunca frequentei, preferia um Hotel que existia na R. Joaquim Silva, bem mais barato e atendia perfeitamente as finalidades. Já o caso do radialista repercutiu durante muito tempo na imprensa, principalmente por ter sido um acidente ao pular a cerca. Não sei se é justiça divina ou muito azar mesmo. Outro caso de infidelidade que me lembro, aconteceu numa seção de circo na Av. Presidente Vargas, que uma bala perdida atingiu e matou um homem na plateia, nas investigações se descobriu que o falecido estava pulando o "trampolim" com a cunhada.
Lembro desse "caso" no circo e também de um ocorrido em um desabamento, anos atrás, de um imóvel na esquina da Primeiro de Março, próximo ao CCBB. Mas posso estar "misturando as estações".
ExcluirEu conheci um homem que morreu em condições semelhantes. Ocorreu nos anos 60 e o homem era Ministro do STM. Estava na casa de uma "amiga" e sua morte ocorreu (sic) durante o ato sexual. Segundo essa mesma fonte, a parceira só percebeu após o sono. O caso foi "abafado pela família".
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar neste hotel. Era o bairro da Glória na época de seu glamour; com a desvalorização talvez hoje seja o bairro mais barato da Zona Sul. Não entendo porque, pois está encravado na divisa com o centro e de frente para a baía de Guanabara.
ResponderExcluirLembro-me deste "boom" dos motéis na cidade no início dos anos setenta. Aqui pelos lados da Zona Oeste surgiu o Espigão, inspirado na novela homônima da época. Na Av Brasil surgiram o Bariloche, Carbonara, Palazzo, Windsor, L'amour, e Oklahoma.
Me lembro também destes, Star, Top Kap, Pops via os letreiros sempre que passava em frente. Rs, Rs, rs...
ExcluirEu conheço uma pessoa que morava com certo homem. Um dia recebeu um telefonema de um motel: o cara estava com uma amante e morreu de infarto. Ela teve de enfrentar a dor e decepção e ir lá tratar da remoção do corpo.
ResponderExcluirEm 1985 fiz um curso pago pela empresa e o almoço era no Maria Teresa Weiss do Humaitá. Mas não tenho maiores recordações do fato.
ResponderExcluirHá muitos casos de motéis. Nos anos 70 a "linha dura" dos militares forjava flagrantes para incriminar políticos como Marcos Freire e Fernando Lyra, além de padres considerados de esquerda. O próprio chefe do SNI Nilton Cruz reconheceu que isto acontecia mas que ele não descobria os malfeitores. Acredite quem quiser.
ResponderExcluirUma vez fui ao Ebony, estava entre um casamento e outro e quando cheguei em casa me dei conta de ter esquecido o cartão de crédito no quarto. Fui lá no dia seguinte e o funcionário abriu uma gaveta abarrotada de cartões esquecidos. Disse que eram um três ou quatro por dia, mas que a maioria cancelava e não ia buscar.
ResponderExcluirCandeias, certas despesas "só em cash", e atualmente é bom deixar o celular em casa, pois nunca será rastreado.
ExcluirTambém não tinha ouvido falar do Empire.
ResponderExcluirNo Maps tem link do hotel atual que chama Diamond, com foto da bela paisagem à sua frente.
No entorno nada mudou nos últimos 12 anos, exceto o "estilo" dos pichadores que se renovam no vandalismo sobre construções vizinhas, que vão se deteriorando a cada ano.
O restaurante À Mineira ainda consta ainda no Google mas como "permanentemente fechado".
Mas pelo menos até um ano atrás o casarão de Botafogo/Humaitá estava intacto.
Acho que a lista eram de frequentadores das colunas sociais. Aposto que alguns até levavam o jornal para casa e mostrar para afamília
Atualização sobre o casarão do antigo restaurante À Mineira: fotos mais recentes do Street View, a partir da pista sentido Praia de Botafogo, mostram que o mesmo já foi demolido.
ResponderExcluirPaulo Roberto, fui no Google Maps agora e aparece um casarão amarelo ao lado do edifício de nº 154. Como o endereço do restaurante era nº 152 me parece que o casarão ainda está lá.
ResponderExcluirFoi o que fiz inicialmente, mas ao clicar na pista do outro lado do canteiro central, fotos mais recentes mostram que marretas e picaretas já passaram por lá.
Excluirsó tem o tapume com o nome da empresa responsável.
Os comentários sobre idas de casais aos motéis, às escondidas ou não, estão dentro do foco nesse dia 12 de junho.
ResponderExcluirOcorrências com amantes "extra-oficiais" dentro desses locais não são incomuns, desde invasão de privacidade, flagras, assaltos e os trágicos, como o do citado vazamento de gás até incêndios e desabamento.
Quando não há consequências maiores para a integridade física dos envolvidos evita-se o registro de boletins de ocorrência.
