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sábado, 9 de setembro de 2023

FIM DE SEMANA EM PETRÓPOLIS

Petrópolis era o destino em finais de semana e, sempre, nas férias. A casa de meu avô ficava na Rua Padre Siqueira e consistia nesta primeira construção onde eram os cômodos, além do terreno ao lado, onde havia um belo jardim e, mais ao fundo, um mini-campo de futebol, colado no morro.


A casa, à direita, o portão e, à esquerda, o jardim onde minha avó plantava hortênsias. À noite era um festival de pirilampos no jardim.

Em frente à casa, por anos, um mesmo senhor retirava areia do rio. É possível ver uma monte de areia retirada na calçada.


Esta era a vista da varanda de casa. Ali ao fundo, do outro lado do rio, ficava o Palácio de Cristal. Bem nesta bifurcação o Piabanha tinha duas cores, pois o braço que recebia os despejos da fábrica de cerveja Bohemia era amarelado. E tinha um cheiro característico.

Pela Rua Padre Siqueira, nas férias de janeiro, passava diariamente o Brigadeiro Eduardo Gomes pedalando sua bicicleta. Sempre nos saudava com um aceno.


Na varanda, de frente para o Rio Piabanha, o que mais um menino podia querer com tantos carrinhos e um posto de gasolina para brincar?
Só as rosquinhas que uma vizinha, D. Nicolaia, vendia.


Em colorização do Conde di Lido, minha "baratinha".


O programa à tarde era ir a um dos cinemas da Avenida XV, hoje Rua do Imperador, se não me engano. Era o tempo do Petrópolis e do Capitólio.


Na Petrópolis dos anos 50 misturavam-se carros, charretes, bicicletas. Estas, na época, tinham placas.


À esquerda ficava a estação de trem. Sempre íamos esperar a chegada do trem, às 8 horas aos domingos, para comprar o Correio da Manhã e disputar com os irmãos quem leria primeiro o caderno de quadrinhos coloridos.

Mais adiante, à esquerda, havia um "tiro ao alvo", em frente ao ponto final dos ônibus para os bairros como "Retiro", "Cascatinha", etc. Havia as espingardas de chumbinho para destruir pedaços de louça pendurados e as espingardas com uma rolha de vinho na ponta do cano para acertar maços de cigarros dispostos numa prateleira. 


O "rink" Marwill, entre o Petropolitano e a Praça da Liberdade, era o local ideal para patinar. Os patins eram alugados ali no fundo. Aos domingos pela manhã, alternadamente, havia jogo de futebol de salão ou de hóquei sobre patins.



 O D´Angelo era o local onde minha avó tomava chá e comprava os maravilhosos caramelos de chocolate, goiaba ou leite.


Meu avô era freguês do Restaurante Copacabana, também na Avenida XV. O filé com fritas era, óbvio, nosso prato preferido.


As charretes estacionadas ao lado do muro do Museu faziam parte do dia a dia de Petrópolis. Rivalizavam com as charretes mais simples alugadas na Praça da Liberdade, onde também se alugavam cavalos (para dar a volta na praça, para ir da praça até a Catedral, ou por hora).


A Catedral, ainda sem a torre. Minha avó e minha mãe não abriam mão. Domingo era dia de ir à missa.

Nas chuvas de 1966 o morro atrás da casa desmorou, destruindo-a até a metade. Felizmente não havia ninguém na casa. Meu avô optou por vender e o jardim se transformou num estacionamento cimentado e na casa instalou-se uma firma comercial.

Certa vez, passando por lá e fotografando a fachada, o dono saiu e me perguntou a razão das fotos. Disse que havia passado minha infância ali. Gentil, me convidou para entrar, mas preferi ficar com minhas recordações em vez de ver tudo transformado para pior.

Falta dizer que nossas férias eram ótimas, com muitos jogos dentro de casa, jogos de mesa e futebol, pedalar de bicicleta pela parte de terra da União Indústria, do outro lado do rio, andar a cavalo, ir ao cinema, passear no Quitandinha, olhar o Palácio Rio Negro quando o Presidente da República estava lá, ir lanchar nas Lojas Americanas.

Não havia televisão, mas não nos fazia falta. Todo final de tarde, na varanda, ouvíamos "Jerônimo, o herói do Sertão" e "As aventuras do Anjo".

E ter a companhia do avô e da avó era um privilégio. 

