As obras de construção da Avenida Central (Av. Rio Branco) tiveram início em 8 de março de 1904, comandadas pela firma Antonio Jannuzzi, Irmão & Cia.
Esta avenida, a partir de
1912 chamada de Avenida Rio Branco, foi aberta no Governo Pereira Passos, com a
grande colaboração do engenheiro Paulo de Frontin. Este, em 14 meses de
trabalho, construiu esta avenida de 1800 metros de comprimento e 33 de largura,
rasgada de mar a mar, do Largo da Prainha à Praia de Santa Luzia.
Segundo nos conta Gastão
Cruls, ao contrário do que vaticinavam retrógrados e pessimistas diante daquele
terrível bota-abaixo de 550 casas que, ao seu parecer, dificilmente seriam
substituídas, já em 1908 não havia mais um só terreno a vender.
Datam, também, desta
época o calçamento a asfalto, realizados em larga escala após uma experiência
inicial, em 1905, na Rua Gonçalves Dias, entre Ouvidor e Sete de Setembro. Esta
substituição dos paralelepípedos coincidiu com o aparecimento de automóveis
que, de 12 em 1904, já eram 2522 em 1914.
Logo surgiram prédios que
se distinguiram na Av. Central, tais como o da Escola de Belas-Artes, a
Biblioteca Nacional, o Municipal, o Clube de Engenharia, a Caixa de
Amortização, o Clube Naval, o Jockey Club, o Derby Club, o Jornal do Comércio, o
Jornal do Brasil, a Equitativa, a Companhia Docas de Santos, entre outros.
Era o Rio da “Belle
Époque”, o Rio que parecia Paris.
A Praça Marechal Floriano
(1910), com o monumento de inspiração positivista idealizado pelo Clube Militar
em homenagem ao segundo presidente da República. O Teatro Municipal (1909), a
Escola Nacional de Belas Artes (1908) e a Biblioteca Nacional (1910).
À esquerda vemos a sede do Jockey Club, inaugurada em 1913. Ao lado do prédio do Jockey ficava a sede do Derby Club, projeto do mesmo arquiteto, inaugurada em 1916. Em 1932 os antigos rivais se uniram e o conjunto dos imóveis transformou-se na sede do Jockey Club Brasileiro. À direita vemos o prédio do Clube Naval que, modificado, ainda ocupa esta esquina até hoje. Esta sede do Clube Naval foi inaugurada em 1910. Mais adiante, à esquerda, o MNBA e a Biblioteca Nacional; à direita, o Teatro Municipal.
Foto de 1923, com o Hotel Palace, à esquerda, e a sede do Jockey Club, à direita.
Foto por volta de 1920. Automóveis com volantes do lado direito, belos postes no canteiro central, à direita o edifício do Jornal do Brasil.
Esta foto parece a cena de um filme. Acho que o fotógrafo estava na altura da Rua São José, olhando em direção à Praça Mauá.
A decoração talvez fosse a da visita do Rei Alberto da Bélgica. A elegância dos cariocas era impressionante.
Ir à "cidade" era um acontecimento social na primeira metade do século XX.
O que fizeram com o Rio?
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirInfelizmente a primeira geração de prédios da avenida, com as raras exceções, durou muito pouco. Com o desenvolvimento do concreto armado, possibilitando edificações cada vez mais altas, era questão de tempo para a substituição.
Fora a influência americana após a II Guerra e mais tarde a onda das caixas de concreto e vidro.
FF: alguém ontem percebeu algum sinal do apagão durante a manhã. Aqui, nem sinal... Fiquei sabendo pelo comentário pois não assisti a telejornal de rede à tarde, só o JN à noite.
Complementando, os jornais locais preferiram dar destaque ao MMA no Ninho do Urubu, incluindo imagens aéreas do "mosquito" da Record.
ExcluirSó na Band fiquei sabendo de áreas das zonas norte e oeste afetadas com cancelamento de aulas. Não foi comentado interrupções nos meios de transportes, como em outras cidades.
