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sábado, 6 de março de 2021

URCA

Ontem o prezado Wagner Bahia perguntou sobre o aterro da Urca. Hoje temos algumas fotos sobre este assunto. A Urca foi criada a partir de 1921. Até então não existiam as avenidas Portugal e João Luiz Alves. O acesso para a Fortaleza de São João era feito através de embarcação. A ideia de ligar a Praia da Saudade à Fortaleza foi do comerciante português Domingos Fernandes Pinto. Em 1921 o engenheiro Oscar de Almeida Gama criou a Sociedade Anônima Empresa da Urca. A Av. Portugal foi inaugurada em 1922.


Em 1922, o plano geral de arruamento e loteamento da Urca foi aprovado e um ano depois, foram descritos e definitivamente aceitos os Planos de Abertura de ruas no bairro. 


Vemos a Urca ainda vazia, recém aterrada, com uma única casa na área entre o Forte São João e o Cassino Balneário. 

Carta do Distrito Federal (parte), em 1922, do Acervo do Arquivo da Cidade. Antes de totalmente aterrada e abertas as ruas, ainda se planejava toda a avenida de contorno da Urca, com o nome de Avenida Portugal.

Alguns estudiosos acreditam que a área onde se situa a Praia Vermelha outrora foi ligada à Enseada de Botafogo, fazendo do Pão de Açúcar e do Morro Cara de Cão uma ilha

 

Foto do acervo da família Ferreira mostrando o areal do aterro da Urca, em 1927. O fotógrafo, Alberto, morava na única rua habitada desta parte da Urca, cujo acesso era por trás do antigo Cassino da Urca. Do alto, Alberto acompanhava o crescimento do bairro e descia até lá nos finais de semana com a família, para acompanhar as obras. 

Esta parte da Urca foi construída pela Sociedade Anônima Empresa da Urca, do Engenheiro Oscar de Almeida Gama, a partir de 1921.A Empresa deveria construir um cais, a partir da Avenida Portugal, correspondendo portanto à atual Av. João Luís Alves, até a ponte de atracação da Fortaleza de São João, correndo este cais a um mínimo de 150 metros do litoral e fazendo o aterro dessa faixa conquistada ao mar. Se o plano geral de arruamento e loteamento da Urca foi aprovado em 1922, somente em 1923, é que foram descritos  e definitivamente aceitos os PA de ruas no bairro. O primeiro PA da Urca dá como limites a Av. Pasteur, Portugal e a Rua Ramon Franco, denominando essa área de primeira seção. A segunda seção é o trapézio limitado, no mar, pela Av. João Luís Alves e, no morro, pela Av. São Sebastião 

A foto foi enviada por minha amiga Lina Ferreira de Souza.
 

Alguns anos depois vemos o aterro da Urca já preenchido com as construções.

18 comentários:

  1. Bom Dia! Durante anos fui até a Urca pelo menos três vezes por dia "pilotando" um monobloco da linha 442, e também quando ia pescar. Faltam 59 dias.

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    1. Ah, os saudosos monoblocos amarelos da 442. Pintura muito bonita. Qual era a empresa? Em que período você trabalhou nela?

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    2. Helio,na verdade a Empresa eram duas que se uniram ( como tantas outras também o fizeram) para cumprir determinação de frota mínima de 60 carros. No Caso da Méier tinha o grupo dos agregados com garagem na Rua Turi,em Pilares e faziam as linhas 272 e 663. A Garagem da rua Aquidabã, que logo foi transferida para Rua Eulina Ribeiro, tinha a administração da antecessora ETAL e era formada por 40 Monoblocos e uma única linha,a 442. Já na garagem da Eulina Ribeiro era constante se ver fazendo manutenção carros de uma Empresa Intermunicipal que tinha a pintura idêntica. Acho que pertenciam ao mesmo grupo de Empresários.

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  2. Olá, Dr. D'.

    Excelente aula sobre a Urca. Tenho algumas fotos, adquiridas na feira da Praça XV, que mostram o mesmo ângulo das duas últimas de hoje. O que pode significar um ângulo preferido pelos fotógrafos.

    Cheguei a postar uma grande série de fotos, mostrando um garoto crescendo no bairro na década de 40. Também garimpadas na Praça XV.

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  3. O conjunto Pão de Açúcar-Cara de Cão foi, realmente, bastante aterrado. Pode-se dizer que sem o aterro não haveria o bairro.

