A
Favela do Pasmado, no Morro do Pasmado, vista nas fotos de hoje, do acervo do
Correio da Manhã, pelo lado da Praia de Botafogo (a primeira é de 1959 e a
última de 1964), começou a se formar no início dos anos 50. Os jornais da época
cobravam uma providência da Prefeitura, antes que os 30 ou 40 barracos se transformassem
em centenas.
A
reportagem comentava que “o local é bom para moradia, o morro é baixo e fica,
praticamente, no centro da cidade. Para os que ali constroem barracos, por
certo, não interessa o embelezamento da cidade.”
Como
nada foi feito, a favela aumentou de tamanho e causou uma série de problemas
como o que atingiu a Policlínica de Botafogo, que teve que conviver com o “esgoto
das imundícies e dejetos” que atingiam seu muro. Contava o Correio da Manhã, ainda,
que o pessoal da Policlínica lutava como podia: tão depressa percebe um novo
despejo, munem-se de vassouras, antissépticos e metem mãos à obra. Por mais que
se faça o resultado era, obviamente, duvidoso.
Em
1959 o Correio da Manhã propunha que esta favela deveria ser a primeira a ser
removida dentro da política de controle imediato das favelas da Zona Sul, dado
que “do ponto de vista turístico da cidade, continua crescendo aos olhos
estarrecidos dos cariocas”.
Em
1963 a Secretária dos Serviços Sociais da Guanabara, Sandra Cavalcante,
comunicou aos moradores que a favela seria removida e, de início, moradores seriam
levados para as casas das vilas Aliança ou Esperança, na “Avenida das Bandeiras”,
na Zona Norte.
Em
1964 terminou a remoção de todos os 3.991 moradores da Favela do Pasmado para
diversos locais da cidade, como Vila Kennedy, Vila Aliança, Parque Proletário do
Leblon e Parque Proletário da Gávea.
Sob
controle do Corpo de Bombeiros os barracos foram incendiados.
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Uma coisa é moradia pobre, outra coisa é favela. Reconhecer a permanência da favela é permitir a existência de um cidadão de segunda classe, a quem são negados os serviços essenciais de saúde e segurança. Há quem diga que favela é solução, mas eu insisto que é adiamento de problema.
ResponderExcluirNa foto 1, dois lotações disputam corrida enquanto um Ford Vedette 1949-50 passa no viaduto. O Ford Vedette era um produto francês que utilizava o motor pequeno da Ford chamado 60 HP. O motor não deu certo nos carros da Ford - era para ser uma opção econômica - e a solução foi mandá-lo para a Europa do pós-guerra e reprojetar o carro.
Este reprojeto era bem avançado, carroceria monobloco, bom espaço interno e acabou virando o Simca Vedette, que acabou virando o nosso Simca Chambord. O carro era bom, mas o motor era o ponto fraco, pau que nasce torto...
Na foto 2, um Kaiser Manhattan 1953, com sua elegante garra de parachoques e seus farois com asinhas.
Lembrei do Kaiser 51 do meu avô. Ficou dez anos lá em casa antes de ser trocado por um Aero-Willys.
ExcluirSe medidas semelhantes tivessem sido tomadas, em todo o Rio de Janeiro, a cidade não estaria esse verdadeiro caos urbano que se encontra hoje.
ExcluirTodas essas ocupações irregulares e clandestinas, não ocorreriam se não houvesse tanto descaso das autoridades, que desde muito vão empurrando os problemas para debaixo do tapete, fazendo vista grossa para a calamidade urbana eminente.
A Favela do Morro do Pasmado, assim como todas as outras mais, não existiriam se tivesse tido planejamento urbano, projeto habitacional e controle de imigração lá trás. Bem como é claro, se pensado no destino dos libertos da escravidão, que foram simplesmente jogados nas ruas a sua própria sorte.
É claro que omissão, atrelada a muita corrupção e falcatrua, teria uma consequência. Ação, e reação.
Mais um assunto polêmico para este dia que será decisivo para o futuro do país lá no STF.
ResponderExcluirEsta favela durou pouco tempo e o texto descreve mais uma vez como a omissão da Prefeitura cobra seu preço. Se o alerta dado pelo jornal sobre os 30 ou 40 barracos tivesse gerado providências a favela não teria ao final quase 4 mil moradores.
