As
fotos do acervo do Correio da Manhã mostram a Taberna da Glória, na Rua do
Catete, Largo da Glória.
Foi neste local que Aracy de Almeida conheceu Noel Rosa, em 1932,
numa “noite de samba em caixa de fósforo, regada com cerveja Cascatinha e
cigarros Odalisca”.
Os
jornais das décadas de 40 e 50 citam inúmeras vezes a Taberna da Glória, muitas
vezes nas páginas policiais. Entretanto, a taberna era ponto obrigatório da
boemia nacional e internacional. Depois das duas da manhã as mesas ficavam
repletas de artistas cantando e compondo músicas famosas. Figuras como Ademar
de Barros, Carlos Lacerda, Mario de Andrade, Pixinguinha, Procópio Ferreira,
Manual Bandeira, Joel Silveira, Chico Alves, Grande Otelo, Nelson Gonçalves,
Orlando Silva e Augusto Calheiros eram assíduos.
Nos
anos 50 há a seguinte referência: “A Taberna da Glória sempre foi um bar de
tradição boêmia e marota na vida noturna da cidade. Com a mudança do cardeal
Dom Jaime Câmara para o Sumaré e a instalação de várias obras religiosas no
Palácio São Joaquim, a Taberna ganhou uma nova freguesia no período diurno,
recebendo os militantes católicos para o lanche cotidiano. Depois das dez da
noite, porém, a coisa muda de figura, pois as mariposas da Lapa e adjacências
não abrem mão de suas cadeiras cativas. E assim vai a Taberna em sua vidinha
gostosa, servindo a Deus e ao Diabo, simultaneamente...”
Foi
na Taberna, também, que Hermínio Bello de Carvalho descobriu, nos anos 60,
Clementina de Jesus.
Em
1972 as obras do metrô acabaram com a tradicional Taberna da Glória neste
local: “Um dos mais tradicionais pontos de encontro da boêmia carioca está com
os seus dias contados. Sua morte é uma necessidade imperiosa para o progresso
da cidade. Até os seus mais assíduos frequentadores compreendem e ritualizarão
seu fim”.
A festa de despedida foi em dezembro de 1972.
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Política da boa vizinhança,com uma vela para cada um.Nas fotos já parecia estar em final de festa,mas devia ser muito interessante ver toda esta galera reunidas num só local,os artistas claro com maior preferência.Cerveja Cascatinha e cigarros Odalisca é um grande fundo do Baú...
ResponderExcluirO metrô passou por cima de muita coisa, tal como o Monroe. Deveríamos ter seguido Buenos Aires que já no início do século XX construiu o metrô. Voltamos a perder uma ótima oportunidade quando da ocupação da Barra e adjacências nem que fosse com um metrô de superfície.
ResponderExcluirE a Clementina que só começou a fazer sucesso depois dos 60 anos. É um espanto, como diria o Belletti.
Tradição que foi abaixo ,mas quem liga pra tradição no Rio?
ResponderExcluirTalvez nós cariocas da gema, e ninguém mais.
Estou sendo radical ?
A ladeira ao fundo é a Ladeira do Outeiro? Se for, então o quarteirão foi suprimido, ou ainda existe? Seria onde está o Amarelinho da Glória?
ResponderExcluirO Amarelinho é na Cinelândia
ExcluirO Amarelinho da Gloria acabou. virou outro restaurante que se chama ximenes.
ExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirPostei algumas fotos da demolição da Taberna que comprei na feira da Praça XV em um lote da construção do metrô.
Infelizmente ainda existem pessoas que acreditam que o metrô foi responsável pela derrubada do Monroe.
A razão precípua da demolição do Monroe foi a intransigência do presidente E.G. devido a uma velha picuinha. Esse presidente gostava de demolir grandes prédios alegando que se tratavam de "focos de subversivos". Muitas mortes, "sumiços", e desaparecimentos de "elementos perniciosos" ocorreram em seu governo...
ExcluirO consagrado radialista Renato Murce, responsável por programas que fizeram parte da história do Rádio no Brasil como Escolinha do Manduca, que originou as atuais escolinhas televisivas, e Papel Carbono, que lançou inúmeros artistas, foi o autor do livro "Bastidores do Rádio: Fragmentos do Rádio de ontem e hoje" - Edit. Imago - 1976. Em sua obra Renato contestou algumas versões costumeiramente aceitas sobre os hábitos daqueles tempos áureos do Rádio. Uma delas, ratificada por Nestor de Holanda em seu livro "Memórias do Café Nice", afirma que o principal ponto de encontro entre compositores, intérpretes e outros artistas da época ficava no famoso bar localizado na Av. Rio Branco, no local onde hoje é uma agência da CEF, ao lado do edf. Av. Central. Renato defendeu em sua obra que a Taberna da Glória rivalizava nesse tipo de frequência, somado ao fato de ficar mais tempo aberta ao publico boêmio. Quis o destino que também tivesse mais tempo de sobrevivência, considerando que o estabelecimento rival foi vítima de sua própria localização, no coração do Centro, tornando-se alvo de novas edificações.
