Quando ainda não havia no
Rio de Janeiro serviço de esgoto, era na Praia da Lapa, de preferência, que os
escravos costumavam despejar as latrinas da cidade, em barris sem tampa
apelidados de "tigres". Por extensão, passaram a ter este apelido os
próprios escravos que se incumbiam desse trabalho. A sujeira que escorria dos
barris no corpo dos escravos encarregados de despejar a imundície na praia dava
origem a doenças de pele. O corpo do negro ficava cheio de listras brancas. Daí
o apelido de "Tigre".
Foto de Malta, de 1922, mostrando a frota de caminhões da Limpeza Pública do Rio de Janeiro. A primeira postura da Câmara Municipal referente à limpeza, data de 1830, e curiosamente versava sobre: "limpeza, desempachamento das ruas e praças, providências contra a divagação de loucos, embriagados e animais ferozes e os que podiam incomodar o público". Estas posturas eram basicamente normativas, isto é, definem proibições e estabelecem sanções quanto ao despejo de lixo nas vias públicas.
Aleixo Gary, francês de origem, inaugurava
uma nova era na história da limpeza pública no Rio no final do século XIX. Seu
nome foi a origem do termo "gari" para designar os lixeiros.
Em 1904, a prefeitura compra o terreno da
Rua Major Ávila, nº 358, na Tijuca, onde se localiza a sede da Comlurb. Em
1906, o serviço de limpeza urbana dispunha de 1084 animais, já insuficientes
para a limpeza da cidade que produzia 560 toneladas de lixo. É assim que, a
título de experiência, são adquiridos dois auto-caminhões. Seria o início da
passagem do uso animal para o uso mecânico na coleta.
Os técnicos especialistas fizeram vários
estudos para viabilizar o destino final do lixo. A construção de um grande
forno foi motivo de debate nas décadas de 20 a 40, não se chegando a uma conclusão.
Na década de 40, o processo mais usado é ainda o vazadouro no mar, nos aterros
do Amorim e o do Retiro Saudoso (Caju).
Os serviços de recolhimento de lixo evoluíram muito no decorrer das décadas. Já na minha época, como podemos ver nestas duas últimas fotos, havia caminhões mais modernos, como este já com um compactador de lixo. Um pouco antes os caminhões eram apenas locais onde o lixo era despejado e saíam em direção aos depósitos de lixo despejando restos pelas ruas, além do chorume.
As duas últimas fotos mostram ainda o recolhimento de lixo na Lagoa, no final da década de 60. Os lixeiros não eram uniformizados e retiravam o lixo sem proteção alguma. Eram os restos do que era incinerado nos próprios prédios, operação que poluía tremendamente o Meio Ambiente.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirComo já disse antes, o serviço de coleta, se não é perfeito, é eficiente, pelo menos em boa parte da cidade. Em alguns lugares, por fatores externos, ainda há deficiência. Eu não posso reclamar...
Hoje os saudosistas não vão reclamar da evolução.
Infelizmente o Augusto, e outros, não conseguem alcançar meu raciocínio, que é meridianamente claro. Eu não sou contra a tecnologia, o que eu digo é que ela não trouxe, não traz e nunca trará felicidade. Ela pode trazer conforto e facilidade. Felicidade, jamais.
ExcluirPior ainda achar que viver muito é uma dádiva. Frequentemente, é apenas um sofrimento continuado e longo. Confundir longevidade com felicidade é um erro crasso.
Entenderam, ou ainda não? Mais clarobque isso, não consigo ser.
A tecnologia traz conforto e facilidade. Felicidade é outro departamento.
ExcluirNa primeira foto, os caminhões enfileirados na sede da atual Comlurb, na Rua Major Ávila, certamente em dia de apresentação da nova frota adquirida, avistando-se ao fundo, a torre da Igreja de Santo Afonso.
ResponderExcluirA rua Major Ávila é reta e muito curta. A foto parece mais ser na Praia de Botafogo.
ExcluirPraia de Botafogo é uma boa hipótese. A torre seria da Igreja da Imaculada Conceição.
ExcluirO comentarista Mauro Marcello se equivocou. A rua Major Ávila é mais estreita, possui prédios em anos os lados, é retilínea, e no trecho entre Barão de Mesquita e Avenida Maracanã nunca circularam bondes e a foto mostra trilhos.
ExcluirO BISCOITO MOLHADO não identifica Fusca, mas achou estranho o autor do texto mencionar "na minha época"...
ResponderExcluirFica a dúvida da autoria do texto, pois se fosse o autor habitual, ele teria recordação da década de 50, quando os caminhões ainda tinham as carrocerias idênticas aos da fotografia dos anos 30, com tampas deslizantes e lixeiros em cima, aconchegando com forquilhas o lixo despejado para evitar espaços vazios. Assim como na década de 30, essas carrocerias eram basculantes, como se nota na barra de articulação junto à tampa traseira.
Vai ver se referia à epoca de adulto, casado, responsável pelo descarte do lixo produzido em seu lar, mesmo que delegando a operação bota fora à terceiros.
ExcluirNem uma nem outra. As duas últimas fotos foram tiradas da janela de casa por volta de 1970.
ExcluirImpecável a formação dos caminhões e seus motoristas na foto de 1922.
