Antiga estação de Silva Freire em 10/11/1936.
Inaugurada em 1923, situa-se entre as estações do Engenho Novo e Méier. Foi desativada há décadas, talvez em virtude da proximidade com aquelas estações. Com a construção do Restaurante Popular do Méier, quase em frente a ela, falou-se que a estação seria reaberta. As obras começaram, mas foram interrompidas. Um trem maria-fumaça está passando no lado direito da foto, indo em direção ao Engenho Novo.
A reforma foi motivada pela próxima inauguração, em 1937, da eletrificação dos trens da Central do Brasil. Os novos trens possuíam uma altura entre o piso e o leito muito maior que a dos vagões da época da maria-fumaça. Isso obrigou a elevação da plataforma de todas as estações. Do lado esquerdo, Rua Amaro Cavalcanti; do lado direito, Rua Arquias Cordeiro. Um bonde bagageiro é visto no lado direito da foto.
Acho que essas três fotos foram enviadas pelo Helio Ribeiro.
A estação Francisco Sá era também o ponto inicial da E.F. Rio D'Ouro desde 1922, data em que foi transferido da Ponta do Caju para as proximidades da Praça da Bandeira. A Rio D'Ouro também tinha uma estação de carga na região, a "Praia Pequena", que curiosamente ainda está de pé e pode ser vista na Avenida Rodrigues Alves na pista em direção ao Caju em frente ao prédio da Rodoviária Novo Rio. A estação de São Mateus ficava no ramal "Circular da Pavuna", que ligava a Linha Auxiliar com a Rio D'Ouro. Os elétricos da "Auxiliar" durante uma época tinham São Mateus como ponto final em uma de suas linhas.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirSalvo engano, a estação Silva Freire funciona durante parte do dia servindo ao ramal Japeri, em complemento à estação Méier, que atende ao ramal Santa Cruz, funcionando (sic) como parador, em substituição ao Deodoro. Nos fins de semana e feriado o Japeri funciona como parador.
Acho que chegaram a considerar unir as duas estações.
De trens pouco sei. Fico impressionado como o Joel conhece o assunto.
ResponderExcluirFora uma viagem a Barra do Piraí e outra a Passa Quatro (ou seria Passa Três?), quando criança, só lembro do trem turístico de Tiradentes a São João del Rei.
Quanto aos boatos da Vila vai descer só posso lamentar viver num país com sucessivas ameaças de quarteladas.
Quase com certeza não foi Passa Três. O ramal da região, se chegava até lá, não existe há muitas décadas.
ExcluirEm tempo, a estação da Vila Militar é uma das mais bonitas da malha ferroviária, com a de Marechal Hermes. Desde 2016 é um ponto de integração da SuperVia com o BRT Transolímpica. Enquanto o terminal de Deodoro não fica pronto.
ResponderExcluirEm tempo (2), ainda hoje o desnível entre trens e plataformas de estações é um sério problema de acessibilidade. Outro problema é o vão entre o trem e a plataforma, visto também em estações do metrô.
ResponderExcluirMinha última viagem de trem suburbano foi na década de 80. Fui a Bento Ribeiro.
ResponderExcluirNo citado trenzinho de Tiradentes viajei em 1994 e 2019.
Augusto tem razão: a estação Silva Freire foi reativada há alguns anos, funcionando apenas em determinados horários, para eliminar a necessidade de os passageiros vindo pelos trens diretos e com destino ao Méier pela manhã terem de descer no Engenho de Dentro e baldear para os paradores de Deodoro. E vice-versa, à tarde.