Aas transferências para conjuntos habitacionais são razoáveis mas esqueceram-se do problema de afastar moradores do local de trabalho. Além de não oferecerem transporte de qualidade a preço razoável.
Como no Brasil não a política de Estado algumas favelas foram removidas como as da Catacumba, Praia do Pinto, Pasmado e muitas outras na zona sul não foram como no Leme e Copacabana/Ipanema.
Deu no que deu.
FF: que tiroteio esta noite na Lagoa ali na Fonte da Saudade.
Considerando as "causas principais" da existência das favelas, que são a pobreza, a falta de qualificação, a ausência de uma política habitacional, etc, etc, etc, o enfoque das autoridades tem visões diferentes: Até a década de 80 visava o "saneamento do espaço público" no tocante a habitações, ruas, segurança, e circulação de veículos, sempre visando a valorização da região. Já no período iniciado nos anos 80 e coincidentemente após o final do regime militar, a visão dos governos visam apenas os interesses eleitoreiros e escusos e que podem incluir negócios ilegais como grilagem de terras, furto de energia elétrica, internet, tv a cabo, roubo de cargas, e tráfico de drogas, constituindo tais locais fortes currais eleitorais. Eis o porque da proliferação de favelas e da "extrema proteção" por parte de políticos, sendo óbvio que enquanto o quadro político nacional continuar a viger com esse abjeto formato, fica claro que essa realidade só tende a piorar.
ExcluirEsse é um problema que ocorre desde sempre no Rio de Janeiro e pelo visto a solução não deve ocorrer pelo menos nos próximos 300 anos. As razões são por demais conhecias e certamente o "problema" é inexistente na Suécia, Noruega, ou mesmo Dinamarca, tendo o Brasil "farto know how" para "exportar tecnologia e franquias" para países interessados. Com relação à última foto, supõe-se que o incêndio foi "planejado e executado em uma ação controlada" por um contingente de Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara em 24 de Janeiro de 1964 depois de iniciada a remoção em 1963, em uma iniciativa da Secretaria de Serviços Públicos e "sob orientação" da onipresente Sandra Cavalcanti.
ResponderExcluirAquele anúncio da Salutaris era aquele do luminoso em que um copo era enchido e esvaziado a noite inteira?
ResponderExcluirCrescimento desordenado da população levou a proliferação deste tipo de moradia.Deve ser o maior problema das grandes cidades como o Rio,junto é claro com os políticos que fazem proveito de tudo.
ResponderExcluirFalando em favela onde era o museu do ¨índio ¨ está se formando a favela ¨estadio ¨ inclusive já com barracos na Radial Oeste.
ResponderExcluirPedi informações a prefeitura mas ela diz que a área e estadual,enquanto o estado diz que devo informar a prefeitura mas ninguém remove os barracos já montados. A quem recorrer?
Mayc, tente o comando vermelho, o ADA, ou mesmo o Terceiro Comando Puro, que são os "entes estaduais" com maior força política...rsrsrs
ExcluirMayc,difícil solução para o caso. É que na minha igreja a gente manda reclamar com o Bispo.No seu caso,até ele tá saindo fora.Outro espanto!!!
ExcluirBom dia.
ResponderExcluirTema espinhoso. Removeram favelas que "prejudicavam" o embelezamento da cidade. Despacharam os moradores para os cafundós sem infraestrutura.
O irônico é que em alguns países as mansões são construídas nas encostas, em cotas elevadas. Na verdade, vemos algumas até aqui mesmo no Rio... Mas não nas "comunidades". Em locais como o Joá, por exemplo.
À esquerda na segunda foto vemos as grades do Clube Guanabara. Ao fundo o prédio da Policlínica bem embaixo da favela.
ResponderExcluirO Rio é uma cidade em que poucos têm coragem de usar as passagens subterrâneas preferindo se arriscar a um atropelamento a ser assaltado. Isto quando as passagens não estão totalmente alagadas.
O problema é o "Cidadão" acreditar ter apenas Direitos..... Esqueceram de lhes avisar que também existem os Deveres!
ResponderExcluirO Caos se completa quando a má política utiliza os moradores como massa de manobra.
No início dos anos 90, eu frequentei um centro espírita kardecista na rua General Severiano junto à encosta do túnel do Pasmado, centro esse situado em uma vila. O centro está naquele local desde 1928 e era dirigido por um octogenário, Coronel Carlos Alberto Futuro, que obviamente não deve estar vivo. A vila é muito antiga e bastante interessante.