Muito boa a postagem de hoje, o que sobra da Rio Branco original ainda dá orgulho. Existem muitos videos de Rio antigo, com tomadas variadas da Rio Branco; entretanto, sugiro dar preferência aos que são musicados e têm informações escritas. As locuções são terríveis e uma locutora disse, dentro do mesmo quarteirão da Rio Branco, que era o Rio da "belépoki" (proparóxitona!) e se referiu ao cinema "paté", quase de pateta.
ResponderExcluirA foto 3, de 1923 (100 anos atrás) mostra ao fundo o processo de desmonte do morro do Castelo.
ResponderExcluirPor manterem suas construções históricas e arquitetônicas intactas que admiro os argentinos. Esse desmanche lá não aconteceu. Aqui deveria ter sido também assim. Todos nós sabemos que uma cidade precisa evoluir e crescer mas que os novos prédios comerciais fossem construídos em outras áreas do centro da cidade, deixando a Rio Branco intacta.
ResponderExcluirA oportunidade foi perdida na época da abertura da Presidente Vargas que por muito tempo ficou com vazios em sua extensão enquanto que na Rio Branco a picareta comia solta...
ExcluirUma beleza e uma tristeza! Dos resquícios tenho foto, que tirei, das obras do VLT em que apareciam as camadas abaixo do asfalto da RB e alguns paralelepípedos originais. O pouco visitado Museu da Cidade, na Gávea, tem laca original da Av. Rio Branco, verde com letras brancas. Um crime a derrubada dos prédios. Assunto paralelo: Falta fazer um levantamento das alterações de gabaritos dos prédios que aparecem isolados na cidade e quem os liberou.
ResponderExcluir"Paris era aqui". Qual é o sentido dessa afirmação? Cômico, irônico, ou nostálgico? Qualquer que possa ser o entendimento, a decadência é inegável. Há pouco tempo eu estive na Avenida Rio Branco, em especial numa sapataria na Galeria dos Comerciários. O aspecto da região é desolador e em nada se compara com o conteúdo dessa postagem. Um vendedor da loja me disse que o movimento caiu mais de 60% e muitas lojas na Galeria fecharam. A quantidade de moradores de rua, de camelôs, e de elementos suspeitos, principalmente nas esquinas é grande. Bandos de pivetes circulam livremente à espera de uma oportunidade para agir. O que salva esse cenário é a circulação do VLT.
ResponderExcluirTendo em vista as centenas de desapropriações ocorridas, em que circunstâncias elas ocorreram? É sabido que por ocasião da demolição do Morro do Castelo muitos moradores foram praticamente expulsos de suas casas e alojados em barracões na região da Praça de Bandeira e São Cristóvão. Será que foram devidamente indenizados? Para a abertura da "Avenida Central" teria sido diferente?
ResponderExcluirOs jornais da época criticaram bastante o "bota-abaixo" de Passos. As arbitrariedades foram muitas, mas ele tinha apoios políticos importantes. Mas que o resultado final foi impressionante, isto é inegável. Acho que ninguém pode negar que a Avenida Central ficou linda.
Excluir"Nem tanto ao mar nem tanto à Terra", mas do jeito que as coisas estão não podem com continuar. O Rio e porque não dizer o Brasil, estão destruídos pelo excesso de "direitos" e pela falta de limites. Em qualquer país sério e organizado é inadmissível a permanência de pessoas vivendo nas ruas sem qualquer resquício de civilidade, comendo e dormindo nas calças, fazendo suas necessidades "porta do alheio", sem serem incomodadas em razão de "direitos adquiridos" por uma legislação torpe e criminosa cujo objetivo é "solapar" a sociedade produtiva. As favelas se tornaram reduto de criminosos "acolhidos e afagados" pelo poder público por razões inconfessáveis. Um conhecido jornalista atuante na mídia televisiva a afirmou com muita propriedade que "o que se pode esperar de um país um país no qual mais de 70% da população é composta de analfabetos e analfabetos funcionais?"
ExcluirA foto 6 não se refere à visita do rei Alberto da Bélgica, pois esta aconteceu em 1920 e os carros mostrados são de princípios da década de 1930 ou fins da anterior.
ResponderExcluirE só um transeunte com chapéu palhinha, bem abundante nas fotos de 1920.