ResponderExcluirA estação Francisco Sá fazia parte de um "Complexo ferroviário" composto pelas estações Barão de Mauá, Alfredo Maia, e Praia Formosa, além dela própria. As estações Alfredo Maia e Barão de Mauá eram interligadas e o espaço entre as ruas Elpídio Boa Morte, Francisco Eugênio, e parte da Figueira de Melo era ocupado por um "cipoal de trilhos". A estação Praia Formosa, que ficava no espaço ocupado pelo desativado terminal do VLT, era o ponto inicial de embarque dos trens da Leopoldina com destino ao antigo Estado do Rio, Espirito Santo, e Minas Gerais, até a Inauguração de Barão de Mauá em 1926. Lamentavelmente o criminoso Sérgio Cabral, hoje "reabilitado", foi o principal responsável pela destruição de grande parte desse Complexo ferroviário. A estação Francisco Sá foi destruída em 2010 e em seu lugar funcionou uma "fábrica de lajes" que ostentava o irônico nome de "Linha 4 do Metrô".
ResponderExcluirNa foto da estação do Méier, o bonde bagageiro é o de modelo grande, número de ordem 758. Um verdadeiro galã, pois há várias fotos dele por aí. Só eu tenho quatro.
ResponderExcluirFoi na estação de Silva Freire que aconteceu minha gorada tentativa de suicídio, por volta de outubro de 1965, eu com 18 anos sofrendo de amor. Na época a estação se encontrava desativada mas ainda havia acesso a ela, o que tempos depois foi bloqueado. Vim de ônibus 688 - Méier x Pavuna, o qual peguei em Acari, onde trabalhava na época. Saltei no ponto final, no Jardim do Méier e andei até a estação Silva Freire. Era noite. Desci os degraus e fiquei sentado ali, aguardando a passagem de um trem direto, para me atirar embaixo dele. A estação era diferente da mostrada na foto. Enquanto aguardava o trem, uma equipe de ronda da Polícia Civil me abordou, achando que eu estava fumando maconha. Revistaram-me. Um policial, de sentido apurado, percebeu minha cara e deduziu o que eu estava para fazer. Então perguntou "Está com problemas em casa, não é?". Respondi que sim, para não me alongar. Eles então me mandaram sair dali, porque era ponto de fumantes de maconha. E lá se foi meu encontro com o vermelhinho, onde eu estaria até hoje e per omnia secula seculorum. Mas ele não perde por esperar. Não vai se livrar de mim. Aguarde.
ResponderExcluirDurante breve período no início do ano de 1970 eu saía da Escola Técnica Federal, ali no Maracanã, onde estudava na época, ia a pé até a estação Francisco Sá e pegava o trem da linha Auxiliar, saltando em Honório Gurgel, onde estava trabalhando.
ResponderExcluirNão dava para pegar em São Cristóvão? Pelo menos na época que eu usava os trens sozinho (anos 80) o ramal Belford Roxo parava lá...
ExcluirBom dia Saudosistas. Hoje é dia de acompanhar os comentários. A minha visão destas estações é que a grande maioria das estações de trens do RJ são feias e sem manutenção predial, pelo menos aquelas que eu conheci.
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ResponderExcluirOs trens mostrados na Francisco Sá, na foto, são da série 400. Alguns rodam até hoje. Entraram em circulação por volta de 1965 e foram apelidados de "Wanderley Cardoso", um cantor bonitão que fazia sucesso na época. Isso porque os trens eram muito mais bonitos que os horríveis da série 100, que eram maioria na época. Ô trenzinhos feios esses da 100!
ResponderExcluirOs primeiros da série 100, entrados em circulação em 1937 e posteriormente uma nova leva em meados da década de 1950, eram bem mais bonitos que os posteriores da mesma série. Os da década de 1950 pegaram o apelido de "Marta Rocha", não preciso dizer porque. Os de 1937 eram olhudos, por terem os faróis em posição igual a de automóveis, porém protuberantes. Eram protegidos por uma tela de arame.
Os da leva de 1950 já tinham um único farol grande no meio e em cima, como se fosse um letreiro de bonde, porém acoplado à carroceria.
O Mauroxará é especialista em trens. Espero que ele se faça presente hoje aqui no SDR.
