Total de visualizações de página

quarta-feira, 3 de março de 2021

PRAIA DE COPACABANA - ANOS 50

Esta fotografia, do arquivo da LIFE, mostra o vendedor de casquinha da década de 50 nas praias cariocas: os pirulitos de açúcar queimado espetados no topo da lata de metal que guardava as casquinhas, o "tlac tlac" do pequeno dispositivo de madeira com peça de metal articulada para se movimentar de um lado para o outro na mão do vendedor e anunciar a sua presença, a enorme lata, às vezes multicolorida, às vezes toda verde. A tampa, invertida, era onde ficavam os pacotinhos das casquinhas a serem vendidas. O papel que embrulhava o pirulito habitualmente ficava tão colado que dava um trabalho danado retirá-lo. Notar ainda na foto acima os sapatos bicolores, a roupa do vendedor e a antiga bandeira delimitadora dos Postos de Salvamento.

As fotos a seguir, da LIFE, são de Dmitri Kessel.  Todos sentados no chão, sobre esteiras de palha ou uma toalha. Maiôs inteiros, muitos Catalina provavelmente, shorts "samba-canção", crianças fazendo castelos na areia e perdido lá no fundo parece estar um vendedor de picolés da Kibon. Não havia ambulantes fixos na areia.


Desde sempre, perto do Copacabana Palace e da Praça do Lido, os escultores de areia encantavam os turistas. Mais recentemente aumentou muito o número desses escultores, boa parte fazendo esculturas de mau gosto.


Os antigos bancos de praia. A empregada uniformizada acompanhava a criança. Época em que ninguém ia à praia sem camisa (os homens) e sem uma "saída-de-praia" (as mulheres).


Não havia aluguel de barracas de praia. Cada um tinha a sua, na maioria das vezes multicolorida. Era o tempo em que se pedia a alguém de alguma barraca para dar uma "olhadinha" nas próprias coisas para se dar um mergulho (a camisa, os chinelos, até o relógio e o dinheiro ficavam embrulhados e deixados sob vigilância de alguém).

 

26 comentários:

  1. É o retrato de uma Copacabana que só foi vivida por alguns. Afinal são passados 50 anos da duplicação da Avenida Atlântica. Tanto "já foi dito neste sítio" que quase tudo postado será uma redundância...

    ResponderExcluir
  2. Olá, Dr. D'.

    O gerente atrasou hoje. Seria por causa do aniversariante de hoje? Para alguns, hoje é "natal"...

    As fotos do acervo da LIFE são um deleite, especialmente as coloridas. Não sabia que a primeira era dos anos 50.

    Sobre o vendedor de guloseimas, ainda peguei alguns quando criança em Madureira. Ao ler a descrição as lembranças voltaram. Tudo bateu com o texto. Menos os sapatos bicolores...

    ResponderExcluir
  3. O curioso é que assim se manteve por muito tempo... eu nasci em 1980 e lembro na praia de cada um com sua barraca (nós as crianças carregávamos... feitas de metal e madeira e lona grossa, se tornava um desafio andar com aquilo), as esteiras de palha, o banco de cimento e alguns ambulantes com o "crec crec". As vestimentas, entretanto, já era outra história...

    ResponderExcluir
  4. Algumas pessoas acham que hoje está melhor. Sem comentários.

    ResponderExcluir
  5. Que tédio! Cadê a turma do arrastão, os ratos de praia, as cadeiras de aluguel, a cervejada nas tendas, a superlotação na areia, o mar poluído, os saradões folgados, as mulheres com metade do corpo de silicone, as tatuagens ambulantes.. Devia ser difícil aturar aquela monotonia.

    ResponderExcluir
  6. Bom dia! Na foto 1 o vendedor de Pinguilim (como eram conhecidas as casquinhas) tem a matraca na mão que quando usada fazia o barulho que a criançada conhecia. Em Cascadura tinha uma fábrica de biscoitos que além de fabricar casquinhas para sorvete fazia também essas casquinhas. Faltam 62 dias.