Coloca aqui, sob o "Anônimo" o comentário do Menezes. Não sei a razão de ele não aparecer nos "Comentários" quando abro o site no desktop. No celular aparece...


61 comentários:

  1. Que beleza! Essa também é a Petrópolis de meu tempos de garoto.
    Também andei a cavalo, de bicicleta, patinei, etc.
    Frequentei os bailes de carnaval do Petropolitano, andei no trenzinho da Faraco Loterias e nos pedalinhos do Quitandinha.
    Lembro das pontes de madeira que trepidavam com a passagem dos carros e dos balaústres pintados de vermelho. E das milhares de hortênsias.
    Do ruço e dos temporais de verão.
    Grandes velhos tempos.

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  2. Petrópolis atualmente é uma cidade que sofre as mazelas da favelização . A irmã de meu avô paterno possuía uma casa em Pedro do Rio, 4° Distrito de Petrópolis nas margens do Rio Piabanha, e muitas férias de meio de ano passei lá. A estação ferroviária ainda está de pé e bem conservada, mas a qualidade de vida nas regiões de Cascatinha, Nogueira, Correas, Itaipava, e Pedro do Rio, decaiu bastante.

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  3. Bom dia, Dr. D'.

    Continuo fora da minha jurisdição. Parcas idas na década de 80, saindo de Madureira. Ficava pouco tempo, restrito à região da rodoviária.

    A cidade foi assolada no ano passado por uma enchente sem precedentes. A de 2011 atingiu mais outros locais da região serrana. Até hoje toda a região sente os efeitos. Nessas ocasiões vemos como a índole das pessoas aflora. Para o bem ou para o mal.

    Ficarei acompanhando os comentários.

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  4. A vida não é só feita de tristezas, nem de coisas ruins. Há gente que só vê o copo meio vazio. O copo meio cheio existe também.
    Não acho que a qualidade de vida tenha caído em Itaipava, por exemplo. Novos condomínios, ótimos restaurantes, muito comércio e por aí vai. O que falta lá é uma opção de atendimento médico melhor.

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  5. Em minhas idas à Praça XV era comum ver nas bancas de fotos registros de famílias e amigos em Petrópolis e outras cidades. Algumas eu comprei por achar interessantes.

    Como as do piloto "fofuxo". O biscoito consegue identificar a maioria dos veículos?

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  6. Também passei muitos finais de semana numa casa da Av. Piabanha, onde moravam amigos da minha idade com brinquedos apropriados; além da casa, tínhamos o Piabanha, onde meu Missouri acabou, fuzilado por balaços de Diabolô. Nem imagino a cena 60 anos depois, duas crianças portando "fuzis" de ar comprimido e um navio de guerra perambulando pelas ruas.
    Gostei demais do texto carinhoso do gerente, não muito diferente do que eu vivi nas minhas férias em Santos. Avós são deliciosamente parecidos. Mas falemos de carros.
    Subíamos a serra de Skoda 1951 até 63, quando o tcheco foi trocado por um DKW-Vemag Universal, o nome da Vemaguet antes de 1961.
    Na Avenida XV, uma camionete "woody" sobre Pontiac Streamliner, de 1947, ao fundo um Mercury 50 e à esquerda, um Ford 35, mais ou menos.
    Na foto seguinte, um Chevrolet Fleetline 1947, um Plymouth 1949 e, esperando o cavalo passar, um Mercury 51.
    Na foto aérea, um carro bem raro por aqui, inconfundível: Standart Vanguard Estate (camionete), anos 50; além dela Fuscas e Rurais.
    Na foto do D'Angelo, o Fiat Pulga achou a sombra, enquanto aquela beleza de Flxible (assim mesmo, sem o e) desfila ensolarado entre Studebakers e Chevrolets. Esse ônibus era a marca da Rio-Petrópolis e tinha um som de motor inconfundível, motor a gasolina, de Buick, ê tempo bom!

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    1. Isso que é rapidez. Faltou a "baratinha"...

      Brincadeira. Continua impressionante.

