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sexta-feira, 9 de março de 2018

FACULDADE NACIONAL DE DIREITO

 
Na década de 1940 a Faculdade Nacional de Direito funcionava à Rua Moncorvo Filho nº 8, no antigo edifício do Senado. Era um prédio velho, sujo, inadequado. Entretanto, em 1945 saiu a esperada verba para a remodelação do edifício. Os alunos foram então transferidos para o prédio da Fundação Getúlio Vargas, na Praia de Botafogo.
Porém, nada podia ser mais impróprio, pois centenas de alunos tinham que se mover num prédio de quatro andares, com um precário elevador e as salas de aula não tinham mais do que vinte carteiras. Era impossível estudar ali.
Então, em 1946, a FND foi alojada provisoriamente na Escola José de Alencar, na Praça Duque de Caxias (atual Largo do Machado), que vemos na foto. Nesta mesma dependência funcionava, desde 1939, parte da Faculdade de Filosofia (outra parte funcionava na Casa d´Italia (na Av. Presidente Antonio Carlos), que cedeu algumas salas à Faculdade Nacional de Direito.
O ambiente era péssimo, com carteiras empoeiradas, falta de luz e, quando todos os alunos resolviam comparecer, mais da metade ficava em pé, sem carteira. Não havia sala para conferências, banheiros para as alunas, biblioteca, chovia dentro das salas, os vidros das janelas estavam em pedaços.
Para desespero de todos as obras no prédio da Moncorvo Filho atrasaram. Não sei a data exata, mas creio que a Faculdade Nacional de Direito retornou para a Moncorvo Filho por volta de 1950.
Naquela época havia um grande problema de alojamento e manutenção das diversas faculdades nacionais, pois muito se falava na construção da Cidade Universitária. Diversas comissões foram criadas e desfeitas para o estudo da localização ideal. Notáveis arquitetos vieram ao Brasil para este fim, entre os quais Marcelo Piacentini (autor do projeto da universidade de Roma) e Vitorio Marpurgo, organizando este o projeto da Universidade na Quinta da Boa Vista.
Em 1946 uma comissão de arquitetos brasileiros propõe que a Cidade Universitária fosse construída sobre estacas na Lagoa Rodrigo de Freitas. Também se rejeitou o projeto de Le Corbusier para a Quinta da Boa Vista. Foram também examinados terrenos na Praia da Gávea, Piedade e Vila Valqueire. Ainda Manguinhos, Niterói e Morro da Viúva foram ventilados.
Finalmente ficou decidida a localização da Cidade Universitária na área resultante da unificação e saneamento do arquipélago de nove ilhas situadas em frente ao Instituto Oswaldo Cruz, entre a Ponta do Caju e a Ilha do Governador. 

10 comentários:

  1. Vou esperar o Joel para que analise o local em que ficou instalada e suas condições atuais.A história não deixa de ser bem curiosa.

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  2. Hoje em dia o prédio continua lá no Largo do Machado, aparentemente bem cuidado. Esses planos para a cidade universitária finalmente terminaram no Fundão, mas a faculdade de Direito ficou ali no Campo de Santana, não foi para o Fundão como várias outras. Qual foi o critério para levar algumas e outras não?

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    1. Opinião minha: alguns cursos mais "elitistas" resistiram à ideia de se mudar para os "cafundós" da cidade. O curso de engenharia, acho, foi exceção por se beneficiar da construção do CENPES.

      O pessoal da medicina só vai para o Fundão por causa do Hospital Universitário?

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    2. Tá falando sem conhecer a história de verdade, até pq os cursos mais elitistas estão lá, engenharia, medicina, belas artes e arquitetura. A FND não foi pro fundão pq aquele prédio tem valor histórico, durante a ditadura, por ser área federal, os manifestantes podiam se abrigar no prédio da universidade, sempre foi um ato grave polícia invadindo prédios universitários, então quando foi proposto a FND ir para o fundão os alunos escolheram ficar lá, e apesar de obviamente ter aqueles q preferiam estar perto de casa, para muitas pessoas mais pobres q entraram pelas cotas, é mais fácil chegar ali do q no fundão msm, q só não é perrengue pra quem tem carro. E o IFCS não foi pq a UFRJ como boa parte das universidades caga pra estrutura dos cursos de humanas

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  3. Essa faculdade tem uma história conturbada e teve momentos dramáticos em sua existência. Não sei se é verídica a estória das más condições do prédio do Catete nem da falta de carteiras, já que meu pai estudou nessa faculdade e nunca comentou sobre isso. A data da volta da faculdade para o prédio da rua Moncorvo Filho, mostrada como sendo 1950, não é exata, já que meu pai formou-se em 55, sempre estudando no Catete. Os estudantes do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, conhecido como CACO, tiveram atuação frenética durante sua existência, sendo o mais conhecido ocorrido em 1964 durante a revolução de 31 de Março, quando os membros do CACO não foram queimados vivos no prédio pelos militares, graças a um capitão dos Dragões de Independência, em um ato que lhe custou a sua exclusão do Exército.

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    1. A Faculdade ficou na José de Alencar de 1946 até fins de 1949. Já em 49 o prédio da Moncorvo estava sendo utilizado

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  4. Acho interessante o dístico "AO POVO O GOVERNO" existente em alguns prédios, escolares em maioria, como se fosse um presente do Governo ao Povo. Como se não fosse o Povo quem pagasse tudo, inclusive a obra do prédio. Esse tipo de raciocínio embaralhado causa reflexos até hoje, certamente porque ninguém quer ver.
    O automóvel é um Ford, 1946 ou 47. Aqueles dois frisinhos sob a placa foram eliminados no modelo 1948, embora o restante do carro seja o mesmo. Para confundir as farinhas usadas pelo biscoito, em alguns modelos 47 não há os tais frisos.

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  5. Neste belo prédio funciona atualmente a escola Amaro Cavalcanti.

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  6. É...o que dá IBOPE mesmo em postagem são Vedetes. 27 comentários, fora os indecisos.

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  7. Em meados dos anos 60 a Faculdade de Estatística também funcionou neste prédio.

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