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quarta-feira, 5 de maio de 2021

HUMAITÁ

 


Bela foto da Rua Humaitá, do ano de 1959, editada pela empresa Mica que produz cartões postais. O posto Esso já não existe há alguns anos, pois foi incorporado à Casa de Saúde São José, mas do outro lado da rua, nas vizinhanças do quartel do Corpo de Bombeiros, ainda sobrevivem muitos imóveis da metade do século passado. O Posto Esso vendia um pão francês semipronto, congelado, que era um pecado. Bastava colocar no forno e, minutos depois, era só partir para o ataque.

À esquerda, toda de branco, provavelmente uma enfermeira da Casa de Saúde São José, e uma carrocinha que vendia frutas, na calçada em frente ao anúncio da Coca-Cola que indicava "Viva São João". Junto ao meio-fio, já na rua, um "burro sem rabo" e, logo após o poste, um automóvel estacionado com duas rodas sobre a calçada. O bonde, com reboque, passa em frente ao imóvel onde funcionou anos depois aquela casa de samba do Sargentelli, Oba-Oba, dos anos 60 aos anos 90.

O prédio onde funciona hoje uma pizzaria, na outra esquina da Rua Viúva Lacerda, aparentemente estava em remodelação. A seguir, o quartel do Corpo de Bombeiros que está lá até hoje. Nesta época e até os primeiros anos da década de 60, tanto a Rua São Clemente como a Rua Voluntários da Pátria tinham mão dupla, o que explica o cruzamento na parte de baixo da foto.

Após o fechamento do Oba-Oba neste lugar funcionou até o início de 2005 a casa de shows The Ballroom. Foi o palco obrigatório das bandas de rock independentes e iniciantes entre os anos 1990 e 2000, chegando inclusive a receber artistas renomados algumas vezes. Nos últimos anos, também abrigava concorridas noites de forró. E chegou a funcionar como restaurante a quilo na hora do almoço. Enfim, um lugar eclético.

O The Ballroom foi um dos símbolos do "baixo Humaitá", "point" nascido nos anos 90, cujo centro é a Cobal, com seus bares e a locadora Cavídeo. E em frente a ele tornou-se célebre o cachorro-quente do Oliveira. Com o fim do Ballroom, as bandas novas ficaram um tempo "órfãs" e surgiram novos palcos pequenos-médios na cidade, como o Teatro Odisséia na Lapa. Depois de muito tempo fechado o Ballroom foi finalmente demolido em novembro de 2005.



Nesta foto, em ângulo invertido, vemos o bonde 26 - Voluntários, na parada de bonde imediatamente antes do quartel do Corpo de Bombeiros, Peço ajuda do Helio, pois não consegui descobrir o itinerário desta linha 26.

14 comentários:

  1. O local foi totalmente modificado. Com o alargamento da rua o posto foi demolido e a Casa de Saúde São José ocupa parte daquele quarteirão. O posto de gasolina que existe atualmente na rua Humaitá também é antigo mas será que já existia em 1959? Em 1965 sim. Já tive uma namorada que morava no Edifício Primavera que aparece ao fundo. Um Edifício que era "um luxo" quando foi construído em 1941, pois tinha até "abrigo anti-aéreo". Só não tem garagem...

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  2. Olá, Dr. D'.

    O Humaitá sempre foi bairro de passagem entre Botafogo e Jardim Botânico (ou Gávea). Não parava para prestar atenção em detalhes.

    Acho que hoje os comentários estarão divididos. Ontem foi um dia cheio...

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  3. Bom Dia! Agradeço primeiramente a DEUS por me permitir chegar aos 80 lúcido e com saúde. Rogo também ao Criador que me permita ficar neste corpo por mais alguns anos,pois considero este atual estágio um presente. Agradeço também a todos comentaristas deste espaço e que no dia de ontem me parabenizaram. Como ontem não deu, no texto da foto 1, entre os Chevrolet/ CIRB e os MB/Metropolitana, houve os Unic/CIRB carros de mecânica Francesa conhecidos como Treme-Treme pela Leãozada ( como eram conhecidos os motoristas de coletivo na época, e em algumas cidades ainda o são). A primeira deste carro era só "catreta" (motorista experiente) que conseguia engrenar sem arranhar.

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  4. Luiz, o número da linha do nonde é 6, e não 26. As linhas da Zona Sul iam de 1 a 24. O itinerário era Tabuleiro da Baiana, Senador Dantas, Luís de Vasconcelos, Augusto Severo, Largo da Glória, rua do Catete, Largo do Machado, Marquês de Abrantes, Voluntários da Pátria, Humaitá.

