As fotografias de hoje
mostram aspectos da Limpeza Urbana no Rio de antigamente.
Desde o embarque do lixo,
em Botafogo, em 1914, até equipamentos e equipes de limpeza já da década seguinte.
Até uns 50 anos antes
desta data o lixo domiciliar era guardado em barris, que permaneciam nas
residências, até encherem. A remoção era feita à noite, por negros escravos,
que levavam os barris para terrenos baldios ou para o mar, onde a imundície era
despejada.
Consta que a Praça da
República era um vasto depósito de matérias fecais. O conjunto negro-barril foi
apelidado de "tigre", pois se assemelhava a uma fera para os
transeuntes das ruas desertas, de precária iluminação. Um choque, involuntário
ou proposital, tinha consequências devastadoras.
Curiosamente o Rio de
Janeiro, ao lado de Hamburgo, Londres e Brooklyn, N.Y., foi um dos primeiros
lugares do mundo a ter serviço de esgoto. As primeiras experiências foram
realizadas na Casa de Detenção, em 1855, por John Russel. Dois anos depois um
Decreto Imperial concedeu-lhe o privilégio exclusivo por 90 anos para
"construir e estender todas as obras necessárias para o estabelecimento de
um sistema completo de despejos e esgotos das habitações".
Entretanto, nada de
prático se fez, sendo a concessão transferida, em 1862, para a The Rio de
Janeiro City Improvements Co. Ltda. (a City), que iniciou as obras e inaugurou
a primeira etapa do serviço em 1864.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirNão posso reclamar do serviço de coleta. Todo dia passa o caminhão em dias intercalados de coleta normal ou seletiva, exceto aos domingos. Às vezes pessoal abusa, como hoje, quando deixam na calçada objetos fora do normal, como sofás ou caixas de água.
Hoje é o dia da televisão, pois há exatos 70 anos era feita a primeira transmissão oficial.
Hoje também é o aniversário do AFC, segundo clube de muita gente no Rio. Mas, por enquanto, é o que vou falar de futebol por hoje. Mais tarde, quem sabe?
Com todo esse aparato, será que o Rio era mais limpo?
ResponderExcluirQuando meu avô, andando pelas ruas, sentia cheiro de fossa, ele dizia que era cheiro de "city". Eu não entendia a palavra. Agora faz sentido. Contava também que quando viajava pelo interior do Brasil, nas décadas de 30 e 40, chegando nas cidadezinhas ele dizia que já sentia o cheiro de "city"
ResponderExcluirQuando criança me lembro do órgão responsável pela coleta de lixo e varredura da cidade, a DLU (Departamento de Limpeza Urbana) que era subordinada a Secretaria de Obras, com seus caminhões na cor cinza escuro e garis portando uniformes da mesma cor.
ResponderExcluirLembro como sendo o DLU e que muitos custaram a acostumar com o moderninho nome Comlurb.
ResponderExcluirA barcaça da foto 1 tinha como destino uma daquelas ilhas do arquipélago do Fundão?
Os negros que carregavam os barris de dejetos tinham a pele infestada de doenças causadas pelos respingos de excrementos. Por isso "tigre".
ResponderExcluirConsta que o apelido de "tigre" dos negros que transportavam os barris de excrementos era pelo fato de restos de urina escorrerem pelas costas deles, e o ácido da urina deixava manchas listradas nas suas costas, assemelhadas às de um tigre.
ResponderExcluirHavia bondes específicos para transporte de lixo, acho que para o Caju. Tenho fotos de alguns, como o 707, em 1945, e o DLU 204, já na década de 1950. A foto do 707 mostra ele descarregando o lixo e a do DLU 204 o retratou dentro da garagem do Largo do Machado. Também tenho mais duas fotos (não lembro o número dos bondes), com eles circulando em locais não identificados.
ResponderExcluirNa esquina da avenida Maracanã com rua Doutor Otávio Kelly, na Tijuca, havia um posto da DLU. Ali ficavam muitas carroças cinza, que recolhiam folhas e detritos das ruas. Acho que havia algumas puxadas a burro, mas não tenho certeza. Década de 1950.
