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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

AV. RIO BRANCO (2)

O início da Av. Rio Branco com o prédio da Casa Mauá. Por esta foto constatamos que a projetada “Paris Tropical” era apenas fachada. Uma avenida cenográfica, que vista do chão impressiona, mas os telhados denunciam que por dentro e por cima o estilo era outro. Este foi um dos motivos do não tombamento pelo IPHAN em 1937, que evitaria a derrubada dos prédios, o que só aconteceu com o INEPAC, mas já era tarde e poucos sobraram. Foi feito até um concurso de projetos de fachadas que orientou a arquitetura que foi implantada. Veja os telhados de Paris das construções da época. Lúcio Costa e os muitos detratores da avenida usaram este argumento e citaram Buenos Aires, que tinha uma cidade bem mais europeia que a nossa. Para eles, Passos fez uma escolha errada, já que a arquitetura pombalina e neocolonial nada fica a dever e em alguns aspectos até supera os franceses e espanhóis. Penso que este grupo foi muito rigoroso nas críticas e poderiam ter preservado as construções. Mas não foi o pensamento da época. O IPHAN foi criado em 1937 e só tombou construções coloniais, neocoloniais e neoclássicas.

Avenida Rio Branco, no Centro, na década de 1950, época dos veículos importados. Trecho entre a Ouvidor e a Sete de Setembro. Do lado direito, o grande prédio moderno é o Clube de Engenharia, do lado dele a Associação dos Empregados do Comércio. Do outro lado, quase em frente a eles, o Ed. Guinle. À esquerda vemos uma das partes do gigantesco prédio do Jornal do Commercio e, com certeza, o listrado é o do JB.

Lotações Mercedes, ambulância GM, um clássico Ford Tudor Sedan, modelo 1949, um GPV dos anos '40 e um típico táxi Chevrolet, estão na "comissão de frente" nesta imagem de uma Av. Rio Branco sem os atropelos de hoje. Lá atrás seria um "Camões" (12)? E, à direita, um burro-sem-rabo.


Início da década de 50. Vemos um cruzamento da Avenida Rio Branco. Podemos observar o prédio onde funcionou o Jornal do Brasil e, lá no fundo, o Hotel Avenida. Os trajes dos transeuntes diferem totalmente dos trajes atuais no centro da cidade.


Colorização do Nickolas em foto da Getty. Vemos a esquina da Rio Branco com Presidente Vargas Segundo "obiscoitomolhado" temos Chevrolet que não acaba mais. Tirando o Mercury grená e um estranho veículo esverdeado, ao lado do lotação amarelo, parece tudo GM, incluindo o que parece ser um Opel, na pole position. A esquina onde há trilhos seria a Buenos Aires? E o sentido, só para a Praça Mauá? Me lembro que, da Nilo Peçanha em direção à Praça Mauá, havia duas mãos, mas não de todo o tráfego pra lá. O primeiro prédio à esquerda ainda está lá hoje, é da esquina de Avenida Rio Branco. Tem duas janelas largas e 4 estreitas, inconfundível. A primeira esquina é Alfândega e a do trilho é mesmo a Buenos Aires. Cheguei a pegar esse prédio que deu lugar ao Manhattan Tower, ainda na década de 80.

 

8 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Comecei a frequentar o centro e a avenida a partir de 1985. Não lembro se vi a Casa Mauá, mas, com certeza vi a construção do RB1. O mesmo vale para o Manhattan Tower. Lembro da construção, mas não do prédio anterior, talvez da demolição.

    A primeira foto é anterior à abertura da Presidente Vargas.

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  2. O canteiro central foi retirado nos primeiros anos da década de 40.

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  3. Há algo de errado com a descrição da foto 2. A não ser que o sentido da via tenha mudado ou que os prédios do Clube de Engenharia e da Associação dos Empregados tenham mudado de lado, pois atualmente ambos são do lado direito no sentido da via (da Pça Mauá para o Aterro), ou mais provavelmente a foto está espelhada.

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    1. O sentido da via mudou em alguma época. Não sei informar quando mas há várias fotos mostrando tráfego nos dois sentidos da Rio Branco, mesmo depois da retirada do canteiro central.

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  4. Lembro bem que no final dos anos 40 e pouco adiante, que era possível estacionar junto ao meio fio na Av Rio Branco.
    Aos sábados , quando bancos e comércio funcionavam normalmente até meio- dia, era comum irmos " à Cidade" para as compras, e meu tio ia estacionando o Ford 1934 junto as lojas...

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    1. Ir "à cidade" como sinônimo de ir ao Centro era uma expressão altamente difundida, pelo menos na Zona Sul. Será que perdura até hoje ou já caiu em desuso?

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    2. Meus pais usavam a expressão sempre e eu ainda uso, mas tenho 67 anos, então ...
      A variação era "ir ao centro".
      Meus filhos tenho certeza que nunca usaram.
      Acho que - assim como por exemplo a expressão "mais velho(a) do que a Sé de Braga, que também "herdei" de meu pai e muitas outras - cairam em desuso.
      Cáspite !

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  5. Ninguém mais vai "à cidade", nem sabe onde fica a Esplanada, a Montenegro ou o Castelinho. A Sloper, a Sears ou o Art-Palácio.
    Iapetec, Ipase, Novacap, SAPS, são hieróglifos. Rabo de peixe só na peixaria.
    Quem responderia corretamente à pergunta: Como vai, como vai, como vai, vai, vai?
    E o que era a música ciclâmen? Ou "fogo paulista" e "rabo-de-galo"? Nem mesmo sabem o que era "samba em Berlim".
    Dura lex, sed lex, no cabelo só ......
    Meu chapa, é fogo na jaca. O xaveco é pichar os barnabés.
    Nem Já-Já, nem Ton-Bon, só Chica-Bon.
    E pegar um LP e colocar na virola. Quem sabe o macete para falar de graça no telefone público?
    No tempo do Ariri, sócio da Light, no maior vai da valsa, dar o beiço, mocorongo, dormiu de touca, dormiu no ponto.
    Mudou tudo.

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