ResponderExcluirNão conheci esses redutos no auge mas tive a grande honra de poder acompanhar o grande cantor e sambista Ciro Monteiro, o Formigão, em uma de suas incursões à Taberna da Glória. Contei essa passagem inesquecível no tempo dos antigos fotologs.
A Taberna só mudou de lugar. Hoje está ao lado da Villa Venturosa, ao lado da Ladeira de N.S. da Glória.
ResponderExcluirO primo Bouhid reapareceu! Bem-vindo.
ResponderExcluirMesmo na derrubada do Monroe mantive minhas convicções sendo Do Contra.
ResponderExcluirEstou começando a ficar aborrecido com as coisas da Gávea.Não vi zarpar nenhuma barca como esperava e sinto que com esta turma vai ser repeteco de 2017.Não vai dar liga e ainda estão valorizando o tal Jonas,perna de pau consumado.E ninguém vai encabeçar lista?Geuvânio,Trauco,Pará,Rômulo,Renê entre outros já deveriam estar com as malinhas prontas.Não estou gostando e pelo que estou vendo vou ter que zuar o ano todo.
ResponderExcluirAs obras do metrô serviram de pretexto para que muitas demolições arbitrárias tivessem sido levadas a efeito. E alguém era louco de denunciar ou reclamar ?
ResponderExcluirE pensar que muitos clamam pela volta daqueles tempos...
Sim a Taberna ainda existe como escreveu mmbouhid,não sei se pertence ao mesmo dono.
ResponderExcluirA Taberna ficava no quarteirão desaparecido entre a Rua do Catete e a Antônio Mendes Campos, hoje transformadas em avenida.
ResponderExcluirMorei na Antônio Mendes campos até meus 12 anos, Quando todos q moravam ali foram obrigados a se mudar para a construção do metrô, Bons tempos, Vi uma vez a gravação de uma cena de novela com o Tarciso Meira, Bons tempos da minha infância,
ExcluirFora de foco: A cidade parou durante a tarde devido ao fechamento das linhas Vermelha, Amarela, e Avenida Brasil. O motivo foi o de sempre: Bandidos promoveram tiroteios devido a uma operação policial. Foram 135 Km de engarrafamentos e muito pânico. E ainda assim existe gente que não tem saudades do governo militar. Nunca isso iria acontecer. Mas estamos em período de carnaval e isso, Anitta, Pablo Vittar, e o "Big Brother" é o que importam no momento, não é mesmo?
ResponderExcluirSou neto do ex-dono da Taberna da Glória, essa ai das fotos. que nada tem a ver com a atual. Tenho 57 anos e passei minha infância, nas tardes, na Taberna. Como bom filho de espanhóis, mesmo garoto, ficava por ali sempre aprendendo e tentando ajudar. Mesmo garoto, tenho maravilhosas lembranças da velha Taberna. O MIS fez um excelente áudio, tendo o Nelson Motta como narrador e intrevistador, o que ocorreu na festa de encerramento. Valeu pelas fotos. Abraços.
ResponderExcluirQuerido Marcelo Alvarez Meirelles...você pode me dizer em que ano a Taberna foi inaugurada? Sou compositor e fiz " Noites Madrigais(Samba da Taberna da Glória).
ExcluirLi em outros posts que foi construído em 1930 e demolido em 1972.
ExcluirCaro amigo, não tenho esse dado da inauguração, mas penso que foi por volta de 1930 e, perto de 1937, meu avô chegou como garçom, passando a gerente e depois sócio. Trouxe vários outros espanhóis paga trabalhar, algums se tornando sócios. Ele trabalhou na Colombo, no Cassino da Urca e se estabeleceu na Taberna. Abraços.
ExcluirMarcelo Alvarez Meirelles, Você poderia me dizer o ano em que foi inaugurada a Taberna da Glória? Sou compositor e fiz o samba "Noites Madrigais"em homenagem a Taberna...meu disco é autoral e quero indicar o ano da abertura do bar como estão indicados nos meus outros sambas sobre os bares históricos do Rio.
ResponderExcluirhttps://bndigital.bn.gov.br/artigos/memoria-a-despedida-da-taberna-da-gloria/
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