ResponderExcluirEu me lembro dos caminhões Mack, usados para coleta do lixo domiciliar, já com o sistema de compressão do lixo na carroceria, como hoje existe na COMLURB.
ResponderExcluirHavia também uns caminhões sem compressão, com carroceria de aço e compartimentada, com tampas deslizantes para fechar os compartimentos já cheios. Parecido com o existente nas áreas de congelados dos supermercados. Acho que a marca dos caminhões International e Mercedes, mas não tenho certeza.
ResponderExcluirDos tempos da DLU eu lembro bem desse sistema de tampas deslizantes.
ExcluirConcordo com o Augusto: a COMLURB trabalha muito bem, pelo menos aqui onde moro. Nunca tive queixas dela.
ResponderExcluirNos anos 60 o lixo de prédios ainda era incinerado. me lembro de ver muita fumaça em chaminés de edifícios. Hoje ainda existe aquele duto na área de serviço para se jogar lixo de pequeno porte, mas a regra é colocar num saco de plástico grande.
ResponderExcluir"Queimar" lixo foi proibido, pois verficou-se depois que o residuo gerado era pior que o próprio lixo. Apesar dos pesares a melhor forma de destino dos lixos ainda é o aterro sanitário.
ExcluirEm tempo: a Comlurb é uma das poucas empresas de serviço público do Rio com um desempenho acima do razoável. Com exceção de Curitiba, que não se vê nem um papel de bala nas calçadas, o Rio não faz feio em relação a outras capitais no quesito limpeza, a despeito de toda má educação de nossa população. Salvador, das que eu conheço, é a que deixa mais a desejar.
Boa tarde a todos. Acho que a limpeza efetuada pela Cia de limpeza em nada mudou, devemos separar a limpeza em coleta domiciliar e limpeza de vias urbanas. Ambas permanecem iguais desde que me entendo por gente aqui no RJ e acho que em todo o Brasil. A coleta domiciliar é feita com a retirada do lixo sem qualquer separação do mesmo, esta seleção quando é feita, são alguns condomínios cujos os moradores o fazem por conta própria, não sendo assim o caminhão passa joga tudo dentro do caminhão e prensa, como a bacia de recolhimento do lixo está sempre furada o chorume se espalha pelas ruas. Já a limpeza de vias urbanas, é feita com carrinho, vassouras e telefone celular, o celular é a diferença dos anos iniciais deste serviço, gasta mais tempo do lixeiro, do que a varredura das ruas e calçadas. Aliás este serviço é o melhor exemplo da ineficiência do trabalhador brasileiro, normalmente vemos 3 ou 4 pessoas no local, um varre ou outros 3 falam ao telefone.
ResponderExcluirLino foi muito cruel com os garis. O Rio e todo o Brasil ainda não chegou ao estágio de separação racional do lixo. Tentar isso seria perda de tempo. Talvez no próximo século. Vale o ditado: "Não se deve dar pérolas aos porcos".
ExcluirQuanto aos caminhões, pelo menos onde moro não há derrame de chorume nas ruas.
Qualidade dos serviços, dos governantes, dos policiais, dos traficantes, tudo está em conformidade com o nível da população. Não se pode exigir qualidade finlandesa para Moçambique. Nem para o Brasil.
A cada povo, conforme seu merecimento.
PS. Notei que o mestre Belletti não apareceu no bar hoje. Acho que está bebendo suco Del Valle neste final de semana. Um espanto.
ResponderExcluirHá uns 20 anos conversando com um grande empresário ele me disse que pretendia investir numa firma de reciclagem de lixo, mas que, após análise do lixo carioca, este era tão pobre que o investimento não valia a pena.
ResponderExcluirA COMLURB chegou da década de 1970 a ter uma grande estação de reciclagem, situada em Irajá, creio que desativada. Era um trabalho sério, que bem poderia ser levado a vários bairros.
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