Recebi duas fotos do
prezado Carlos Paiva para completar o “post” desta semana sobre a Clínica
Massillon Saboia, que ficava junto ao Country Club, em Ipanema.
Vemos o Country Club já
com diversas quadras de tênis, na primeira metade do séc. XX. Fotos de Holland.
Em 1916, um grupo de
ingleses e americanos, a maior parte deles funcionários da Light e da Botanical
Gardens, fundaram na Rua Prudente de Morais nº 1597, o The Rio de Janeiro
Country Club. O terreno do Country Club é
limitado pela Av. Vieira Souto (engenheiro famoso) e pelas ruas Prudente
de Morais (presidente após Floriano Peixoto), Anibal de Mendonça (herói do
tenentismo) e Henrique Dumont (pai de Santos Dumont).
O Country, com sua
maioria inicial de estrangeiros, foi decisivo para a colonização de Ipanema. O
trecho da praia em frente ao clube era tido como impróprio para o banho de mar
e os filhos dos associados iam de carro até o Arpoador, fazendo com que, até
1930, o inglês fosse a língua dominante ali.
Por causa do Country e
para expansão imobiliária da região a Light levou a linha do bonde até o Bar 20
(pertinho do Jardim de Alá), em 1922. O tênis é o esporte mais praticado ali.
A par de ser um clube de elite,
com um número limitado de associados, quando a fúria imobiliária passou sobre
Ipanema nos anos 70, seus 12 mil metros quadrados de área verde na quadra da
praia continuaram incólumes. Eles eram - e continuam sendo - a prova de que nem
tudo precisa mudar.
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Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirPor ser um clube "exclusivo" ainda consegue manter afastada a especulação imobiliária das construtoras ávidas pelo terreno com localização privilegiada.
FF:lamentáveis as mortes dos bombeiros ontem durante o incêndio na "whisqueria" (aquilo para mim sempre teve outro nome) da Buenos Aires. Material vencido ou defeituoso?
Ouvi uma versão sobre fim do oxigênio nos cilindros deles, antes que conseguissem pelos labirintos existentes lá.
ExcluirFotos em link no Google Maps de quartinhos para "massagens", cheios de espelhos que ajudam a enganar na fuga, vide:
http://tinyurl.com/y33lzxqu
Ouvi uma versão de que o oxigênio teria terminado mais rápido do que o normal. Os cilindros dariam para aproximadamente 40 minutos, mas teriam durado menos.
ExcluirO Globo chamou o local do que realmente era...
Bom dia a todos.
ResponderExcluirParabéns pelo dia de ontem, Luiz.
Foi uma pena que a predominância do inglês e da cultura de outros povos não tenham prevalecido em 100% na região, talvez estivesse muito melhor que hoje.
Chama a atenção o planejamento com ruas e avenidas bem elaboradas.Se houve bagunça depois foi coisa da especulação imobiliária.Boas fotos.
ResponderExcluirNão é este o bairro que alguns comentaristas, atualmente sumidos, também chamavam de Araçoiaba da Serra?
ResponderExcluirVários estilos de arquitetura, até aquele neo-colonial dos anos 1920, se não me engano.
"Nem tudo precisa mudar". Essa é uma afirmação bastante ambígua, mas é perfeitamente exequível na postagem de hoje. Em 1938 meu avô paterno alugou de um amigo uma casa onde hoje se situa o Supermercado Zona Sul. O motivo era curar minha tia, então com três anos, que sofria de asma. O amigo então ofereceu-lhe a casa para compra, ao que meu avô respondeu que "não jogaria dinheiro fora"... O Country Club sempre foi uma "ilha de civilização" onde uma elite que está cada vez mais diminuindo, mas mantém "fortes e indivisíveis" limites sociais. No reino dos Stamboski, dos Mayrink Veiga, dos Catão, dos Castejá, dos Souza Campos, e sempre sob a batuta do indefectível Ibrahim Sued, a "elite" que se fazia presente nos acontecimentos sociais tinha seu "Headquarter" no Country Club. Certamente naquele "Valhala tupiniquim o cronista Stanislaw Ponte Preta encontrou inspiração para muitos dos seus picantes comentários.
ResponderExcluirHenrique Dumont não foi apenas o pai de Santos Dumont. Talvez o maior plantador de café da nossa história. Suas fazendas no interior de São Paulo eram interligadas por uma estrada de ferro própria. Maior fortuna do país na virada do século 19 para o 20. Tal fortuna permitiu financiar as excentricidades do seu filho em Paris.
ResponderExcluirQuando comento que na década de 1950 ainda existiam algumas ruas na região de Ipanema / Leblon, sem calçamento, passo por caduco...
ResponderExcluirO Country tem muitos velhos, jogos de cartas e de tênis, além de muito bacana falido.
ResponderExcluirImpressionante o areal perto da Lagoa na foto 2. Ipanema deve ter sido um paraíso até o início dos anos 60. Pena que só passei a andar por lá sem meus pais no meio dos 60, quando essa fase estava se encerrando...
ResponderExcluirRapaz, isso aí devia ser o paraíso sobre a terra. De um lado, o mar; de outro, a lagoa. Bastante área pra fazer um "campinho" de bola e andar de bicicleta. Interessante o comentário do Gustavo, sempre me perguntava como um cara saído lá dos cafundós do arcaico e atrasado Brasil do início do século XX conseguiu ter "bala" pra bancar as experiências aeronáuticas e competir com outros de países mais ricos...
ResponderExcluirOs "hábitos vigentes" no Country Club impunham rotinas curiosas quando se tratava de babás, serviçais, e motoristas, que eram obrigados a usar uniformes, usar entrada de serviço, banheiros separados, comer na cozinha, etc. Não sei se hoje em dia esses costumes persistem, mas era constrangedor...
ResponderExcluirMaravilha ! Gostaria de ter vivido ali naquela época...
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