    ResponderExcluir
  7. Ah, esqueci: os PM's e GM's patrulhando, os gritos de "pega ladrão!", os irresponsáveis endinheirados de jet ski disputando o mar com os banhistas. Ô, vidinha mais ou menos aquela! Sem adrenalina, sem agitação, sem emoção, tudo previsível. Vade retro!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hélio, eu ia "passar batido" mas diante de seus comentários eu resolvi acrescentar outro. De 1969 a 1971 eu morei na "antiga Avenida Atlântica" e ia à praia diariamente. Realmente era um outro mundo, onde apesar dos problemas inerentes a um país de terceiro mundo, ainda primávamos por possuir bons hábitos e boa educação. Os problemas se resumiam a "bate-bola, "bobinho", e linha de passe" antes das 15 horas e "ratos de praia", a maioria oriundos das favelas da zona sul, que furtavam pertences dos incautos. Os "banhistas"(leia-se salva-vidas) fincavam a bandeira verde ou vermelha" e ficavam atentos aos audaciosos que se aventuravam para além da arrebentação. Mas no geral não havia maiores problemas. A diferença é tão absurda que em 2020 a mãe de uma foi morar em um imóvel na Avenida Atlântica nas proximidades da Miguel Lemos e se arrependeu. A violência é muito grande, a quantidade de criminosos, crackudos,e desocupados, torna qualquer "footing" se uma atividade de risco. Segundo ela, depois das 18 horas a região pode ser comparada a um "Haiti ou Somália piorados".

      Excluir
    2. Grande parte dos problemas atuais que vemos nas praias e no Rio de um modo geral se deve às políticas adotadas nas últimas décadas, inspiradas por uma ideologia que encontra grande receptividade e simpatia da galera da elite bronzeada da Zona Sul carioca. Sendo assim essa turminha não pode reclamar muito na consequência dessas políticas.

      Excluir
    3. Pois é! Eram outros tempos. Tempo em que a classe remediada da Zona Sul tinha empregadas que dormiam (em minúsculos quartos sem janela) no emprego e trabalhavam de 6 da manhã até 10 horas da noite, sem hora extra, sem folga, sem 13º. Seus maridos trabalhavam na construção de mais prédios para a classe remediada, também sem boa parte dos direitos trabalhistas e principalmente sem nenhuma segurança no alto dos andaimes. Eram outros tempos! Tempos em que os pobres sabiam onde era os seus lugares (favela ou cortiço). Essa imensa desigualdade social só podia dar no que deu. E tem gente que acha que a culpa é deles.

      Excluir
    4. Sem querer polemizar, em parte eu discordo. As condições de moradia e de trabalho de empregadas domésticas e trabalhadores de construção civil não tiveram origem em Copacabana em parte do Século XX mas em 1500, e são reconhecidamente a "chaga" de nossa sociedade. Mas ainda assim eram infitamente melhores que as atuais. As antigas favelas e cortiços mencionados por você se transformaram em "currais narco-eleitoras" que tanto desassossego trazem para o Rio. Basta alguém sair em Copacabana hoje para "chorar de desespero" em ver crackudos "residindo nas calçadas mais famosas do Brasil", nas portarias com IPTU caríssimo, pedindo uma ajuda que compete "ao Estado", e também pelo tempo perdido. Mas com o advento do "politicamente correto" fica difícil até mesmo ter saudades daquele tempo...

      Excluir
  8. Se não fosse os trajes seria difícil dizer que as fotos não são atuais.
    Lembro bem dos vendedores desses pirulitos.
    FF - li uma notícia agora a pouco que a prefeitura de Petrópolis resolveu acabar com as carruagens tradicionais. As mesmas serão substituídas por Tuc-Tuc e charretes elétricas. Novos tempos...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O fim dos veículos de tração animal em Petrópolis foi determinado em plebiscito popular. Na eleição 2016 ou 2018, não lembro exatamente.