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  7. Os ônibus da Única e da Útil vindos do DF e mais tarde Guanabara, encostavam junto à plataforma da E F. Leopoldina no Centro da cidade. Eu me lembro da estação nos seus últimos tempos de funcionamento. A porta pantográfica muitas vezes ficava fechada, um sinal de que os trens com destino à Minas Gerais estavam "trilhando por outros caminhos". Em 30 de Março de 1963 em aviso impresso de ampla divulgação nos jornais da época, a Leopoldina comunicou que os trens com destino à Minas Gerais através do ramal de Vila Inhomirim teriam a circulação suspensa. A partir daquela data os trens iriam seguir pela Linha Auxiliar até Japeri, Miguel Pereira, e Três Rios, seguindo daí para seus destinos em Minas Gerais. Mas houve protestos de moradores de Petrópolis e o ramal de Vila Inhomirim voltou a funcionar de forma precária alguns meses depois. Mas em 17 de Fevereiro de 1964 um descarrilamento na altura da estação do Meio da Serra causou a morte de seis pessoas e ferimentos em outras trinta. O ramal novamente teve a circulação suspensa e em pouco tempo foi extinto "por partes e de trás para frente": em Maio de 1964 foi suspenso o trecho entre Três Rios e Nogueira; em Junho o trem chegava até a Estação do Alto da Serra, incluindo-se aí a estação do Centro de Petrópolis, e em 5 Novembro de 1964, o trem desceu a Serra pela última vez.

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  8. Com a extinção de ramal da Serra de Petrópolis, ficou bastante prejudicado o fluxo de carga e de passageiros em direção à Minas Gerais, e tornou-se necessária a construção de uma alternativa que suavizasse o problema, e a solução foi a construção do Ramal de Ambaí, ligando São Bento, uma estação um pouco adiante de Duque de Caxias, até Ambaí, estação da Linha Auxiliar. Com isso os trens da E.F. Leopoldina poderiam acessar a linha auxiliar na altura da Reduc. O ramal acabou ficando pronto em 1968, mas até que fosse inaugurado o ramal, a Leopoldina "arrendou" o trecho da E.F. Rio D'Ouro entre Triagem e Pavuna para que seus trens expressos atingissem a Linha Auxiliar através do "Circular da Pavuna" em São Mateus. Para isso foram desativadas as estações de passageiros da Rio D'Ouro entre Del Castilho e Pavuna.

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  9. A minha primeira viagem à Petrópolis foi 1992 e a segunda e última, por enquanto, em 2014. Não consigo recordar se fui lá quando muito pequeno, mas tenho uma vaga lembrança de uma visita àquela construção tipo disco voador do Belvedere da descida da serra, local atualmente abandonado.
    A exemplo de Paquetá, Petrópolis já não tem os tradicionais veículos de tração animal, decisão tomada após plebiscito popular. Não sei dizer se assim também foi na simpática ilha carioca.

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  10. Bom dia Saudosistas. Gosto muito de Petrópolis, costumo muito ir passar o final de semana por lá, principalmente na época da Bauernfest (Festa do Colono Alemão), este ano mesmo estive lá. As vezes fico circulando entre Petrópolis e outros distritos próximos, quase sempre por imposição da Madame, termino o programa passando por Nogueira numa lojinha em frente a Praça, onde vende o melhor Mil Folhas do RJ. Mesmo com os problemas citados, as cidades Serranas do Rio, ainda é um bom lugar para se passar um final de Semana. Agora muito bom mesmo são nossos netos passarem as férias com agente, tive o prazer de ficar o mês de agosto até o dia 05/09 com os meus netos passando férias no Brasil, já estamos em contagem regressiva para o retorno deles em Dezembro para passarem o final de ano, faltam exatamente 12 semanas.

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  11. Ainda na memória o motor do Kaiser fervendo no Alto da Serra. Aquela estrada em mão-dupla era um suplício.
    Dos cavalos da praça me lembro dos meus favoritos: Cambaxirra e Montenegro.

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  12. Já se encontra em final de projeto o trem do Rio para BG. O projeto já vinha sendo idealizado desde 2016, mas as obras de reforma e manutenção dos trilhos só começaram de fato no último dia 27 de junho.

    Nesse primeiro momento, o trem percorrerá 37 km entre Três Rios (RJ), Sapucaia (RJ) e Chiador (MG). A ideia é que sejam realizadas duas viagens por dia, uma de manhã e outra à tarde, aos sábados, domingos e feriados. O trajeto deve durar entre 2h e 2h30.

    O trem usado na viagem, que passará pela Zona da Mata Mineira, terá quatro locomotivas, 15 carros de passageiros, um vagão-restaurante e capacidade para 873 pessoas. Ele pertencia à Vale e está sendo reestruturado para receber passageiros.

    Estou na fila, curioso, para fazer esta viagem.