    Não seria má ideia reaver essa ligação com o mar na Praia Vermelha; a Enseada de Botafogo seria infinitamente menos poluída. Talvez um canal, como o do Jardim de Alá, seria a solução; bem, alguém já deve ter pensado nisso...

    Vendo a curta distância para o bairro de Jurujuba, em Niterói, questiona-se o porquê de a ponte não ter sido construída aí. Mas parece que muitas questões técnicas e de melhor logística foram decisivas para a escolha do local atual onde foi construída.

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    1. Wagner, com relação à sua dúvida sobre o trajeto ideal para a construção de uma ligação entre Rio e Niterói lembro que foi uma questão que levou anos durante o século passado. De fato a primeira ideia seria encurtar o caminho, fazendo o percurso entre o Calabouço e Gragoatá. Mas por quais meios? Túnel ou ponte? Naquela época havia o receio de que a tecnologia nacional não teria condições de arcar com os riscos da construção de um túnel subaquático. Quanto à ponte existiam duas dificuldades. Teria que ser alta o suficiente para a passagem das grandes embarcações. Aí foi a vez da aeronáutica chiar. Como ficaria a segurança das aeronaves que operavam no SDU? Então a solução final foi construir uma ponte no local atual, apesar das críticas que sofreu na época, particularmente nos primeiros anos de sua construção. Suspeitas de superfaturamento, acidentes com óbitos etc.. O período era do regime militar e muita coisa foi abafada. Mas aí já é outra história...

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    2. Todas as vítimas de acidentes do trabalho na construção da ponte eram levados para o Hospital da Cruz Vermelha, onde eu trabalhava. Eram inúmeros diariamente. Desde coisas relativamente leves, mas muitos com graves lesões. Através desses pacientes tínhamos notícias de mortes ocorridas sem que fossem noticiadas nos jornais. Toda grande obra gera acidentes, mas os ocorridos na ponte foram fora da curva.

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    3. Era época de "milagres". Econômico e de estatísticas de acidentes...

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  4. Recebi uma excelente aula sobre os primórdios da Urca. Jamais tinha ouvido falar que o bairro nasceu de um aterro.

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  5. Amanhã sessão solene de comemoração pelas mais de um milhão de visualizações no blogspot.

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    1. Parabéns, Luiz! O seu acervo e resiliência são impressionantes! Apesar das dificuldades, agressões e ataques, vc continua fazendo um trabalho ímpar! 1 milhão somente aqui. Se somarmos o Terra, e o primeiro, que me falta o nome, chegaríamos a um número impressionante!

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    2. Esse bar muda de endereço sem perder clientela.
      Teve no Uol também, entre o Terra e o atual.

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  6. há estudos que dizem que o aterro da Urca não aguentaria mais de 100 anos. tudo viria abaixo. Estamos no limite desses estudos. Será que estavam certos? Aguardemos...

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  7. Um milhão de visualizações em quantos anos aqui? Como disse alguém,já que alcançamos a meta, vamos dobrá-la.

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  8. Não sei onde o Luiz arranja tempo para pesquisar, concatenar e escrever todo esses longuíssimos históricos sobre as postagens, diariamente. Acho que ele tem assessores parlamentares. rsrsrs.

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  9. A Av. São Sebastião é anterior aos aterros mostrados, não?
    O Docastelo falou ontem e a opção para o nome do bairro vem do morro do mesmo nome, batizado lá no século 16, e realmente urca era nome de embarcação.

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  10. Parabéns pelas 1 milhão (+) de visualizações.

    Uma aula sobre a Urca esse post, continue com esse trabalho sensacional sobre a história do Rio.

    Um ponto interessante é que na planta da foto 4, a Urca conta com apenas 3 ruas mais a Av. São Sebastião e uma perpendicular apenas que cortava essas 3, porém, o bairro possui 5 ruas mais a Av. Sebastião e 2 ruas perpendiculares, provavelmente aquela planta foi alterada.

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  11. Boa tarde a todos. Parabéns Dr. Luiz D' 1.000.000 de assistências, milhares de postagens, um trabalho magnífico e impressionante. Um trabalho que agrega conhecimento e faz amizades, que aborda, discute e ensina a história da nossa cidade, sempre com independência, tolerância e acima de tudo tornando este espaço o mais democrático possível.

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