      Excluir
  9. Ontem pedi uma coca cola em um bar do subúrbio. Não tinha canudinho e proibido mas tinha apontador do jogo do bicho. O Rio é esse lixo por todos nós.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. José Rodrigo,é isso mesmo!As sacolas de mercado também foram proibidas e não são mais fornecidas por causa do meio ambiente.Mas se pagar pode não é? Copacabana sempre foi lugar de elite e de pessoas endinheiradas,mas sempre teve problemas.O cheiro das línguas negras era insuportável e as manchas de óleo no posto 4 e 5 grudavam no pé.A Prado Júnior e a Duvivier sempre tiveram má fama e a praça dos paraíbas era muito suja.

      Excluir
    2. Outro dia vi um sujeito "consciente" arrumando caixas de papelão no mercado para acomodar suas compras. E foi colocando nas caixas saco (plástico) de arroz, de feijão, de macarrão, de açúcar, se farinha, de sal, etc....Uma grande bobagem. Grande parte da população usa as sacolas plásticas de mercado como saco de lixo. Se não puderem mais usar essas sacolas para isso vão fazer o quê? Jogar o lixo na rua? Não parece muito ecológico...Vão comprar sacos de lixo, feitos de.... plástico? Depois o vilão foi o canudinho de plástico! Acabemos com eles! Começaram até a vender canudinhos de alumínio "ecológicos". Como são feitos mesmos esses canudinhos? Numa indústria metalúrgica 100 % ecologica? E a matéria prima? É obtida de maneira ecológica? Enfim, a população vai cada vez mais aceitando essas agendas dementes e irracionais. Até quando?

      Excluir
    3. O grande problema dos sacos plásticos, qualquer um, é que são feitos com polietileno, cuja densidade fica em torno de 0,97 g/cm3. Ou seja, o satanás nem bóia nem afunda direito, ficando à mercê dos animais marinhos. Mas isso realmente não justifica a diferenciação daqueles "cedidos" da dos "comprados"...

      Excluir
  10. Fora da faixa de areia, cidade a dentro, também eram tempos de vendedores ambulantes andando a pé, de bicicleta ou, muito raramente de triciclo, sem caixas de som. No máximo os antigos alto-falantes sem gravação de som, o ambulante "se esgoelando".
    Ou dos carrinhos de "picolé cem" gritavam os "picolezeiros"(100 cruzeiros - novos (?) - em tempos de preços mais estáveis da segunda metade dos anos 60)

    ResponderExcluir
  11. esta era a Copacabana do meu tempo de criança/adolescente. Esse vendedor de pirulitos era um must apesar da dificuldade em tirar o papel. Tempos do início do mate, das pipas em forma de gaivota e das igrejas de areia na frente do Copa. Os maiôs das meninas era uma coisa interessante. Tentavam esconder as partes genitais das moças, entretanto a divisão do maiô as colocavam mais expostas ainda. Tempos de paz, sem arrastão, o sol não dava câncer, todos usavam Rayto de sol e placas de folha de alumínio para concentrar ainda mais o sol sobre os corpos. Coca cola com urucum comprado nas feiras era de uso disseminado. Não havia filtros solares. Bons tempos...

    ResponderExcluir
  12. Só para desabafar: o leão está cada vez mais insaciável, o domador de plantão no Planalto se recusa a fazer a fera recuar um pouco.
    O famoso Bispo Rolleiflex já deve estar atarefado desde janeiro tentando salvar alguns nacos de filé, em uma luta que deve durar até o final de abril.

    ResponderExcluir
  13. Ultimamente quando passo por aqui e constato que não posso acrescentar algum fato ou informação útil ou curiosa sigo em frente sem comentar. Hoje, todavia, na condição de ainda morador de Copacabana me vejo na contingência de acrescentar alguns registros.