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    1. Já li sobre o assunto, mas até o momento no lado mineiro a linha só chega até Cataguases, depois de passar por Além Paraíba (Porto Novo), Volta Grande e Leopoldina, trecho usado até 2015 para o transporte de bauxita que em terras fluminenses chegava até Três Rios.
      Chegar até BH nesse trem ainda não tinha ouvido falar. Deve ter algum ramal da Vale emendando até Barão de Cocais e/ou outras da região da empresa e daí até BH.

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    2. Talvez haja alguma parceria com a MRS, que usa ferrovias para seu negócio.

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    3. Pode ser, mas MRS seria Três Rios - BH, via Juiz de Fora, Barbacena e outras na paralela da BR-040.
      Porém, até o momento, as concessionárias nas linhas que têm transporte de cargas não estão aceitando o transporte de passageiro, exceto algumas da Vale que nem sei se é concessão.
      Trem de turismo não convive com trem de carga, pelo menos no Brasil.

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    4. Fiquei algum tempo tentando descobrir o que era "BG". Aí eu vi a correção...

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  14. O ruço foi do fundo do baú. Petrópolis ficava parecendo Londres.
    A estrada, quando você pegava um caminhão, era desesperadora.

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  15. Petrópolis tem apreço por quem tirava férias lá. Para o turista, é aquilo de "quem viu uma vez viu todas". O circuito é sempre o mesmo: Museu Imperial, Casa de Santos Dumont, Palácio de Cristal, catedral, eventualmente visita à antiga fábrica da Bohemia. Para quem tinha saco e dinheiro, passeio de charrete. E anualmente a Bauernfest.

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  16. A Bauernfest teve a primeira edição em 1989. Em 1991 comprei um sítio perto de Xerém e a partir de 1993 eu ia todo ano à festa, para recordar minhas possiveis encarnações germânicas. Isso até 1996, quando o ladrão me obrigou a vender o sítio. Dali em diante, devo ter ido umas duas ou três vezes à festa. Nem lembro quando foi minha última ida. Talvez 2014.

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  17. Espero não ser deletado hoje pelo titular deste fotolog. Tentarei não incluir nomes de famílias , que não a minha, neste comentário.
    Esta era a Petrópolis da minha infância/adolescência.
    Minha casa ficava na Av Rio Branco, início da rodovia para Areal, Tres Rios e Minas Gerais, União Indústria, bem na frente do Matadouro.
    Av. Rio Branco 1280, Granja Duvivier. Havia depois de uns 500 metros outra entrada à propriedade.
    Esta propriedade foi adquirida pelo meu avô, Eduardo Duvivier e era um terreno de 50 mil metros quadrados que englobava 4 casas. A central, onde ficavam meus avós, a minha (do meus pais) e mais 2 de outros filhos do meu avô, Claudio e Edgar Duvivier, fora as casas dos caseiros e alguns galpões de criação de coelhos, codornas e um que era o atelier de Edgar, um escultor renomado.
    Era uma granja autossuficiente , pois dispunha de uma cachoeira que desembocava numa piscina natural, depois de movimentar uma usina de geração de eletricidade para a granja.
    As hortas eram sensacionais onde todos os vegetais comestíveis cresciam com vigor.
    Meu avô recebia, no verão, Getúlio Vargas que era do seu partido e passava o verão no Palácio Rio Branco na Av.Koeler.
    Durante muito tempo foi mantida uma poltrona na qual o Getúlio dormiu com um charuto na boca que acabou caindo da sua boca e fez um furo na poltrona.
    Com a morte de todos os descendentes, a propriedade foi vendida por inacreditáveis 500 mil reais. Alguém da família, já morto, intermediou a venda e deve ter ganhado muito dinheiro por fora.
    Lamentavelmente a propriedade está, desde então, abandonada e invadida pela favela que esta descendo morro abaixo.
    Outro restaurante que me lembro, não recordo o nome, era também italiano e ficava na pracinha no início da avenida do museu imperial.
    Grande tempo!

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    1. Xiiiii, o "Neto do General Miranda" se suicidou!!!

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    2. Conde di Lido, como era de praxe, essa propriedade adquirida mantém um contrato de enfiteuse, pois não?

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  18. Meio fora de foco mas falando em estradas, é incompreensível como em pleno 2023 ainda permanecem do jeito que são a subida da Rio-Petrópolis e a descida da Via Dutra, trechos de duas das rodovias mais do que importantes para o estado e também para o país.
    .

