A
foto, do acervo do Correio da Manhã, mostra um engarrafamento na Av. Atlântica,
no início dos anos 60, em frente ao Copacabana Palace.
Foram
muitas as alterações que ocorreram no trânsito de Copacabana nos anos 60. Uma
delas, a chamada “Operação Sul”, programada pelo coronel Américo Fontenele.
A
“Operação Sul” determinou mão única na Avenida Atlântica, no sentido do Posto 6
e do Leme para a Av. Princesa Isabel, das 7h às 10h e em sentido contrário nos
dois citados trechos nas demais horas.
Também
passaram a ter mão única, em Copacabana, as ruas Figueiredo Magalhães, Santa
Clara, Siqueira Campos e Lauro Sodré. Foi extinto o trecho de “mão-dupla” da
Rua Barata Ribeiro, da Praça Cardeal Arcoverde para a Rua Duvivier, que era utilizado
pelos carros que desciam a Ladeira do Leme.
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Hoje só deveria falar do Volkswagen 1950, ou 51, que aparece por inteiro, com suas duas janelinhas traseiras (chamadas split window). No final de 1952, a divisão entre elas foi eliminada e um elegante vidro oval curvo foi instalado para melhoria da visibilidade. Neste modelo, a luz de teto ficava exatamente acima da divisão e, a partir de 52, foi mudada para um local um pouco atrás da cabeça do motorista - local que não foi mais alterado e que todos hão de se recordar. Na foto, dá para ver o parachoques antigo, com um baixo relevo à meia altura e as garras de proteção, criadas em São Paulo e exclusivas do mercado brasileiro. Sem elas, as pequenas e baixas lanternas de posição ficavam à mercê de um esbarrão. A luz de freio não era nelas e sim naquele narigão que continha a luz da placa e a do freio, ambas de cor branca - imagine-se o susto num Detran de hoje...
ResponderExcluirEste modelo tinha inúmeras outras diferenças que foram sendo alteradas no decorrer dos anos, como frisos com alto relevo, maçanetas, rodas, amortecedores e até aqueles dois adornos cromados ovais para a passagem do som da buzina eram redondos e não ovais. Enfim, uma segura dor-de-cabeça para se restaurar ao estado original, que me perseguiu durante 3 anos.
A foto de hoje permitiria escrever o dia inteiro, mas vou me reservar aos modelos raros. Na entrada do Copa, a elegante Mercedes-Benz 170 S Cabriolet A, do Oscar Ornstein, viva até hoje aqui no Rio de Janeiro. Na frente da Kombi, um furgão dos anos 30, sobre chassis de automóvel. Parece ser um Chevrolet 37, ou 38, mas furgão como este eu julgava jamais ter visto. Do lado do furgão, um Cadillac comum (havia 6000 Cadillac no Rio) e à frente, um Mercury 1956, este bem menos comum. Atrás da Kombi um De Soto 1957 Fireflite, frisos inconfundíveis, parece uma assinatura.
ResponderExcluirCopacabana sempre foi a vitrine do Rio o ordenamento do trânsito era necessário em um tempo de mudanças viárias. Fontenelle era um coronel "linha dura" e em 1964 promoveu profundas mudanças no trânsito do Rio, inclusive alterando itinerários de linhas de bonde e de ônibus principalmente no centro do Rio. Era polêmico e radical, ordenando a seus comandados que esvaziassem os pneus de carros estacionados em local proibido. Em 1967 foi convidado para organizar o trânsito em São Paulo, e sempre atuando de forma radical, contrariou diversos interesses de políticos que exploravam estacionamentos no centro da cidade. Foi exonerado do cargo e reconduzido de volta pelo governador Abreu Sodré. Não durou dois meses no cargo, morrendo devido a um infarto diante das câmaras de televisão.
ResponderExcluirComo a memória é traiçoeira. Se estivesse numa mesa de bar e alguém dissesse que a Barata Ribeiro tinha mão-dupla nos anos 60 eu diria que não era exato.
ResponderExcluirO Fontenelle era polêmico mas tomava atitudes. E também tinha aspectos interessantes como quando sua filha disse que ia para uma manifestação política e ele mesmo sendo contrário disse que se aquela era a convicção dela que fosse para rua defendê-la.
O VW oval surgiu na segunda série de 1953. A primeira série ainda era split.
ResponderExcluirCorreto, Unknown, fui tocar de memória e desafinei.
ExcluirMão de direção invertida em horários específicos deveria ser um espanto ...O Biscoito mandou ver especialmente em relação ao fusquinha,que parecia um pouco caído.Ou não?
ResponderExcluirParecia sim. Os fuscas até 51 tinham rodas de 16”. Esse aí devia estar com rodas de 15” e aí a aparência de lagartixa fica muito forte.
ExcluirFF:POR falar em Copacabana Palace foi celebrado aí neste fim de semana o primeiro casamento entre mulheres da história do hotel.Festa muito bacana pelo exposto no noticiário.
ResponderExcluirEste casamento no Copa merece foto de 1/4 da primeira página de O Globo?
ExcluirSe o casamento fosse na minha igreja,ia torcer por página inteira...
ExcluirCom referência ao casamento no Copacabana Palace, coloco algumas considerações. Condutas como a do "politicamente correto" são eivadas de hipocrisia e que tem por objetivo intimidar praticantes da boa moral e de bons costumes, são estimuladas pela mídia e por setores "esquerdopatas" da sociedade. Banalizar e expor na mídia fotos como essa fazem parte de um dos dez itens que compõem o "Decálogo de Lenin", que dispensa maiores comentários. Somos de um tempo em que "Viado era viado, crioulo era crioulo, sapatão era sapatão, paraíba era paraíba, e fanchono era fanchono". Não mudei o meu vocabulário e só em último caso altero minha forma de falar. Outro detalhe importante: Favela sempre será favela, já que comunidade pressupõe a existência de ordem e civilidade.
ExcluirBoa Noite! Cheguei agora. Acho que já disseram tudo.
ResponderExcluirBoa noite a todos.
ResponderExcluirPela árvore de Natal, fim ou começo de ano. Parece ter algo escrito na pista de rodagem.
Sobre o casamento, pagaram para isso e não deve ser barato (muito pelo contrário).