    Sem dúvida que as críticas usuais sobre esse bairro procedem e não são recentes (Alguém assistiu ao filme nacional do final dos anos '60 "Copacabana Me Engana"?). Toda a cidade, para não dizer o país, cada metrópole a seu modo, sofre de uma deterioração dos costumes e das condições econômicas. Copacabana não seria infensa a isso. Mas elevar as críticas na atual situação epidêmica seria, como se costuma dizer, chutar cachorro morto. Aí está o noticiário para divulgar e confirmar as mazelas locais, como a precária segurança, o esvaziamento turístico, letal para as características desse tipo de logradouro, e outros males. Hoje Copacabana é conhecida como o bairro de maior população idosa, o que, de per si, aumenta a sensibilidade sobre os problemas. Mas agora pergunto: qual o bairro do Rio está melhor? Grajaú? Tijuca? Jardim Botânico? Minha filha caçula hoje mora em Ipanema, colada ao antigo e icônico endereço do maestro Tom Jobim, e os receios e queixas são bem parecidos.

    Hoje moro no trecho considerado mais nobre e famoso de Copa, a poucos metros do famoso hotel, em um apê/casa, praticamente colado à Av. Atlântica, com um quintal que dá fundos para um pequeno bosque, com direito a graciosos animais silvestres, e ainda sem a obrigação de pagar IPTU. Em que local praiano da zona sul se conseguiria idêntica situação?

    Mas por razões familiares estão em curso projetos de mudança para fora do Rio. Locais cogitados: Petrópolis ou Cabo Frio.

    Ah, ia me esquecendo. Há uma curiosidade. Se alguém tiver a pachorra de passear pela orla pode observar um fenômeno atual que atribuo à pandemia. À noite a maioria dos edifícios da Av. Atlântica estão com as luzes de seus apartamento apagadas. Penso que os moradores que puderam ir para outros endereços fora da cidade aproveitaram e, como se diz no popular, se mandaram.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Em tempo: Esqueci de acrescentar no meu comentário que o prezado comentarista Hélio Ribeiro, por quem nutro especial respeito, tem razão em se preocupar com a eventual irresponsabilidade dos condutores de lanchas e, em especial, jetskis. Todavia, por razões que desconheço, há tempos não são vistos pelas bandas de Copacabana.

      Excluir
  14. Sobre as sacolas, alguns mercados dão (de acordo com a quantidade de produtos) e outros vendem (10 ou 15 centavos dependendo do estabelecimento). A diferença que agora (teoricamente) são biodegradáveis e nas cores para usar para acondicionar lixo reciclável ou não.

    ResponderExcluir
  15. Meio fora de foco : tenho o decreto municipal de 1917 que instituiu o uso da bandeira branca e vermelha confirme a condição do mar . E ainda multa de 20000reis para vozerio na praia , ou prisão de 5 dias pra quem não tivesse $.

    ResponderExcluir
  16. Fotos muito interessantes, aquela lata de metal da primeira foto devia pesar muito.

    Não me interesso muito em ir a praia em Copacabana por várias razões.

    A primeira delas é que sou surfista e as ondas de Copa no geral são ruins, as famosas "fechadeiras", por isso os bodyboarders as preferem, em segundo lugar a praia enche muito e não me agrada, fora outros motivos que foram citados aqui.

    O que me chamou a atenção hoje foi o comentário do Hélio, o qual eu não conheço, porém, vem recheado de preconceito com tatuagens (preconceito infundado), "saradões" (não faz sentido julgar alguém pelo corpo), fala até de beber cerveja na praia (é proibido?), ou seja, me faz acreditar que você seja uma pessoa um tanto quanto desagradável, falo isso com todo respeito, infelizmente é a impressão que você passa.

    Existem praias muito melhores e pacatas para curtir a praia no Rio, como Reserva, Prainha e outras praias da Zona Oeste.

    Quem realmente é "praieiro" vai a praia de manhã cedo e evita 90% dos problemas que citaram por aqui, mas acredito que a intenção mesmo seja reclamar.





    ResponderExcluir