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  19. Na Bauernfest tocavam sempre as mais famosas músicas de cervejaria, como "Rosamunde", "Liechtensteiner Polka", "In München steht ein Hofbrauhaus", "Solange der alte Peter". Raramente "Kornblumenblau", cuja letra é muito curta e tinha de ser repetida várias vezes. Eentre varias apresentações de conjuntos destacavam-se os que performavam o Plattler, uma dança em que os homens davam palmadas vigorosas nas suas botas.

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    1. alguma dessas músicas foram abraçadas pelo III Reich?

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    2. São tradicionais, algumas seculares. Tocam desde sempre. Há músicas alemãs que são tocadas atualmente e são do século XVIII. Várias são do século XIX. O III Reich usava como hino "Horst Wessel". Mas o exército nazista cantava muito "O du schöner Westerwald", bem antiga. E Lili Marleen foi adotada até pelos combatentes aliados. Vale a pena saber a história dessa música.

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  20. desculpem...Av Rio Branco 2280.

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  21. Na estação ferroviária do Alto da Serra havia um grande pátio ferroviário onde era feita a troca das locomotivas de "cremalheira" que subiam e desciam a serra para locomotivas tradicionais que operavam em locais planos, bem como oficinas para reparo do material rodante. Após a desativação todo esse complexo ferroviário foi demolido e no local foi construído grande conjunto residencial, o Conjunto do BNH. O local obviamente se favelizou e a área onde funcionavam as oficinas se transformou em uma grande favela conhecida como o "Morro da oficina". Na tragédia ocorridas em 2022 em Petrópolis, essa região foi uma das mais atingidas, e o número de mortos e desaparecidos muito se deveu aos desabamentos ocorridos em razão de construções irregulares. A natureza cobrou pesado tributo à incuria e à corrupção, onde até mesmo as vítimas tiveram sua parcela de responsabilidade

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    1. Construção irregular acaba em tragédia. Há mil exemplos...

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  22. O sumido Do Contra, se estiver lendo as reminiscências de alguns comentaristas, deve estar pasmo por não entender como essas pessoas têm agradáveis recordações de um tempo em que, na opinião dele, a qualidade de vida era muito pior do que hoje.

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    1. Hélio, As lembranças são de uma época na qual não nos ligavamos em política, crises, etc... Era apenas desfrutar daquilo que nossos pais tinham condições de nos oferecer. Para a gente era , a vida, uma grande festa. Hoje vemos que o buraco é mais abaixo...

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    2. Prezado Conde, acho que se você perguntar a alguém que já era adulto nas décadas de 1940/50 se ele preferia a vida naquela época ou agora, provavelmente ele dirá que preferia a de antigamente.

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    3. Sempre que se comenta sobre o passado e o presente eu lembro de uma frase sensacional de uma música do "filósofo" Belchior: "o passado é uma roupa que não nos serve mais..."

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  23. Os pais de um grande amigo tiveram durante alguns anos uma casa na Av. Barão do Rio Branco, do lado esquerdo do rio, na pista de terra, bem perto da Moageira, e quase em frente a uma perigosa curva da antiga União Indústria, que o piso - se não me engano de paralelepípedos naquele trecho - tornava mortal em dias de chuva, aconteciam muitos acidentes no local.
    Já adolescente passei bastante tempo lá e me lembro que no ano do vestibular era comum subirmos para estudarmos "direto" nos fins de semana, sem distrações.
    Lá se vão mais de 50 anos ...

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  24. Sei disso. Destrui um Karmann Ghia da minha mãe nesta curva de paralelepipedos. Era um sabão quando chovia...

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    1. Sim, até porque na época havia um tráfego pesado de ônibus e caminhões e tome óleo na pista; aí , com chuva, sabão mesmo.

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  25. Lili Marleen se tornou a canção favorita de todos os soldados, independente do seu país, porque a letra se aplicava a todos. Teve traduções em muitos idiomas: francês, inglês e até russo.

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  26. Conde, o palácio presidencial é Rio Negro e não Rio Branco.

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  27. Quem poderia imaginar que o Conde di Lido usasse outros pseudônimos para comentar?
    Ele é um habitual suicida digital.
    Hoje foi o "Neto do General Miranda".
    Assim aconteceu com "Tertuliano Delacroix" também.
    Quantos outros comentarista são mesmo o Conde?
    Será que era também o Renato ou o Do Contra?

