A reportagem estava completamente
errada.
Conta Brasil Gerson que “as
primeiras referências à fonte de uma água potável perto da Praia da Piaçaba vêm
do início do século 19, quando mulheres que serviam aos nobres moradores de
Botafogo lavavam roupas na fonte cantando fados de saudade de Portugal. Daí a
primeira denominação da fonte: Fonte das Lavadeiras Portuguesas Saudosas. Que
foi pintada por Maria Graham”
Mas a fonte da qual falava a
emissora de TV não era esta pintada por Maria Graham.
Meu amigo Hugo Hamann me colocou
em contato com sua prima Maria Luiza Hamann que contou a verdadeira história
desta “fonte da saudade” que existe atualmente dentro do tal prédio. “Fiquei
muito surpresa com a exibição da fonte da casa de meu avô Christiano Hamann
como sendo a bica das lavadeiras, o que realmente não procede. Até onde
sei foi o nome da rua que inspirou meu avô a batizar sua fonte e
não o contrário. Feita sob encomenda a "Fonte da Saudade" da Rua
Fonte da Saudade nº 111 teve sua base oriunda da França e seus azulejos de
Portugal, tendo sido lá colocada em meados de 1925 quando as obras da casa
foram concluídas e a família lá se instalou. Ouví uns poucos comentários sobre
a bica das lavadeiras, mas sempre vagos, abordando o tema como lenda ou
folclore. Esta fonte é diferente da pintada por Maria Graham.”
Nesta foto, à frente da Fonte da
Saudade, segundo a Maria Luiza, vemos da esquerda para a direita, membros da família Hamann:
1-) sentado, meu pai Hermann
Hamann; 2-) em pé, meu tio Francisco Negrão de Lima; 3-) sentada, minha avó
Eugenia Hamann; 4-) junto dela está o neto caçula Sergio Leonardos Hamann; 5-)
também sentada, minha tia Emma Hamann Negrão de Lima; 6-) abraçado a ela Hugo
Chistiano Leonardos Hamann, o neto mais velho de meus avós (pai do seu amigo
Hugo, e meu primo) 7-) e finalmente em pé, meu avô Christiano Hejn Hamann - o
idealizador da Fonte da Saudade da Rua Fonte da Saudade nº 111.
Aspectos da obra de construção da
casa da família Hamann por volta de 1925. Típico exemplar de casa neo-colonial,
tão em moda no Rio dos anos 20 até o início dos 40. Na região da Fonte da
Saudade ainda existem algumas sobreviventes nesse estilo.
Identificadas pela Maria Luiza vemos 1) Emma Hamann
Negrão de Lima, 2) Selda Dutra Hesse, sobrinha de Eugenia Dutra Hamann (minha
avó), 3) Agmar Murgel Dutra, irmã de Eugenia Dutra Hamann e 4) Nancy Dutra
Hesse, também sobrinha de Eugenia Hamann e irmã de Selda.
Conta a Maria Luiza que "com a morte de minha avó em 1969
seus filhos aguardaram o vencimento do contrato de locação com o colégio Juca e
Chico e em 1972 venderam a casa para a Guarantã, uma construtora de São Paulo
que acabou preservando uma parte da Fonte da Saudade dos meus avós e
instalando-a na entrada do edifício. Entretanto, atualmente, está quase
invisível da rua face a modificações feitas no prédio."
Olhando o prédio 111, da Rua Fonte da Saudade no Street View, a fonte não é visível da rua. Deve ficar mais para o fundo do terreno.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirA aula de hoje está ótima. Ficarei acompanhando os comentários.
Bom dia Dr.D'. Excelente registro sobre o passado. Muita história e hoje ao passar pelo local não percebemos nada. Pena mesmo...
ResponderExcluirAs postagens esclarecedoras são preciosas. Muito obrigado!
ResponderExcluirBom Dia! Muito interessante. Hoje aprenderei mais um pouco.
ResponderExcluirÓtima história. Vou checar no livro de Maria Graham o desenho !!!
ResponderExcluirBom dia a todos. Interessante a história das duas fontes de mesmo nome. Já quanto a reportagem da emissora de TV, esta emissora vem de muito tempo fazendo reportagens modificando a história e a verdade, consegue desagregar a Gregos e Troianos. Tanto a casa como a fonte eram lindíssimas, mas infelizmente também foi mais uma vítima das Construtoras.
ResponderExcluirEsse Francisco Negrão de Lima da segunda foto seria o famoso político?
ResponderExcluirSim.
ExcluirA menos que a memória me falhe, foi o Negrão de Lima que conseguiu passagem ferroviária grátis para minha avó e seus filhos, quando ela veio de Belo Horizonte para o Rio, por volta de 1929.
ResponderExcluirViúva aos 27/28 anos, com três filhos pequenos, ela trabalhava e morava dentro de uma lavanderia perto da estação ferroviária de BH.
A fonte fica no jardim do prédio. Já tirei foto. Tem que pôr o braço por dentro da grade . Fica na lateral , perpendicular a rua .
ResponderExcluirEstá linda casa onde residia essa distinta família fazia parte do "Rio cartão postal" que foi responsável por angariar a fama de Cidade maravilhosa.Mas o Rio era assim mesmo, onde das fontes jorravam "mel e outros néctares e todos eram felizes?Esse era o Rio AA. No Jacarezinho também era assim? E No Parque Colúmbia? Os moradores de lá também são "distintos?"
ResponderExcluirTemos lendas no Rio que são chutes e alguns jornalistas nada conferem.
ResponderExcluirSe a versão for verdadeira, ótimo, se não, deixa do jeito que está.
Mas a história da segunda fonte da Rua da Fonte da Saudade não deixa de ser interessante.
FF: ontem morreu um dos pioneiros da internet no Brasil. Alguém lembra da Mandic, há mais de 30 anos? Também foi um dos fundadores do Ig.
ResponderExcluirhttps://odia.ig.com.br/brasil/2021/05/6140429-morre-aleksandar-mandic-um-dos-pioneiros-na-distribuicao-de-internet-no-brasil.html
Rapaz, eu quase estudei no Juca e Chico!
ResponderExcluirInteresante y bella historia que la he encontrado por casualidad, y que tiene un significado afectivo para mí, ya que tengo en mi poder una foto de la familia Hamann Heyn (Heijn) en la casa que aquí se menciona.
ResponderExcluirMe gustaría poder comunicarme con algún descendiente de la familia Hamann Dutra o de Mariana Guilhermina Heyn ten Brink.
Me llamo Martín Llano-Heyn
Martín, envie um email para luizd.rio@uol.com.br para informar a um descendente da família Hamann que se interessou em fazer contato.
ResponderExcluirMuchas gracias!
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