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  5. Bairro de passagem sim, mas bastante simpático, em minha avaliação. As ruas da lado direito da foto, antes e depois dos Bombeiros, são aprazíveis, com casas e prédios antigos, como a Miguel Pereira, Maria Eugênia, Vitório da Costa, Viúva Lacerda, João Afonso, Cesário Alvim e David Campista. Nelas, a criançada da região pôde desfrutar de uma boa infância brincando nas ruas. Mudou muito a esquina da Rua Humaitá com a entrada para a Rua Voluntários da Pátria, com aquela estranha construção que deixava a calçada muito estreita. Ainda sobrevive aquele sobrado na esquina da Rua Macedo Sobrinho com a Rua Humaitá, onde hoje funciona um restaurante bem simples.

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  6. Esse pão semipronto era um pesadelo. Tinha um apartamento na Visconde de Silva onde moravam meus filhos, onde ficava quando ia ao Rio visitá-los. Era obrigatório comprar. Lá também se encontrava um sorvete de Strawberry Chesecake da Häagen-Dazs. Um antro de pecados.
    Meu filho Eduardo fazia parte de uma banda chamada Forró Na Contramão.se apresentavam regularmente no Ballroom.

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  7. O nome do edifícil não seria MEDITERRANEO ?
    Lado esquerdo da rua em nivel mais alto, o acesso a portaria é por escadaria ou rampa em curva.

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    1. Se não é Primavera ou nome foi alterado ou pode ser que eu esteja enganado. Em 1965 eu morei na Voluntários da Pátria d meu pai me levava sempre ao Parque Lage. Eu me lembro bem da favela Macedo Sobrinho que era próxima ao edifício em questão e nessa época já havia um posto de gasolina bem menor do que o "24 horas" que existe atualmente. Eu tenho uma foto do início dos anos 60 mostrando o posto de gasolina antigo com a favela atrás. Já em 97 e 98 frequentei os bailes de dança de salão que eram realizados no The Ballroon". Eram ótimos!

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  8. Bom dia a todos. o Humaitá é um local do Rio que sofre muitas mudanças, mas parece que continua sempre do mesmo jeito. Não sei se esta percepção é só minha ou outras pessoas tem a mesma impressão. É um local que sempre foi de passagem para mim, sem grandes recordações ou frequência constante. Vamos ver os comentários dos demais comentaristas e aprender um pouco sobre o local.
    PS. Hoje pela manhã vi no noticiário, que o Prefeito quer vender o prédio onde funciona uma Escola Pública Muncipal na Av. Atlântica esquina com a Republica do Peru, pelo que sei este prédio foi uma doação ao governo pelo seu proprietário quando morreu. Pergunto o Prefeito pode fazer isso?

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    1. Lino, a se verificar na escritura de doação, se o doador teve a precaução de colocar clausula de inalienabilidade por parte da prefeitura. Conheço situações que o doador ainda colocou clausula de destinação. Se a prefeitura quisesse mudar a destinação do imóvel, a doação seria revertida, com o imóvel devolvido à família do doador. Com esse povo, precaução e caldo de galinha....

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    2. Ontem na seção de cartas do Globo o Decourt tocou nesse assunto, inclusiva sobre a tal cláusula. Hoje no mesmo jornal tem a notícia de que os descendentes estariam atentos.

      Mas uma outra mensagem de leitor hoje mostra que há uma brecha que pode permitir até a construção do tal prédio, desde que seja mantido um aspecto que não estou lembrando no momento. Mas existe a brecha... Por isso a prefeitura estar interessada.

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  9. Na segunda foto, o bonde está parado em frente ao local onde nos anos 80/90/2000 funcionou o Botecotaco, tradicional bar com sinuca, que hoje é uma Pacheco. Ao fundo vemos o Morro Dona Marta ainda com bastante vegetação no local hoje ocupado pela comunidade local.

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  10. A Woody Ford 40's está caolha...parece em mau estado já..

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  11. Humaitá é bairro de passagem, mas com as perpendiculares muito serenas e com vida pacata. As vezes uns assaltos na Maria Eugenia. Fui uma vez ao Botecotaco e agora me toquei que acabou. Essa onda de construções pequenas na cidade está incrível. Tira o caro de uma vaga e anunciam um prédio. Humaité também era o final do Caminho de São Clemente, pelo qual D. João Vi chegava a Praia da Piaçava (atual Igreja de Santa Margarida Maria), para pegar uma galeota e ir visitar a Fabrica de Pólvora. Muitas imagens da Lagoa são pintadas a partir do início do declive da Rua Humaitá e da Pedra do Pintor, pouco acima. Onde hoje fica a Rua Ministro João Alberto, no Alto Humaitá. Ainda vou achar os trilhos e que levariam mantimentos das Fazendas da Encosta para a planície. Também haveria no final da Rua Caio de Melo Franco (rua do Ike Batista) uma caixa d água ´que abasteceria o Hospital Dom Pedro II.

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