ResponderExcluirNão lembrava mais do caminhão com compactador dos tempos da DLU de pintura cinza com faixa amarela, padrão Governo da Guanabara.
Grande parte do lixo foi trazido para a Ilha da Sapucaia, e por pouco a Ilha do Governador não foi transformada em Depósito de lixo. Projeto nesse sentido chegou a ser apresentado.Com o tempo Manguinhos se transformou em um enorme vazadouro.
ResponderExcluirCaso não esteja enganado o local, que seria construído um grande forno, era na fazenda de Manguinhos. Acho que existem matéria nos jornais da época sobre esse projeto.
ResponderExcluirAcho que na década de 1950 os caminhões eram da narca Mack. Lembro bem deles.
ResponderExcluirHavia bondes específicos para transportar lixo. Tenho fotos de alguns deles, como do 707, fotografado em julho de 1945 descarregando lixo no Caju.
ResponderExcluirAqui onde moro a Comlurb trabalha direitinho. São pontuais e não falham.
ResponderExcluirTambém acho que há anos a Comlurb funciona bem.
ExcluirA coleta de lixo agora bastante eficiente e - acredito eu - também a diminuição de terrenos vazios/abandonados, contribuíram para um "fenômeno": as moscas - tão comuns antigamente, a ponto da maioria das casas ter um mata-moscas (cabo de madeira, ponta de plástico flexível) e também manter sempre cobertos os alimentos - sumiram !
ResponderExcluirPasso meses sem ver uma sequer.
Um espanto.
O que pega é a falta de educação desses motoristas.Atrapalham o trânsito de propósito e já assisti brigas e xingamentos.São mau educados.
ResponderExcluirBoa tarde a todos. Vou dividir o meu comentário em três partes, ao final tirem suas conclusões.
ResponderExcluir1º Limpeza Urbana, basta andar pelas ruas da cidade que observamos que ela é deficiente, primeiro o povo é mal educado e grande parte da população é originária da família dos suínos, mas por outro lado a empresa responsável pela limpeza urbana, não coloca e mantém cestas de coleta de lixo em quantidades suficientes nas ruas, avenidas e praças. Nos pontos de maior transito de pessoas cestas com acumuladores do lixo subterrâneo e finalmente a destruição de coletores por catadores, moradores de rua, craqueiros e até pessoas que se dizem civilizadas.
2º A coleta de lixo nos domicílios que os amigos comentaristas dizem funcionar bem, só é verdade até um determinado ponto, nos bairros onde residem uma população de maior poder aquisitivo, porém só vale nas ruas fora das redondezas de comunidades, onde embora exista um calendário de dias de coleta, muitas vezes o mesmo não é cumprido pela companhia responsável, por sua vez os moradores destas localidades fazem o descarte do seu lixo fora deste dias, e também o descarte de móveis e outros objetos domésticos na rua, quase sempre em frente a um prédio desocupado ou terreno baldio. A coleta de lixo em comunidades não é realizada com a frequência necessária, bem como os coletores de compactação são insuficientes para a quantidade de moradores.
3º Reciclagem, no RJ a reciclagem de lixo é praticamente inexistente, e não é feita nem na grande maioria das residências, conforme se vê em Países mais desenvolvidos. Perdemos fortunas não fazendo a reciclagem de materiais nobres que poderiam ser reciclados, a grande parte dos materiais não orgânicos, sendo que nestes Países desenvolvidos até o lixo orgânico é reciclado, quase sempre na geração de energia. Tenho a opinião de que o lixo gerado é responsabilidade dos fabricantes que embalam seus produtos e do consumidor destes produtos, limpeza não é o lugar que mais se limpa, mas o que menos se suja. E limpeza 100% é aquela que não deixa qualquer resíduo ao final do consumo de um produto, sem ser reciclado.
O mestre Lino é muito otimista.A coleta de lixo em alguns lugares só funciona até a página 2.Tem lugares em que o lixo brota do chão e escorre das encostas.Comlurb não passa nem perto.Tem lugares que brincadeira à parte só tigres resolvem.
ResponderExcluirHá uma foto do Malta bem famosa com os caminhões de limpeza sendo apresentados no Campo de São Cristóvão.
ResponderExcluirNão sei se é a mesma citada pelo Augusto mas a primeira foto também é no Campo de São Cristóvão. Nesse local hoje fica o viaduto de acesso à linhá Vermelha, sentido zona sul, a torre ao fundo é bem característica, trata-se da paróquia de São Cristóvão na praça Padre Seve,
ResponderExcluirNa década de 50 o recolhimento de lixo na minha rua em S Cristóvão ainda era feito com carroças com tração animal. Como a rua era sem saída, havia duas carroças: uma maior com 3 burros que ia até um ponto sem muita elevação. Dalí em diante era uma carroça menor puxada por um burro titular e outro ajudante. A carroça subia vazia e depois vinha descendo e pegando o lixo. O lixeiro andava a pé ao lado da carroça e controlava a descida num freio acionado a manivela na lateral da carroça. Comumente os burros eram enfeitados com sobras achadas no meio do lixo como flores artificiais e muitos deles usavam chapéus descartados. Os lixeiros abriam furos nos chapéus para passar as orelhas dos animais.
ResponderExcluir