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    1. Assim que vi o comentário do "Neto do General Miranda" achei que se tratava de um pseudônimo. Não imaginava que o "Tertuliano Delacroix" fosse se "suicidar" tão rápido...rsrsrs

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  28. Adoro Petrópolis e arredores. Frequento desde sempre. Tínhamos apartamento na Rua do Ipiranga, no Solar das Hortênsias. Dávamos coquinho para as araras dos jardins do Museu Imperial, comprávamos goiabada, doce de abóbora e maria mole na fábrica de doces Guerra. Cinema Dom Pedro, Petrópolis ou Esperanto (vi Help lá!), Panificação Petrópolis (hoje dilacerada pela harmonização arquitetônica) e seu rocambole de chocolate. Croquetes do alemão na subida, umas visitas ao Hospital Sta Terezinha quando alguém caia e levava pontos na cabeça(hoje parece que é da Estácio), o leite deixado na porta de casa em garrafas de vidro com tampa de papel alumínio, e um pão de minuto num convento no início da Rua Ipiranga, em frente a casa assombrada, hoje que parece ser do SESC. Casa Fajardo para consertar espingarda de chumbinho, e a memória para por aí, feliz com as lembranças acima! Ótima postagem. Tempus fugit!

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    1. O pão de minuto foi um verdadeiro Fundo do Baú; minha avó fazia, eu adorava, a receita "se perdeu", nunca mais comi algum.
      Mas ainda me "lembro" do gosto, muito bom.

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  29. Esses conventos eram comuns em Petrópolis. Havia um também na esquina da Padre Siqueira com a rua do Petropolitano, que vai dar na Praça da Liberdade. Ficava ao lado da garagem da Única/Útil. Faziam uns biscoitos muito bons por lá. Você entrava numa saleta onde havia uma janelinha na parede e por ali comprava os biscoitos.

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  30. Eram realmente outros tempos. O portão da casa, de ferro, ficava sem tranca durante o dia. Todo dia o padeiro chegava numa carroça fechada, puxada por um cavalo, tocava uma sineta, abria o trinco do portão, subia a pequena rampa entre a casa e o jardim, contornava a casa e ia deixar o pão na cozinha. A conta vinha no final do mês.

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  31. Assim que se saia da Antiga União Indústria - á direita, no sentido Juiz de Fora - para Corrêas, havia um "comércio", misto de armazém, armarinho e papelaria (!), que vendia uma cocada preta famosa na região; na década de 70 me lembro de ir várias vezes lá só para comprar - baratinho, baratinho - uma porção de cocadas.

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  32. Petrópolis é sempre bom de visitar, passear e desfrutar do clima, dos pontos turísticos e do sossego. Tenho ido desde criança, anos 70, com familiares. Foi também meu primeiro passeio escolar, em 1980, com a sempre obrigatória visita ao Museu Imperial. Depois várias visitas a cidade com parentes para, quase sempre, passar na Rua Teresa e no final ficar na Praça onde tem uma réplica do 14Bis. A última ida foi mês passado, 3 dias agradáveis na cidade conhecendo o interior do Quitandinha e por último o passeio pelo Castelo de Itaipava.

    O bom é que da Vila da Penha até o Quitandinha são 50 minutos, às vezes mais rápido que chegar ao Centro da Cidade com a Avenida Brasil engarrafada.

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    1. Por falar em Vila da Penha, a mais ou menos famosa Rua Almirante Ingram é desse bairro ou é Brás de Pina?
      Há discordância até em links de lojas no Maps.

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    2. Paulo, essa rua é Brás de Pina. Uns 15 anos atrás era, acho, considerado Vila da Penha. Houve atualização dos CEPs e ficou Brás de Pina. A famosa rua onde morou Romário. Ou tem mais alguma fama?

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    3. Que eu saiba nada mais, mas dos 2 aos 6 anos de idade morei nessa, pouco antes do Romário mudar para lá. Fiquei sabendo em uma revista da Copa de 94. Uma das poucas lembranças é o buteco na esquina com Estrada do Quitungo, que tempos depois teria pertencido ao pai do famoso jogador.

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  33. Coisas estranhas estão acontecendo no Blogger. Me telefona o Menezes e pergunta se eu havia deletado seu comentário. Disse a ele que não e que o comentário estava visível no meu acesso pelo celular. Fui ver pelo computador e o comentário não aparecia, motivo pelo qual o transcrevi acima. Muito estranho.