ExcluirNa última foto tem mais quantidade, assim como chapéus e vestidos típicos de um século atrás. Inclusive os das meninas, com o detalhe de serem curtos, tipo "papai não gosta".
Chapéus femininos típicos...
ExcluirPelo que pode ser lido via internet, nos jornais da primeira metade do século passado, durante um bom tempo era simplesmente "a Avenida", como se não tivesse um nome, seja Central ou Rio Branco.
ResponderExcluirConsta que o prédio do Jornal do Brasil foi o maior do Rio até a construção do Edifício "A Noite".
A grande chance de poupar um pouco mais as construções da Av. Rio Branco foi a partir da abertura da Av. Pres. Vargas na década de 40, concentrando mais as edificações novas por lá. Porém isso não aconteceu.
Acho que naquela época ninguém queria expandir para os lados da Cidade Nova.
Os inquilinos é que foram os maiores prejudicados nos bota abaixo da cidade, pois os proprietários teriam recebido indenização. Com certeza os despejos contribuíram para o primeiro grande inchaço da favela original e criação de outras.
Ainda é importante ler jornal pendurado em banca, pois foi assim que vi o que era o MMA do Ninho, conforme comentário mais cedo do Augusto. Cheguei a pensar que teria alguma apresentação oficial desse tipo de luta, que, por sinal, não acompanho.
ResponderExcluirO Biscoito lembrou bem, está cheio de erros de pronúncia em narrações de vídeos na internet. E dos mais variados assuntos.
ResponderExcluirE nem falo do Paulo de Frontin, porque esse sempre teve até 3 variações.
Os repórteres da Band News, que eventualmente ouço no rádio do carro pela manhã, dizem verdadeiras barbaridades ao citar nomes de ruas conhecidíssimas do Rio. Não têm noção de outros idiomas, nem dos nomes de pessoas famosas.
ExcluirOutro exemplo é a Praça Sans Pena, que a ecrita correta possui um "til" na letra "n" da palavra Pena (no meu teclado não é possível digitalizar) , visto que o nome é de origem castelhana.
ExcluirBom dia Saudosistas. Já cumprida a etapa da manhã com os netos, levá-los ao oftalmologista na Barra, consulta marcada para 8:00h. No Brasil crimes são cometidos de todas as formas, principalmente pelos políticos inescrupulosos, como disse ontem e volto a repetir, triste o País que destrói as suas memórias e raízes. Como dito já por alguns comentaristas acima, a Av. Pres. Vargas poderia ter servido para a expansão da cidade, bem como a Av. Rodrigues Alves e Venezuela. Porém num País onde a população é semi analfabeta, nossos políticos também o são, os que não são analfabetos são corruptos e ladrões. Já as portas dos 70 anos, não tenho a menor esperança de mudança desta situação do País, só vejo mudanças se o País voltar a ser uma colônia por pelo menos 2 a 3 séculos, talvez aí na nova independência o povo aprenda a lutar para tornar um País decente.
ResponderExcluirO livro "Era uma vez o Morro do Castelo" aborda a questão das desapropriações, que em alguns casos foi traumática. O livro aborda os aspectos sociais da vida no morro, que contrário do que muita gente pensa e apesar dos imóveis deteriorados, não era uma favela, as casas eram dotadas de eletricidade, e foi uma pena não sobrar praticamente nenhum vestígio. Os boatos da existência de tesouros escondidos circularam por muitos anos após a demolição.
ResponderExcluirO país já é uma colônia do narcotráfico.
ExcluirFora de Foco: Agora pela manhã no interior de um ônibus do BRT na altura do Túnel da Grota Funda, um cidadão resolveu colocar o penis para fora e "se esfregar" em uma mulher. A mulher gritou e os passageiros revoltados atiraram para fora do ônibus em movimento o "assediador". Resultado: o homem fraturou a perna e foi preso em flagrante. O curioso é que ninguém foi responsabilizado (até agora), mas certamente o autor será identificado. É a barbárie tomando conta da sociedade.
ResponderExcluirSó foi jogado para fora do ônibus? Tinha que ter cortado o pinto dele antes e depois jogado para fora do ônibus.
