Foto de Juan Gutierrez, de 1892, mostrando a Praia da Saudade, que ficava onde hoje é o Iate Clube do Rio de
Janeiro, na Avenida Pasteur. Anteriormente, o antigo Porto de Martim Afonso de Souza já foi chamado de Praia do Suzano e Praia de Santa Cecília. Teria recebido o nome de Praia da Saudade em 1868, por proposta do vereador Bittencourt da Silva, conta Claudia Gaspar em "Orla Carioca". Alguns alegam que o nome se deve a um cemitério ali existente. Finalmente, a Rua da Praia da Saudade, pelo Decreo 1843 de 27/12/1922, passou a se chamar Avenida Pasteur.
Esta mureta da Praia da Saudade foi construída por ocasião da Exposição Universal de 1908, realizada na Praia Vermelha. Esta foto é posterior a 1918, quando foi concluída a construção do prédio da Faculdade Nacional de Medicina, que vemos à esquerda.
O belo prédio foi um dos pavilhões da Exposição de 1908, o "Palácio dos Estados", e depois repassado para o Ministério de Agricultura, para ser o "Departamento Nacional de Produção Mineral". Atualmente ali funciona o Museu de Ciências da Terra.
Em 1920, a família Guinle e a família Rocha Miranda, criaram o
Fluminense Yatching Club, que funcionava nas instalações do Fluminense, em
Laranjeiras, transferido, logo depois, para a Praia da Saudade. Nesta nova
sede, frequentemente ampliada, havia cabines de banhos de mar, antes do acesso
a Copacabana ter sido facilitado. Funcionou também, durante muito tempo, um
estande de tiros, neste espaço do clube. Mais tarde, as atividades
esportivas abrangidas eram relacionadas a lanchas, aviação, tênis, esqui aquático, vela, pesca e pesca submarina.
A Praia da Saudade foi definitivamente
aterrada em 1934/1935, quando ali foi construída uma pista de pouso de aviões,
que durou até o início da 2ª Guerra Mundial.
Um projeto de ampliação para o Fluminense Yatching Cllub foi feito por Niemeyer, mas o projeto não foi seguido à risca, sendo as ampliações feitas sem um plano específico. O clube passou a se chamar Iate Clube do Brasil e, por volta da década de 1960, Iate Clube do Rio de Janeiro, denominação que tem até hoje.
Como escreveu H. Barroso: “Por meio do
tráfico de influência, principalmente junto ao Prefeito do Distrito Federal (Antonio Prado Junior), o Iate Clube foi obtendo outras concessões aforadas que completaram, somadas aos acrescidos de marinha, o excepcional espaço conquistado que chega hoje a inacreditáveis 81723 metros quadrados".
Nesta foto, do acervo do desaparecido comentarista Pgomes, vemos um aspecto do aeródromo do Iate. O DAC, em decreto de outubro de 1945, pôs fim à pratica de aviação neste local. Esta pista de pouso foi construída por iniciativa do empresário Darke de Matos, que era um entusiasta da aviação, e que dá nome a um dos hangares do Iate Clube que existe até hoje. O aeroclube foi desativado em função da interferência com a pista do Santos Dumont, que provocou um acidente com muitos mortos.
Esta foto, colorizada pelo Conde di Lido, em um de seus primeiros trabalhos, mostra o avô de meu amigo Hugo Hamann e seu hidroavião em frente ao Iate.
PS: Desta forma, através de interesses políticos e, provavelmente, outros métodos menos recomendáveis, os cariocas perderam uma bela praia.
Bom Dia ! Acho que ainda é cedo, volto mais tarde.
ResponderExcluirBom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirDia de acompanhar os comentários. Área fora da minha jurisdição.
O último parágrafo, antes do PS, ficou meio estranho...
E a praia da Saudade ficou na saudade.
ResponderExcluirUm aterro de dar inveja ao Caiçaras e ao Piraquê que também fizeram o mesmo na Lagoa.
E outro dia uma construtora anunciou uns prédios com praia particular no Recreio.
Nossa cidade é vítima frequente desses conchavos. Se não são aterros são liberações estranhas de gabarito que permitem arranha-céus desproporcionais.
Uma bagunça geral.
Em tempo, as postagens do PGomes, com os filmes de família, eram muito interessantes.
ResponderExcluirA Praia da Saudade foi citada em uma dessas obras literárias indicada por professores. O Cortiço, se não me engano.
ResponderExcluirPara muitos deve ser difícil entender sua localização exata.
Será que o acidente que provocou o fechamento do aeroclube foi o que matou em 1943 o arquiteto e urbanista Atílio Correa, que projetou Goiânia e os bairros operários de Volta Redonda e da FNM em Caxias?
Projetou o terminal de hidroaviões do Santos Dumont e morreu num avião de pouso em terra próximo.
Paulo Roberto, o professor da Faculdade Nacional de Medicina, Dr. George Doyle Maia, em seus dois livros sobre a faculdade fala que teria morrido um estudante de lá, "num acidente com um teco-teco".
ResponderExcluirAlguns historiadores também dizem que o fechamento do aeródromo se deu por interferir na rota de pouso/decolagem do Santos Dumont.
Sim, a dúvida é se precisou ter um grande acidente para chegarem a conclusão sobre a interferência e se, nesse caso, seria o de 27/8/1943, se é que tinha outro avião envolvido. Além do arquiteto, morreram também o arcebispo de S. Paulo, Dom José Gaspar, e o jornalista Cásper Líbero, um dos agitadores do levante paulista de 1932.
ExcluirVou tentar uma pesquisa internética mais tarde.