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  34. A transcrição não aparece. Coloquei, então, como foto, lá no alto, depois de todas.

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  35. Comentário do MENEZES: Meu ídolo DI LIDO, hoje ive sentimentos fortes e fiz um passeio pelas fotos e me senti presente nas narrativas feits focando ambientes imagináveis por mim não vividos quanto até provei os petiscos do D´Angelo que vez por outra procuro quando passo por Petrópolis.
    Quando estou pelas redondezas procuro ir até esse restaurante e não encontro mais o D´Angelo raiz já não existe mais. Portanto, o Cearense aqui, radicado nesse Rio Maravilha como vociferavam meus conterrâneos em épocas idas, teve hoje um surto de saudosismo por ambientes não vividos por mim, a ponto de ligar para o Dr. D´ e fazer algumas perguntas sobre esse tempo maravilhoso no alto da serra e a sua já famosa casa da Barata Ribeiro.
    Agora vem você CONDE vem e descortina também um passado que deve ter sido maravilhoso. Heranças à parte pelo seu comentário penso que só ficou mesmo na sua lembrança dos ares frios e fragancia de Pinheiros das manhãs calmas desse local dos Duvivier.
    O homem não é nada se não tiver história para contar.
    Fui...

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    1. Dr.Foi muito estranho. Cheguei acreditar que alguma "Viúva de Antanho" abandonada pelo o Menino do Rio dos tempos de ouro e do Lancaster estivesse cobrando sutilmente algo?
      Cartas para a redação.

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  37. O tema Petrópolis sempre bomba por aqui. Me dá uma certa inveja de não ter tido a oportunidade de aproveitar locais como Paquetá e Petrópolis.

    Descobri hoje que a família do conde (ou parte dela) mexe com porta dos fundos...

    Engraçado que para mim também não aparece o comentário original do Menezes, o que foi incorporado ao texto da postagem.

    Sobre certas frases, esta semana, uma partida do US Open de tênis foi interrompida porque um dos tenistas ouviu um grito vindo da torcida, fazendo alusão ao hino da Alemanha nazista. A pessoa foi identificada e retirada.

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  38. Primeiro uma resposta ao Menezes. A sua amizade por mim só não é maior do que a minha por vc. Vcs são uma família muito querida e vc, macho, é uma das melhores pessoas que conheci atraves da Internet. Ainda nos devemos uma ida à Petrópolis.
    Segundo, não sou muito de usar pseudôminos, ao contrário de alguns que têm vários.
    Assumo o Tertuliano Delacroix que foi imaginado para ser um cara chato, contrário a tudo e todos que se pronunciavam desde os finados tempos do Terra.
    O "neto do Gal. Miranda " foi construído ontem para fazer uma bricadeira que, sem modéstia, fazia uma crítica divertida sobre a situação atual do nosso País. Pena não ter sido publicado.
    Os outros pseudôminos que foram atribuidos a mim não exprimem a verdade. São de outras pessoas.
    Meu coração é hipertrófico e cabe muita coisa dentro dele. Não guarda rancor de nada e de ninguém.
    Com o Luiz e o Menezes tenho uma amizade já beirando os 15 anos e nada poderá romper esses laços.
    Quanto aos que não conheço pessoalmente, como o Hélio, o Joel, o GMA e outros, saibam que tenho muito respeito às opiniões e conhecimentos que vcs trazem para nos informar.
    Grande beijo a todos!!!!

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  39. Cheguei atrasado mas não posso deixar de lembrar o hotel Casablanca, perto do museu, e o restaurante Falconi na avenida 15.
    Dos canarinhos de Petrópolis que às vezes cantavam na missa de domingo também ninguém falou.

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  40. Bem lembrado, Paulo.
    E ninguém falou ainda daquela águia com a serpente na boca defronte à Prefeitura, nem do trono de Fátima, onde fui uma vez.
    Voltando às lembranças, no fundo de minha casa tinha o morro que desabou em 66.
    Subindo por uma escadaria havia a casa dos caseiros. A grande cozinheira Maria e seu marido, o faz-tudo Tião, grande figura.
    Tião adorava passarinhos e colocava umas armadilhas para capturá-los. Na época não era crime.
    Velhos tempos.

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  41. Quem conheceu ou desfilou no carnaval no Bloco Não me Viu?

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