As duas primeiras fotos são da revista Manchete (1952) e as outras quatro fotos são de obras
da Avenida Radial Oeste, todas do acervo do Correio da Manhã, do início da
década de 60.
A
reportagem de 1952 dava conta que a Avenida Radial Oeste “será a continuação
natural da Avenida Presidente Vargas, que tem seu término oficial na Praça da
Bandeira. Servirá a Radial Oeste para ligação do Centro Urbano aos subúrbios da
Central do Brasil. Partindo da Praça da Bandeira a avenida segue pela atual Rua
Teixeira Soares, acompanhando o leito da Central do Brasil, servirá ao estádio
do Maracanã até atingir o viaduto Getúlio Vargas que liga a Visconde de
Niterói.
Desse
viaduto, onde será construído um trecho da Radial Oeste, deriva para a esquerda
para encontrar a Rua Ceará; segue ela até encontrar a Rua Figueira, que será
prolongada até a Rua Francisco Manoel. Dessa rua a Avenida segue até encontrar
a Rua Tenente Azouri, que será prolongada até a Rua Barão de Bom Retiro, no
Engenho Novo.
Contorna
o morro aí existente, junto às ruas General Belegardo e Maria Antonia, até
encontrar a Rua Hermengarda. Segue por essa rua até a Rua Dias da Cruz, no
Méier. Desse ponto a Radial Oeste poderá se prolongar pela Avenida Amaro
Cavalcanti, passando pelo Engenho de Dentro até encontrar, no Encantado, as
ruas Manoel Vitorino e Clarimundo de Melo, que vão encontrar, depois de seus
prolongamentos, a primeira, pelas ruas Elias da Silva e Nerval de Gouvea, e a
segunda pela Rua Padre Telêmaco, em Cascadura, a Avenida Ernani Cardoso em cujo
término, no Largo do Campinho, se encontra o Km 0 da antiga Estrada Rio-São
Paulo, que serve a Realengo, Bangu e Campo Grande.
A
função principal da Avenida Radial Oeste, além de via arterial de penetração do
Distrito Federal desde o centro urbano no sentido de sua maior dimensão para os
subúrbios distantes, é coletar e distribuir o tráfego formado pelas linhas da
EFCB - São Francisco Xavier, Rocha, Riachuelo, Sampaio, Engenho Novo, Méier,
Todos os Santos, Engenho de Dentro, Encantado, Piedade, Quintino, Cascadura,
Madureira, Jacarepaguá e distritos".
No
início dos anos 60 a SURSAN inaugurou novo trecho da Avenida Radial Oeste,
ligando a Praça da Bandeira ao Maracanã. As obras, realizadas em ritmo
acelerado, duplicaram a avenida que margeia a Estrada de Ferro.
Ainda
em 1961 a Radial Oeste passaria pelo trecho da favela do Esqueleto mas, ao
tempo das fotos, dependia este melhoramento da Fundação Leão XIII, com quem a
SURSAN mantém convênio para a retirada dos barracos.
Naquele
momento acreditava-se que, em 1962, poderia a nova rodovia estar ligada à
Avenida Presidente Vargas.
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O edifício com o anúncio da Caixa Econômica que aparece na terceira foto aparentemente ficava na esquina das ruas Paulo Fernandes e Pará. Segundo o Decourt,o prédio ficou debruçado na nova embocadura da Rua Pará, determinada pelo PA 9542, o que certamente causou a desapropriação parcial do lote e a demolição do prédio, pois mais da metade da área foi comprometida com o novo recuo.
ResponderExcluirQuem também conhece bem esta região é o MAYC, que poderá fazer bons comentários.
ResponderExcluirO prédio da Caixa Econômica foi demolido sem razão, já que nada foi construído ali. A Radial Oeste foi construída por partes. Em 1965, após a erradicação dos bondes na região do Meyer, foi iniciada a demolição do trecho a partir da rua Hermengarda, trecho esse que ligou diversas ruas da região e que vai até a São Francisco Xavier. Só no inicio de 1966 é que foi concluída a ligação completa entre o Meyer e a Praça da Bandeira, quando foi finalmente demolido o "casario" restante existente nas ruas Amapá, Teixeira Soares, e General Canabarro.
ResponderExcluirNa foto 3, da Paraça da Bandeira, vemos um basculante Ford F-5 1951. Na foto 4, um táxi Chevrolet 1939 e um Kaiser/Fraser 1948, liderando dois lotações do final dos anos 50 (Mercedes-Benz LP-312). Na foto 5, enquanto um cidadão entra em seu Buick 1947 creme, passa um estranho Dodge 1939, pelo menos a grade é esquisita. E, na foto 6, um Plymouth 1939 está em primeiro plano, um Chevrolet 1950 saia e blusa logo atrás e, no trânsito, dois Oldsmobile, um 1942 e um 1946-48. Um furgãozinho inglês segue indo para o Maracanã, atrás de duas Kombi - uma reunião a frete, certamente.
ResponderExcluirDiekmann, faltou mencionar o postinho da Shell que era uma marca do local. Construído nos moldes dos pequenos postos de abastecimento e serviços das estradas norte americanas nas décadas de 40/50 também lembra as miniaturas de postos de brinquedo que fazia a alegria da garotada naqueles tempos. Usei os seus serviços duas ou três vezes para troca de óleo, troca de amortecedores e balanceamento de pneus.
ExcluirBem lembrado. Vi o postinho simpático, mas identificar os Mopar foi muito árduo...
ExcluirMuita informação sobre esta região hoje.
ResponderExcluirDos anos 60 lembro de saltar do ônibus Grajaú, o 434, ou do Barão de Drumond, o 433, para ir ver jogos no Maracanã. Da favela do Esqueleto para o subúrbio era região desconhecida para mim.
A foto 3 apresenta uma curiosidade: o "rodo" do bonde" que aparece em linha dupla foi encurtado ainda antes da inauguração em 1962, passando a ser em linha singela, e foi diminuído ainda a extensão do mesmo. Em 1965 esse "rodo" passou a ser mínimo devido ao aumento das pistas de rolamento. Eu tenho fotos em boa resolução que comprovam essas modificações. Era o ponto final do bonde 67 Alto da Boa Vista.
ResponderExcluirBom dia a todos. Só me lembro desta obra no trecho da Pça da Bandeira até o Maracanã. Porém acredito que a obra conforme descrita no texto não foi concluída até hoje.
ResponderExcluirNa verdade pouco ando pela radial oeste uso mais a Av. Maracanã, quando venho de carro de Nova Friburgo ou do centro da cidade quando não estou no metrô. Passo pela Francisco Bicalho e no viaduto da CB dobro a direita entro na Praça da Bandeira subo o viaduto passo em frente ao estadio atravesso a São Francisco Xavier.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirAcho já ter visto a terceira foto antes. Interessante essa história de a Radial Oeste ir até o Largo do Campinho. Não sei quais seriam as alterações nos logradouros até chegar lá, provavelmente alargamentos.
Em 64/65 atravessei a favela athé a linha do trem e não havia qlqr sinal de construção de rodovia!
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