Tudo leva a crer que tanto na expansão do Iate Clube como nos aterramentos para benefício do Caiçaras, houve influência política. Esse tipo de influência existe em todo lugar do mundo e ninguém reclama, pois existem classes de pessoas influentes por muitos motivos desde o tempo da Arca de Noé porque a sociedade é composta de classes, e manda quem pode e obedece quem tem juízo. No Brasil era assim, a vida seguia sua rotina, e ninguém reclamava.
ResponderExcluirDo final de 1935 até meados de 1936 o setor de Aviação do Fluminense Yacht Club experimentou um desenvolvimento bastante expressivo. Aumentou consideravelmente o número de sócios praticantes da aviação formados pilotos no clube, muito embora somente em 1940 o DAC - Departamento de Aeronáutica Civil, órgão criado em 1927, diretamente subordinado ao Ministério de Viação e Obras Públicas - tivesse liberado a licença para o funcionamento de uma escola de aviação no local. O Capitão Armando Lèvel foi contratado pelo clube para ser instrutor de aviação e, em 30 de agosto de 1936, formou a sua primeira turma. Em seguida, foi contratado o instrutor David Mac Menamin e, após 1940, o instrutor Rubem Abrunhosa. Devido às dificuldades para conseguir a legalização da Escola de Aviação, a banca examinadora das turmas ali formadas pertencia inicialmente ao Aeroclube do Brasil. As Licenças e Cartas eram expedidas, até 1940, pelo Departamento de Aeronáutica Civil e, a partir de 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, pela Diretoria de Aeronáutica Civil. Os alunos adquiriam carnês de vôo, emitidos pelo Aeroclube do Brasil, contendo cupons de 5 minutos cada, que lhes dava direito a vôos de no mínimo 25 minutos. Enquanto os tempos foram de paz, os aviadores do Fluminense Yacht Club desenvolveram uma aeronáutica estritamente amadora. Decorrente disso, aconteceram alguns raids entre cidades – Rio/Campos, Rio/Porto Seguro e também circuitos internos como o mini-raid em Manguinhos. Os tipos de aviões habitualmente utilizados nestas façanhas foram os do tipo Bandeirante, de fabricação nacional. Participaram do raid Rio/Porto Seguro, realizado em 1940, a Escola de Aviação do Calabouço, Escola Brazil de Manguinhos, Aero Club do Rio de Janeiro, Aero Club de São Paulo e a Escola de Aviação do Fluminense Yacht Club.
ResponderExcluir"Plenipotenciário Brigadeiro dos Ares Sebastianos, Piloto Indômito da Esquadrilha Defensora da Cultura Cidadã, Patrulheiro Incansável do Saber Iconográfico, Aéreo, Marítimo e Terrestre Dr. D',
ResponderExcluirSem buscar reles escusas para meu indesculpável desaparecimento, curvado rogo clemência ao nobre facultativo Montenegrino e prostrado aos pés do Sacrossanto Guardião dos Portais do Conhecimento Histórico de nossa Sebastiana Urbe, suplico pelo meu ingresso a este Fórum de Notáveis, de onde encontrava-me há demasiado tempo afastado.
Não me estenderei nos meus comentários. Minha incansável assistente, a prestimosa Mme. Simmons vigia-me como um mastim ao seu osso e impede-me que me exceda em minha azáfama diária. Ainda assim, dedico-me ao labor com denodo, guiado pela divina missão de semear o conhecimento pelos campos da ignorância que abundam em nosso bárbaro mundo atual.
Dileto confrade, minha já longa vida segue seu curso inexorável em direção ao infinito. Enquanto o momento de reunir-me com o Pai Eterno não chega, ocupo-me com meus escritos e estudos. Tenho ultimamente deixado meu equipamento computacional um pouco de lado, mas confesso que faz-me falta adentrar pelo éter internético e encontrar-me virtualmente com meus diletos confrades. Tenho a intenção de retornar amiúde.
Insígne esculápio, despeço-me agora. Encaminho-me à sala de refeições onde será servido algo ligeiro, à base de caldo de legumes e um pouco de batatas cozidas com pescado. Acompanha a refeição uma taça de Borgonha e frutas de nosso pomar como sobremesa.
Após a refeição, volto aos livros por um breve período e sigo fatigado para o catre, onde após a reza do terço, como tradicionalmente faço, buscarei nos braços de Morfeu, o merecido descanso.
Despeço-me Decolado, Sobrevoado e Aterrissado.
Seu Criado,
Dr. Hermelindo Pintáfona"
Soam os clarins! Ouvem-se as trombetas!
ResponderExcluirO "Saudades do Rio" parabeniza o grande colaborador GMA por seu aniversário hoje.
Parabéns, muita saúde e muitas pesquisas sobre o Rio Antigo.
Tendo em vista meu desconhecimento sobre o assunto do dia, meu único comentário de hoje é para dar parabéns ao GMA pelos seus 40 anos bem vividos.
ResponderExcluirOpa! Que alegria receber votos nesse delicioso Canto do Rio! Diariamente tenho meus momentos de prazer e aprendizado. Grato pela gentileza e carinho do Luiz , Carioca Especial, a merecer homenagem maior que a nossa.Meu muito obrigado .
ResponderExcluirÉ o GMA, mas vezes a cibernética ....
ExcluirParabéns, GMA! Felicidades! Tudo de bom!
ResponderExcluirVoltando para aumentar a fila dos parabéns ao GMA, que comemora (no sentido figurado) com Paula Toller e Sylvinho Blau-Blau...
ResponderExcluire Tonia Carrero, Nelson Rodrigues, Suzana Vieira e Glória Pires
ExcluirMinha comemoração é com Marília Pera, Barbosa Lima Sobrinho, Brizola e Imperatriz Leopoldina, entre outros.
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