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terça-feira, 27 de outubro de 2020

CORTE DO CANTAGALO

Foto de Malta mostrando as obras de abertura do Corte do Cantagalo, na década de 30, na administração Henrique Dodsworth. Antes de sua abertura o acesso a Copacabana era através dos túneis Velho e Novo, além de pela Ladeira do Lema. A outra opção era o Caminho do Caniço, que exigia atravessar a barco a Lagoa Rodrigo de Freitas a partir do Humaitá, atracar na Praia Funda, ali perto de onde está o Corte do Cantagalo, e vencer o morro pela trilha que cortava a Fazenda do Fialho, pelos lados da atual Rua Gastão Bahiana.

Esta foto é de autoria do prezado Rockrj, membro do S.E.M.P.R.E.

Vemos, num dia tranquilo de 1951, o cruzamento que existia na Lagoa, confluência da Avenida Epitácio Pessoa com a Rua Henrique Dodsworth (Corte do Cantagalo). À direita, nesta época, não havia ainda o Posto Ipiranga. Ao fundo, na Praça Corumbá e o esqueleto daquele prédio que seria um hospital, mas nunca foi concluído e, por tantos anos, enfeiou esta área. 



Em outra foto de 1951, também do Rockrj, vemos a subida do Corte em direção a Copacabana, com os antigos edifícios bem no alto do Corte.  


Nesta foto do acervo do Correio da Manhã vemos que não havia sinal de trânsito neste cruzamento. O tráfego tinha mão e contra-mão na Epitácio Pessoa, veículos que vinham de Ipanema dobravam à direita no Corte ou seguiam em frente em direção ao Humaitá. Veículos que vinham do Humaitá ou dobravam à esquerda no Corte ou seguiam em frente em direção a Ipanema. Veículos que vinham de Copacabana ou dobravam à direita para o Humaitá ou à esquerda para Ipanema. Enfim, era um "salve-se quem puder!"



Esta foto, do livro sobre a Cia. Ipiranga, mostra o Posto Ipiranga, na esquina do Corte do Cantagalo com a Avenida Epitácio Pessoa, inaugurado em 1959. Mais ou menos por esta data fui morar aí nas vizinhanças, num tempo em que o tráfego de automóveis na Lagoa era reduzidíssimo (praticamente nulo após as 20 horas) e que tinha, neste posto, o único estabelecimento comercial, além do Bar Lagoa, em todo o trecho entre o Jardim de Alá e o Corte do Cantagalo. No final da década de 1960, aí abastecia de gasolina e tratava com carinho o meu primeiro fusca. Nesta época, nem todos tínhamos telefone, dada a dificuldade de se obter uma linha. Nem lembro de quantas vezes fui usar o telefone público do posto, daqueles antigos, com ficha telefônica comprada no balcão. Durante muito tempo  este posto Ipiranga distribuiu um exemplar do JB para seus fregueses, uma novidade na época. Era, também, a salvação na volta da praia de Copacabana: como íamos descalços para a praia e a calçada da descida do Corte do Cantagalo para a Lagoa pegava fogo na hora da volta, vínhamos correndo e chegávamos no posto com a sola dos pés queimando, buscando abrigo no "box" de lubrificação. O posto sobreviveu até os anos 90, quando foi demolido para dar lugar a um arranha-céu. O automóvel é um Skoda 1951, modelo 1101

 

Esta foto já é do início dos anos 70, após a duplicação das pistas da Epitácio Pessoa e construção do Viaduto Augusto Frederico Schimidt. À esquerda vemos a antiga Praça Corumbá, ponto final do ônibus 25 (depois 125) - Jacaré - Ipanema. Uma dessas casas que aparece na foto era do Senador Filinto Muller. Outra pertencia a Eva Klabin que ali montou a Fundação Eva Klabin que, desde 1995, está aberta ao público e merece ser visitada.

Foto da revista Manchete, de meados dos anos 70, com o esqueleto do hospital, à esquerda, já demolido. Ali seria construído um dos arranha-céus mais altos da Lagoa. A casa da Fundação Eva Klabin sobreviveu e, à época, também havia uma escola municipal por ali. 

10 comentários:

  1. Bom dia, Dr. D'.

    Os mais antigos vão lembrar da série de fotos do Malta, da Revista de Engenharia do DF, postadas no falecido fotolog. A obra se estendeu pela década de 30. Outras fotos mais "recentes" saíram já na Revista de Engenharia da GB nos anos 60. O acervo está disponível na internet e vale a pesquisa no site do AGCRJ.

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  2. Além do Skoda 1101, corretamente identificado, vemos na foto 4 um DKW pré-58, risadinha e um Plymouth 1951. Na foto 3, um Mopar 46-48 sobre a ladeira. Na foto 2, um Chevrolet 51, taxi, uma quase certeza, tanto o modelo, quanto a categoria.

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  3. Mais tranquilo deve ser aquele trecho final da Rua Gastão Bahiana.

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  4. "... como íamos descalços para a praia ..." isso era geral, os jovens iam descalços mesmo; no final das férias de verão - na época já quase no meio de março - a sola dos pés estava grossa, diminuindo um pouco o sofrimento.
    Em Copacabana depois do aterro, com a faixa de areia muito grande, a primeira etapa era uma corrida até o calçadão e aliviar os pés na pequenina sombra projetada pelos bancos .. depois, atravessar correndo - de preferência as duas pistas de uma só vez - e procurar a sombra dos prédios.

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  5. +1

    Interessante que a prática de ir pra praia descalço durou por tanto tempo, o pior ela quando pisava numa ponta de cigarro aceso!

    Hoje em dia sempre tiro a sandália antes de pisar na areia, será que só eu faço isso?

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  6. Filinto Muller torturador na era Vargas, morreu queimado com a mulher e neto em um acidente aéreo.

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    1. O que isso tem a ver com a postagem? O senhor é algum tipo de terrorista?

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  7. CLÁUDIA SILVA SANTOS12 de abril de 2021 às 14:42

    Oi. Vc sabe o nome da escola municipal que havia por ali?? Estou tentando achar registros da minha mãe, mas ela não lembra o nome da escola.

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  8. Era a Escola Cantagalo até 1991. Hoje se chama Escola Municipal Edna Ponciani Ferreira.

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  9. Bom (re)ver cosias antigas. Pelo menos eu curto.
    A maioria nem de quando eu havia nascido. Embora lembre de muita coisa que nem tem +.
    Mencionam ir à praia SEM CALÇADO. Acho que quando era BEM MENOR fazia isso. Se até andar dentro de casa descalço nem seria garantido (rs).
    Sei que as praias 'melhores' da ZS estiveram poluídas durante tempos. E quando mais para a fase adolescente ia numa CASA DE VERANEIO na REGIÃO DOS LAGOS.
    E há quase 25 anos tenho frequentado o litoral gaúcho (onde resido). Que por sinal há muitas poluídas e projetos de despoluição de vários acidentes geográficos (como o GUAÍBA).

    Rodrigo

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