Foto de Malta mostrando
as obras de abertura do Corte do Cantagalo, na década de 30, na administração
Henrique Dodsworth. Antes de sua abertura o acesso a Copacabana era através dos
túneis Velho e Novo, além de pela Ladeira do Lema. A outra opção era o Caminho
do Caniço, que exigia atravessar a barco a Lagoa Rodrigo de Freitas a partir do
Humaitá, atracar na Praia Funda, ali perto de onde está o Corte do Cantagalo, e
vencer o morro pela trilha que cortava a Fazenda do Fialho, pelos lados da
atual Rua Gastão Bahiana.
Esta foto é de autoria do prezado Rockrj, membro do S.E.M.P.R.E.
Vemos, num dia tranquilo de 1951, o cruzamento que existia na Lagoa, confluência da Avenida Epitácio Pessoa com a
Rua Henrique Dodsworth (Corte do Cantagalo). À direita, nesta época, não havia ainda o Posto Ipiranga.
Ao fundo, na Praça Corumbá e o
esqueleto daquele prédio que seria um hospital, mas nunca foi concluído e, por tantos anos, enfeiou esta área.
Nesta foto do acervo do Correio da Manhã vemos que não havia sinal de
trânsito neste cruzamento. O tráfego tinha mão e contra-mão na Epitácio Pessoa,
veículos que vinham de Ipanema dobravam à direita no Corte ou seguiam em
frente em direção ao Humaitá. Veículos que vinham do Humaitá ou dobravam à
esquerda no Corte ou seguiam em frente em direção a Ipanema. Veículos que
vinham de Copacabana ou dobravam à direita para o Humaitá ou à esquerda para
Ipanema. Enfim, era um "salve-se quem puder!"
Esta foto, do livro sobre a Cia. Ipiranga, mostra o Posto
Ipiranga, na esquina do Corte do Cantagalo com a Avenida Epitácio Pessoa, inaugurado em
1959. Mais ou menos por esta data fui morar aí nas vizinhanças, num tempo em
que o tráfego de automóveis na Lagoa era reduzidíssimo (praticamente nulo após
as 20 horas) e que tinha, neste posto, o único estabelecimento comercial, além
do Bar Lagoa, em todo o trecho entre o Jardim de Alá e o Corte do Cantagalo. No
final da década de 1960, aí abastecia de gasolina e tratava com carinho o meu
primeiro fusca. Nesta época, nem todos tínhamos telefone, dada a dificuldade de
se obter uma linha. Nem lembro de quantas vezes fui usar o telefone público do
posto, daqueles antigos, com ficha telefônica comprada no balcão. Durante muito
tempo este posto Ipiranga distribuiu um
exemplar do JB para seus fregueses, uma novidade na época. Era, também, a salvação
na volta da praia de Copacabana: como íamos descalços para a praia e a calçada
da descida do Corte do Cantagalo para a Lagoa pegava fogo na hora da volta,
vínhamos correndo e chegávamos no posto com a sola dos pés queimando, buscando
abrigo no "box" de lubrificação. O
posto sobreviveu até os anos 90, quando foi demolido para dar lugar a um
arranha-céu. O automóvel é um Skoda 1951, modelo 1101
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirOs mais antigos vão lembrar da série de fotos do Malta, da Revista de Engenharia do DF, postadas no falecido fotolog. A obra se estendeu pela década de 30. Outras fotos mais "recentes" saíram já na Revista de Engenharia da GB nos anos 60. O acervo está disponível na internet e vale a pesquisa no site do AGCRJ.
Além do Skoda 1101, corretamente identificado, vemos na foto 4 um DKW pré-58, risadinha e um Plymouth 1951. Na foto 3, um Mopar 46-48 sobre a ladeira. Na foto 2, um Chevrolet 51, taxi, uma quase certeza, tanto o modelo, quanto a categoria.
ResponderExcluirMais tranquilo deve ser aquele trecho final da Rua Gastão Bahiana.
ResponderExcluir"... como íamos descalços para a praia ..." isso era geral, os jovens iam descalços mesmo; no final das férias de verão - na época já quase no meio de março - a sola dos pés estava grossa, diminuindo um pouco o sofrimento.
ResponderExcluirEm Copacabana depois do aterro, com a faixa de areia muito grande, a primeira etapa era uma corrida até o calçadão e aliviar os pés na pequenina sombra projetada pelos bancos .. depois, atravessar correndo - de preferência as duas pistas de uma só vez - e procurar a sombra dos prédios.
+1
ResponderExcluirInteressante que a prática de ir pra praia descalço durou por tanto tempo, o pior ela quando pisava numa ponta de cigarro aceso!
Hoje em dia sempre tiro a sandália antes de pisar na areia, será que só eu faço isso?
Filinto Muller torturador na era Vargas, morreu queimado com a mulher e neto em um acidente aéreo.
ResponderExcluirO que isso tem a ver com a postagem? O senhor é algum tipo de terrorista?
ExcluirOi. Vc sabe o nome da escola municipal que havia por ali?? Estou tentando achar registros da minha mãe, mas ela não lembra o nome da escola.
ResponderExcluirEra a Escola Cantagalo até 1991. Hoje se chama Escola Municipal Edna Ponciani Ferreira.
ResponderExcluirBom (re)ver cosias antigas. Pelo menos eu curto.
ResponderExcluirA maioria nem de quando eu havia nascido. Embora lembre de muita coisa que nem tem +.
Mencionam ir à praia SEM CALÇADO. Acho que quando era BEM MENOR fazia isso. Se até andar dentro de casa descalço nem seria garantido (rs).
Sei que as praias 'melhores' da ZS estiveram poluídas durante tempos. E quando mais para a fase adolescente ia numa CASA DE VERANEIO na REGIÃO DOS LAGOS.
E há quase 25 anos tenho frequentado o litoral gaúcho (onde resido). Que por sinal há muitas poluídas e projetos de despoluição de vários acidentes geográficos (como o GUAÍBA).
Rodrigo