ExcluirFF. Alguém sabe porque a Globo não passou o jogo da Inglaterra x Austrália?
Eu acho que nos casos de flagrante delito de alguns crimes o linchamento in loco deveria ser norma padrão.
ExcluirO título da postagem de hoje me lembrou a célebre pergunta do Hitler ao General Dietrich von Choltitz, governador militar de Paris, no final de agosto de 1944: "Paris está em chamas?"
ResponderExcluirHitler queria que o general destruísse várias construções de Paris, com efeito militar e na moral nas tropas aliadas, mas o general desobedeceu a ordem e não destruiu nada.
Heidelberg também escapou da destruição em virtude de acordo entre comandantes militares aliados e nazistas.
ResponderExcluirCerca de 0,00000001% dos militares nazistas tinha humanidade.
ResponderExcluirCesar16 de agosto de 2023 às 07:19
ResponderExcluir"O que fizeram com o Rio?"
Primeiro comentário de hoje: perfeito, definitivo.
A pergunta deve ser : O que estão fazendo com o Brasil ?
ExcluirSim, é pertinente, cabe a pergunta.
ExcluirO diabo é que, a julgar pela situação, a exemplo do Rio, já fizeram .... Inês é morta.
Este comentário também é perfeito e definitivo. Inês é morta ! Tanto para o Rio, quanto para o Brasil.
Excluir"O que estão fazendo com o Brasil?" Não há dúvidas de que qualquer pessoa com um mínimo de inteligência sabe, ainda que seja mal intencionada, aplauda, ou até tenha participação nessa agonia que vem se arrastando há décadas. E também é óbvio que uma volta à normalidade "não será com chuva de pétalas de rosa, abraços em uma praça, ou atendo à uma ordem de Jesus". Mas isso que está acontecendo e/ou ainda poderá acontecer, não foi por falta de sinais de alerta que há anos vem soando, mas que muitos ignoraram ou "fingiram ignorar". É como aquela estória bem conhecida na qual o indivíduo não se importava com as pessoas que eram presas gradativamente à sua volta. Ele dava de ombros e dizia: "não é comigo". Até que um dia chegou a vez dele...
ResponderExcluirNos últimos anos foram tantas narrativas que surgiram no Brasil, algumas conspiratórias, outras nem tanto, que digo uma coisa: cansou! Inventam estórias, criam "verdades", criam "fantasmas", a moda agora é "lacrar". Observa-se a dinâmica do "quem não tem" tirar leite de pedras e o "quem tem" manter o seu quinhão autodeclarado conseguido a "muito custo". E nesse fuzuê vale tudo, sempre se utilizando a lógica do "o certo sou eu". Imagina, então, a ausência de um Governo em meio a esse carnaval?
ResponderExcluirO triste é quando se depara com o grupo dos "quem tem" emitindo toda a sua fúria na maior exemplificação da frase do "filósofo" Zeca Pagodinho: "há gente que vive chorando de barriga cheia..."
Morreu hoje no Rio, aos 75 anos, Mário Jorge Lobo Zagallo, ex-jogador de futebol, técnico e até recentemente membro da comissão técnica da seleção brasileira. Ele estava internado na Clínica Cirúrgica Santa Bárbara, em Botafogo, desde a manhã desta sexta-feira (20) em razão de várias complicações do miocardio. Grande Botafoguense, até na hora da morte.
ResponderExcluirLino, Zagallo nasceu em 1931, tinha 92 anos.
ResponderExcluirO estagiário do UOL errou a idade do Zagalo.
ExcluirEstranho o Jornal Nacional ignorar a "morte" do Zagallo, assim como a transmissão do jogo do Flamengo, na Globo, incluindo o momento do "minuto de silêncio".
ResponderExcluirNa copa feminina deu a lógica e a final será Espanha X Inglaterra no domingo.
O Manchester City venceu o Sevilha nos pênaltis a Supercopa da Europa.
Dorival Júnior poderá ser bicampeão da Copa do Brasil.
ResponderExcluirAté o presente momento a notícia é
ResponderExcluirque o Zagallo está vivo, embora muito mal no hospital.