ResponderExcluirNa época em que eu anotava números de ordem dos trens, o único que circulava da série 100, leva de 1950, era o 27. Já os feiosos eram vários, depois renumerados para série 10.000, se não me engano. Até pouco tempo alguns ainda circulavam, como o 7, o 21 e o 23, normalmente no ramal de Gramacho.
ResponderExcluirBom Dia! Meu Pai trabalhou mais de 20 anos na estação Silva Freire,e como mostrado na foto, era só para cargas e descargas. Começou como trabalhador e quando a estação foi desativada foi transferido para chefiar a estação de Riachuelo. Naquele terreno que desce a escada que vai do Jardim do Méier para o outro lado,ali funcionou um posto de recebimento da Normandia do leite que vinha de Minas e desembarcava em Silva Freire, e quase sempre o caminhão que recolhia os latões chegava antes de terminar a manobra para colocar o vagão na linha da esquerda da foto que não tinha rede elétrica. A Normandia, (concorrente da CCPL) era quem recebia o leite, por ordem sei lá de quem deixava todos os dias um latão de 50 litros na estação para distribuir com os funcionários das estações Silva Freire e Eng Novo
ResponderExcluir(cabine e estação) Nesse tempo eu tinha 11/12 anos e ia diariamente buscar os dois litros que meu pai tinha direito.A distribuição era feita em uma porta lateral que não se vê na foto.
A expressão "a Vila vai descer" era por conta da diferença de altitude do local com o Centro e Zona Sul. O trecho urbano que vai de Deodoro até Campo Grande é o mais elevado topograficamente da cidade com exceção dos morros. O bairro de Santíssimo está a mais de 100 m acima do nível do mar, não à toa ali foi construída a elevatória do Lameirão para o abastecimento de água da cidade
ResponderExcluirLembro que em algumas estações havia a indicação da distância para a Central e a altitude.
ExcluirOs vagões da série 100 tinham três porta de cada lado; os da série 400 e todos que vieram a seguir, até hoje, tem quatro portas de cada lado do vagão.
ResponderExcluirUma composição das séries 100 e 400 era composta por duas ou três TUE (Trem Unidade Elétrico), cada uma dessas TUE contendo três vagões. Assim, as composições tinham 6 ou 9 vagões. Em cada TUE o vagão do meio era o que tinha motor. Os das pontas eram reboques.
A numeração de cada TUE era assim: seja a TUE número 33 da série 400. Então os dois vagões das extremidades tinham número ER433 e ER1433; o vagão central, que tinha motor, era o E433.
Nas TUE das séries a partir da 500 inclusive em diante, cada uma delas era composta por 4 vagões e as composições tinham 1 ou 2 TUE, ou seja, 4 ou 8 vagões. Os dois das extremidades tinham motor e os dois do centro, não.
ResponderExcluirAí a numeração era assim: seja a TUE número 26 da série 500. Os dois vagões da extremidade, que tinham motor, eram o E526 e E1526; os dois do centro eram ER526 e ER1526.
Embora sejam da década de 1970 e 1980, até hoje circulam trens das séries 500 (os famosos "trens japoneses" da Hitachi", de 1977), 700 (fabricados pela Mafersa, em 1981) e 900 (fabricados pela Cobrasma em 1980, junto com o consório francês Francorail) embora em número reduzido. Os da série 800, fabricados pela Santa Matilde em 1980, foram depois reformados totalmente e renumerados para série 8000, sendo descontinuados em 2015.
ResponderExcluirAs séries 800 e 900 tiveram muitos problemas de projeto e exigiam constante manutenção.
Peguei esses modelos todos praticamente 0km... Depois os "japoneses" ficaram meio que exclusivos do ramal Gramacho.
ExcluirAinda bem que o policial percebeu a intenção do Helio.
ResponderExcluirTeríamos perdido um mestre da história dos bondes do Rio.