ResponderExcluirQuando comecei a ler seu comentário pensei que você iria falar que espíritos de alguns que morreram na antiga favela do Pasmado estavam aparecendo nesse Centro Espírita. Não sou entendedor, mas já ouvi dizer que tem quem se apega ao local onde moravam, mesmo depois do fim material.
ExcluirHoje, teorias quânticas como a da dupla fenda, a do fóton gêmeo, provam para os estudiosos espíritas o que eles já sabiam desde sempre, que o mundo não é só a matéria pútrida do qual somos feitos. Maravilhosas matérias sobre o assunto podem ser vista no youtube. Religião alguma pode impedir o avanço da ciência. Por incrível que pareça as novas descobertas apontam para a Energia Maior, Deus.
ExcluirAponta para uma energia qualquer imaginária que se cognomina Deus, criada pelo homem e mantida f
Excluirfora desse mundo, por isso não se esgota
Gostaria de saber se ministro do STJ em caso de visivelmente doente deve ser encaminhado a JRS.
ResponderExcluirAlguém reconhece os sintomas do comportamento histriônico? Doença com CID e aposentável.
Até quando, Deus?
Hoje os conjunto habitacionais Vila Kennedy e Aliança, entre outros, são chamados de favelas também, o que não procede. Pelo menos tecnicamente falando são conjuntos habitacionais.
ResponderExcluirDesse lado do Pasmado a minha lembrança mais forte é a sede de arquitetura moderna do Botafogo no Mourisco.
De acordo com o entendimento espírita, o espírito desencarnado permanece em regra 7 dias ainda no plano em que desencarnou, muitas vezes ainda atordoados e sem noção de que desencarnou. Daí ele é encaminhado ao local devido, sempre de acordo com seu adiantamento espiritual. Mas muitos permanecem apegado ao local em que viveu. Mas isso é muito relativo, já que as leis do universo são rígidas. Espíritos mais desenvolvidos seguem sua trajetória ascensional. Não esqueçamos que TODOS passam pelo umbral, uma espécie de purgatório que varia de acordo com o desenvolvimento do espírito. Um espírito atrasado passa por locais pavorosos, cujas imagens podem ser vistas nas ilustrações de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri (aliás um médium). Tudo aquilo descrito por ele é real, já que ele "esteve lá". É perfeitamente plausível que espíritos desencarnados "assombrem" certos locais.
ResponderExcluirEspero que os espíritos de porcos tenham sido devidamente exorcizados no dia e hoje e que finalmente o povo brasileiro possa ver um luz no fim do túnel.
ExcluirLi uma matéria que informava que a criminalidade em Nova York diminuiu a partir da legalização do aborto, no início dos anos 70.
ResponderExcluirfechando a noite, registra-se cunho esquerdista do comentário das 09:33 no sentido de defender o indefensável ironizando as construções no Joá. Nenhum comentarista aqui foi estancieiro, dono de fazenda de escravos, ou mesmo de engenhos de açúcar Século XIX, não sendo portanto culpado de possuí-los, ou mesmo que tenham qualquer "dívida histórica" nesse sentido. Esse discurso leniente e capcioso é típico de aproveitadores do alheio e políticos esquerdistas. Invadir terras alheias é crime de esbulho possessório, constituindo igualmente crime o ato de estimular ou incitar a terceiros para que o façam. Portanto é perfeitamente cabível a remoção de qualquer favela construída indevidamente. Por que será que não existem favelas na Noruega ou no Japão? Aos entusiastas do vitimismo ou do coitadismo, mirem os países sérios do planeta e não as "pocilgas democráticas" que tão bem conhecemos...
ResponderExcluirFF. Creio que o alívio é muito grande em todos os brasileiros. A decisão do STF negando o Habeas Corpus preventivo de Lula evitou que o Brasil mergulhasse em uma convulsão cujas consequências poderiam ser trágicas. Os ministros tiveram um lampejo de lucidez e de reflexão diante das claras e objetivas declarações de altas fontes das forças armadas diante da possibilidade dessa votação ter um resultado diverso. A agitação política e a violência das ruas seriam motivo para um posicionamento duro e incisivo por parte dos militares. Afinal quem tem c..tem medo.
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