Além de craque em RIO, Luiz é generoso com os colaboradores. Sempre um prazer acrescentar alguma novidade ao infindável acervo do SdR. Estou numa cidade esquisita, muito rica . Daqui a pouco volto por Congonhas . Abraço em todos.
ResponderExcluirAlguns hotéis mais antigos ou em prédios adaptados eram complicados de frequentar devido à falta de privacidade. No Ebony havia o recurso das máscaras, mas em outros era havia problemas. No famoso Playboy se ficava esperando o manobreiro trazer o carro na entrada, cruzando com quem chegava ou saía. Quando começaram a fazer os motéis com garagem privativa a coisa melhorou muito.
ResponderExcluirO problema atual é a saída, como a do Dunas na Barra, que dá de cara com o trânsito engarrafado da avenida das Américas, assim como o Panda na São Clemente, ou mesmo os da avenida Niemeyer.
Talvez seja melhor ficar quieto em casa para não se aborrecer.
"Waldir Vieira é um cara tão legal
ResponderExcluirNa Rádio Globo ele é sensacional..."
O jingle me veio logo a cabeça ao ver a reportagem da morte do famoso radialista e comunicador da Globo.
Ouvi bastante na época, quando minha mãe era assídua ouvinte da Rádio Globo nos anos 80.
FF: Nada é tão ruim que não possa piorar. Em boa parte do programa Balanço Geral exibido na Record, o helicóptero apelidado de "Mosquito fofoqueiro" sobrevoava o a cidade e em especial as favelas, onde as câmeras davam destaque às rotinas criminosas de traficantes, exibindo suas posições, a existência de "barricadas", e de outras ações criminosas. Pois bem, a justiça proibiu tais sobrevôos sob a alegação de que "fere dignidade e a intimidade dos moradores". Como se pode ver, a justiça é célere quando há "intere$ses podero$os".
ResponderExcluirHoje a inconveniência é o smartphone do(a) parceiro(a) logar automaticamente na rede wi-fi do motel quando a pessoa vai pela primeira vez...
ResponderExcluirPelo visto passaram o inseticida na região do heliponto do Recreio. Agora, falando sério, o programa só mostrava a imobilidade do governo estadual quando perguntava onde estavam os helicópteros da polícia e isso feriu alguns brios no GERJ, que paga verbas de publicidade polpudas a órgãos de imprensa.
ResponderExcluirSeria irônico ver só o Globocop nos céus da cidade e estado. A Record com certeza vai recorrer alegando cerceamento do direito à informação ao vivo. Enquanto isso, vai abusar dos motolinks.
O Globocop não mostra o que deveria mostrar, e além disso o seu tempo de sobrevôo é pífio se comparado ao do "Mosquito fofoqueiro". A Record mostrou que a Polícia Militar inexplicavelmente não atua com deveria ou mesmo "deixa de atuar em "questões cruciais", permitindo a expansão de barricadas nas favelas e até de forma inexplicável "despoliciar" algumas regiões ou manter um nivel de policiamento risível. Outra questão curiosa é o policiamento "para inglês ver" colocando viaturas estacionadas nas calcadas com o "bigorrilho ligado", uma medida sem qualquer resultado prático.
ResponderExcluirJoel não se acaba com a criminalidade atacando o varejo, para acabar ou pelo menos reduzir a índices toleráveis, não é necessário helicópteros, nem caveirão, basta investigar aquelas pessoas que acredito sejam até conhecidas da policia, percorrer a trilha do dinheiro e depois é planejar o flagrante. Por outro lado, fazer uso daquilo que o dinheiro dos impostos da sociedade compra e não é usado. No Norte foi comprado o SIVAN, agora compraram os caças da Suécia, a Marinha tem várias fragatas modernas que só desfilam pela Baía de Guanabara. Barquinho, aviãozinho, caminhão suspeito, é fazer como a D. Armênia botar no chão, nem precisa registrar o incidente. Como nos USA agora a pouco, o aviãozinho invadiu o espaço aéreo da Casa Branca, levantaram 2 caças F16, passaram a jato do lado do aviãozinho e ele foi bater nos morros próximos a cidade.
ExcluirO Globocop é usado mais durante o Bom Dia Rio, com duas horas e meia de duração, tempo comparável ao do Balanço Geral, na hora do almoço. A Globo só usa o helicóptero no RJ1 em situações específicas por causa da duração de "somente" 1:15. O Balanço Geral tem mais de três horas de duração, mas não usa o helicóptero nesse tempo todo por causa da última meia hora gasta com o "bispo" e a "venenosa"... Alguém sabe a autonomia de vôo do "mosquito"?
ExcluirLino, é claro que o combate ao tráfico deve acontecer nas entranhas dos "Poderes da República". A intenção da Record é desnudar a inação das forças de segurança e causar desconforto aos que deveriam combater o tráfico "com afinco", e se possível desmoraliza-los. Tornar evidente ao grande público o que a maioria parece ignorar é de suma importância.
Excluir