Em compensação, o vermelhinho teria um hóspede permanente a mais. 😀😀
ExcluirEm 1951 foi completada a eletrificação da Linha Auxiliar até Belford Roxo, e com isso houve um grande esvaziamento da Rio D'Ouro no trecho entre Francisco Sá e Pavuna, já que a viagem nos elétricos era bem mais rapida e confortável. O público que utilizava a Rio D'Ouro ficou restrito aos que utilizavam o trecho entre Triagem e Acari. Muitos saltavam dos trens em Irajá para tomar o bonde 96 e 97 para alcançar Madureira (dado relatado pelo "Irajá"). Segundo o próprio Irajá, esse trecho tinha o fim "social" e as passagens não eram cobradas. Em 1964 o trecho entre Francisco Sá e Pavuna foi suspenso e as estações foram fechadas para passageiros, pois o trecho foi "alugado" pela Leopoldina para que seus trens expressos para Minas Gerais que partiam de Barão de Mauá chegassem à Minas Gerais pela Linha Auxiliar alcançada através do ramal Circular da Pavuna. Esse arranjovse manteve até 1968 (oficialmente), quando foi inaugurado o ramalve Ambaí. A partir daí todo o trecho da Rio D'Ouro entre Pavuna e Belford Roxo foi erradicado. Restaram o ramal de Xerém, erradicado em 1969 e Jaceruba em 1970, já que o de Tinguá foi erradicado em 1964.
ResponderExcluirE eu achando que este post teria poucos comentários…
ResponderExcluirEm 1960 o Brasil possuía um invejável sistema ferroviário que somava cerca de 34.000 km. Nessa época o DF/Guanabara dispunha dos terminais ferroviários de D. Pedro II, Barão de Mauá, Praia Formosa, Francisco Sá, e Alfredo Maia, além do terminal de cargas conhecido como "Marítima", sem contar com o terminal de General Dutra em Niterói. Desses terminais partiam trens que atingiam todo e antigo Estado do Rio, Minas Gerais, e E.Santo. As inúmeras linhas suburbanas transportavam mais de um milhão de passageiros por mês. Hoje em dia transportam menos de 300 mil, apesar de a Cidade do Rio de ter um número de habitantes cinco vezes maior. E ainda tem gente que tem a coragem de preferir o "modelo atual".
ResponderExcluirInteressante ver as datas de desativação de vários ramais. Ainda peguei nos anos 80 os ramais / extensões de Itaguaí e São Mateus. Recentemente voltou a ser ouvida a proposta de reativação da extensão para Itaguaí. O problema é que parte dos trilhos foi retirada e a área invadida...
ResponderExcluirHoje existem as extensões Guapimirim e Vila Inhomirim, sempre ameaçadas de desativação.
As extensões de Vila Inhomirim e Guapimirim resistem às tentativas de erradicação. Interesses políticos, de empresas de transporte coletivo, e até grupos criminosos, são os principais interessados nessa erradicação. Existe um projeto para que todo o trecho desde Guia de Pacopaiba (Porto Piedade) até Vila Inhomirim, seja operado por VLT, tendo em vista o seu potencial turístico e histórico. A proposta é bastante viável devido ao trecho ser em bitola métrica e compatível com as condições atuais do leito. Se isso vai sai do papel são "outros quinhentos".
ExcluirO governo do estado de vez em quando vem com a história de voltar com a ligação ferroviária até Petrópolis. Primeiro tem que se resolver com a SuperVia que ora quer devolver a concessão, procurando um comprador, ora quer estender a concessão até 2048...
ResponderExcluirO leito ferroviário entre Vila Inhomirim e o Alto da Serra foi parcialmente invadido. No local onde havia um grande pátio ferroviário e oficinas de reparo, foi construído no final dos anos 60 o Conjunto Habitacional do BNH e o "morro da oficina" foi totalmente favelizado. Daí até o centro de Petrópolis os trilhos seguiam pela Rua Teresa em um percurso que atualmente seria muito complicado. Eu torço para a volta dos trens, mas acho muito difícil.
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